Papa Francisco - Joseph Blatter -Cristiano Ronaldo - Bashar Al Assad - Obama - Papa Bento XVI - Malala - Snowdem - Berlusconi - Messi - Brasileiros - Chineses - Alemães - Portugueses
A cada qual seu igual. As opiniões sempre variam muito, mas todas têm o limite da verdade e o limite do respeito que é devido à tudo e todos que existem e, que como tal, têm de ser respeitados. Quando ultrapassamos estes limites, seja porque motivo for, perdemos a razão, e uma pessoa sem razão, não tem o Direito de expressar-se, da mesma forma que não o tem aquele que mente, que engana, que sofisma.
Na lista acima temos alguns dos que de melhor e pior se houveram na ação e manifestação de opiniões recentemente, sobre os temas que lhe são afetos , ou portaram-se mal, ou excusaram-se a proceder conforme lhes era exigido no desempenho das funções para as quais se propuseram, ou, ao contrário, aqui são destacados pelo seu proceder correto. É claro que esta lista é apenas exemplar, ou seja aí está como exemplo do tema título deste artigo, e foram escolhidos porque podem ser analisados de uma forma branda, os que o serão pela negativa, posto que outros em que o gráu de abjeção é tal, que me seria impossível tratar deles sem perder-me, e, como não desejo perder-me, escolhi esta lista com a qual ainda consigo lidar, sem expor todo o meu desprezo e irritabilidade, ultrapassando o limite do civilizado, posto que suas ações e/ou afirmações ultrapassaram os limites do respeito que é devido aos outros seres humanos que, infelizmente, dependem deles, ou que estão sujeitos às suas ações, ou por elas são influenciados de alguma maneira, o que inclui praticamente todos nós.
De cada um se espera que desempenhe a função que lhe está atribuída. Ninguém pediu ao Cristiano Ronaldo para ser jogador, ou ao Obama para ser presidente, para começarmos com duas figuras simpáticas, mas na medida que um foi ser jogador e o outro presidente, é justo esperar que o jogador jogue bem e o presidente seja um presidente correto, esperando de ambos sobretudo consoante às promessas que façam e as espectativas que criem. Nada mais lhes é exigido, e quando não cumprem, podemos nos sentir defraudados nas nossas expectativas, estas criadas pelos próprios, quando se puseram nas importantes funções que desempenham. Assim é com qualquer cidadão, é com aquele condutor de trens ou comboios que permitiu que o seu descarrilasse matando centenas de pessoas. Perguntem aos familiares das vítimas o que elas pensam da sua ação, ou da falta dela, por seu erro. Encontrarão unanimidade na responsabilização, portanto, sabemos bem, não há inocentes entre aqueles que se portam mal no desempenho de suas funções, por ação ou omissão. Logo não há desculpas, pode haver limites e não terem atingido as metas às quais se propunham, mas quando propõe uma coisa e fazem outra, ou quando deveriam portar-se com respeito e urbanidade e mesmo humanidade( que falta à muitos) e não o fazem, podem crer, a condenação é unânime, porque ninguém é bobo. Fomos enganados, isso fomos, mas não pensem que não temos consciência disto.
Por outro lado, não tenham dúvidas, o que move tudo isto é o interesse que cada um tem no momento que o levou a fazer isto em vez daquilo, ou que o levou a fazer o oposto do que prometera, ou ainda que o levou a se escusar de fazer o que devia, o que o levou a dizer tal coisa ao invés de outra, fugindo à verdade e à probidade, como ainda por ter agido consoante um interesse que tem ou serve. Ou ainda, como Obama, cedeu às pressões e não teve forças, ou coragem, para levar sua proposta avante, ou ainda, como Cristiano Ronaldo, aguentou a enorme oposição e com coragem arranjou as forças para dar a resposta da única maneira certa e desejada, com atos consistentes, só a boa tentativa não vale, não resolve.
Quando analisamos por exemplo os dois últimos Papas,citados na lista acima, sabemos que um se escusou de fazer uma série de coisas às quais não podia fugir, não importa as razões, e que o outro tem se empenhado em fazê-las. Quando analisamos o Sr. Joseph Blatter e o que disse sobre Cristiano Ronaldo e Messi, verificamos que tem todo o Direito de preferir Messi a Ronaldo, tem todo o Direito de preferir o jeito bailarino de Messi ao jeito,digamos, militar de Ronaldo. O que não tem Direito é de expressar isto em público, nas funções que ocupa e muito menos quando estão decorrendo votações em que os dois estão envolvidos. É claro que em tudo isto está milhões em publicidade deste ou daquele que ganhar a bola de ouro, é claro que isto tudo importa muitos mais milhões para este ou aquele país que estiver presente na Copa do mundo no Brasil no próximo ano. É claro que cada um responde como pode, mas não se enganem, tudo isto tem uma terrível e horrenda teia de interesses por detrás, que, se revelada, punha muita gente na cadeia, o problema é ser muito difícil de provar.
