sábado, 30 de janeiro de 2016

O assunto é sério demais...




Fui alertado pelo Ricardo Paes Mamede, que, no seu espaço no facebook, chamou a atenção para o problema, valendo-se de dois gráficos publicados no Expresso que está nas bancas, onde compara o aumento dos suicídios com o aumento no consumo de psicofármacos, (gráfico abaixo) fazendo correlação entre ambos. as críticas que encontrei no espaço do Mamede me inquietaram e levaram a criticar o assunto na forma que se segue aos gráficos.

(Expresso desta semana).
O assunto é sério demais para ser tratado tão superficialmente como o foi nos anteriores comentários. Vão à distribuição de sopa da Cruz Vermelha Portuguesa á noite, e vejam descer dos prédios gente com bons casacos para virem tomar uma sopinha com um sandwich, vejam a cara deles, a dor, a pobreza envergonhada, vejam o quanto lhes custa, perguntem porque estão ali e descubram que o dinheiro lhes falta, é gente aposentada, que trabalhou a vida inteira e o dinheiro não lhes chega. Contam os tostões, tomam tranquilizantes por ordens médicas, para suportarem seu dia-a-dia. Vão a uma creche na hora da recolha das crianças e perguntem às mães porque muitas tardam em vir buscar os filhos e saibam que em muitos casos é para eles estarem quentinhos mais tempo, em outros para que lhes dêem um lanche, porque em casa faltam ambos.Se já cansados e alimentados é só meter-lhes na cama. Vão às sopas dos pobres, vão aos lares de idosos, e depois escrevam suas críticas e, se tiverem coragem, digam que o Mamede é maluco... Que não há razões em comparar! E falta aí ainda um gráfico para comparar com esses outros dois, é o da perda do poder de compra.



PERDA DO PODER DE COMPRA


2015
2010                 2011        2012           2013                 2014

A curva verde são os funcionários públicos que perdem de 2010 a 2015 21,4%, caindo para 78,6% o poder de compra que tinham em 2010 que já era menos mais de 8% desde o começo da do século.

Acurva azul são os rendimentos privados que perderam no mesmo período 11,6%, ficando em 88,4%
o poder de compra se comparado com o de 2010, início do período comparativo.

Conclusão há uma lógica, e uma relação entre as diversas curvas. Quem tenha mais saber que o meu nessa área que desenvolva a análise.








   

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

20 anos sem Tom.





Como eu sempre digo: O único Tom que importa é o Jobim.


Neste nove de Dezembro de 2014 completaram-se vinte anos que morreu o meu maestro, morreu como vivia: em Tom maior. Sim no Tom da intensidade, o Tom da beleza, o Tom da pureza, foi das pessoas que conheci já com a sua idade, ainda das mais puras, pois soube guardar uma inocência quase infantil, um certo que que dava-lhe um ar de santo. Nosso conhecimento se deu por causa da minha luta em defesa da natureza, fui procura-lo, suas preocupações eram as maiores nesse campo e, como se fosse um menino me falava da natureza, nem conseguia acreditar na intensidade, e na verdade do que dizia, era ainda mais convicto, e eu que pensei em ter de convence-lo. Foi um puro!

Doe-me muito essa ausência, por isso tardo muito em terminar o artigo, já se passaram dois anos, até que pouco e pouco construí mentalmente o artigo, deveria mudar o título de de 20 para 21, vocês vejam o quanto dói, mas fica o mesmo, é o registro de um  momento, de uma sensação, de uma orfandade. Nem a tempo do nove de Dezembro de 2015 terminei, mas foi assim que se há de fazer?   Quis fugir ao pessoal, mas foi-me impossível, perdoem-me.

Em Teresópolis,  onde eu vivi mais de uma década, um amigo comum, tinha um restaurante com o nome de uma música do Tom, o Gota d'água, " faça não", que saudade, as trutas, o vinho, o papo, o retirar as espinhas às trutas era um show à parte, que o Tom olhava com o mesmo espanto toda a vez, o toalhete das mesas com a suite às trutas (Die Forelle) de Schubert (de 1817,  depois em 19 incluída no Forellenquintet D 667 Opus 114) um toque claro da personalidade do dono, que é tio do ator Edson Celulari, conversas de aquecer o coração, e cantar-se. Uma vez estive na Plataforma para pedir que ele interviesse com um telefonema para evitar uma dragagem, mesmo bêbedo (sentia sempre intensa dor pelas coisas) anota, e no dia seguinte resolve o problema com a força de seu nome. Era alguém assim, alguém que se preocupava com as coisas. E as questionava, as enfrentava, e as cantava. Agora não mais sua alegria, seu riso irônico, sua palavra contida. Quando saiu o livro da Helena fiquei a saber de muitas outras coisas que explicavam ainda outras que não havia entendido, Tom era mais que um puro, um Santo.

