O preço do petróleo caiu à metade em quatro meses. É uma verdadeira guerra! Uma guerra mais que fria, muda, e silenciosa, mas com um rosto, e este rosto usa turbante: OPEP! Apesar de seus doze membros, neste organismo que visa controlar a oferta de petróleo, logicamente controlando os preços através da lei da oferta e da procura, é a sua metade mais oriental, os quatro fundadores: Arábia, Irão, Iraque e Kwait que conta, a esta, que se vieram juntar os Emirados e o Katar, conformando estes seis com turbantes controlaram a OPEP desde sempre, com os outros membros não árabes, a outra metade da OPEP, africanos e americanos, tendo havido um do sudeste asiático que já não é mais membro, em apoio e consolidação da vontade da metade árabe. Hoje a metade dominante age contra os interesses da outra metade, fazendo o inverso daquilo que justificou a sua criação: Baixa os preços de sua commoditie, certamente para susto e incredulidade das sete irmãs, numa contradição histórica, mas perfeitamente compreensível.
Desde há muito que os árabes do petróleo sabem que sua exclusiva fonte de riqueza é finita, e devem tirar dela o maior proveito enquanto o mundo não põe em prática outras alternativas para alimentar suas necessidades energéticas. Nesta ótica aumentar os preços enquanto o mundo aguentasse pagar o preço cobrado foi seu objetivo, tirando desta forma o maior proveito possível enquanto esta política de preços altos pudesse ser praticada. Com esta alta de preços a extração petrolífera em inúmeras circunstâncias em que não era economicamente viável, passou a ser. Por exemplo toda a exploração submarina que não é viável aos quarenta dólares por barril, é muito lucrativa aos cem, muitas extrações terrestres que não são viáveis aos cinquenta, ou sessenta dólares por barril, é boa aos noventa e aos cem. Assim com a subida constante dos preços orquestrada pela OPEP, tendo mesmo atingido os cento e cinquenta, valor que o mundo também não aguentava, sendo depois entendido e aceito que na faixa dos cem dólares por barril a coisa ia correr bem, e os dois lados veriam por muito tempo seus interesses atendidos. Os compradores podendo fazer uso dos derivados e com isto promover seu desenvolvimento econômico, e os produtores tirando um lucro nunca imaginado tão alto com esta média por barril: cem dólares americanos! Com isto aconteceu o tempo dos grandes investimentos e aquisições árabes, crivando-se inclusive a expressão petrodólares para explicar a fonte destes investimentos árabes por todo o mundo, mergulhando aqueles países e gentes numa opulência inaudita. O cartel de maior êxito na História da humanidade deixaria impresso nela momentos e nomes inesquecíveis, foi o embargo, foi Yamani, Amuzegar, Carlos, o chacal, etc...
A primeira das formas de se tirar proveito com o comércio do petróleo é, evidentemente, comercializando-o, ou seja continuar a vender, com lucro, e lucro quer dizer ao maior preço possível e com volume que nesta relação, preço obtido versus quantidade vendida, permita encaixar os bilhões provenientes da venda, não adianta altos preços e pouca venda. Quando o preço permite que haja extração muito mais cara que viabilize a colocação, oferta, de quantidades consideráveis que perturbam o negócio, evidentemente este preço deve ser corrigido, para menos como é óbvio, e é o que está acontecendo.
Metade da produção mundial de petróleo já levou a breca com os preços atuais, já que seu custo de extração está acima dos sessenta dólares por barril (20% acima dos 70) inviabilizando-a. Fontes como as areias betuminosas de Alberta, todas as extrações ultra profundas (Golfo do México, Brasil, Guiné) o óleo extra pesado da Venezuela, e o xisto do Texas, já são inviáveis neste momento. Já dão prejuízo as que estão sendo produzidas e ninguém vai produzir mais nada destas origens com os preços atuais. Isto significa o fim do pré-Sal, entre outras coisas.
Com a Rússia que não é membro da OPEP, e o Iraque que, pós Sadam, já quase não fala árabe, eis o porque da invasão daquele país, a somarem-se à excessiva produção desta outra metade mundial. a dos acima dos sessenta dólares de custo de produção, competindo com seu petróleo que está todo abaixo dos vinte dólares de custo de produção, os árabes da OPEP viram seu Império ameaçado, e resolveram, a contra gosto, como não poderia deixar de ser, manter sua produção aos níveis altíssimos que pode manter com um controle unificado, mantendo uma alta oferta e, consequentemente, fazendo baixar cada vez mais os preços. Para a Arábia Saudita por exemplo, isto se resolve em uma única sala, porque toda a imensa produção esta concentrada com os fluxos controlados e mapeados num único quadro, a partir do qual as torneiras podem ser abertas ou fechadas, como convier. Para pôr cobro a competição que sabe tem custos de produção no mínimo três vezes maiores que os seus, o núcleo duro da OPEP, na verdade praticamente acabando com a própria OPEP, que tem o interesse de vários de seus membros desrespeitados com estas medidas, fez baixar os preços a níveis inimagináveis, e que vieram para ficar, para acabar com a concorrência, como é o primeiro objetivo lógico a alcançar por qualquer cartel.