Agora temos figuras que assumiram o cargo máximo em seus países de orígem , Obama e Berlusconi, tão diferentes e tão iguais. Berlusconi por ser um bufão em certa medida e Obama por o não ser, diferenciam-se a olhos vistos. Porém de Berlusconi, todos não esperavamos grande coisa, já Obama até um Nóbel chegou a receber por aquilo que todos esperávamos dele e, que, por falta de coragem em suas atitudes, da mesma forma que Berlusconi, falhou totalmente, claro que internamente agradaram a uns quantos, mas no compto final, guardadas as devidas proporções, trairam a confiança de todos que esperavam deles coisas muito diversas das que fizeram.
Malala, a garota paquistanesa jogada na boca do mundo por, inconformada, ter incomodado os Talibãs até eles tentarem matá-la e Snowdem da mesma maneira jogado na boca do mundo por não se ter conformado que a administração de seu país andasse a espionar o mundo. Duas pessoas dignas, com motivações bem diversas, agem por um motivo homólogo e nos levam a desejar que tenham êxito em suas cruzadas. Porém, tanto um quanto o outro, são anti-sistema, e isto nos leva a uma realidade maior que se tem revelado nestes tempos do terceiro milênio, os sistemas autonomamente fazem coisas às quais as pessoas não estão mais passsiveis de aceitar. Se chamarmos para aqui Brasileiros e Portuguêses teremos por diferentes razões um gráu de descontentamento com o sistema em que se incluem, de tão alto nível, que assusta. Os Brasileiros não aceitam mais passivamente que disponham de sua riqueza sem que eles decidam destas disposições. Os Portugueses não aceitam que o estilo de governação que os levou à tragédia econômica em que se encontram se renove. Ainda que tanto uns quanto outros ainda não saibam que medidas tomar, que consequências tirar, que rumos buscar para mudarem as suas realidades, feridos de morte, sabem, entretanto, que devem fazer alguma coisa, e alguma coisa irá ser feita, mesmo que ainda não saibamos bem o que.
Bashar Al Assad, assim como uns quantos outros nascidos no e para o poder, não se furtam à todas as ações necessárias para mantê-lo, mesmo que isto custe a vida de milhares de seus concidadãos de um modo direto, furtando-as, o que não é menos grave, porque muitos outros o fazem de uma forma indireta, levando seus concidadãos a uma situação de miséria ou desespero que, por ser menos visível, não passa a ser menos genocídica, se não como agentes de mortandade, que também são, como agentes do furto da paz de espírito, da dignidade e/ou da felicidade de milhões, situação não mensurável, mas que nem por isto é menos grave, ou menos incidiosa.
Por fim se analisarmos o que se passa com Alemães e Chineses, que por muitas boas razões deveriam estar contentes com os modêlos de sociedade em que se encontram e que o perfil econômico do modelo os deveria satisfazer, têm que as componentes sociais e políticas muito os importuna. Na China já se pode observar, de algum tempo a esta parte, que há uma convulsão social fermentando(o que chamo la clocherie) e na Alemanha dá-se o fenômeno inverso, também de insatisfação, mas a via escolhida é a da ausência de muitas das perspectivas às quais era espectável que quisessem conquistar e atender, os Alemães, parece que escaldados (como o gato da expressão) têm pavor e recusam-se a promover uma sociedade mais participante, mais feliz e mais consumista e, por outro lado, assumir a liderança de uma Europa feita à sua feição.
Temos por todo lado que o sistema já não satisfaz, temos que os sentimentos percebem que se viram prisioneiros de uma realidade, que lhes ultrassando, atua sobre eles tornando-os infelizes e insatisfeitos, posto que desejavam coisas e situações diversas, pensavam que os resultados iam ser diferentes, posto que as propostas eram boas, porém a prática se revelou contrária, porque as atitudes dos que foram atores nestes casos, quase sempre, frusta e defrauda o desejo dos que lhes deram os poderes para representá-los e não obtiveram o resultado esperado. Ao assumirem estas posições fogem ao controle dos que lá os puseram, passando a, autonomamente, atuar no desinteresse, ou não no interesse pleno, dos que os escolheram. Este sentimento de frustação exige que mudanças sejam feitas no sistema, para que impeçam que isto aconteça.
Tudo isto junto revela que para além, muito além das condições pessoais de cada um, para além do gráu de satisfação econômica, política ou social em que cada um se encontre, muito ainda além de sua condição cultural, podendo o menor ser maior, para muito além também do gráu de liberdade de que se possa desfrutar, do gráu de interesses que possam estar em jogo, do gráu de bem estar que se possa ter, o sentimento de cada um é resultante direta de seu entendimento da realidade num dado momento, e este entendimento tem as motivações mais variadas e imprevisíveis, mas podemos destacar que a coragem pessoal, a falta de fantasmas (desassombro) a ambição de cada qual, que alteram ou moldam este entendimento, promovendo um sentimento muito diverso e imprevisível em cada pessoa, habilitando-as, ou não, para atenderem às responsabilidades a que se propuseram, faz alterar com isto o curso da história de forma permanente. Por isto podemos afirmar que a realidade do que acontece depende do sentimento de cada um.