terça-feira, 31 de julho de 2018

Em busca do tempo perdido.





"A la recherche du temps perdu" termina, em seu sétimo volume, com o TEMPO REENCONTRADO, porque o herói acaba por se voltar para outros valores da vida. Será que os professores portugueses que também andam em busca do tempo perdido, só o reencontrarão se se voltarem para valores outros que não a reposição integral de sua década perdida? (9a, 4m e 2d)

O governo tem mostrado bastante intransigência e tem dado luta ao atendimento das pretensões dessa classe trabalhadora, a reposição do tempo em que tiveram suas carreiras congeladas, ainda mais porque sabe que a concordância com o pleito, imediatamente abriria razão idêntica a outras profissões que tiveram igualmente seu direitos suspensos. Ninguém sabe como essa epopéia terminará, à firmeza de  Mário Nogueira contrapõem-se evidências orçamentais do ministro das finanças, que reforçam a queda de braços, podendo mesmo haver deriva em ambos os lados da trincheira.

Dois Mários convictos na defesa de suas pretensões, o Nogueira pelos 9a, 4m e 2d a serem restituídos integralmente, e o Centeno na intrincada elaboração desse monstro de 1000 cabeças, com legiões de hidras (de Lerna e de outros lagos mais turvos) com cabeças que se regeneram e reivindicam impossibilidade, a negar a possibilidade 9,4,2.

Para além de toda a justiça que indubitavelmente colhe e acolhe aos lesados mestres, uma solução negocial aparece como medida incontornável, para que, à mesa, as partes possam prosseguir na busca de um resultado possível para os dois lados em confronto. E essa busca nos leva novamente a Proust, com a fusão de uma trilogia com uma tetralogia, que dramaticamente se apresentam ao concurso, não para terem apenas avaliada sua dramaticidade como outrora, mas sua viabilidade como soe. O tempo reencontrado carecerá de cedências, indubitavelmente de ambos os lados, mas necessitará mais ainda de estruturação do futuro, para que seja possível obter consenso que promova justiça, na medida que se vá tornando possível o reencontro.

terça-feira, 24 de julho de 2018

AVISO: A polícia ao reter, está a deter. (João 8:32)






Wouldn't e não would. Foi uma semana de brincar com as palavras... (16/21 de Julho)

Porém para além de qualquer brincadeira, ou hipocrisia, ou falta de vergonha na cara, ficam os fatos. E os fatos deixam claro tudo que se passou. E o que se passou foi que Trump é o amiguinho de Putin, e que aceitará, por alguma razão desconhecida, os pleitos do coronel da KGB; e tivemos também o fato lamentável da polícia portuguesa deter menores, querendo fazer-nos acreditar que os retém, sofismando uma realidade insofismável.

Esta triste situação de dizer uma coisa e fazer outra, e depois querer dar aparência de verdade com o que diz, em total contradição com o que fez, rotulando-nos (a todos) de imbecis, como se a mentira que se diga possa encobrir a evidência da realidade que se vê. E desse choque entre a verdade evidente e a mentira equívoca, resulta o logro, a intenção consciente de enganar, pois que sabe ser falso o que afirma, e só o faz porque admitir a verdade é de tal sorte incriminatório, abjeto, e desprezível, que só a fantasia os pode valer na situação de exposição em que se encontram, posto que no embate entre duas ideias absolutamente opostas, ou ainda que apenas medianamente em contradição, sempre nasce alguma dúvida, e essa encobre o horror da crueza do que fizeram.

A mistificação tem essa capacidade surpreendente de iludir e encobrir em parte a verdade, a tornando menos brutal. Por isso mentem com quantos dentes têm na boca, porque da articulação do sofisma resulta menor impacto comprometedor de seus erros, pretendendo, destarte, os esconder.

O grande Eça de Queirós na "Relíquia" formula uma imagem que revela essa situação quando diz: "Sobre a nudez crua da verdade, o manto diáfano da fantasia."  onde ao mesmo tempo demonstra seu ofício de escritor, posto que sem falsear a verdade psicológica, esse deve ser sutil ao revela-la, por outro lado evoca a temática central de seu romance, paradigma dos intrincados conflitos humanos em face de sentimentos e vontades contrariadas pela realidade.

