Sem ti quem nos vai mostrar
esse caminho longe?
Quem vai dizer com a maciez
de teu canto que há um caminho, ou que há sequer uma hipótese?
Quem, como tu, terá voz morna
que nos envolva e conduza?
Guardiã de verdades
absolutas, custódia de lânguidos e longínquos sentimentos, sei quão longe pode
ser o caminho, um que vá do Alentejo a São Tome, que possa ir de teu apelido ao
teu país, sem sair do lugar Senhora de
muitos lugares . . . Ou que vá de São Vicente a Vila do Conde, do Mindelo ao
Mindelo, traço de união.
Com a tua calma absoluta, com
teus gestos lentos, teu andar pesado, tua pachorra, tua malemolência, tua
modorra mesmo no falar, tão pura e castiça expressão de tua gente, essa voz morna, na temperatura certa, agora quem?
Não sei dizer mais nada além
do que nos ensinastes com a profunda melancolia de teu ser, e em que nos deixou
a todos mergulhados:
Sodade, sodade, sodade. . .
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