Hoje passados já vinte e dois anos que não posso mais contacta-lo, vinte dois anos que seu piano calou-se, não subirá mais à Mangueira, não mais tocará no Plata, onde permanece invisível, não mais estará em todas as salas de espetáculo do planeta, não mais encantará multidões, resta-nos esse vazio de sua ausência, pois sua presença era tão intensa que parecia ia durar para sempre, aquela verdade, de tão bom que era, resta-nos dizer com força e saudade, toca meu querido amigo pros anjos, encanta-os com sua bossa eternamente nova, com sua classe, com sua maviosidade, com seus acordes abençoados, abençoa-os, e com sua elegância, diviniza-os,  pois que tu és mais divino que eles, e nesse céu em que te encontras, diferentemente desse mundo em que vivemos, só a divindade conta.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Série OUTROS INÉDITOS - José Blanc de Portugal.






ESCUTANDO OS VAGIDOS DO FETO.




O Conhecimento -




O conhecimento, o saber, que representa muitas coisas, desde poder à diversão, desde viver bem às realidades paralelas, contendo tudo que há no mundo nesta rubrica, porque nem mesmo poderíamos estar discutindo essa ideia se dela não soubéssemos, se não tivéssemos conhecimento de suas múltiplas implicações, pois que o homem, desde sempre, procurou saber, procurou o saber, inclusive para isso desobedecendo ao próprio Deus.

Pois temos que o saber é poder, o saber nos dá uma profissão, o saber nos diferencia socialmente, o saber nos permite um entendimento da amplitude das coisas que sem ele não teríamos, e em sua existência, de per si, é uma grande cidade com muitos edifícios, como os das diversas ciências, os das  diversas artes, os edifícios dos diversos entendimentos e das diversas percepções, manifestos cada um como um universo contido no universo maior do saber lato senso.

Porém o saber se desdobra na sua própria evolução, como na nossa, em três estágios que o estruturam, e nos estruturam, porque ele é em nós como nós somos nele, como Deus, como imponderável que é. Esses três estágios os definiram, no entendimento francês clássico, muito bem: 1º Saber, 2º Saber fazer, 3º Fazer saber (Savoir, Savoir-faire et Faire-savoir) e formam e conformam todo o paradigma  da construção do nosso entendimento, bem como do edifício maior, ou da cidade como eu a chamei, do próprio saber, de todo o saber, o saber que não resulta em saber fazer, para, institucionalizando-se, fazer saber, como sua meta final, e, internando-se no processo de sua propagação que, fechando o ciclo, volta a se construir e se ampliar e com isso se reconstruir, nesse eterno círculo que não se extingue em si mesmo, porque não se congratula nesse processo, apesar de se alimentar dele, pois é mais exigente e tem método, e, com isso é abstração, o que prescinde de sua manifestação e existência, atendendo a um nominalismo, com o qual podemos afirmar: "No princípio era o verbo." Porém esse saber só se realiza no saber fazer, o que carece de empirismo, levando-nos ao realismo para dar corpo as ideias, nos dois sentidos da expressão, espiritual e material. E a discussão dessas duas correntes se anulam e torna-se oca, pelo entendimento da mesma afirmação: "No princípio era o verbo." Porque, abandonando a abstração e tomando corpo real, é o mesmo verbo que resolve o problema do conhecimento, e nem haveria conhecimento sem o verbo, e esse só se manifesta na inteligência, que é o entendimento lúcido ou como queria Blanc de Portugal:  "A inteligência é o saber conhecer..." E esse saber conhecer é ao mesmo tempo alfa e ômega, porque ao mesmo tempo que é objetivo último do processo do saber, conformando um quarto e último estágio na sequência daqueles três que mencionei, é também um estágio precursor dos tais três estágios do saber, porém como os extremos se tocam....

Esclarecedor quanto a esse processo é o poema "Princípio", que foi anunciado como indo fazer parte das Enéadas, que afinal não integrou, Enéadas, este conjunto de nove novenas em que Blanc de Portugal, tão possuído do nove começa com a palavra Maianga que é um dos nove municípios de Luanda, eis a mística, onde a ignorância local merece o reparo fatal do poeta: " ...cidade sem fontes..." que é para indagarmos: Onde se irá beber? E onde não se bebe não há vida...  Africa que cria outra alma no poeta, como o Brasil que ainda outra alma sua, mas vamos ao "Princípio":

"Tudo era sem nome do que hoje sabenos
Tudo era o que era e não palavras
Signos ou sinais
Não faziam de coisas
A Poesia era e nada mais.

Em tempos que hão-de vir a criação reinava;
a fábrica do mundo resfolegava
E eu
Homem,
Sonhava, dormia e contava (*)
Não escrevendo poemas mas enumerando
Tudo o que era e nada mais.

Vi criar-se o mundo e voltando a hoje
esse futuro é já o meu passado."

(*) Creio ser cantava e não contava.


A morte -

Temos então que esse "saber conhecer" a  que José Blanc de Portugal se refere e nos explica ser " um método de trabalhar para chegar ao saber puro." completando: " Não se trata de uma coisa em si, mas antes de um operador." E o operador é o que promove o processo, princípio e fim, pois conjuga todo o sistema, e o realiza, o manifesta e o conclui. Maravilha das maravilhas,  síntese de entendimento, perfeita compreensão, mas que fica sujeita, como tudo, às circunstâncias, e a circunstância central do homem é seu grau de liberdade para entender, porque somos prisioneiros de muitas limitações no processo de entendimento, e entender exige liberdade, liberdade para aceitar, liberdade para se sintonizar, porque todo o processo lida com energias muito finas, as mais difíceis de alcançar, liberdade de se elevar a altura do conhecimento que se vai revelar, e quando se lida com o desconhecido é absolutamente necessário elevação para aceitar o que virá, e não podemos estar presos a um entendimento restrito, a uma percepção restrita, a uma realidade restrita, essa da cidade que todos os dias construímos. Blanc de Portugal nos lembra; "Uns pensam que a vida acaba com a morte; outros consideram que só depois dessa passagem de estado possuirão o conhecimento que procu(ra)ram durante toda a vida." E entre uns e outros reside o mistério, essa componente que nublando as coisas, as esclarece, porque seu esclarecimento reside mesmo em sua ignorância. É como a morte, todos que a conheceram não contam os seus detalhes, ou sua forma de ser. Essa afirmação do poeta revela sua fatal e total fidelidade a esse princípio que é o fim de todas as coisas, pois mesmo nas notas que deixou, porque quiz pôr em palavras os sentimentos que o atravessavam no último dia do ano de 1992, o ano da morte de sua companheira de toda a vida, Helena, a mulher que, sabendo ser maior, soube o aceitar e compreender, com suas inquietações, exasperações e desvios, bem como com sua grandeza, sua calma e sua preguiça, numa totalidade que o poeta soube reconhecer, e diz nesta nota, quatro pedacinhos de papel rabiscados com verdades tão eternas, como uma confissão: ..." Jamais acreditei em ateus totalmente incrédulos. Tenho a firme certeza de que jamais existiram. Se chamarem aos dois acontecimentos (a morte da companheira e a estréia da neta) de que deixo aqui notícia, chamar-lhe-ão, porventura, mera coincidência. Mas como explicam as origens dessa "coincidência"? Lutamos para compreender que não há mal que não contenha bem. Ou, não haveria bem (e grifa essa palavra) distinguível se não houvesse o que classificamos de mal (e grifa também essa última palavra)." É um entendimento fiel ao "saber conhecer", porque o aceita de livre vontade, em perfeita sintonia e porque se eleva a altura do conhecimento revelado. Vejamos então  sua tradução (através de Shibata) do Sermão sobre o Zen de Tetsungen (1630 - 1682) que são as estrofes 53 e 54 de seu livro assim simplesmente intitulado: "Estrofes"

"53. Çakia (III)

Fugindo um instante à dualidade eternamente
                  Do visto e do que não se vê/..../

14. VI. 78

54. Çakia (IV)

Do Universo as aparências transformadas
                 São olhos:
    Céus e Terra manifestam
               a Lei Essencial (1)
Se um instante e para sempre abandonamos a dualidade
     do visto e do que se vê
     O mundo da lei sem limites
            É a sabedoria

14. VI. 78

(1) Invisível fundamental "


A Lei Essencial à qual o poeta manteve-se fiel até o fim, o "saber puro" a que se referia, fazendo de sua vida o processo "operador", por isto afirma na Estrofe 46:

"Não foi completa a libertação
mas um dos ínvios caminhos para ela...
lembrar o ontem é retrogradar...
Acabo de ouvir pela TV
a missa de Coja-Arganil:
Ligo-me a um universo por sua vez
parte do Universo Omnipotente Omnipresente
Bem sei que continuo um campo de ruínas
mas campo de ruínas é Roma eterna
e todas as ruínas são base
do chão que habitamos ou espezinhamos
O teu coração está onde puseste o teu tesouro"...