Aí verifica-se a situação de encobrimento, que na situação dos que a querem dissimular promove o sofisma, pois que encobrem com um véu a verdade, e ao fazê-lo mentem, mistificam, falseiam, e recorrem ao duplo pecado da hipocrisia, que ao mesmo tempo que engana, o fazem para se protegerem, ocultando o pecado cometido com o outro da ocultação consciente, querendo fazer parecer que a realidade pecaminosa lhes é favorável.

Inconsciente é que se tornam, porque a confrontação da realidade reclama sua proclamação, tudo o mais é erro, é sujeição, é miséria, é prisão, por isso que o Cristo afirmando o poder libertador da verdade, nos conclama a conhece-la sempre.

sexta-feira, 20 de julho de 2018

Ilustre Calouste.





                                                                                                       Morreu há 63 anos.


E ali está ele sentado ao pé da estátua do deus falcão como que re-materializado da foto que tirou junto a estátua do próprio Hórus em sua viagem ao Egito, bem ao canto de seu jardim na sua fundação, onde estão guardados os tesouros que soube juntar ao longo de sua vida, perseguindo sempre a excelência, essa constante transversal em sua vida que o levou a apreciar só o que fosse superlativo. Um homenzinho esquisito, com uma sensibilidade tão apurada que se focava apenas no excepcional, cuja percepção do mundo, ao mesmo tempo longínqua e próxima, relativizava todas as coisas, graduando-as, as hierarquizando com tal precisão milimétrica, que raramente se afastava do essencial para perder o mínimo tempo que fosse com as coisas menores. Faraó, governava para o post-mortem, e dessa ação sua maior  realização, pois que dispôs um túmulo tão grandioso como o maior dos faraós, onde acrescenta no 'after-life', no seu após a morte, vida intensamente. Pois que na tumba onde encerrou toda sua vida acrescentou infinitas possibilidades, tanto ao fruir liberal de seus pertences, como ao desfrutar sempre redivivo de seu patrimônio como fonte de vida e execução permanente de possibilidades. Poderá alguém ambicionar mais para a eternidade?

Ali com o sorriso largo, o mais largo que se pode esperar de um faraó circunspecto, deixa-se ver pelos que passam, na sua posição de guardião, não de seus tesouros, que há outros dispositivos mais adequados para o efeito, mas de uma semente propiciatória de infinitas possibilidades, o destino dado aos recursos que amealhou, que se vão traduzindo na materialização dos sonhos de muitos, os que ali recorrem para criar novas realidades, as retirando do imobilismo das coisas sem futuro para dar-lhes presente. E nesse presente temporal vem residir o outro, dádiva em que materializa sua eternidade.

O homenzinho sistemático, meticuloso, detalhista, sempre preocupado com cada possibilidade, vem trazer vida após a morte, revendo na praça de Espanha, em Lisboa, nos terrenos da fundação, os que em Campolide, fora da muralha, tinham o Palácio da Palhavã, onde por sua vontade plantou-se um jardim que serve de muitos palcos, ele que sempre teve propensão jardineira, e que cuidou de vários jardins, agora na sua Fundação com multiplicação cotilédone de angiospermas em sucessivas frutificações, sendo já seu jardim o mundo, vai adubando múltiplas sementes que desenvolvem-se incessantemente.

sábado, 14 de julho de 2018

Rir de Rui Rio.







Tenho observado que muitos dos seus correligionários, alguns analistas, mesmo boa parte da mídia, negam o reconhecimento merecido ao atual líder social democrata, por suas declarações equilibradas, suas intenções sinceras, sua ação política franca e no superior interesse de Portugal, independentemente das repercussões que possa ter contra a necessária guerrilha política para quem faz oposição, e portanto gozam com as atitudes do líder do PSD. O Dr. Rui Rio, que nunca poderá contar com voto meu, pois só voto na esquerda, mas que sempre poderá contar com minha análise honesta, e até minha admiração a seu modo de agir, sua forma de estar, suas atitudes equilibradas, merece esse reconhecimento, e não só meu, o soberano, o povo, que sabe mais que grupos com interesses particulares, vem apreciando suas atitudes, pois de malucos e sem caráter já andamos todos fartos.

