segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Respondendo ao DN.

 

DN


O Diário de Notícias pergunta na edição de sábado 5/9: Chegou e venceu. Até onde vai André Ventura?

A resposta é só uma: até onde a estupidez vigente o levar.

E o que é a estupidez vigente? Perguntar-se-ão alguns. Vamos a isso:

A ESTUPIDEZ VIGENTE.

Vejo que as coisas acontecem como o mar à beira da praia, em ondas, que é também como se propagam as pandemias. Isso quer dizer que há um primeiro movimento que atinge uns quantos, e logo a seguir outro, e depois um terceiro, e assim, em sucessivas vagas, vai juntando sempre um maior número de gente, que, irrefletida, se vai somando a um movimento originalmente inorgânico, que adquire organicidade à medida que sua mensagem se espalha. Até aí nada de mais, todos os movimentos necessitam começar de um pequeno núcleo para se  expandirem, o problema está na estupidez. E não há nenhuma cor ideológica que a justifique, ou que sirva para a atacar, é algo além das ideologias, é o puro bom senso. 

Toda mensagem que causa divisão, que prega o ódio, que promove a fractura entre as pessoas, é estúpida, e me ponho apenas na pele daquilo que sou mais convictamente, para o afirmar, ponho-me na pele de cristão, que sabe que toda e qualquer ideia para separar as pessoas é má. 

PARTIDO.

A palavra que designa as organizações políticas formadas para agir na ordem da representação social, tem o efeito divisor quanto às ideias que perseguem, logo quanto aos programas que defendem, fracionando o corpo social, o dividindo, partindo-o, portanto o nome designa sua ação, entretanto tem de o fazer sem odiar aos dos outros partidos. "As ideias brigam, as pessoas não." E a fractura que promovam devem restringir-se exclusivamente ao campo político-social, nunca extrapolando para o do convívio, para o campo da exclusão social do outro, ou, num grau mais violento, odiar, ou desejar atingir, ou banir, ou de qualquer forma apartar o próximo (eis a palavra cristã para designar aos demais) e repudia-los por os não quererem próximos, por os odiarem.

FACADAS A DOMICÍLIO.

Devo aqui lembra que a última vez que se permitiu que houvesse um partido que pregasse o ódio contra um grupo de pessoas a história terminou com milhões de mortes de gente inocente  perpetradas por aqueles que buscavam uma solução final para estes que consideravam um problema.

 Todos os que pregam o ódio não podem estar no convívio político, e penso que partidos que têm como meta qualquer tipo de exclusão social deveriam ser impedidos de existir no espaço democrático.

Como só a estupidez vigente (repito a expressão que serve de resposta à questão do DN) pode dar prosseguimento e organicidade a grupos que pretendem o poder (meta de todo partido) com a materialização de seus preconceitos e rancores contra quem quer que seja, o que a sabedoria ao longo do tempo ensina não dever existir, como o afirma nos livros de História e nas Constituições democráticas, é mister impedir que estes existam, para que a ignorância, os ódios e os recalques de uns quantos se não possam transformar em expressão de poder pra uns poucos. (*)



(*) Como essa é uma história antiga com repercussão bem conhecida, não muita mas também não pouca, mas suficientemente perturbadora, sugiro a leitura de "A Igreja do diabo" de Machado de Assis, e após acurada reflexão, que pleiteiem as medidas condizentes.


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