quinta-feira, 6 de setembro de 2018

A DEMOCRACIA ESFAQUEADA.







Eu detesto o Sr. Bolsonaro e tudo que ele representa, suas ideias e suas propostas, mas sou obrigado, por ser democrata, a defender seu Direito de expressar suas opiniões, ainda que não concorde com nenhuma delas.

Do momento em diante em que impedimos, seja por que meio for, a qualquer um de expressar suas ideias e opiniões, deixamos de viver em democracia. E, como sabemos, só esse regime traz a possibilidade aos diferentes de coexistirem e conviverem, tudo o mais é barbárie. Quando falece a democracia juntamente com ela falece o Estado de Direito, e toda a vida nesses termos é selvageria. A lei do mais forte traz consigo um sistema onde vigem as injustiças, porque qualquer argumento, por mais razão que tenha, está sujeito ao uso da força para ser implementado.

Quando o ativista em Juiz de Fora, tentava matar o Capitão Bolsonaro para cala-lo, não era a ele que esfaqueava, era a democracia, porque toda e qualquer exclusão, ainda mais por meios violentos, corrompe o edifício democrático, ferindo-o de morte, porque a democracia é um exercício terrível, que exige a cada um de nós aceitar o outro, para sermos aceitos. Qualquer exclusão nos exclui.

O sr. Jair nunca devera ser excluído, mesmo que o preço de lhe dar espaço, seja o risco, de num país de ignorantes, suas ideias vingarem, o que poderia acarretar um retrocesso democrático, ou mesmo o fim da democracia por um período, mas nada justifica excluí-lo, muito menos tentar mata-lo.

O capitão deveria ser calado com o voto popular, onde suas ideias esdrúxulas e anti-democráticas fossem excluídas pela não aceitação comunitária, e nunca por qualquer outro meio. Essa agressão ofende a prática do convívio democrático e esfaqueia a própria democracia, porque interrompe um processo onde sua manifestação serena dava voz aos mais diversos e contrários oponentes para que o voto, e só esse, pudesse decidir os destinos do Brasil.

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