quarta-feira, 14 de maio de 2025

CUIDADO: A verdade é que Não há farsa que não termine em tragédia.

Todas as vezes que a impostura prevalece, que um ato ridículo se difunde, o final é trágico. Resultante da assertiva de Karl Marx quanto ao processo histórico e sua ocorrência, ao complementar a ideia de Heguel, forjando a frase tantas vezes mal repetida, que aqui damos em sua formulação original traduzida: "A História repete-se sempre, pelo menos duas vezes..." "a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa", temos aí a conjugação de dois polos opostos das possíveis consequências do processo histórico que se verifica sempre como solução de sua ocorrência, sendo esta repetida, como podemos verificar, mas não da mesma maneira. Uma vez que todo ato ridículo atinge e ofende a quem ridiculariza, tanto como a quem a ele exposto sente o absurdo do ridicularizar. Se o processo for deixado livre, se irá espalhar ofendendo, agredindo aos que tomarem parte, e por oposição reagindo de forma grave, muitas vezes perigosa, e às vezes funesta. Sói também dar-se o inverso, a brutalidade da consequência grave ou mesmo funesta, degenera na sua repetição em ridicularia, tornando-se farsa. Entretanto cada vez mais temos processos falsos, onde sua ocorrência foi premeditadamente programada para o ridículo, este que no todo, em seu conjunto, não passou de farsa encenada, esta mesma que irá provocar reação muito intensa da parte dos afetados por ela, uma vez que ninguém aceita ser ridicularizado, ou ver sua posição ridicularizada impunemente, sem reagir. O RESULTADO costuma ser, em maior ou menor grau uma tragédia, como resposta, uma vez que reagem violentamente na maioria das vezes. Se o farsante for expressivo, e a farsa bem encenada, temos que a audiência, as testemunhas, poderá ser enganada pela situação, ou até mesmo envolvida nesta. Cada vez mais temos farsantes em toda parte encenando seus dramas, políticos, pessoais, familiares, institucionais, etcetera, com o fito de envolver os pacientes, obtendo deles apoio, dinheiro, trabalho ou coisa semelhante que lhes renda proveitos de formas várias. Cabe aqui muito bem agora a frase difundida por John Fitzgerald Kenedy, de autor desconhecido, adaptação de uma frase de Jacques Abade atribuída a Abrahan Lincoln: "Você pode enganar uma pessoa por muito tempo, algumas por algum tempo; mas não consegue enganar todas por todo o tempo." Com isso os logros sempre terminam, mais cedo ou mais tarde, e quando terminam revelam sempre seu aspecto trágico, sua face devastadora, uma vez que os dois polos tendem a se confrontar, razão do consequente desaparecimento, em quase todos os casos, do farsante. Essa ideia cômica da farsa, geralmente representada em um só ato (por razões óbvias), uma impostura encenada teatralmente com o intúito de divertir, logo se gneralizou a denominar o ato ridículo como zombaria, onde a intrujice ganhava o contorno de gozação para além da pantomima sendo que seu ponto nevrálgico era esse mesmo; apesar de que nunca iremos saber o que nasceu primeiro, se a farsa como encenação teatral, ou se a farsa como logro, inspirando-se mutuamente, um no outro certamente, sem podermos determinar qual a fonte, a ordem da ocorrência, a precedência. Fato é que ao longo dos milênios de vida em comunidade, os homens sempre instituíram, estabeleceram farsas, enganado ao amigo, ao vizinho, à família, aos seus eleitores, às autoridades, numa sucessiva pantomima indecente que vem se alargando com o decorrer do tempo. Hoje temos farsas universais, com amior ou menor calibre de engano, abandonando o caráter bulesco e popular, e mantendo o caricatural pouco visível, para uma dimensão de sucessivas narrativas políticas pretensamente credíveis, visando enganar cada vez mais gente, e se institucionalizando quando o farsante consegue atingir o poder, tendo como substrato a operacionalidade da farsa que, instituída, torna-se corpo de ideias, possibilidade angular, permitindo o desenvolvimento da mentira falseada - a farsa em si - para dar asas a sua intenção de controle da credulidade, visando sempre o lucro, para tal promovendo as narrativas misteres, alguns farsantes com grande poder para as legitimar. Eis pois o cerne de toda revolução e/ou golpe, de toda ascensão de forças oponentes ao poder a que se opõem, tomando-lhes o lugar; e de toda verdade propalada, ou de toda mentira afirmada como verdade, enquanto durar sua crença, e sua difusão. Porém, como tudo nesta vida, passa, e ao passar trará consigo a tragédia, desde a colectiva, expressa em banho de sangue, em sua versão mais abrupta e intensa; até a individual, tantas vezes ocultada, para evitar a chacota geral, até de outros que também caíramm no logro e não o irão revelar. A tragédia do engano é indissolúvel, e perdurará contra todas as desinfecções. Por outro lado "A Igreja do diabo" como no conto Machadiano, criará raízes por seu turno, reafirmo, sanitárias, que curarão, por quanto tempo forem lembradas, os logrados - tragédia íntima, pessoal, quase sempre ocultadas , mas não menos trágicas. Assim tivemos as concepções mitológicas de milhões de deuses ou das sirenes; as peças de Aristófanes, Terêncio e Plauto, depois as de Sheakespeare, Molière, Dancourt, Lesage, e as do próprio Gil Vicente; bem como, abandonando o terreno literário, temos os grandes embustes do Gigante de Cardif, da Sereia de Barnum ou do Museu Nacional da Dinamarca, do Homem de Piltdown, do big foot, muitos com identidade científica: SEMPRE A MENTIRA E O DINHEIRO. Agora, o relativismo do falso 'ministério da palavra', o do embuste, difunde-se cada vez mais, mas como todas as ondas sobre a praia, acabará por se recolher, e a tragédia sobrevirá. Quanto aos grandes engodos realisados na apostasia da verdade, que tendem a se materializar nas grandes tragédias de nosso tempo que abre cada vez mais espaço a farsantes de toda laia, pelo apoucado senso crítico das massas, que com isso comungam com os impostores, sendo igualmente culpadas. Deixo-Vos por fim para reflexão, a colocação daquele que foi "sígno de contradição", como queria o velho Simeão, "Luz dos homens" Jó 1: 4-5; aquele que veio para dar "testemunho da verdade" Jó 8:32, e poucos o ouviram, e não esqueçamos o alerta na primeira carta a Timóteo, 2-5, que ensina que Deus quer que conheçamos a verdade, quando diz: "Ai de vós, fariseus, hipócritas! Porque sois semelhantes a túmulos brumados, que por fora parecem bonitos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos, e de toda a imundície. Assim também vós por fora pareceis justos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade." (Mateus 23: 27 e 28.). Ninguém engana ninguém por qualquer justa razão.

Sem comentários:

Enviar um comentário