A vida -

Poderá haver coisa que, ao memo tempo seja tão limitadora, porque nos prende à realidade, e seja também mais inebriante, porque nos propões todas questões, que a vida? E depois de falar dos tempos, que anagrama com a fé do momento, sexta novena das Enéadas, pois que todos existimos em momento próprio, segue com "o tempo de trovões distantes" para revelar: "A LUZ IGNORADA"

" Verde, verde, a paisagem verdemente foge
  e o céu pesado alumiado a trovoadas
esconde o sol apaga o fogo e arrefece o sangue.
         Macio o tempo de trovões distantes.
         Esquece-me, esquece-me ave infanda.
Os navios d'água entram nos portos
abertos no céu a golpes de faísca
e numa luz maior
o negro da pega fatal
bebeu a luz inteira.
Falou:
- Que queres te dê eu que não conheças?
   Disse:
- A luz que deixares quando te fores.

sábado, 23 de janeiro de 2016

The most beautiful bookshop in the world.








Foto de 1906.



Could You see the most beautiful bookshop in the World?
Diagonally lost at Oporto, the magic city,
Getting this position bold
Couldn’t be more pretty...

Diagon alley recreated
Recreation it will be
To a spell be retorted
When You are there to see...

Magic shop at a magic place
Sound of a past time
Corded with a wonderful lace
It will hold You as lime...

Don’t Forget its name:
Bookshop Lello
And You’ll do the same:
In wonder will tell Oh!


sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

White Oscar (The African-american's boycott)





                                                                                        The music starts playing.



I’m dreaming of a white Oscar
Just like the ones I used to know
Where the top stars glisten
And children listen
To hear white statements at the blow.

I’m dreaming of a white Oscar
With every invitation card I write
May this day be merry and bright
And may all your Oscars be white.

I’m dreaming of a white Oscar
Just like the ones I used to know
Where the top stars glisten
And children listen
To hear white statements at the blow.

I’m dreaming of a white Oscar
With every invitation card I write
May this day be merry and bright
And may all your Oscars be white.


O silêncio cúmplice.










A dinâmica política exige que tomemos posição a cada alteração do cenário em que estamos inseridos, ou seja, exige que verbalizemos nossos pensamentos e, consequentemente, posições, e com isto assumamos essas posições e as mantenhamos. Como quem cala consente, não se pode estar calado se se é contra. Quando não o fazemos somos imediatamente cúmplices com  a nova situação que se apresenta.

O político é o seu passado, e para quem ninguém esqueça esse deve ser lembrado, aí é que se apresenta a mão de outros atores, os jornalistas, cuja função, entre outras, é lembrar o passado, apontar a incongruência, revelar a inconsistência, indicar o desvio e a mentira, forte prebenda que lhes cabe. Porém essa tarefa dá-se sempre, ou quase sempre pela revelação do que ficou registrado, e não pelo que faltou, pelo que foi omitido, 'hoc opus hic labor est'.

A omissão é conivência, e quem cala consente, e quantos são os que calam, porque é mais fácil calar, quantos são os que mudos vão seguindo como se sua voz não contasse, ou que não contam porque não se ouve sua voz. Aceitam essa situação como se se anulassem, como se se desintegrassem, tolerando tudo, ser tolerante parece boa conduta, mas tolerar é ser omisso, e já sabemos o que é a omissão e onde nos leva. Esses que calam e com isso se omitem não enganam ninguém porque não se esperava deles posição, menos ainda que se lhe exigia, porém não é assim para todos.

O processo jornalístico deve se dedicar sobre uma recolha das tergiversações, evasivas, e omissões de todos aqueles que têm responsabilidades políticas, e aponta-las, elenca-las, numa prática que todos os anos, por exemplo, indicaria as fugas de todos os responsáveis públicos em expressarem suas opiniões. Essas omissões, esse silêncio, é um ato de proteção de interesses que devem ser desmascarados.

