O blog O Olho do Ogre é composto de artigos de opinião sobre economia, política e cidadania, artigos de interesse sobre assuntos diversos com uma visão sociológica, e poesia, posto que a vida se não for cantada, não presta pra nada. O autor. Após algum tempo muitas dessas crônicas passaram a ser publicadas em jornais e revistas portugueses e brasileiros, esporadicamente.
terça-feira, 31 de dezembro de 2019
Da razão que cabe a Dra. Ana Gomes, em abrir saco que os demais querem cerrado. .
Seu combate escolheu o mais negro dos temas: A Corrupção! Quem tem coragem em desafiar a escuridão dos autores desta desgraça que se alastra a todos os recantos da atividade humana, por motivações diversas, sendo a principal a Ganância?
Ela sabia, e sabe, dos riscos que corre, desde o da própria vida, até ao de ser condenada por dizer a verdade. Verdade que não agrada a ninguém, e que os poderosos não querem ver repetida. E foi logo pegar nesse assunto abominável!!! Coragem não lhe falta, bem o sabemos, mas tem marido, filhos, gente que lhe é cara, e que sabemos que toda esta gente fica exposta ao perigo, pela temerária escolha da verdade, que fez a Dra. Ana Gomes. Por isso sempre houve um silêncio cúmplice, o silêncio do medo, esse que fez também tantos mais do que se calarem, votarem a favor do corrupto, motivados pelo medo. O silêncio dos culpados. Iremos ver isso brevemente, com grande horror, no Senado Norte Americano, pelo medo dos senadores da língua do sr. Trump, e de não se reelegerem.
Se a razão cabe a Dra. Ana Gomes, deveria bastar, mas não. Apesar de sabermos que "Basta a quem baste o que lhe baste, o bastante que lhe bastar." A razão não basta, uma vez que, podemos nos interrogar: Quem terá razão frente ao irrazoável? Em todas suas acepções irrazoável é a ganância, a vontade de ter, seja a que preço for. E o final do verso do Pessoa cai como uma luva, "A vida é breve, a alma é vasta; Ter é tardar." E, estejamos atentos, que essa gente que tem muito, não tarda na vingança, na maldade, no mistificar, no aniquilar.
Tendo escolhido a temática em que ninguém pegou, saco largado à beira do caminho, assunto escondido e desprezado, minudência que corrói a sociedade, destrói seus valores, e corrompe todos os princípios nos quais se deve alicerçar, a Corrupção é o tema do qual ninguém quer falar. Brava Dra. Ana Gomes. Persistente Dra. Ana Gomes. Temerária Dra. Ana Gomes. Tenaz Dra. Ana Gomes!
Eu sempre soube do quão valorosa é esta mulher, correndo sempre por fora, outsider, contra estruturas cerradas, grupos fechados, onde nunca é bem aceita por ser do contra (e ser do contra é ser a favor da verdade, da justiça e da decência) quando nem os que têm a obrigação da prática querem ser vistos como do contra por medo, com medo das possíveis consequências, essas que tocam a todos os que não se calam, que, contra a corrente, não aceitam ser cúmplices, e a cumplicidade do silêncio está em toda parte, por que os que têm, sabem calar, sobretudo os que se lhes opõem. E como eu sempre vi nela valor, escrevi há alguns anos a crónica A Adorável Dra. Ana Gomes, mas de uns tempos a essa parte ando mesmo preocupado com a Dra. que corre todos os riscos da sua decência indómita, e, como sabemos, o "Amanhã não gosta de ver ninguém bem", é este o meu medo. Essa gente tem todo o tempo do mundo, esse que o dinheiro pode comprar, e não quererá ver bem quem os aponta, quem os denuncia. Aquele saco largado à beira do caminho, era para lá ficar, esquecido, sem alça, abandonado, nunca quererá ver seu conteúdo revelado, nunca quisera saber de que alguém o pudera abrir, e há um rol grande de cadáveres, excluídos, desempregados, entre os que se insurgiram contra os interesses ocultos, os que se escondem naquele saco maldito.
Posta a preocupação, ninguém negará que a razão está do lado da Dra. Ana Gomes, como ninguém desconhecerá que os meandros nos quais se movimentam os corruptos e corruptores, transitam da sombra para a plena escuridão, e nesse breu, mantendo o negrume e o secretismo, o perigo, espreita junto com a impossibilidade, e a insuficiência de informações (e provas) obriga a todos a não terem noção clara do que se passa, e aos que as vão buscar, sonegadas em todos os níveis que são, restará sempre em falta a arma fumegante, a prova cabal do delito, uma vez que tudo é feito às escondidas, com enorme cumplicidade, onde impera uma atmosfera de ocultação. Que só os indícios, e a riqueza inexplicável, podem apontar, e poderão incriminar afinal os culpados, ainda que todos saibamos que está ali o ladrão, que ali está o corrupto.
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