Norton II, e a Nova Ordem.
<<Alguma coisa está fora da ordem
Da Nova Ordem Mundial"
"Fora da Ordem"
Caetano Veloso.
Dois bilhões e setecentos milhões no facebook, dão-lhe um império, econômico, sem dúvida, mas se irá formar o primeiro Império, ou reino, não territorial da História? Com o lançamento de uma moeda privada dentro das fronteiras do império Facebook, 2.700.000.000 de seres humanos, que é de fato um número assustador, quase um terço da Humanidade, que estaria automaticamente, à partida, incluído no império. Como o poderão impedir?
Cunhar moeda sempre foi um privilégio, real, nacional, ou imperial, o reino de Zuckerberg não se enquadra nesses parâmetros. Como irá, então, poder cunhar sua moeda, a libra zuckerbergiana, para circular em seu império virtual com tantos 'habitantes'?
Como sabe-se o sr. Mark Eliot Zuckerberg, é o CEO do Facebook, essa rede social que 'todos' usamos, e que tem esse número absurdo de participantes, o que fez com que se desse conta que possui um império, não territorial, o que é ainda mais abrangente, não precisa e gastar com exércitos.
Com uma moeda cunhada por uma entidade multi-nacional, e não por um país, altera-se a ordem financeira mundial, essa estrutura, que de ordem tem pouco, mas que mantém como privilégio das nações, o direito de cunhar moeda, privilégio que algumas abrem mão, para formarem grupos transnacionais, como é o caso da União Europeia, com o Euro, 26 países, ou como é o caso dos membros da Comunidade Financeira Africana, com o franco CFA, 14 países, ou os da UEMOA, União Econômica e Monetária do Oeste Africano, com 8 países. A Libra zuckenbergiana teria todo o planeta.
Como se poderá parar o Sr. Zuckenberg? Não existe entidade financeira que regule, ou controle as emissões de moeda, nem legislação que determine, como exclusividade emissora, o privilégio das nações, que nos três casos em que abriram mão de uma emissão nacional, o fizeram em troca de alcançar maior poder por se agruparem. O ineditismo de uma empresa transnacional em pretender o mesmo, nunca houve, e a arguição de vontade emissora particular, que sempre se viu desde que alguns bancos detiveram esse privilégio, e que se foi mantendo, ainda havendo hoje mais de 4.000 moedas privadas em 36 diferentes países, perigosa exceção que nunca foi extirpada, assim como as criptomoedas que se criaram e estão aí em circulação, um absurdo que nunca se procurou conter, pagarão o preço da incúria.
Com esta liberalidade obtusa, e o tiro certeiro do sr. Zuckemberg, o mundo será lançado num total desregramento, que se dará em crescendo, com o continuado aumento das criptomoedas, e que explodirá, se permitirem o lançamento da libra zuckbergiana, ou do Face como entidade emissora.
A verdade é que muito pouco se pode fazer com as regras atuais para se impedir o sr Zuckemberg. Só na ONU poderá nascer um movimento que possa pôr de acordo 'todos' os países do mundo, quanto ao privilégio do poder emissor, e, com isto, inclusive acabar com as 4.000 moedas privadas existentes. Os países poderão se apoiar em fatos históricos, e na tradição, para que, por más razões, não se venha alterar a ordem pouca que nos foi legada pelos que noa antecederam nesse planeta azul. Ou iremos todos cantar como Caetano, mas sem saber porque.
Annals of TechnologyFacebook’s Audacious Pitch for a Global Cryptocurrency
Libra promises a way for the unbanked people “who need it most” to move money across the world, but will it simply consolidate the power of the already powerful?
By Sue Halpern
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