Os políticos devem ter clara suas posições, quando as omitem, quando as não revelam, estão a enganar, os jornalistas não escrutinam essas omissões, e elas são muitas vezes mais reveladoras do que o que fica dito, porque nessas franjas estão os comprometimentos, evitando manifestarem-se sobre uma boa quantidade de coisas, estão sendo conivente com elas, as estão sustentando com seu silêncio, seu silêncio cúmplice.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

A LIVRARIA MAIS BELA DO MUNDO.












Centenário e década da Lello & Irmão.
                                                                  


Perdida no beco de Diagon alley,
Porto, abrigo de toda magia.
É bem que se guarda ali
Toda essa maravilha.

Onde o francês do Eça
Que deu nome à livraria
Fazia  à grande promessa
De êxito toda sua cortesia

À sombra da torre cresce, 
E cria grande progresso
Sobe sempre, nunca desce
É sucesso, sucesso!

A Chardron de Lello e seu irmão
Já onde as Carmelitas passavam
Saudade de um tempo são
Quando as Editoras pululavam

Em 1906 no 13 de Janeiro feliz
Era a mais bonita livraria do país
Hoje volvidos 110 anos 
Tem lugar mais rotundo
É a mais bela livraria do mundo !


Não tenham dúvidas do que afirma o poema. Sua classificação errada como terceira mais bonita não leva em conta que as outras duas lindíssimas livrarias não foram construídas para serem livrarias, são aproveitamentos de espaços que são lindos, que foram dois ambiente belíssimos, um era um teatro, outro uma igreja, e há também no ranking uma que é um café. Por isso não tenham dúvidas a Lello é a mais bonita do mundo!

A livraria Lello & irmão Ltda.







Centenário e década da Lello & Irmão.
                                                                  Passada uma semana...


Perdida no beco de Diagon alley,
Porto, abrigo de toda magia.
É bem que se guarda ali
Toda essa maravilha.

Onde o francês do Eça
Que deu nome à livraria
Fazia  à grande promessa
De êxito toda sua cortesia

À sombra da torre cresce,
E cria grande progresso
Sobe sempre, nunca desce
É sucesso, sucesso!

A Chardron de Lello e seu irmão
Já onde as Carmelitas passavam
Saudade de um tempo são
Quando as Editoras pululavam

Em 1906 no 13 de Janeiro feliz
Era a mais bonita livraria do país
Hoje volvidos 110 anos
Tem lugar mais rotundo
É a mais bela livraria do mundo !

Metade delas já não existem. A extinção dos vegetais é o começo da nossa.







Uma discussão antiga é a do copo meio cheio ou meio vazio, se entende com facilidade que até à metade do copo ele estará meio cheio, e que da metade até esvaziar-se, estará meio vazio, passando, em ambos os casos, para cheio e para vazio, pela ideia de bem, bastante, e muito, sendo indubitável que o divisor de águas para cheio ou vazio, bem como para tudo que exista, é a metade do que sempre existiu, e se uma determinada coisa já esgotou metade do que possuía, metade do que existia, daí em diante é sempre a descer até que acabe, ter a metade é indicador de que se perdeu uma parte igual a que ainda existe, sendo daí para frente, se as perdas persistirem, um processo contínuo para que essa determinada coisa acabe de vez.

Logo a partir daqui, do meio, da metade, é sempre em contagem regressiva até a extinção. De cada duas árvores que existiam no planeta, agora só há uma. Esse é o princípio do fim, não só do fim das árvores, elementos cruciais da vida no e do planeta, seus mais antigos seres vivos ainda existentes, memória de passado importante, registro de tempos onde imperavam os vegetais, símbolos de grandeza e altaneria, polos de estatura e pujança, temos, por outro lado, quando um biólogo olha para uma árvore, mais que a árvore vê um repositório de forças que libertas são perigosas à vida, porque dela formadoras. Os elementos de formação devem se mover lentamente, quando correm céleres representam perigo. Uma árvore é uma boa combinação de Sol, solo e água estabilizados, tanto pelo que contém desses três elementos, quanto pelo que continuamente modera da ação desses três elementos. Cortar uma árvore é ao mesmo tempo liberar a quantidade de água que a árvore retinha, como não permitir mais sua acumulação, acelerando o movimento do ciclo da água, abrindo espaço para o impacto das quantidades de água que ali chovem, agora aumentadas pelo que evaporou da própria árvore, agora caindo diretamente no solo, sem o guarda chuva da copa da árvore para amenizar o impacto, o mesmo se dando com o Sol que incide naquele espaço que a árvore ocupava, e com o solo que a árvore retinha, e em que atuava e cobria protegendo-o.

