domingo, 6 de agosto de 2017

Revelação Audrey Hepburn!




    Está presentemente passando na RTP2 a série sobre a vida de Audrey Hepburn, que foi originalmente filmada em 2000 com o título The Audrey Hepburn story, e que tem como interprete a atriz Jennifer Love Hewitt, atriz que eu gosto, que acho bonita, que aprecio sua interpretação, e que neste ano tinha o 'physique de rôle' e a idade certa para o papel, "o papel de uma magricela" diria Audrey. Mrs Jennifer hoje tem uma filmografia vasta e vitoriosa, e é além disso escritora, diretora, produtora, cantora e compositora, logo multifacetada, com muito talento, mas é esmagada na série, pelo que lhe falta, e que era a principal característica de Audrey Hepburn, que a levou ao estrelato e a tornar-se na lenda em que se tornou: graça! Ou presença se preferirem, ou ainda carisma, como quererão alguns, não importa que nome dêem, Audrey Hepburn tinha um brilho que foi e é inimitável, e a Jennifer, coitada por mais que se esforçe, e ela se esforça, revela com um fosso abismal em comparação com o porque de Audrey Hepburn ser a lenda que é, a graça única de Audrey, que ensombra a representação de Jennifer, porque pode se representar tudo numa pessoa, seu jeito, sua fala, seu sotaque, seu físico, mas nunca se pode representar sua graça, seu charme, sua presença, seu carisma, e isso era o que tinha desmedidamente Audrey Hepburn.

O hiato presente a cada cena da série, é, por sua vez um tributo não programado a atriz. A falta constante de seu brilho único, de seu glamour, de sua graça e charme, marcam a série e mostram, ainda com mais veemência e intensidade quão inimitável foi Audrey Hepburn. Os franceses tem uma medida muito característica para avaliar o carisma, a presença de uma pessoa, dizem se sim ou não, são capazes de 'plein une photo', de 'rempli au complet une photo'. Se têm brilho para chamar a atenção, essa capacidade carismática de atrair as pessoas com sua simples presença, e era isso o que Audrey Hepburn tinha a um nível que quem queira passar por ela, chamará sobre si o vazio de não ser Audrey Hepburn.

Como Oscar Wilde  evidencia na sua peça 'A importância de ser Ernesto', uma peça "sem nenhum interesse realmente sério" como também nos informa o autor, as 'personas' que cada um usa, são escapes para diferentes realidades sociais que se apresentam, pois a força da personalidade de uma pessoa não será suficiente para o total transcurso de sua existência social, com Audrey Hepburn, se evidencia o oposto, pois que sem a força de sua personalidade, qualquer 'persona' que interpretasse, não existia, pois faltava-lhe A importância de ser Audrey! As realidades são indissociáveis de seu contexto, cada uma tendo seu pano de fundo, assim as pessoas, que são elas e as suas circunstâncias. A circunstância de ser Audrey Hepburn era encantar os demais, era ser fascinante, atração que as lentes tinham a capacidade de ampliar. Na já longa história do cinema, como na dos palcos, só outras duas divas atingiram esse estatuto, Katherine Hepburn, e Bette Davis.

Não critico a homenagem da série, mais que merecida, apenas faço notar a sombra sempre presente, o vazio que ensombra a série, porque Audrey Hepburn é inimitável.

Sem comentários:

Enviar um comentário