sexta-feira, 25 de abril de 2014

A REVOLUÇÃO DO CRAVOS.- o poema.

Uma flor em cada arma. Uma mulher anônima entra na praça Onde dois lados de uma nação se enfrentam Traz consigo cravos aos molhos, os quais por graça Põe nos canos dos fuzís dos pelotões que adentram Cravos vermelhos de um Abril tardio Que dão a cor e o mote de uma Revolução feliz Numa Lisboa a por termo a um tempo vazio Refeita em esperança por si, por nós, pelo país. Aquela mulher como que enfrenta aqueles homens todos a chegar Com seus cravos da cor do sangue não derramado entre irmãos Que ali à vista deles, irremediavelmente poderiam se matar Porém confraternizam todos e vão acabar por dar as mãos. Quem será esta mulher de resolução tão certa? Que eternizada está por seus gestos bem marcantes. Acalmou a incerteza. Tornou a cidade aberta. Tornando todos irmãos naquela hora, como eram dantes. Pois que com a magia que estava no ar, Aquela florista de Abril, da verdade, e do povo Sem nada dizer, sem nada pleitear... Trouxe a primavera à Portugal de novo.





                           

Celeste Caeiro, de 79 anos, foi a mulher que fez do cravo o símbolo do 25 de abril de 1974. Trinta e nove anos depois, "Celeste dos cravos" - como é conhecida - recorda um dos momentos mais marcantes da sua vida."  JN. 25/4/13- " Não tem explicação!"


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