O blog O Olho do Ogre é composto de artigos de opinião sobre economia, política e cidadania, artigos de interesse sobre assuntos diversos com uma visão sociológica, e poesia, posto que a vida se não for cantada, não presta pra nada. O autor. Após algum tempo muitas dessas crônicas passaram a ser publicadas em jornais e revistas portugueses e brasileiros, esporadicamente.
quinta-feira, 10 de janeiro de 2019
António Peças dá-me engulhos.
Asqueroso, abjeto, sem caráter, insensível, egocêntrico, mete-me nojo.
Há tanta gente com dedicação, empenho, gente irrepreensível mesmo. Por exemplo a Dra. Maria da Glória Amaral Bairras, não falta nunca ao trabalho, doente, de rastros, comparece, se empenha com muitas horas extras todos os dias, tão somente por seu senso de responsabilidade, com isso não goza do descanso que lhe é merecido, abre mão de muita diversão que deveria fruir, tudo por seu senso altíssimo dos encargos que abraçou. E essa Senhora é Conservadora do Registo. Sua responsabilidade é manter os serviços em dia, não atrasar o atendimento às necessidades dos utentes que buscam a proteção de um Registo Predial, e não falha. Quantos e quantos funcionários a todos os níveis cumprem com empenho e zelo suas funções. Estão em toda parte, a Dra. Maria da Glória é um exemplo que cito por conhecer de perto. Outro exemplo que parece notório, e este na área da medicina é o do Dr. Francisco Jorge, que transpira excelência e dedicação, que sempre que necessário lá estava ele a tranquilizar o público com as medidas tomadas em casos diversos, inclusive epidêmicos, sem descansar, um médico admirável, que continua seu percurso de serviço público, reformado dos serviços, mas não da sua função de médico a servir o país, agora na Cruz Vermelha Portuguesa. E esta atitude não é ocasional, é de todos e cada dia, lá estão a cumprir seu trabalho. Não posso deixar de lembrar a tripulação abnegada do helicóptero que sofreu acidente vitimando todos os tripulantes, que, apesar das condições adversas e não recomendáveis a voar, saíram para levar um doente ao hospital, gente admirável que não hesita um segundo em prestar auxílio, sem em que âmbito for cumprindo com suas responsabilidades no ativo em que se encontrem.
Porém quando a função e a ação do funcionário implica o risco para vidas humanas, então essa responsabilidade e este empenho atingem níveis altíssimos. Eu não posso conceber que uma criatura biltre e egoísta, possa ter a responsabilidades sobre vidas humanas, pondo-se a discutir o auxílio que lhe foi ordenado prestar. A recusar reiteradamente sair com o helicóptero, e transportar enfermos cujo transporte aéreo é recomendado, porque tem preguiça, porque acredita que o doente irá morrer, então, fazendo-se de Deus para concluir: pra que tentar salva-lo? Ou porque nesse dia quer ir à praça de touros, de onde nunca deveria ter saído, de sua condição de forcado para pôr em risco vidas humanas. Este senhor não é médico! No sentido do muito de abnegação e empenho que essa profissão requer. Eu pertenço a uma família de médicos, e conheço bem o sentimento que impera em quem se dedica a este ofício, e o Sr. António Peças, positivamente escolheu a profissão errada, lucrativa talvez, sobretudo para quem consegue estabelecer esquemas para estar em dois lugares ao mesmo tempo, ganhando a dobrar, mas essa criatura sem caráter nunca deveria ter escolhido fazer o curso de medicina.
Eu que conheço tanta gente dedicada, empenhada, nas mais diversas funções, gente que tenta cumprir e desempenhar-se com a mais absoluta eficiência, quase sempre prejudicando sua vida particular, mas nunca se furtando a cumprir bem as obrigações às quais está conectado, gente exemplar, e são imensa maioria, sobretudo entre os médicos. Umas "Peças" dessas são felizmente excessão, e revolta ouvir as gravações, as escusas, a aversão com sua atitude insistentemente refratária, mete nojo que exista sequer uma coisa dessas atuando como médico, indigno que é de possuir o título, e de exercer.
Recomendo também a leitura da crônica Critérios, que mostra o sentimento de opção pessoal daqueles que fizeram a escola de servir, e não de se servir no trabalho que desempenham.
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