terça-feira, 1 de novembro de 2016

Parece que vem mesmo por aí, e não é o diabo.





                                                                                                                     O diabo é que nunca vem!






Além do frio, que virá, inevitavelmente por esses dias, a  recuperação econômica que, dentro da senóide do capitalismo, sendo a parte da curva que sobe, dessa vez tendo tardado mais de década e meia para tornar a subir a linha da sua manifestação, é que agora volta. E se vem vindo como parece Portugal será arrastado para cima, porque  há muita lenha ainda para queimar na economia portuguesa por suas características peculiares, suas diferenças e aspectos exclusivos, podendo se aguardar mesmo uma evolução mais que positiva dos indicadores como vem acontecendo com a confiança dos consumidores e o emprego, duas evoluções que mostram mesmo que o diabo passou longe. Outras potências têm estado mais refratárias a cavalgar a onda. O Brasil por exemplo já deveria estar em franca recuperação, e ainda nada.

 O fato é que naquele eterno sobe e desce da economia mundial, que, após os seus piques, sofre quedas continuadas até atingir mínimos que, após seu declínio máximo, retoma a subida, ainda que os períodos de tempo para essa repetição constante da evolução econômica variarem, bem como sejam muito diferentes, dependendo da crise que ocasionou a descida, como dos fatores que ocasionem a retomada, embora sua evolução seja sempre assim: desce e sobe. Por outro lado temos que foi particularmente demorado esse ciclo até que a evolução positiva se iniciasse, tendo sido uma senóide alongada pela força avassaladora da crise de 2002/8.

Crise que, em sendo duas se juntou numa pelo encadeamento maligno de suas duas componentes, a das violentas explosões de imparidades no sistema financeiro e a das dívidas soberanas por arrasto seis anos depois.  O fato é que foi uma associação destruidora, e que o processo de recuperação está sendo muito lento e demorado, e que se irá arrastar, porque a ferida causada foi muito profunda e as repercussões políticas atingiram proporções inimagináveis, roubando a confiança dos eleitores, gerando uma crise política como sua derivação mais forte, que transformou e transformará a relação político-partidária de forma tão intensa que ainda ninguém sabe onde irá parar.

Por isso o diabo é a expectativa insolente, que causando confusão e medo, reporia tudo como dantes no quartel de Abrantes, o que parece que por toda parte não se irá verificar, logo resta a adaptação, a evolução, a reestruturação, essas mudanças a que se obrigam os organismos vivos face a todas as alterações que o ambiente onde vivem sofre. Desse modo a política que tem estado mais viva que nunca, com o estabelecimento de impasses, novas ordens, e invisibilidades, sendo que nessa última componente ainda se terá de esperar anos para se poder entrever bem como tudo evoluirá, logo vive-se um momento de muita instabilidade e expectativas, que ainda guarda uma desorientação e desentendimento de como jogar o seu novo jogo, esse que se estabeleceu de forma diferente, com diferentes respostas nos diversos países, nos quais o diabo daria uma mãozinha por espalhar o medo, valorizando a velha ordem, para que todos a desejassem restabelecida, logo aguarda esclarecimento e renovação, ou não.

Como não é assim, em retrações, que as coisas se configuram, mas é seguindo seu curso e inaugurando novos equilíbrios, temos que todos aqueles que não se adaptarem rapidamente à nova ordem das coisas, serão engolidos por ela, porque seu fiel da balança, aquele fator que determina se a sociedade segue em frente, ou não,  e que com esse prosseguir da vida tudo o mais terá que a ela se adaptar, pois, ultrapassado o compasso de espera, a realidade seguiu, é esse fator que o determina claramente, é a economia, que  prosseguindo e se adaptando, obriga a tudo o mais a fazer o mesmo, porque as coisas já são outras e há que se viver com elas, e não haverá aí diabo que mude isso.

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