domingo, 29 de abril de 2018

Theybe! Será que serão?




                                                                                   Do conflito entre o sexo biológico e o emocional.



A incógnita, ao contrário do mito que é um nada que é tudo, é um tudo que é nada. Porque guardando as diversas possibilidades, ainda não se definiu. Uma escolha tardia, ou uma escolha prematura?Ambas são más, ambas padecem de uma ausência, de um vazio, de uma perda. Ao se escolher prematuramente falta a certeza das possibilidades diversas, e ao se escolher tardiamente, perde-se a oportunidade da exatidão do sentimento, da inteireza de sua manifestação. Na verdade no primeiro caso temos uma imposição, e no segundo uma aceitação. Só o ímpeto do sentimento no momento em que acontece, é capaz da plenitude, atendendo ao chamamento da sensibilidade, que, desperta, descobre sua verdadeira natureza, tudo o mais é falso, tudo o mais engana, mesmo a presença do órgão sexual, masculino ou feminino, que será inútil na medida que não case com o ímpeto, com a voz que chama, com a peculiar sensibilidade que desperta abrindo a única possibilidade, atender ao chamamento.

É perfeitamente compreensível que alguém esteja indefinido até que se decida, mas esta indefinição não é incógnita, nada há de secreto ou enigmático, a natureza lhe escolheu um sexo, aquele que ali está, portanto conhecido, e ser levado por esse caminho não evitará o reverso, posto que se é esse seu instinto, sua aptidão, nada o evitará, contudo manter o vazio, a incógnita por respeito a possibilidade do engano, a manifestação do reverso, é um equívoco incomportável.

No entanto o registo civil trocado é um ônus pesado, um obstáculo poderoso, que levou muitos ao sofrimento, por não se entender, por não se aceitar, e desse conflito, que gera imensa dor, resulta um maior sofrimento, e um maior equívoco, a escolha contra a sua natureza, contranatura, e a sua natureza expressa-se naquilo que ela sente, não no que supostamente terá determinado a nível físico, não naquilo que as aparências expressam, sejam elas a aparência física, um registo civil, ou mesmo sua genitália. Por isso é de aplaudir a legislação portuguesa recente sobre a matéria. Entretanto extrapolações como a que postulou o New York Magazine, e que o The Guardian hoje, 29 de Abril de 2018, comenta explicitando como o nascimento do gênero neutro, acabando com a ideia de bebê (baby) e introduzindo a ideia de 'sejam' (Theybe) é um equívoco, uma extrapolação muito perigosa e adúltera, porque falsifica a realidade, e forja uma plataforma para uma sociedade que nunca existiu, nem nunca existirá, porque antes de tudo o mais somos animais, e os animais têm gênero e sexo.

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