A racionalidade, a franqueza e a honestidade são sinais de dignidade, e o que se quer, é que os políticos sejam dignos, porque os indignos, tendenciosos, politiqueiros apenas, foram em tal número que já cansaram toda gente, para não falarmos dos negocistas, oportunistas e corruptos, que o são por não cuidarem de prezarem o primeiro degrau da conduta, que é manter sua dignidade intacta, usando de racionalidade, de frontalidade, de franqueza, que os caracterize como honestos, e os mantenha na senda do bom proceder, porque ao se revelaram desde sempre claros, transparentes sinceros, não irão enganar depois, não irão criar o terrível hábito de falsearem, de iludem, aparentando uma coisa e fazendo outra, se expondo plenamente e se escondendo totalmente, numa contradição que se note, ou não por ardilosa, mas que só serve a interesses escusos, porque os que assim são, o são por razões falsas, como a justiça vem revelando, e que afinal ficamos a saber todo o mal que perpetraram. E Rui Rio mostrou bem no Porto seu temperamento e suas intenções, apesar de seu trato difícil, e continua agora a mostrar que tem vergonha na cara, o que falta a tantos, que é racional, que ele não se antecipa, movido por ódios ou por interesses políticos e ações de taticismo, indo assumir posições que possam se revelar contra os interesses do país, desde que favoreçam aos interesses partidários, aos interesses políticos do momento. Temos nele um político leal, coisa que incomoda muito aos barões, viscondes e baronetes do PSD, mesmo porque muitos deles sabem que não estarão nas próximas listas, porque são de um PSD que não é o de Rui Rio, que praticam um tipo de política alheia a um verdadeiro social-democrata. (Isso tudo ficou evidente nas suas posições que renegam a estúpida reforma da Justiça da desequilibrada Paula Teixeira da Cruz, ministro da Justiça de Passos Coelho.) E por isso promovem uma guerra surda contra as suas( de Rui Rio) melhores qualidades, porque preferem os trapaceiros e trapalhões, aos contidos e falsos, aos duas caras, as que têm interesses escondidos, mesmo aos absurdos e desonestos, desde que revelem malícia política e falso carisma, essa capacidade tão necessária aos políticos para atraírem eleitorado.

Fiquei feliz por notar que a população está notando essas qualidades do ex-autarca do Porto, que vão lhe reconhecendo as virtudes, e que a direita não ficará entregue a esse ajuntamento esdrúxulo que se chama CDS-PP. Que haverá uma oposição virtuosa, tão necessária ao funcionamento parlamentar. E até que dia virá, quem sabe (?), por razões condicionantes da política, o Dr. Rui Rio será chamado a constituir  governo, não com meu voto bem entendido, mas também não para meu desgosto e desespero.

Devo ressaltar que essas risotas, essa oposição surda, parecem mesmo não afetar ao homem, que diz que é sob pressão que funciona melhor,  e, oportunamente, lembrar o adágio popular: " Ri melhor quem ri por último."

quinta-feira, 12 de julho de 2018

MUDANÇA GEO-ESTRATÉGICA.





As políticas geo-estratégicas dividiram o mundo em zonas de influência, sobretudo militares, porque olhando o mapa-mundi, e o que se passou na segunda guerra mundial, que efetivamente foi global, porque os beligerantes tinham o poder e tecnologia para guerrearem pelo planeta fora, estabeleciam-se duas premissas fundamentais para a ação beligerante:1ª Como manter uma ação de guerra num determinado cenário sem apoio local? Onde ter-se-ia que levar em conta linhas de reabastecimentos e locais de posicionamento, o que levou a estabelecer a ideia central de que o amigo de meu inimigo, meu inimigo é, ou na sua fórmula mais sórdida: O inimigo de meu inimigo, meu amigo é. Nada mais importando para além dessa conveniência que dita a geo-estrategia, na qual podemos ver ao longo do tempo as alianças mais improváveis e os cenários mais dantescos. Só para nos fixarmos no período recente da 2ª grande guerra e seu posterior efeito, digamos desde Yalta à Síria de hoje em dia, com a Rússia a defendendo, e as nações ocidentais fazendo-se de cegas. Geo-Estratégia, é o nome que se deve dar a essa realidade. 2ª, Dentro da ideia da primeira premissa, temos os tempos de deslocamentos e as possibilidades de agressões diversas em determinado cenário que importam prevenir.  Quem lembra da guerra no Pacífico tem uma boa ideia disso, ou mais recentemente a querela Malvinas/Falklands, onde a Argentina pode fazer o que quis enquanto as frotas inglesas se deslocavam até lá para acabar com a brincadeira. Geo-estratégia, por essa razão a Inglaterra tem ilhas espalhadas pelo mundo fora, e os Estados Unidos, bases militares.