Como sabem a economia capitalista vive da inflação, necessita dela para manter-se, sem ela destrói-se, rompe-se, porque é sempre necessária alguma subida de preços para o capitalismo funcionar, ora, com a enorme diminuição do custo da principal commoditie do planeta, há uma tendência à diminuição geral dos preços, que se chama deflação, esfriando economias já por si frias, face das instabilidades financeiras que foram geradas por estas crises sem precedentes na História, a de 2002 e a de 2008, que podem voltar a acontecer a qualquer momento, posto que nada foi feito para coibir outro ataque dos agentes financeiros aos mercados, sendo eles os próprios mercados, nada mais pérfido! Quando os mercados foram marcados para a ordenha, e assim se encontram, tendo gerado um esfriamento geral, tendo havido uma ligeira recessão por toda parte, que não se tornou mais grave porque os governos intervieram pondo a maquineta a funcionar, e injetando somas astronômicas nas economias, para que elas reagissem. Agora, que tenuemente reagem, vem esta brutal diminuição de preços no motor das coisas (nenhum bem chega a qualquer consumidor sem petróleo hoje em dia) o que estará deixando este consumidor com mais dinheiro na carteira, pois faz cair o custo de todas as mercadorias, e, por outro lado, desestimula a economia capitalista, que, como já disse, precisa de uma constante e moderada subida de preços para se manter. Com isto temos aqui o mesmo problema de limites que falei no preço do petróleo, a diminuição lenta e gradual, dentro de parâmetros, do preço do petróleo é boa, mas esta súbita enorme diminuição, abaixo da metade, revelar-se-á fatal para toda a economia, menos para a do petróleo, porque ele é indispensável ao atual modelo de vida no planeta.
Nota: 15/4/15 a GB entra em deflação, 0,01% comparado com período homólogo de 2014 é o começo.
Em 16/2/2016 Robert J. Samuelson escreve no Washington Post: An impending recession?
Em 10/3/2016 O BCE toma medidas para evitar a deflação que se instalou em toda a Europa. Mário Dragui além de colocar o juros a 0% vai pagar aos bancos para que eles tomem dinheiro.
( Tudo como eu havia previsto, agora só falta a recessão, que já está aí, mas não é generalizada, começaremos mais fracos evidentemente.)
It’s economists vs. the stock market. Economists generally don’t forecast a recession anytime soon. The stock market does — or at least that’s one plausible interpretation of its recent roller-coaster behavior. Who’s right? We’ll know in a few months. Meanwhile, the dispute highlights the incomplete nature of the present recovery, which has lasted a long time but, to millions of Americans, still feels unsatisfactory.
Economists have long disparaged the stock market’s predictive powers. They like to quote the late Paul Samuelson (no relation to this writer), a Nobel Prize winner, who once said that the stock market had forecast nine of the last five recessions — a biting verdict on the market’s clairvoyance. It’s true that modest stock “corrections,” declines of 5 percent or 10 percent, haven’t foretold recessions. But that’s not true of bear markets, conventionally defined as declines of 20 percent or more.
Writing in Real Clear Markets, Brookings Institution economist George Perry notes that, by this standard, there have been seven bear markets in the past 50 years, and five of them have been associated with recessions. The recessions began in 1969, 1973, 1981, 2001 and 2007. Bear markets in 1966 and 1987 were not followed by recessions. Also, recessions in 1980 and 1990 were not predicted by bear markets.
A falling stock market may both reflect and cause a weakening economy. Investors and stock analysts may spot deteriorating business conditions — slowing revenue and profits, higher inflation or overinvestment in key sectors — before the general public does. Worries now center on the possible spillover effects of slower growth in China and other “emerging market” countries. Low oil prices could also force some producers to default on loans, hurting banks and other lenders.
Faltering stocks can also harm the economy directly. Eroding confidence is an obvious channel. This is related to the “wealth effect.” When shareholders — concentrated in the richest fifth of households — feel poorer, they spend less. (The opposite is also true: When a rising market makes them feel richer, they spend more.) The same is true of businesses. A declining stock market may diminish investment in machinery or buildings by making it harder to raise funds.
How does today’s market compare to these historical benchmarks?
By the Standard & Poor’s index of 500 stocks, the market’s recent peak occurred May 21 at 2,130.82. At the market’s close Friday, the index had dropped to 1,864.78, a decline of about 12 percent. This suggests that, though the economy may slow (it already has), it won’t succumb to recession. That’s usually defined as two consecutive quarters of economic contraction. However, another index is closer to the historic danger zone. The Wilshire 5000 index covers more stocks. Since its peak on June 23, it has fallen by 15 percent, representing a paper loss of $4 trillion, says Wilshire.
Still, many economists doubt we’re entering a recession. Stocks have overreacted to a few bad reports, they think. The recovery is strong enough to neutralize pockets of weakness — for example, soft exports dampened by tepid growth abroad. “The economic growth cycle remains on track,” Joseph Carson, economist for the research firm AllianceBernstein, recently told clients in a report.
Carson relies heavily on three indicators to gauge the economy’s strength — the index of new manufacturing orders from the Institute for Supply Management (ISM), reflecting the factory sector; new building permits, reflecting housing construction; and initial claims for unemployment insurance, reflecting the job market. All three, he argues, signal continued economic expansion.
The ISM index was 51.5 in January (a reading over 50 indicates expansion), and growth characterized many industries: metals, plastics, chemicals, computers and cars. Building permits have more than doubled since the trough of the Great Recession and, in late 2015, reached their second highest level since 2007. Finally, jobless claims are running below 300,000 a week — lower than before the Great Recession.
Perry agrees. He noted that last year “real” (inflation-adjusted) disposable income rose 3.5 percent and that private-sector jobs grew an average of 211,000 a month. These gains don’t “indicate a weakening economy that would call for a bear market in stocks.”
Em 10/3/2016 O BCE toma medidas para evitar a deflação que se instalou em toda a Europa. Mário Dragui além de colocar o juros a 0% vai pagar aos bancos para que eles tomem dinheiro.
( Tudo como eu havia previsto, agora só falta a recessão, que já está aí, mas não é generalizada, começaremos mais fracos evidentemente.)
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