quarta-feira, 12 de julho de 2017

A criatividade dos políticos: Uma PPP encapotada.




O demissionário secretário e Estado Fernando Rocha Andrade, inventou uma PPP, que, como nada  mais pode ter esse nome, porque já 'gorou', já tem seu uso esgarçado, e pode criar revolta popular em Portugal se alguém tiver a infeliz ideia de fazer uma PPP, assim a denominando, então inventou o tal Regime de Resolução dos Ativos das Empresas, vamos ver como é, e qual serão os seus resultados:

          1. Tem um prazo de 10 anos.
          2. Gera ganhos imediatos ao Estado.
          3. Por exemplo com as 183 empresas que já aderiram, haverá um ganho de 555 milhões de euros.                          
          4. Ganhos nos primeiros três anos.
          5. E perda de 797 milhões de euros nos seguintes 7 anos.
          6. Resultado: PREJUIZO  DE 242 MILHÕES DE EUROS.
          7. Vantagem: ANTECIPAR ALGUMAS RECEITAS.
          8. Custo: 15% de juros (Juros de agiota.)
          9. Essas 183 empresas representam 0,00061 ou sejam seis décimas de milésima do universo empresarial português.

 # Imaginem se um número significativo de empresas optarem pelo regime, será um rombo sem tamanho nas contas do Estado.

  *** Pra que?

 O regime significa que as empresas podem apontar investimentos em ativos, máquinas e equipamentos, para entrar nele, pagando mais nos primeiros três anos, e lucrando com isenções nos seguintes sete. Se isso entra na cabeça de alguém. Tal qual uma PPP.

  *** Pra que?

Das empresas que logo aderiram temos que metade dos ativos em questão, 174 milhões, são da EDP, a chinesa EDP, a maior empresa do país, que até ontem era do Estado. 75% desses ativos provêm de 5 empresas, logo é algo para poucos, e, como nós sabemos, o que é para poucos só é bom para estes poucos.

 *** Para que?

Por fim temos que o criativo demissionário secretário de Estado, que sai com um ano de atraso, estabeleceu esse regime pelas caladas, e sem uma lógica muito clara. Ficou conhecida como borla fiscal.

 *** Para que???

Ora a única coisa que fica dessa história com esta insistente pergunta que não quer calar, é ela mesma: Para que?

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