O blog O Olho do Ogre é composto de artigos de opinião sobre economia, política e cidadania, artigos de interesse sobre assuntos diversos com uma visão sociológica, e poesia, posto que a vida se não for cantada, não presta pra nada. O autor. Após algum tempo muitas dessas crônicas passaram a ser publicadas em jornais e revistas portugueses e brasileiros, esporadicamente.
domingo, 4 de junho de 2023
Em busca da realidade paralela IV - διαλεκτικ.
Ao Caminho entre as ideia chamamos de DIALÉTICA. A estabelecida ideia de argumentação e contra-argumentação, que só tem interesse se com ela alcançarmos algum tipo de conclusão válida e universal, posto que se específica, poderá tratar-se de uma realidade eventual, que atenda só uma narrativa preconcebida, sem reflexo na realidade, aquela que se diz paralela, e que, cqd, sabemos não existir.
TRIUVIUM
Gramática, lógica e retórica, as três ferramentas da linguagem, as três disciplinas com as quais começava o ensino universitário medieval, constituindo sua primeira parte, e que eram a base de toda a formação nas artes liberais. Era seguido do Quadruvium, completando a forma das sete artes, mas que começava sempre pela palavra, como é normal.
QUADRIVIUM
Aritmética, geometria, astronomia e música, temos aí dois pares, são duas teorias e as suas respectivas aplicações, relativas à matéria e a quantidade, que conformavam a segunda parte do ensino superior, e que eram ensinadas originalmente na Antiguidade nas Escolas gregas como a base do conhecimento, e que na Idade Média passam a ser a segunda etapa da formação universitária, que, tendo partido da linguagem, assumia o mundo exterior à mente, propondo estes dois/quatro caminhos interpretativos. Hoje ver a música como um metodo de interpretação da realidade pode parcer estranho, porém esta é, em si, a aplicação da teoria dos números, da Aritmética portanto, mas para quem bem refletir, independentemente do conhecimento do que pensavam os antigos, poderá entretanto concluir que o método musical tem muito a acrescentar ao entendimento das coisas, sobretudo se o enetendermos como harmonia, já que tudo na matéria tem sua música, uma vez que tudo vibra, tudo o que existe vibra, inclusive as expressões de ordem metafísica, mas em nenhuma podemos incluir a mentira, que expressa uma coisa que não existe, logo não pode vibrar, assim como a dita realidade paralela que é uma forma sofisticada de mentira, não pode vibrar portanto, e daí podemos concluir que não há realidade paralela.
DIÁLOGO
Sendo metodologia didática de conversação alternada, com perguntas e respostas, visa encontrar um acordo, este que será a síntese, e a conclusão do diálogo. Todo o percurso do método é o de ir-se inferindo da melhor resposta, ou no plural também, para que expliquem o fenômeno em estudo.
PROCESSO GENERATIVO
Nos processos de tentativa e erro, perseguimos hipóteses que buscam ser comprovadas, no processo generativo, onde o desempenho dos resultados buscam logo atingir os objetivos pretendidos, ou então a posição mais próxima possível deles. Onde ou há um erro inicial, ou está-se a caminho da resposta pretendida. O mesmo se passa com as Inteligências artificiais, onde esse método é absoluto, ou, como se passará em nossa mente, mesmo quando a conclusão seja errada tentamos uma conclusão geral, global, e nunca os degraus sucessivos da tentativa e erro, mesmo quando a utilizemos na prática como método de pesquisa, mas ao nivel de nossas mentes já estarão traçados caminhos mais largos, o que diferencia a realidade prática da teoria.
CAUSA E EFEITO
Descobrindo a série infindável de possibilidades, as experimentamos no intúito de determinarmos as razões de um fenômeno, estas que perseguimos como geradoras de um determinado evento. Sabemos que de uma ação resulta um determinado efeito, o que o causa é nossa busca, uma vez que da compreensão de muitos pares de ações e respostas, causas e efeitos, obtenhamos uma perspectiva alargada do fenômeno, o que nos levará à sua total compreensão quase sempre. Só um engano desde o início, poderá nos fazer acreditar numa improbabilidade, assim age a narrativa paralela que nos procura levar a acreditar num fenômeno inesistente, para impôr sua tese. Esta que não poderá ser comprovada com a repetição da experiência mor das vezes, comprovação que daria admissibilidade à narativa, se a aceitarmos, com essa admissão estabelecer-se-á a pretensa realidade, dita paralela.
TESE\ARGUMENTAÇÃO
É a ideia lançada para entender-se determinado fenômeno, e que o tenta explicar.
