Da crise da ganância à crise da estupidez!
A história começa com uma idéia bizarra, para dizer o mínimo: Agrupar hipotecas de imóveis em lotes e emitir um título de dívida negociável sobre este débito agrupado. Bizarro por que era duplicar valores de estoques existentes, criando papéis que apostavam na capacidade de um determinado grupo pagar ou não suas dívidas, criando todo um setor financeiro inexistente até então, gerado a partir do nada com o único intuito de especulação. Era uma brecha na legislação que foi aproveitada, passando-se a negociar como bons, títulos que não tinham nenhuma solidez, e que se baseavam numa promessa, gerando possibilidades de investimento enormes para um mercado sedento de oportunidades, tendo como seus promotores os maiores agentes financeiros existentes, porque todo mundo entrou na dança em busca do lucro, mesmo sabendo que estavam disponibilizando uma irrealidade, sem medo de serem felizes, mesmo sabendo que isto iria custar a infelicidade, e, muitas vezes, a vida ao investidor.( Economia de Cassino dizem uns, melhor seria dizer Finanças de Casino.) O mundo tem dinheiro à mais! Dinheiro sem lastro, dinheiro por dinheiro, dinheiro por vontade do emissor. Dinheiro pra fazer dinheiro, dinheiro para tapar buracos. Desde que a Reserva Federal norte americana descobriu que emitir pode ser um recurso que safa suas fragilidades, isto tem sido uma desgraça!
Assim foi que se criaram algumas dezenas de bilionários (atentem bem ao termo: bilionários) em detrimento de milhões de pobres que também se criaram, gente que no extremo vai passar fome, mas que todos estes, em maior ou menor grau, vão sofrer sérias restrições, desde não poder ligar o aquecedor ou comer um bife, até esquecerem-se de que existem férias ou idas ao cinema, dependendo da gravidade das restrições às quais ficarem sujeitos.
E àquelas dezenas de bilionários que se criaram, inclusive com a falência de outros bilionários (Lehman brothers por exemplo) e algumas centenas de milionários na faixa intermediária, para além da destes muitos milhões que foram empurrados para a pobreza pelo mundo fora, não aconteceu nada. Passou-se já uma década desde o começo destes eventos, e estamos aqui comemorando este fato: Uma década em que algumas dezenas de pessoas passaram a poder comprar Picassos e Monets, diamantes e Ferraris, passaram a poder deslocar-se pelo planeta em seus aviões privados, a ir para suas casas nos destinos mais fabulosos, ao preço de milhões que não podem ir na sua aldeia abraçar seus pais pela Páscoa, e nenhuma atitude foi tomada, nem mesmo uma regulamentação efetiva que impeça que uma situação similar se possa repitir. O Sr. Obama falou disto quando foi eleito já lá vão quase seis anos, e nada foi ou será feito, nada aconteceu, exceto os novos bilionários a passearem-se em seus aviões e os novos pobres a passarem fome. E continuamos expotos à sanha da ganância!
A maior crise da ganância que se teve notícia, pois exclusivamente especulativa, a de 1929 tinha uma componente econômica, isto é havia gerado riqueza, empregos, progresso, a maior ganância foi esta de 1998, pois só gerou, como disse, uns quantos bilionários contra milhões de miseráveis. Que haja ganância, que hajam brechas na legislação, que haja quem se aproveite disto, é absolutamente compreensível, que nada tenha sido feito é que não é minimamente aceitável. E é esta situação que nos leva à segunda crise, a das dívidas soberanas, que avassalou outros quantos milhões de seres humanos, porque a ganância dos mercados havia percebido a fragilidade em que se encontravam vários países por terem gasto muitos milhares de milhões na tentativa de evitar uma quebradeira geral na banca pelo mundo fora. ( Muitas vezes esses próprios bancos que geraram a situação de fragilidade dos Estados, especularam contra os seus salvadores, os Estados, com a situação em que se colocaram ao salvá-los. Parece incrível?) Assim o mundo viu a segunda crise em menos de um lustro, criando como que um efeito continuado, inibindo reações, coibindo alternativas e proibindo situações de desenvolvimento, únicas maneiras de se enfrentar, em econômia, situações de stress. ( Com as famosas fugas para frente, que vão purgando as crises.) Com a inibição desta possibilidade, entrou-se num compasso de espera, não se sabe bem do que, mas espera, já que há que se ter esperança, por um lado, e por outro dar tempo ao tempo, já que o tempo é a cura de todos os males, mesmo que em muitos casos represente a morte do doente, porém a morte é sempre uma solução, aliás a mais definitiva de todas as soluções ( morte se não antecipada, no fim do resto da vida sem opções e sem alternativas).
Tinha-se instalado então uma outra crise menos visível, mas fortemente perceptível ao se escrutinarem as relações novas criadas entre os Estados, entre as pessoas, entre as gerações, entre pobres e ricos, relações que se tornam perigosamente excludentes num salve-se quem puder, sem se darem conta que, com a globalização, estamos todos no mesmo barco e afundamos todos com ele. Que não há ricos que mantenham sua riqueza sem haver remediados que comprem seus produtos, sem haver remediados que paguem seus juros, sem haver quem lhes possa servir de mercado consumidor, porque não há mercado produtor ou financeiro sem o respectivo mercado consumidor, que com miseráveis como interlocutores, os ricos ficam rapidamente remediados e toda a estrutura se desmorona, e corremos o risco de viver num mundo onde todos sejam pobres. Era a crise da estupidez que se instalava.
