O mundo está globalizado, sua estupidez também, mas sua justiça não. Deveria existir um Tribunal que estivesse acima dos homens, das corporações, dos governos e das nações. Não falo do tribunal divino, nem de Haia que não tem poder algum, falo de um Tribunal que pudesse impor suas decisões de Justiça a tudo e a todos, um Tribunal a que pudéssemos recorrer mesmo quando o mundo todo estivesse contra nós, e sabermos que ali encontraríamos Justiça afinal.
O Sr. Julian Assange na sequência dos vazamentos (leaks) no seu website aberto (wiki) de informações que desagradaram as mais altas fontes de poder existentes no planeta, por se referirem ao lado negro deste poder, lado este que é mantido oculto, mas que revela, quando entrevisto, quantos abusos pode fazer para manter efetivamente seus interesses operacionais, por deixar vislumbrar um rasgo da face corrupta deste poder que atua acima dos Direitos das pessoas. E a partir daí o Sr. Assange tem sido perseguido por todos os meios e modos, que não encontrando neste âmbito algo que o pudesse atingir diretamente, passou ao campo pessoal, acusando-o de um assalto sexual, fórmula infalível, porque fácil de se assacar e dificílima de se contestar.
Diferentemente de Cuba o tempo do Sr. Assange é restrito. Cuba pode aguentar um bloqueio que já dura 54 anos, com o Sr. Assange já ultrapassaram os cinquenta e quatro meses, dos quais trinta em reclusão, na pior de todas as prisões, pior, porque numa prisão formal estaria sob o escrutínio das Leis, e nesta não está, numa prisão formal ele teria territorialidade definida, e nesta não tem, e numa prisão formal teria uma sentença decretada e conheceria o tempo de sua condenação, assim é como se estivesse em Guantânamo, como se encontra, e nisto as semelhanças com a questão cubana, por isto referenciada, sua situação de bloqueio não tem prazo para acabar, estando sujeita somente ao escrutínio de seus perseguidores, só terminando a critério destes, ou por terminar seu tempo de existência neste planeta com a sua morte. Nada mais injusto e conveniente, já sabemos para quem a injustiça e para quem a conveniência.
Neste momento em que se apela à paz e à fraternidade entre os homens, e na falta total de haver recurso da condenação existencial em que se encontra o Sr. Assange, resta-nos apelar para a única condição que poderia retirar o Sr. Assange desta situação miserável, sem rei nem roque, vale dizer sem lugar neste mundo, sem critério ou jurisdição, fora da lei, fora da terra, e por tempo indeterminado, apelar à misericórdia, à complacência, à compaixão dos que possam retirá-lo desta situação inconcebível, porém sabemos quão impiedosos estes senhores podem ser.
em 4/2/16 no face disse:Como publiquei já há muito tempo no blog O Olho do Ogre o texto: 54 meses de estupidez, Wikileaks, - agora volvidos mais um ano e um mês parece haverá novidades pela positiva, mas fica o cerne do que analisava então!
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