Tudo isso disperso ao longo do globo estabelecendo polígonos de influência onde se projetam as relações geo-estratégicas, ou seja os diversos pontos de apoio que se possa ter, e as diversas nações com que se possa contar num cenário de guerra estabelecido numa determinada região, desta forma em áreas sucessivas cobrindo todo o planeta. Ou seja existe um outro mapa do planeta configurado por zonas de influência, que é o verdadeiro mapa do poder global, porém pouca gente põe os olhos nele, e os que põe têm interesses bem definidos.

O mais expressivo desses polígonos é o que se estabeleceu no Atlântico Norte, onde, quando isso se deu, estava a esmagadora percentagem da riqueza do mundo. E para se protegerem criaram uma organização do tratado dessa região em que os 29 países membros conformam uma unidade bélica tão poderosa que nenhuma força ousaria desafiar, NATO de seu nome anglo-saxão, OTAN na sua designação latina. Tendo a nação militarmente mais poderosa à cabeça, os EUA, a NATO foi criada no pós guerra, e na época do começo da guerra fria, quando estabeleceu-se a ideia de Cortina de ferro para separar o inimigo, razão da criação da Aliança Atlântica, a URSS, o grande bloco soviético que também se formara nesse pós guerra, 1946.

Tudo isso teve e tem um custo altíssimo, que presentemente o atual presidente dos EUA, o Sr. Trump, por razões econômicas, as únicas que têm importância para ele, resolveu discutir num dia de mau humor  (uso essa expressão porque foi ele quem o disse, disse que estava chateado) e por isso quase acabou com a NATO, não sei se acabaria com algo que cuido que não exista ainda. Porém as relações multi-laterais dos países membros são enorme mais valia para a Europa, e entre os situados a boca do Médio-Oriente. A estupidez do Sr. Trump vai acabar jogando a Turquia nos braços da Rússia, que quer ampliar sua zona de influência cernado a Europa. Ou promoverá tal alteração geo-estratégica que os conceitos de multi-lateralidade, dificílimos de serem estabelecidos, se irão corroer. O fato é que a desarmonía está injetada, e pela pior via, a econômica, criando instabilidade progressiva.

Hoje, quando qualquer Coreia do Norte manda mísseis à toda parte do mundo, e que os tipos de armamento apontam para guerras cada vez menos convencionais, e quando também os tais polígonos de influência ganharam algumas componentes novas, sendo a mais preponderante a poderosíssima China, não sei mais se a suposta geo-estratégia estabelecida tem, ou terá, a configuração que se lhe atribuem. Poderá ser boa para vender armamento e equipamento militar, empreendimento muito lucrativo, e que estará um pouco, mais só um pouco, sujeito à primeira premissa, não se querendo equipar com armas sofisticadas aos potenciais inimigos, mas as regras do lucro têm outras perspectivas como temos visto, isso por um lado, e por outro temos que o verdadeiro empenho em se pagar quantias absolutamente astronômicas, que faltam na saúde, na educação, na pesquisa científica, nos salários, já sem o mito da guerra fria poder esquentar a qualquer momento, não encontra  mais facilmente fervorosos adeptos. O mundo mudou, a santa bomba atômica, santa porque coibiu durante décadas qualquer guerra que a pudesse usar, porque essa seria a derradeira, e ninguém até então quis experimentar a hipótese, pois essa bomba se espalhou por muitas mãos, tendo agora muitos sócios o dito clube atômico, alguns até sem carteirinha, havendo um poderoso esforço para contê-lo, que é o que se designa por não proliferação dos armamentos nucleares, proliferação que se dá todos os dias, sempre com nova alteração do cenário geo-estratégico. Portanto creio que o interesse da NATO é cada vez mais relativo, sua influência real cada vez mais diminuta, inclusive contra  o inimigo que a formou, pois vimos o Sr. Putin fazer o que quis e o que não quis, e não teve NATO que o impedisse.

