O blog O Olho do Ogre é composto de artigos de opinião sobre economia, política e cidadania, artigos de interesse sobre assuntos diversos com uma visão sociológica, e poesia, posto que a vida se não for cantada, não presta pra nada. O autor. Após algum tempo muitas dessas crônicas passaram a ser publicadas em jornais e revistas portugueses e brasileiros, esporadicamente.
quarta-feira, 6 de março de 2024
Do mimetismo - simétrico e infinito - V da Assimetria Assintótica.
Ressalva: Assimptótico é aquilo que não se toca, como duas paralelas, mas que se encontrarão, ou pelo menos tendem para isso à medida que progridem assimptóticas. Por isso por oposição a assimptótico resolvi designar essa característica do mimetismo como infinita, dimensão que ganha mesmo ao se tornar transmissível.
Essa capacidade de tornar-se semelhante, adaptando-se para parecer com o meio em que viva, ou com espécies mais poderosas que ocorram neste ambiente, ou com as espécies em que se instalam e habitam, que, para a designarmos, fomos buscar o termo grego crítico e filosófico - mimesis - a arte da imitação e emulação, que Platão e Aristóteles consolidaram na análise aos valores da Arte, criando o termo mimetismo.
Há uma família em lepdóptera, discoberta no Brasil pela expedição do explorador e depois embaixador russo no Brasil - Georg von Langsdorff - no princípio do XIX, que guarda seu nome. Com asas quase transparentes, habitam as zonas umbrosas da floresta, ambiente de pouca luz, permitindo se confundirem, por seu aspecto e coloração, com a sombra ali reinante, fazendo um mimetismo ambiental, o mais efetivo mimetismo.
Ver com a pele e o Polimorfismo de nucleotídeo único.
Temos outras borboletas que imitam quando pousadas, asas fechadas, a flor ou ramos da planta que frequentam, e ainda outras que com as asas abertas parecem o lugar onde costumam pousar, e ainda há uma família - as Caligos - que, em que muitos de seu membros, têm olhos de coruja 'pintados' por debaixo das asas, e, quando atacadas por algum pássaro, esvoaçam tornando a coruja - que come pássaros - bem visível, desse modo espantando o inimigo, evitando destarte ser comida pelo pássaro, que foge com medo da imaginária coruja. Assim há muitos insetos que imitam outros insetos, por exemplo borboletas, vespas, besouros, que imitam outras vespas agressivas e venenosas para manterem seus predadores afastados. O desejo de confundirem-se com o ambiente é sempre muito forte. Na segunda metade do século XIX em Manchester tivemos o caso da mariposa Biston betularia, uma geometridae quase branca que pousada nos troncos brancos dos vidoeiros ficavam invisíveis. Com a fuligem causada pela revolução industrial, tudo, inclusive as bétulas, tornou-se escuro. Então as betularias também ficaram escuras, enegreceram com o ambiente em meio século, passando a ser 98% da população escura. O mundo animal está cheio de mimetismo; no ar, na terra, nas águas, doces e salgadas, onde quer que vivam, os miméticos procuram disfarçar-se.
Sempre intrigou aos cientistas como adquiriam estas capacidades de imitar, como 'viam' o que perceberam ser defensivo para sua sobrevivência, hoje sabemos que é o nucleotídeo, íntrons, que resultam numa abundância do transcrito do cortex. Tomemos o exemplo das Caligos. Certa feita estando sendo perseguida por um pássaro, e as Caligos são borboletas fortes e robustas, com grande inpulsão de vôo, passou perto de uma coruja que pegou e comeu o pássaro que a perseguia. A próxima geração de Caligo nasceu com a coruja estampada nas asas, para quando em situação semelhante a da ancestral, pudesse se valer da coruja para espantar o pássaro. É uma história incrível, mas é assim que a Natureza evolui, com registros em seu DNA. O que nos leva a percepção, essa informação invisível que por fim registramos. O que confirma que é a inconsciência que escolhe as informações que serão memorizadas. Tudo que acontece é registrado, não só na mente, como também nos genes.
Hoje os cientistas, no caso das Biston betularias, sabem que suas lagartas são capazes de 'ver' com a pele, sentem a pigmentação dos troncos e se adaptam, regulando sua pigmentação, que quando se metamorfoseiam, passa a ser a do insecto adulto. - Nada que um camaleão não faça muitas e muitas vezes quando muda de ambiente.
Ratos que não comem amendoas.
Experiências no KMPC da Universidade de Seoul, e as da Dra. Bianca Marlin, da Universidade de Columbia, provam que as alterações genéticas transmitidas para as gerações sucessivas são fruto das experiências traumáticas de seus ancestrais que foram registradas aumentando a quantidade de receptores da informação traumatizante para prevenir sua ocorrência. Assim como no extremo temos nas Caligos, a coruja como resposta à experiência traumatizante de quase ser comida por um pássaro.
A experi|encia da Dra. Marlin com ratos que eram atacados por uma corrente elétrica toda vez que comiam amêndoas, tendo transmitido a seus descendentes a informação, aumentando o número de células receptoras do odor da amêndoa em seus filhos e netos, ficando registrado que comer amêndoa era traumatizante. Essa experiência meio pavloviana é muito esclarecedora de como se formam os mimetismos, solução maxime ao problema causado pelo trauma.
Regras de interação e sincronização.
Tendo em vista que o cérebro, em absoluta consonância com a Natureza, ela mesma, é um hedonista oportunista que não perde a chance de afastar tudo que lhe possa ser importuno, e agregar tudo que possa ser proveitoso, fica claro que o cérebro, este assimétrico assimptótico, vai a estremos na busca de suas coveniências, e que as traduz em registros genáticos que transmite à descendência. Processo que confirma toda a análise que estamos fazendo nessa série.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário