Agora que se discute cada vez mais se haverá uma Europa alemã, ou uma Alemanha européia, está na pauta entender porque a Alemanha recusa-se a assumir um papel preponderante no cenário mundial, compatível com a sua condição de líder econômico da Comunidade européia, esta Europa dos 27 atualmente. O que há com a Alemanha que se escusa sempre em assumir uma posição que é sua?
Curioso é que esta posição incomoda-lhe. E além do mais é uma posição de liderança, e liderar é mais que tudo comandar sem mandar, é ter carisma, é passar emoção, é esquentar corações. Certa feita conversava sobre isto com um grupo de pessoas em minha casa, disse-lhes o que achava e que esta qualidade de passar emoção não tinha nada à ver com a beleza física ou o estatuto social da pessoa, ou com suas outras qualidades, mas só com sua alma, e citava Martim Luther King, Ghandi etc...Não acreditaram, propus-lhes um teste. Íamos escolher uma pessoa feia, de origem social dita baixa, estranha, estrangeira, isso passa-se em Portugal num local onde há sempre muita gente de toda a parte do mundo. Lembrei-me de Tim Maia, um mulato barasileiro, feio, brutamontes, de origem dita baixa, já morto, sem nenhum atributo à mais que seu enorme, enormíssimo, coração, sua alma de grande cantor, e propus o seguinte: Escolheríamos qualquer pessoa ao acaso na rua e pediriamos para que ela cantasse «Um dia de domingo». Fomos pra rua e não deu outra, quando começava a cantar: " Eu preciso te falar, te encontar de qualquer jeito..." as pessoas todas, espanhois, argentinos, portugueses evidentemente, italianos, começavam logo a cantar também, e, outras, as que não sabiam a letra, acompanhavam o som trauteando e, ainda outras (alemães, ingleses,coreanos) que efetivamente não conheciam a música,(na voz de Tim Maia) imediatamente gostavam dela, e sintonizavam-se com a canção de primeira. Isto é alma. E é o que os Alemães perderam. Onde anda aquela Alemanha de Goethe,? De Schopenhauer? De Kant, do rosacruciano Leibniz? De Nietzsche, de Heidegger ,ou mesmo de Kruger e Lubbe? A Alemanha de Mann, de Hesse? De Schiller, de Heine? De Brecht? De Bach, este divinal? De Weber, de Brahms, de Handel ou mesmo dos Tokio Hotel? O que se passa com a Alemanha?
O mal imenso que este ser que se chamava Hitler continua fazendo mesmo agora, passadas duas gerações, e que se vão completar 70 anos que perdeu o poder efetivo, e logo à seguir o mesmo tempo sobre sua morte, é assustador. Porque ainda o mal que espalha é a presença invisível, a impedir a Alemanha de assumir uma posição pró-ativa de liderança na Europa, que só a ela compete, tanto mais que a Inglaterra continua em cima do muro. Quem conhece os ilhéus sabe o que eles pensam dos do continente, é assim com todas as ilhas, até dentro de um mesmo país, não querem se envolver muito. Mais que tudo Hitler transformou a Alemanha numa coisa vaga, sem princípios, sem objetivos e sem ideais. Mas a Alemanha é a Alemanha dos grandes filósofos, dos grandes juristas, das grandes idéias e dos grandes ideais da humanidade. Não poderá continuar como se fosse um povo sem alma. Tendo perdido a espiritualidade, parece que perderam junto o próprio espírito (sua alma) não tendo razões para que este se manifeste. Sim, porque Hitler roubou-lhes a espiritualidade e condenou à todos os alemães e eles sabem disto. Porém tudo neste mundo passa, mesmo às vezes não passando para nós que nos sabemos culpados, que nos sabemos enredados.
Esta triste herança que roubou-lhes a espiritualidade, deixa castrada as lideranças pelo só efeito de se pensarem líderes da Europa que tentaram comandar à ferro e fogo. Deixará ainda de sobreaviso todos os outros povos da Europa, imaginem só os poloneses por exemplo. E os alemães sabem disto,lembram tudo isto, e por isto excusam-se. Mas é um encontro com a história. É um encontro com seu passado e com seu futuro que não poderão evitar. É preciso compreeneder e aceitar que este povo está fadado a cumprir seu destino, destino que desejou porfiar com outras razões, mas que lhe chega agora pelas melhores. Há que saber-se reencontrar com a história, há que saber aceitar o que virá..
Entretanto há solução para tudo ! Só o perdão nos converte. É preciso perdoar para perdoar-se, como é preciso pedir perdão para se ser perdoado. Se a Alemanha entender que tem de pagar o preço de sua conversão fazendo o bem de juntar em torno do projeto europeu de que faz parte, todos os demais países sem exclusão, sem presunção e sem sobranceria, então assumirá o papel que só a ela cabe por suas especiais condições como povo, por suas exepcionais qualidades de trabalho e pensamento. Porém aceitando, respeitando e amando o diferente. Porém acolhendo, convivendo e desejando o desigual e irregular, e, então, dirão como Goethe: " Nada nesse mundo nos torna mais necessário aos outros como o amor que lhes temos." Pois que a Alemanha é necessária, sobretudo por razões econômicas, mas poderá vir a ser imprescindível, se souber amar a diferença.
Esta triste herança que roubou-lhes a espiritualidade, deixa castrada as lideranças pelo só efeito de se pensarem líderes da Europa que tentaram comandar à ferro e fogo. Deixará ainda de sobreaviso todos os outros povos da Europa, imaginem só os poloneses por exemplo. E os alemães sabem disto,lembram tudo isto, e por isto excusam-se. Mas é um encontro com a história. É um encontro com seu passado e com seu futuro que não poderão evitar. É preciso compreeneder e aceitar que este povo está fadado a cumprir seu destino, destino que desejou porfiar com outras razões, mas que lhe chega agora pelas melhores. Há que saber-se reencontrar com a história, há que saber aceitar o que virá..
Entretanto há solução para tudo ! Só o perdão nos converte. É preciso perdoar para perdoar-se, como é preciso pedir perdão para se ser perdoado. Se a Alemanha entender que tem de pagar o preço de sua conversão fazendo o bem de juntar em torno do projeto europeu de que faz parte, todos os demais países sem exclusão, sem presunção e sem sobranceria, então assumirá o papel que só a ela cabe por suas especiais condições como povo, por suas exepcionais qualidades de trabalho e pensamento. Porém aceitando, respeitando e amando o diferente. Porém acolhendo, convivendo e desejando o desigual e irregular, e, então, dirão como Goethe: " Nada nesse mundo nos torna mais necessário aos outros como o amor que lhes temos." Pois que a Alemanha é necessária, sobretudo por razões econômicas, mas poderá vir a ser imprescindível, se souber amar a diferença.