6/10/1999 - 6/10/2014
Que oferecer a Amália ?
A ela ofereci minha amizade
e constantemente lhe ofereço minha saudade,
mas isto é uma coisa só portuguesa
Trecho do poema: Une valse pour Marlene, do
livro: Luzes que não se apagam.
Saudade é a palavra. Quem a conheceu bem sabe de sua presença... « Muito obrigada, Muito obrigada» e as mãozinhas no ar como a tocar castanholas.... Morreu porque parou de cantar. Parou de cantar porque não tinha mais a excelência, qualquer outro se satisfaria imensamente com aquela voz que ela ainda tinha, mas Amália não! Ela tinha tido um nível único, inigualável (e o termo não é ocasional, ou uma forma de dizer, ou de elogiar, no caso de Amália era assim, quando ela própria, não se conseguiu igualar, parou, e parando sua razão de viver acabou, e assim sua vida acabou, apagou a luz, foi isso.) Quem se pode igualar a Amália Rodrigues? O que há por aí em todo o mundo com aquela expressão, com aqueles vibratos? Não, não há, por isto a seu tempo teve o mundo a seus pés. No Japão, ninguém entendia uma palavra, e quanta gente na plateia chorou, chorou pela emoção que aquele canto passava. Única, inigualável!
Foi no milênio passado, ficou com o milênio nas coisas das memórias, não, não! Ficou e fica com as coisas do coração!
Devo um poema a Amália, ainda não consigo fazê-lo, sempre me vem um nó, o nó da saudade e vejo que vou chorar. Penso que um dia certamente vou ultrapassar isto, mas 15 anos ainda não foram suficientes, para ultrapassar o fato dela me ter honrado com sua amizade e eu saber que não posso mais ir a São Bento. Não há mais Amália...
Como estou errado! Há Amália! Toda esta ausência é ela, mais forte que nunca!
Sem comentários:
Enviar um comentário