quinta-feira, 2 de setembro de 2021

O CRIME DE SER MULHER.

Um Incêndio que houve. Houve um incêndio na floresta e os bichos todos puseram-se a fugir do fogo, indo em direção a um rio que bordejava a mata, com a intenção de atravesarem o rio para se porem a salvo do incêndio que consumia tudo por onde passava. Assim também fez um escorpião, seguindo a onda de animais que corriam fugindo ao fogo. Chegados à beira do rio, se atiravam nele para atravessá-lo e porem-se a salvo das chamas. Quando o escorpião chegou à margem, tendo seguido seu instinto de fugir e salvar-se, não conseguia atravessar o rio largo e com correnteza, por não saber nadar, muito menos naquelas águas movimentadas. Viu na margem o sapo que também ia atravessar o rio para evitar o fogo que se aproximava veloz. Pede então ao sapo que o leve às costas, porque não sabe nadar. O sapo nega. O escorpião perguntando a razão da negativa, e dizendo que pesava muito pouco, e que em nada iria atrapalhar o sapo, e como o sapo ia mesmo atravessar o rio era apenas uma carona (boleia) que lhe dava, sem perturbar seu destino. Responde o sapo que não é porque o possa atrapalhar, mas matar. Como? Contesta o escorpião. Me ferrando com seu aguilhão, responde o sapo. Vamos nadando e uma bela hora você me pica. Diz o escorpião: Esqueceu-se que eu não sei nadar? Se o pico, voce morre e eu também, que me afogo. E insistiu para que o sapo o ajudasse. Refletindo bem, o sapo vendo o fogo chegar perto, e sabendo que se não levasse o escorpião, ele iria ser devorado pelas chamas. Bondoso, o sapo aqueesce, e diz: Vai, trepa aí! Quando chegam ao meio do rio, o escorpião pica o sapo! Diz-lhe o sapo já nos estertores: Eu não havia dito? E agora? Agora eu vou morrer também! Diz o escorpião. Então porque fez isso ? Contesta o sapo. É mais forte do que eu, é minha natureza, não me pude conter. E morre afogado juntamente com o sapo que se afoga, paralisado pelo veneno do escorpião. A fêmea da espécie. Diz com sua sabedoria e ginga, que o Brasil deu a esta norte-americana, compositora de mão cheia, em sua graça exepcional: "A mulher é um bicho estranho, todo mês sangra" "Por isso não provoque, é cor-de-rosa choque, não provoque." Assim é, mas levou milênios para terem seus direitos reconhecidos, e uma mulher poder dizer isso. Até 1870 nem alma tinham (SEGUNDO OPINAVAM AS DIVERSAS RELIGIÕES), não tinham alma assim como os negros, logo não votavam, nem tinham direito a participação política até o princípio do XX, quando, durante o século passado, pouco a pouco, foram conquistando esses direitos nos diferentes países, sendo que em alguns países só há dez anos, já no XXI, foi que viram esse seu direito ser reconhecido (Arábia saudita em 2011), e até hoje há onde não tenham esse direito, entre outros. Os talibãs não lhes reconhecem nenhum direito, agora dizem que os irão reconhecer. Que haverá uma mulher ministra no governo que irão implantar. Será? Ao longo da história as conquistas femininas foram árduas, custou vidas (chamavam-se então sufragistas) e por todo lado queriam ver reconhecido seu direito a ser gente, e poderem votar: JÁ TINHAM ALMA! Mas tiveram que lutar muito para atingirem este objetivo. Nada lhes foi concedido docemente, tiveram de lutar, e lutar muito. Os talibãs. Como os escorpiões sua natureza é atacar, e, nada podem fazer contra isso, é mais forte do que eles. Podem até sinceramente pretendererem agir de outro modo, mas por suas crenças, sua natureza violenta, seu passado beligerante (os atuais talibãs, todos nasceram durante o desenvolvimento de suas guerras), em longas e sucessivas guerras que travaram, o que reforçou seu modo de ser. Suas crenças se não acham que as mulheres não tenham alma, se têm, são de natureza inferior. E os sapos são, preferencialmente, na visão talibã, as mulheres, que devem ser picadas. Quem viver, verá! E como não usaram burca. Quando perdeream o governo do Afeganistão os talibãs mantinham a obrigação da burca e dos pés cobertos para todas as mulheres afegãs. Tão logo puderam, as mulheres se livraram deste tremendo instrumento de tortura e humilhação - a tortura de viverem enjauladas numa vestimenta que só lhes deixa respirar e ver através de uma tela que vai dos olhos ao nariz, mas que não as deixam ser vistas, com todo o corpo coberto, inclusive a cabeça pela terrível burca, e a humilhação que isso reptresenta. Por isso as mulheres que, da primeira vez foram poucas,não usaram a burca foram severamente castigadas por essa infâmia, desta vez não. A amnistia. Desta vez não, não irão ser castigadas, porque foram já amnistitadas de terem cometido essa grave ofensa, esse terrível crime. Perdoadas entretanto, uma vez que foram amnistiadas desse terrível crime de terem nascido mulher.

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