Cortar uma árvore é ação de grande impacto, eliminar um grupo de árvores é abrir uma ferida no Planeta, devastar uma grande área arborizada ( um bosque, uma mata, ou uma floresta) é uma ação de morte e destruição com tal impacto assassino, que se as pessoas tivessem noção do que isso representa, da quantidade de matéria e de forças destrutivas que são liberadas com essa atitude, nunca teriam a ousadia de tocar-lhes sequer numa folha.

Como a ignorância e a falta de prudência levou a esse descalabro que desde a segunda metade de 2015, data que marcará na História da Humanidade pelas piores razões, chegamos à metade do número de árvores que haviam no Planeta, uma ideia de destruição e inconsequência, bem como início da extinção das árvores como um todo, ainda que muitas delas já tenham sido extintas individualmente como espécies, e vários tipos de cobertura vegetal também tenham sido extintos ou estejam em perigo iminente,  configurando o princípio do fim.

Demorei meses  após à notícia esperando ver a repercussão que essa teria, esperando as medidas que se iriam tomar para reverter essa calamidade. NADA! A notícia foi uma nota de rodapé no noticiário, sem que ninguém tocasse mais no assunto. Bem sei de quanta desgraça tem havido a ocupar os cabeçalhos da informação, mas ignorar o  declínio da cobertura vegetal ao ponto desta deixar de existir em sua maioria, momento crucial da preservação da vida no e do Planeta, é desconhecer o perigo que nos ameaça, é não perceber que se está decretando o fim de nossa espécie por arrasto.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Ria porque é dia (de rir)... ou não.



                                                   


                                                     18 de Janeiro - Dia internacional do riso: É pra rir ou pra chorar? (*)




Rir no dia do Riso

Rio-me desse dia
Porque nesse dia rio-me
E fazendo poesia
De algum modo vingo-me

É bom rir-se, não há dúvida,
Mas rir-se com razão
Rir por ser dia é equívoco,
É falta de opinião.

Ri-se sempre, e às gargalhadas,
Desta triste ilusão
De querer-se rir por nada
Ou fazê-lo sem intenção...



Chorar no dia do Riso

Choro por ter que rir-me
Choro por desilusão
Pois que rir-me é castigo,
Se não é minha intenção

Choro em dever rir,
Triste equivocação,
E chorando sem me rir
Mudo minha condição

Eis que choro porque rio,
Exponho esta contradição
Se há situação em que rio
Noutra choro essa canção.




Rir sem parar

Desde 6 de Novembro rio-me
Dia nacional dessa intenção
Ri tanto e tão bem, que seguiu-me
outra lição
Por continuar-me rindo
Alcancei internacionalização
Hoje 18 de Janeiro
É portanto essa dição
Iremos rindo o ano inteiro...
Irônica situação
De quem chora sem dinheiro,
Daquele que não tem tostão
E segue a rir-se sem razão...

Eis que segue compassada
Eis que impera essa ilusão
De rir-se por tudo e por nada
Rir-se sem explicação...


(*) A escolha é vossa! Duas vezes por ano dão-nos um dia para rirmos, sem bem sabermos porque, isso dá até pra chorar, faça como achar melhor, porque, agora, o resto é consigo...

Já no 28 de Abril é o do sorriso, se você for mais do tipo Monalisa, terá de aguardar 100 dias, se não ria-se já às bandeiras despregadas.



domingo, 17 de janeiro de 2016

MARAVILHA REPETITIVA.









De liberdade plena

Ninguém fere andorinhas
Ninguém mata gaivotas
Em seus voos de rainhas
Que dão muitas reviravoltas

De ares gerais

Passa, passa passaroco
Segue andorinha ligeira
Passa, passa passarão
Voa gaivota faceira

De destinos distantes

De outras terras vindas
Ou do fim do mar retornadas
Aves de muitas poisas
E de muitas outras moradas

De lugares próximos

Em nossos beirais aninhadas
Nas nossas praias passeando
Têm amenas coutadas
E nelas vão habitando

De retorno marcado

Seja na noite diária
Seja na primavera anual
Sua volta não é contrária
Seu retorno natural

De alegria inesperada

Em seu voo realizam
Vários tempos de bonança
Se com ele sintetizam
O retorno da esperança

De local imprevisto

Pelos ares cruzando
Com sua graça e sua calma
Vão assim demarcando
Outros poisos em nossa alma

De liberdade plena
De ares gerais
De destinos distantes
De  lugares próximos
De retorno marcado
De alegria inesperada
E De local imprevisto
Fazem em sua coutada
Deslumbramento sempre visto.