Momentum es
Eu sou uma casa
escura, vazia
Em que o poema vem
ter comigo
Enche-me de luz
E eu sendo assim como
abrigo
Acolho-o, e ele
faz-se, se traduz
Rebordo de um
sentimento
Apresentação de uma
possibilidade
Fazendo-se de momento
Infinita desigualdade
Manifestação absoluta
No meu eu coxo
Falto, incompleto
Que por breve instante
Torna-se repleto
Cheio de maravilha
Sinfonia que se
manifesta
Alegria que fervilha
Fazendo de mim a
festa
Regozijo de uma
presença
Nessa alma que não
presta.
Que se faz perfeita e
densa
E se pode querer
destra
Uma coisa bem pequena
Uma esperança que me
resta
Que eu tenha uma
novena
Em desejo que não
cessa
De fazer-me uma
empreitada
De poder fazer a
festa
Com essa alma
desajeitada
Alcançar cumprir a
gesta.
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