O blog O Olho do Ogre é composto de artigos de opinião sobre economia, política e cidadania, artigos de interesse sobre assuntos diversos com uma visão sociológica, e poesia, posto que a vida se não for cantada, não presta pra nada. O autor. Após algum tempo muitas dessas crônicas passaram a ser publicadas em jornais e revistas portugueses e brasileiros, esporadicamente.
terça-feira, 5 de dezembro de 2017
VOLUNTARIEDADE.
Dentre as atitudes mais bonitas que conheço está a de alguém oferecer-se para ajudar, "dar de si sem pensar em si" como aprendi em Rotary. Sim, eu sou voluntário, e o sou desde que me lembro de mim, voluntarioso e cheio de vontade, sempre me entreguei à tudo que achei que valia a pena, desde a defesa do meio ambiente, até a Cruz Vermelha, passando por muitas e diversas ONGs e organizações das mais estruturadas, sempre para ajudar.
Como conheço o sentimento, esse da voluntariedade, na sua acepção de ser voluntário, de oferecer-se, posso falar sobre ele nesse 5 de Dezembro, que é o dia dedicado ao voluntário internacionalmente, essa forma de sentir para além de si, de reconhecer no outro o irmão, aquele que próximo passa por um momento menos feliz, e deve ser auxiliado, ou a situação que a qualquer nível precise de intervenção, seja a natureza que esteja sendo agredida ou um cão abandonado, seja o planeta que corre perigo ou um profissional que busca emprego e carece de auxílio. É um sentimento mágico, creio mesmo que divino, porque dar sem nada receber, é transumano, é algo tão maior que podemos considerar divino. Só me vêm à cabeça os versos de Reinaldo Ferreira, musicados por Vasco Matos Sequeira e Artur Fonseca, para descrever a casa portuguesa, essa vertente tão pulsante em mim, no meu verbo, no meu sangue, no meu sentir, quando diz: " Fica bem essa franqueza, fica bem, que o povo nunca desmente. A alegria da pobreza está nessa grande riqueza de dar e ficar contente."
Dar e ficar contente, algo de si para consigo, um ato íntimo, um ato de amor, e poderá haver maior riqueza?
A magia do sentimento vive na sua intimidade, na sua ação volitiva que o define, pois para sentir é necessário querer, na mesma medida que para querer é necessário sentir, nessa fusão absoluta e incompreensível que define o transcendente, tudo aquilo que vai para além de nós, metafísico, transumano, como disse, transcendental, sublime, portanto divino.
Como tudo o que o homem busca é ser deus, ser como Deus, ser mais que a sua matéria que a cada momento, todos os seus sentidos mais seus sentimentos dizem-lhe que é pouco, que é insuficiente, e querendo exceder os limites do ordinário, voluntária-se, dá-se, ama, excede-se, alça-se, e brinca um pouquinho de Deus.
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