Que diferença pode fazer o pigmento da pele de alguém? Por ser claro, escuro, avermelhado ou o que quer que seja, que diferença faz para o que é esta pessoa?
Somos todos o mesmo. Na carne na quase totalidade Oxigênio, Carbono, Hidrogênio, e algo de Nitrogênio (95,2% desses 4 elementos) e pequenas quantidades de outra meia dúzia de elementos (0, qualquer coisa % de cada um) e 1,5% de Cálcio. Sendo mais de 60% água, o corpo, onde tudo junto não custa um euro, não difere em nenhum ser humano. E é assim com toda gente, sem tirar nem pôr, seja a pele de que cor fôr. Aliás essa cor é apenas uma impressão que nos causa a luz refletida, impressão que em alguns (muitos?) incomoda que a pele do outro seja de coloração diferente da que vê na sua, pode haver coisa mais despropositada? No espírito o mesmo, onde sendo todos diferentes, na combinação de informações distintas que formam o genótipo,informações inicialmente vindas do pai e da mãe que se combinam em inusitado, logo depois modulado pelas experiências que sofremos, conformando o fenótipo, o modo como somos, aquilo que somos como expressão, e neste termo toda a razão e vida de uma pessoa, pois como ela se expressar irá determinar toda sua vida, e aí o mesmo nas infinitas possibilidades, todas para todos - a escolha é de cada um. Nem carne nem espirito podem explicar esse sentimento de manifesta ignorância que se traduz em rejeitar alguém devido a cor de sua pele, esse sentimento provém de uma incompatibilidade social (ou seja aqui já não lidamos com o indivíduo apenas, mas aquilo que ele reflete do todo onde está imerso, revelando ideias que não são suas [esta ideia racismo não pode provir de um sentimento lógico interiorizado, ou seja autônomo] pois provêm da fricção colectiva, essa fricção que gera entendimentos tortuosos, porque não sendo de ninguém é de toda gente (toda gente que sofreu a diversão, o desvio de entendimento a que chamamos preconceito). A palavra é bem talhada. PRECONCEITO: Conceito prévio, ideia formada por antecipação à experiência, sem nenhum fundamento, logo parcial, e sua parcialidade é expressão plena de estupidez, porque a nenhum propósito há o que explique esse sentimento, que, de origem colectiva, se entranhou na concepção doentia do entendimento de quem o tem. E tudo o que não tem razão de ser, finalidade, ou lógica, é absurdo, despropositado. Entretanto vemos por todo o mundo essa neuropatia que se traduz em atitudes e comportamentos hostís, resultarem em ações extremas como matar o objeto desta aversão marginalizante, cuja falta de lógica se manifesta a tal ponto, que resulta na máxima e despropositada resposta sentimental que alguém pode atingir e dar: MATAR. Diretamente com premeditação, ocasionalmente pelo germe do preconceito que rejeita, repela e diferencia, ou indiretamente pela ação inconsequente do autor que acaba por levar a morte aquele que é alvo do racismo, do preconceito, da marginalização. E houve e há instituições [empresas, grupos, sociedades, e mesmo nações] que povoados desta disfuncionalidade neuropática, colectivamente responderam com ações assassinas na divergente sentimental que se traduz em comportamental apenas por irreflexão, advindo, estou em crer, de uma ilógica ancestral invisivelmente alimentada socialmente, com ideias de grupos, de família, de amizades, de partidos, que inoculam esse despropósito preconceituoso, que ganha raizes na irreflexão vivida, que ao não questionar o sentido que possa fazer esse tipo de ideia traduz-se em sentimento, irracional sentimento. Não pode haver nada mais despropositado. E à falta de discussão, orientação, ou formação filosófica, sói tanta vez se traduzir em targédia. Múltipla tragédia, uma vez que atinge muita gente de ambos os lados da perfídia, pois do lado da vítima, seus amigos, familiares, e os de seu meio, resultam afetados, como é óbvio, e do lado do autor, agora assassino, que salvo em alguma exceção, não têm consciência justificativa de sua ação, nem ele nem seus correlatos, restando-lhes o enorme vazio da estupidez, despropositada como toda.
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