Alertados para a velha máxima que a desgraça de meu vizinho é a minha futura desgraça, esboçou-se qualquer reação, que vai, muito insipientemente, tapando buracos. Enquanto todos não se aperceberem que estas poucas dezenas mudaram o mundo definitivamente, e para pior em todos os sentidos, obrigando-nos a todos a rediscutir as relações econômicas e sobretudo financeiras entre todos nós e a todos os níveis, individuais, coletivas, Estaduais, globais, ou seja entre as pessoas, entre grupos de pessoas, entre as nações e num cômpto mais abrangente as do futuro do planeta como um todo, não havendo saídas isoladas, já que, repito, estamos todos no mesmo barco. Até parece um desígnio, mas, sem outro possível caminho, é assim. A ganância e a estupidez háo que ser postas de lado por algum tempo e, por fim, terem uma visão global da situação que impõe uma solução geral, já que a todos afeta. Por enquanto os ilustres senhores responsáveis fazem de tudo para ignorar que é assim!
Assim foi que se criaram algumas dezenas de bilionários (atentem bem ao termo: bilionários) em detrimento de milhões de pobres que também se criaram, gente que no extremo vai passar fome, mas que todos estes, em maior ou menor grau, vão sofrer sérias restrições, desde não poder ligar o aquecedor ou comer um bife, até esquecerem-se de que existem férias ou idas ao cinema, dependendo da gravidade das restrições às quais ficarem sujeitos.
E àquelas dezenas de bilionários que se criaram, inclusive com a falência de outros bilionários (Lehman brothers por exemplo) e algumas centenas de milionários na faixa intermediária, para além da destes muitos milhões que foram empurrados para a pobreza pelo mundo fora, não aconteceu nada. Passou-se já uma década desde o começo destes eventos, e estamos aqui comemorando este fato: Uma década em que algumas dezenas de pessoas passaram a poder comprar Picassos e Monets, diamantes e Ferraris, passaram a poder deslocar-se pelo planeta em seus aviões privados, a ir para suas casas nos destinos mais fabulosos, ao preço de milhões que não podem ir na sua aldeia abraçar seus pais pela Páscoa, e nenhuma atitude foi tomada, nem mesmo uma regulamentação efetiva que impeça que uma situação similar se possa repitir. O Sr. Obama falou disto quando foi eleito já lá vão quase seis anos, e nada foi ou será feito, nada aconteceu, exceto os novos bilionários a passearem-se em seus aviões e os novos pobres a passarem fome. E continuamos expotos à sanha da ganância!
A maior crise da ganância que se teve notícia, pois exclusivamente especulativa, a de 1929 tinha uma componente econômica, isto é havia gerado riqueza, empregos, progresso, a maior ganância foi esta de 1998, pois só gerou, como disse, uns quantos bilionários contra milhões de miseráveis. Que haja ganância, que hajam brechas na legislação, que haja quem se aproveite disto, é absolutamente compreensível, que nada tenha sido feito é que não é minimamente aceitável. E é esta situação que nos leva à segunda crise, a das dívidas soberanas, que avassalou outros quantos milhões de seres humanos, porque a ganância dos mercados havia percebido a fragilidade em que se encontravam vários países por terem gasto muitos milhares de milhões na tentativa de evitar uma quebradeira geral na banca pelo mundo fora. ( Muitas vezes esses próprios bancos que geraram a situação de fragilidade dos Estados, especularam contra os seus salvadores, os Estados, com a situação em que se colocaram ao salvá-los. Parece incrível?) Assim o mundo viu a segunda crise em menos de um lustro, criando como que um efeito continuado, inibindo reações, coibindo alternativas e proibindo situações de desenvolvimento, únicas maneiras de se enfrentar, em econômia, situações de stress. ( Com as famosas fugas para frente, que vão purgando as crises.) Com a inibição desta possibilidade, entrou-se num compasso de espera, não se sabe bem do que, mas espera, já que há que se ter esperança, por um lado, e por outro dar tempo ao tempo, já que o tempo é a cura de todos os males, mesmo que em muitos casos represente a morte do doente, porém a morte é sempre uma solução, aliás a mais definitiva de todas as soluções ( morte se não antecipada, no fim do resto da vida sem opções e sem alternativas).
Tinha-se instalado então uma outra crise menos visível, mas fortemente perceptível ao se escrutinarem as relações novas criadas entre os Estados, entre as pessoas, entre as gerações, entre pobres e ricos, relações que se tornam perigosamente excludentes num salve-se quem puder, sem se darem conta que, com a globalização, estamos todos no mesmo barco e afundamos todos com ele. Que não há ricos que mantenham sua riqueza sem haver remediados que comprem seus produtos, sem haver remediados que paguem seus juros, sem haver quem lhes possa servir de mercado consumidor, porque não há mercado produtor ou financeiro sem o respectivo mercado consumidor, que com miseráveis como interlocutores, os ricos ficam rapidamente remediados e toda a estrutura se desmorona, e corremos o risco de viver num mundo onde todos sejam pobres. Era a crise da estupidez que se instalava.
Alertados para a velha máxima que a desgraça de meu vizinho é a minha futura desgraça, esboçou-se qualquer reação, que vai, muito insipientemente, tapando buracos. Enquanto todos não se aperceberem que estas poucas dezenas mudaram o mundo definitivamente, e para pior em todos os sentidos, obrigando-nos a todos a rediscutir as relações econômicas e sobretudo financeiras entre todos nós e a todos os níveis, individuais, coletivas, Estaduais, globais, ou seja entre as pessoas, entre grupos de pessoas, entre as nações e num cômpto mais abrangente as do futuro do planeta como um todo, não havendo saídas isoladas, já que, repito, estamos todos no mesmo barco. Até parece um desígnio, mas, sem outro possível caminho, é assim. A ganância e a estupidez háo que ser postas de lado por algum tempo e, por fim, terem uma visão global da situação que impõe uma solução geral, já que a todos afeta. Por enquanto os ilustres senhores responsáveis fazem de tudo para ignorar que é assim!
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