ANTÍTESE\CONTRA-ARGUMENTAÇÃO
A ideia contrária, para refutar a tese, e não explicar o fenômoeno, estabelecendo um diálogo que deverá resultar na compreensão, ou não, do fenômeno.
SINTESE\CONCLUSÃO-TEOREMA
Debatida a tese, comtraposta sua antítese, avaliado todo o conjunto e seus resiltados, se estabelecerá uma síntese de causa e efeito, do simples das partes estudadas, para o todo mais complexo, e deverá daí emergir o teorema, esse que deve ser demonstrado para se tornar evidente a síntese, cqd, e poder assumir a sua posição de conclusão, o desfecho dialético. Todo esse processo visa só um propósito, o entendimento da verdade
O QUE É A VERDADE?
A verdade é a propriedade de estar de acordo com a realidade, de acordo com os factos, com tudo o que é, como são também as respostas lógicas que emergem da análise dos fatos. Conclusão baseada na evidência, essa que existe em nossa realidade, e não numa imaginária que possa atender fielmente aos factos, e só a eles, posto que inserido na 'realidade' há mais que factos, há também as suas circunstâncias, estas que não se incluem na realidade imaginada, uma vez que não inclue os imponderáveis do fenômeno. Propriedade que é uma qualidade inerente, inapartável, inarredável, que não se pode afastar ou substituir daquilo que é, ou seja da realidade, essa que há, e que aqui está, e que é só uma.
O PROVÁVEL
A Antropologia cultural e a filosofia qualificam o imaginário, a realidade e a ficção de forma bem vincada, distinguindo os valores que as diferenciam, não admitindo outra concepção que não a do real, e a do possivelmente real quanto ao imaginário, e ao irreal para a ficção, excluindo outras realidades como inexistentes e inadmissíveis, portanto não aceitam realidades paralelas. Conceito que não faz o menor sentido filosófico.
"Multiverso".
Palavra não dicionarizada e conceito pseudo-científico tenta descrever um conjunto de universos possíveis. Por serem possíveis não serão prováveis, menos ainda existentes. Como o conceito inclui no conjunto o nosso universo, dá, desse modo, azo a que se possa crer numa realidade paralela, o que é, no entanto, pura mistificação.
LÓGICA
Busca determinar o que é verdadeiro, e, como sabemos, numa realidade paralela, por mais lógica que possa parecer, nada tem de verdadeiro, logo conterá sempre algo de ilógico, por mais bem engendrada que seja.
MANUTENÇÃO E SUPRESSÃO
Dois conceitos que se assentam na nossa concessão aos efeitos da realidade estudada, e nenhum cabe em realidade que não seja objetiva. Apesar de a pretensa realidade paralela poder produzir efeitos, esses não se manterão suficientemente resistentes aos processos de checagem, vindo logo a diferir da realidade.
SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
Por mais que uma determinada realidade criada, posssivelmente real, paralela como chamam-na, se vá colar ao imaginário, inclusive o coletivo, sempre acabará por desviar-se da 'realidade-real' por falta de significante, por mais significado que possa aparentar ter.
OBJETIVIDADE E SUBJETIVIDADE
A realidade paralela é estruturalmente subjetiva. Logo uma construção deficiente, e que se decomporá face a luz da objetividade, pela inevitável falta de significante.
PENSAMENTO CONTRAFACTUAL
Atribuem a Frank Lloyd Wright a afirmação: "A verdade é mais importante que os factos." penso que o arquitecto estadunidense era muito inteligente para fazer tão tola afirmação, uma vez que os factos 'são' a verdade, ou seja tem de estar em acordo com a verdade. assim como a verdade é a propriedade de se harmonizar com os fatos, logo qualquer efeito dissonante, será incompatível, o que significa que não há gradação de importância possível entre coisas equivalentes. A não ser que ele quisesse dizer com verdade a implicação dos factos, que é mais abrangnte que só os factos em si. É facto que levou um tiro, e a verdade é que morreu, poderia não ter morrido, que seria um desfecho mais feliz. Pois bem, sem esquecer o ensinamento que nos foi dado pela Graça, de que Só a verdade liberta. "Conheça a verdade e ela vos libertará." João 8:32. Luz plena de entendimento, temos que toda narrativa que encobre a verdade, é sombra, é escuridão, é engano, é isso que é a dita realidade paralela, uma vez que esta não acontece ou aconteceu, sem ser apenas imaginário, e como tal demarcado, ou ficção, é falsidade, essa que nos aprisiona, como mentira que é. O pensamento contrafactual só é válido como hipótese, como elemento da antítese, mais nada, o resto é pura mentira, o que não é expressão de nada. Só o que existe expressa alguma coisa no mundo real, o mais é o vazio, por isso não existe realidade paralela.
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