Celeste Caeiro, de 79 anos, foi a mulher que fez do cravo o símbolo do 25 de abril de 1974. Trinta e nove anos depois, "Celeste dos cravos" - como é conhecida - recorda um dos momentos mais marcantes da sua vida." JN. 25/4/13- " Não tem explicação!"
O blog O Olho do Ogre é composto de artigos de opinião sobre economia, política e cidadania, artigos de interesse sobre assuntos diversos com uma visão sociológica, e poesia, posto que a vida se não for cantada, não presta pra nada. O autor. Após algum tempo muitas dessas crônicas passaram a ser publicadas em jornais e revistas portugueses e brasileiros, esporadicamente.
sexta-feira, 25 de abril de 2014
A REVOLUÇÃO DO CRAVOS.- o poema.
Uma flor em cada arma.
Uma mulher anônima entra na praça
Onde dois lados de uma nação se enfrentam
Traz consigo cravos aos molhos, os quais por graça
Põe nos canos dos fuzís dos pelotões que adentram
Cravos vermelhos de um Abril tardio
Que dão a cor e o mote de uma Revolução feliz
Numa Lisboa a por termo a um tempo vazio
Refeita em esperança por si, por nós, pelo país.
Aquela mulher como que enfrenta aqueles homens todos a chegar
Com seus cravos da cor do sangue não derramado entre irmãos
Que ali à vista deles, irremediavelmente poderiam se matar
Porém confraternizam todos e vão acabar por dar as mãos.
Quem será esta mulher de resolução tão certa?
Que eternizada está por seus gestos bem marcantes.
Acalmou a incerteza. Tornou a cidade aberta.
Tornando todos irmãos naquela hora, como eram dantes.
Pois que com a magia que estava no ar,
Aquela florista de Abril, da verdade, e do povo
Sem nada dizer, sem nada pleitear...
Trouxe a primavera à Portugal de novo.
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