« Pecar contra o corpo mas não contra o espírito!»
À Charles Aznavour,
'for me, for me....formidable!'
-- 90 anos --
« E portanto sem remorsos e sem arrependimento»
Meu caro poeta, digamos inteiros e prazenteiros,
Já que não temos mais vinte anos, e temos todo o sofrimento
Dos momentos de tristeza, bem como dos alviçareiros.
Permanecem mesmo com a ablução da expiação...
«Porque vivemos nós?» os que restaram...
À busca de uma palavra, à busca de uma explicação?
Saber-se-á um dia? Ou é melhor retirar-se? Ficavas ou partias?
Desde que guardemos toda a dignidade...
Desde que não percamos a cara, mas com a idade....
Saber-se-á esconder as lágrimas «sob a máscara de todos os dias»?
O tempo de uns e de outros é diferente, como sabes!
«Os prazeres fora de moda», evaeceram-se.
Há só um ruido agora que já não parto e que já não partes....
Com os olhos meio fechados pelos quais perderam-se....
As loucuras, as orgias já não são mais
E quando o coração é uma prisão
E ficam «os dias ainda mais iguais e menos ternos»,
Para sem remorsos aceitarmos que não seremos mais...
Exceto os que, como tu, são eternos.
Espero mesmo que não tenhas esquecido nada,
Os amores, as escolhas e as lágrimas...
Os momentos sem respostas, a presença, o frêmito...
E mais que tudo a tua máxima das máximas:
«Pecar contra o corpo mas não contra o espírito.»
Morrer de amar meu caro 'chansonier', nada mais resta,
E sendo assim, porque não sei ser....
Devo, portanto, juntar-me à festa
Quando e porquanto nada mais se quer,
Que, então, neste dia te dizer
Somente: Bon anniversaire!
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