sexta-feira, 26 de julho de 2019

A velha Senhora.








Agradeço ao presidente Carlos César o afã de esclarecer o óbvio: ñ represento o PS e o q digo e escrevo só me vincula. Sendo socialista, e ñ apparatchik, não abdico de dar uso à minha cabeça... Já César, usa o q pode face a Vieira: a César, o q é de César. E viva o @psocialista! twitter.com/rtpnoticias/st…

Este o tweeter que recebi da Dra. Ana Gomes!

Comecemos pelo apparatchik, o membro do staff, do aparelho, do estamento do poder, (Aqueles que vivem do poder, pelo poder, para o poder, são tantos.), Bem ao contrário faz a Dra. Ana Gomes, por isto seu modo de estar incomoda, porque as pessoas querem a conciliação (Será a conciliação o politicamente correto?) Por esta forma de agir, já lá vão 8 anos de matança na Síria, e ninguém faz nada, por conciliação, será.

E quanto ao socialismo, do PS, e não, sabemos que há muitos socialismos; verdadeiramente sociais é que são poucos. Como aqueles que hajam e pensem por sua própria cabeça, estes, serão ainda menos. No mais é bíblico: Mateus 22, e a pergunta não referida no tweet, e ainda por responder desde Jesus, e que perdura no tempo: << Porque me experimentais, hipócritas? >>



A Dra. Ana Gomes, é uma diplomata de carreira, a mais brilhante deputada europeia na história de Bruxelas, um caráter reto como um fio de prumo. Muitas vezes realizada em sua vida, muitas vezes reconhecida, andou pelo mundo e onde esteve deixou a marca de sua verve, de seu caráter, de seu ideal. É maior que o staff do PS, é maior que os deputados do parlamento europeu, é maior que os cargos que desempenhou, não cabia neles, os ultrapassava, rasgava o fato e a dimensão proposta para ser o que quer que seja, e lançava, e lança, seus ditirambos, na profunda convicção, ideal, e de caráter, que a move.

E nesse lançar suas propostas e ideias de forma absolutamente convicta, com imenso entusiasmo, e com a enorme exaltação de seu espírito indomável, criou um divisor de águas, um profundo fosso entre o que é, ou possa ser, complacente de alguma maneira com o vicejar maligno que há em toda parte, e sua absoluta repulsa por qualquer condescendência com esse que espalham o mal no mundo. E como valente cavaleira contra os dragões, espada em punho, lança em riste, combate o bom combate, pela substância da fé, onde sua fé é a absoluta opção pelas coisas decentes desse mundo, e uma fundada intolerância com tudo que é nebuloso, mesquinho, miserável, contra a causa maior que defende, a das coisas certas, difícil luta num oceano de coisas erradas, de opções tortas e ações miseráveis e mesquinhas das águas que afogam esse mundo de meu Deus em coisas más. Oceano em que combatente solitária, já que anda essa mulher contra as raízes do mal, que, quando podem, a querem tragar. E há muitos meios de fazerem isso, posto que até com um sorriso o pretendem fazer.

A Dra. Ana Gomes, não precisa de nada disso que anda por aí a fazer para viver sua vida política, e de causas. É uma mulher consagrada mundialmente, tendo posto ordem em tudo em que se meteu, como prova o longo historial de suas lutas, o qual eximo-me de relembrar, é só verem na Net. Então o que pretende agora que já não ocupa cargos efetivos em organismos, salvo o cargo maior de seu próprio organismo, o da decência, o do bom combate, o da escolha em defender o pequeno, o marginalizado, o abusado, o excluído. Pretende não deixar de ser quem é, e isso também é muito incompreensível para muita gente. Dirão uns que pretende a Presidência da República, não haveria melhor candidata, dizem outros que pretende ser Primeira Ministra, nenhum PM poderia haver com maior censo do que é certo, primordial condição para o bom desempenho desta função. Não interessa seu futuro, e certamente não é pensando nele que faz, ou deixa de fazer a Dra. Ana Gomes seja o que for. Move-lhe o senso de justiça, outro ponto igualmente de difícil compreensão para muita gente.

Não se abalando um milímetro que seja, de onde acha que deve estar, continua sua ação, denunciando poderosos, propondo alternativas, questionando os núcleos mais consolidados de interesses. E não pensem que o faz inocentemente, a Dra. Ana é muitíssimo bem informada, e está consciente dos vespeiros em que mexe. Então porque o faz? Olhem que foi se meter contra as estrutura mais poderosas, mais corporativistas, mais tentaculares, contra as quais nenhum político ousa contrapor: o futebol, a justiça, os clubes e o sistema de informação. Será doida? Não, é apenas infinitamente brava. Intimorata, busca justiça e frontalidade, dois elementos quase sempre maquiados, que mostram a justiça possível e a verdade aceitável, e isso é muito pouco para a Dra. Ana Gomes. Porém atuar na contra-mão dos interesses, dos espaços do poder, é sempre temerário. Rezo sempre para que não lhe dêem um tiro, porque os elementos do poder com os quais mexe, são intolerantes e perigosos.

Por fim o título escolhido para a crônica, que, penso, nos pode transportar à dimensão do eterno, face daquela pessoa que não envelhece, e não envelhece, porque não cede, não se curva, não arria a giga. Põe-se a direito, e empertigada e tesa, combate como se fora um(a) jovem em começo de batalha, com todas as forças, cheio(a) de disposição, com a única atitude admissível a um caráter que não se corrompeu.

Toda vez que penso na Dra. Ana Gomes, vem-me a mente Jesus a amaldiçoar a figueira, porque não entende que algo ocupe lugar sem dar frutos, sem fazer o que lhe compete, e serão malditos todos aqueles que devem fazer algo e se eximem em fazer. E pela sua coragem indômita compreendo a explicação do próprio Jesus quanto ao poder (o verdadeiro poder que há) para fazer as coisas: <<Em verdade vos digo que se tiverdes fé e não duvidardes, fareis não só o que foi feito à figueira, mas até se disserdes a este monte: Levanta-te e lança-te no mar, isso será feito...>> 



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