segunda-feira, 22 de março de 2021

A ÁGUA QUE EU BEBO.

 

                                                                                                   Para lembrar o dia mundial da água 22/3/21


A água toda deveria ser re-utilizada. Você deveria recolher a água em que lavou as frutas, ou as batatas,  para regar suas plantas. A água em que cozinhou os legumes, por exemplo, e usá-la para o arroz, para a sopa, e assim por diante. Mas é pouco. 

Todos deveriam ter em mente que sua presença no planeta pesasse o menos possível, porque o planeta é de todos, e tudo que eu desperdiçar vai fazer falta ao meu vizinho.

 E é pouco, porque esse bem é cada vez mais escasso no planeta, em três décadas metade da população do mundo não vai ter acesso a água, já escrevi um artigo sobre o tema e sobre as guerras da água, que estão aí e as pessoas não se dão conta, mas a escassez vai levar-nos a uma total transformação do modo como fazemos as coisas. Pensemos um pouco sobre isso.

A água usada, que é toda canalizada para os oceanos, muitas vezes poluindo praias e mares,  rios e canais, lagoas e lagunas, salvo a das sanitas, esse imenso volume de água residual poderia todo ser re-utilizado antes de ser mandada de volta para o ambiente, e em certas condições ambientais, por exemplo nas propriedades rurais, pode cumprir um circuito fechado que evitaria o uso de água limpa, que custa muito econômica e ambientalmente.

Com água limpa refiro-me a água potável, que requer, para ser obtida a partir das residuais, muita química, muita energia, muitos custos, enormes instalações e equipamentos. 20 % da população mundial não tem acesso a essa água (ÁGUA POTÁVEL) e outros 20 %  não a têm encanada, tendo de a ir buscar longe de casa. Ou seja hoje só pouco mais da metade dos seres humanos têm boa água, em 2015 será um quarto da população mundial, o que causará enorme pressão nos países bem abastecidos, Da Suíça ao Brasil, do Luxemburgo ao Irão, da Islândia aos EUA, à China, à Rússia e à colcha de retalho africana. E as respostas aos conflitos suscitados será muito diversa em cada caso.

Soluções misteres:     

                                A nova casa de banho (banheiros das casas particulares e hotéis).

                                Terá de haver coleta da água usada da torreira, e do banho, podendo mesmo haver um controle para a água que está sendo dispensada, se, por exemplo, for uma água usada com tintura de cabelo, seria encaminhada para o tratamento de águas residuais, porém se fosse a água de lavar as mãos, do banho, ou  com a qual se escovou os dentes, poderá ser acumulada um depósito (que existirá nas novas casas de banho) para depois servir para a descarga das sanitas, por exemplo.


                                A nova cozinha.

                                Toda a água usada nas cozinhas deveria ter encanamento próprio para que fosse encaminhada para as regas, para a lavagem de veículos, de ruas, etc, bastando para isso ser decantada. Isso pouparia bilhões de litros de água potável que são gastos todos os dias nesses misteres.


                                O velho novo comércio.

                                 Ainda que essa medida que deverá levar a abandonarmos os plásticos, e promover a embalagem em outros materiais recicláveis ou biodegradáveis seja um problema transversal hoje a todo tipo de bem e a todos os países, na água, que não deixa nenhuma 'sujeira' nos recipientes que a transportam,  essa medida é quase uma obrigação. Como era antigamente, onde o leite, os sumos, os refrigerantes, eram todos comercializados em vidro. E é algo muito simples se conseguir isso, basta uma lei mui singela, nesses termos: É vedado o engarrafamento de água (e, já agora) de todos os líquidos comercializados em que o elemento principal (acima de 60% de sua composição) seja água, só poderão ser embalados em vidro. § único: revogam-se as disposições em contrário. E tudo mudava  de pronto nos supermercados e nas mercearias, e mais que tudo na Natureza.

                               O mundo está atulhado de plástico, um produto que demora milhões de anos para se degradar, e mesmo assim, se transforma em partículas minúsculas que se mantém no ambiente, se incorpora aos animais e plantas e em nossos organismos, com péssimas consequências para a saúde, muitas ainda desconhecidas, e apesar desta terrível realidade já nos afligir a todos, uma ação bem simples, como é a de comprar água em garrafas de vidro, é praticamente impossível.

                               A água que eu bebo.

                                Por razões pessoais prefiro o consumo de água das pedras, essa maravilha da natureza que tem suas fontes no Alto Trás-os-montes (em Bornes de Aguiar), e que pode ser adquirida em vasilhames de vidro, que uma vez vazios, podem ser re-encaminhados para a origem por via de sua devolução, motivada através de uma caução por vasilhame adquirido, que é reembolsada como retorno do vasilhame. Uso esse método há vários anos, retornando os cascos, as garrafas vazias, das águas que bebi, para o supermercado, onde há uma máquina que os recebe e recolhe, emitindo os créditos do retorno, para o reembolso da caução.

                                Com a pandemia optei, como muita gente, pela compra 'on line', para manter o confinamento decretado pelas medidas governamentais. Qual não foi minha surpresa que na lista de vendas 'on line' dos supermercados só se encontram à venda as garrafas de água em plástico, não podendo ser adquirida em vasilhames de vidro. Ora, esta é uma demonstração cabal da negligência com um problema seríssimo, posto que ninguém se está  preocupando com a enorme luta que vamos ter de travar contra a monstruosa poluição que se está acumulando, e destruindo o planeta, como se não fosse esta a próxima pandemia que iremos ter de enfrentar.

                                 O descuido, o descaso, o pouco caso, a indiferença e a falta de consciência continuam, como se este pequeno gesto fosse coisa de somenos (saírmos do plástico e voltarmos ao vidro) esquecendo-se do antigo provérbio alemão que nos ensina que "o diabo mora nos detalhes".

Sem comentários:

Enviar um comentário