A frase que fica dessa cimeira excepcional da NATO é de que dois dias depois de seu começo, estaria tudo mudado, haveria mais segurança, por terem chegado a acordo, não acredito! Penso que a cimeira e o suposto acordo para que os membros paguem mais, uns 4% de seus orçamentos é o desejado, 2% o admitido, e o que estava estabelecido desde 2014, mas não creio que um dia se vá atingir esses valores, dará breve resultados, as industrias americanas irão faturar, um pouco mais, enquanto todos vão se dando conta de que tudo mudou, e mudou. O problema é que para se cair na real, para que nos demos conta de que a vida que vivíamos já não existe, leva um tempo, e, presentemente, vivemos o tempo da MUDANÇA GEO-ESTRATÉGICA.

quarta-feira, 11 de julho de 2018

O CARA DE PAU.







                               
                               TODA GENTE QUE NÃO TEM INFLEXÕES FACIAIS É MUITO PERIGOSA.



As pessoas que não têm reações, ou não mostram, na cara, o que lhes vai n'alma, e também gente que pensa uma coisa e diz outra, porque reagem com frieza suficiente para elaborar as conveniências em contra de seus verdadeiros sentimentos. Isso é como não ter ideologia, não ter emoções, não ter alma, não ter sentimentos, mas mais que tudo é não ter caráter, posto que não responde ás emoções, é uma forma de doença, um desvio, e um apartar da dignidade, esse tão cuidado procedimento, essa tão imprescindível qualidade. E é ter um grande ego, como quem sempre só se olha ao espelho.

Voltarei ao assunto e desenvolverei cada uma dessas variantes de CARA DE PAU que a seguir enumero, pois elaborava esse artigo fria e cautelosamente, para abarcar às diversas modalidades dessas figuras que surgem esporadicamente na sociedade, para além de qualquer lógica ou consideração, portanto ficam os diversos tipos (ou gradações) que analisarei oportunamente:

O crítico.

O satírico.

O sarcástico.

O falso.

O mentiroso.

O cara de pau puro.

          O uso da expressão em outro sentido, desde o ameno, até no sentido de louvar o arrojo, o atrevimento, deturpou o sentido original da classificação daquele que esconde seus sentimentos, que falseia suas intenções, por gozarmos com isso um pouco, mas o assunto é sério, aquele que é cara-dura, que a tem feita de madeira, que não reage frente aos maiores absurdos, que é verdadeiramente de pau, é alguém muitíssimo perigoso, posto que não vê meios para atingir seus fins.

O sem caráter.

          Dessa sétima  e mais grave gradação do cara-dura, a única que desenvolverei por enquanto, para vos dar uma idéia de onde termina tudo isso, quando alguém perde, ou desenvolve,  a capacidade de sofrear as emoções. Os portugueses têm uma admirável expressão que diz: Quem não se sente, não é filho de boa gente. E, nessa síntese, fica tudo dito, quem para além dos limites endurece a relação sentimental, é alguém que não tem berço, alguém que não teve o afeto da casa paterna/materna, alguém cujo caráter é muito duvidoso, E QUE NO DESENVOLVER DE SUA VIDA SENTIMENTAL, O PERDEU, por isso o dizemos sem. Uma personalidade assim amputada é por todas as razões a de quem nada entende do relacionamento humano, e que é capaz de ultrapassar todas as fronteiras da decência para atingir seus objetivos.

       Lancei hoje essa crônica posto que numa candidatura que está sendo lançada em Lisboa, podemos ver em toda a sua extensão e profundidade um verdadeiro CARA DE PAU.

(11/11/2018) Foi finalmente preso o cara de pau, escrevi no face: Quando em 11 de Julho escrevia o artigo do Cara De Pau estava tudo lá o que eu penso de Bruno de Carvalho, mas enquanto a polícia não teve elementos para encarecerá-lo não pude dizer com todas as letras o que se vai provar: Bruno de Carvalho é um ladrão e um facínora, fica o artigo que mostra as razões:


sexta-feira, 6 de julho de 2018

A razão de uma vida...






                                                                                                               " Hay hombres que luchan un dia
                                                                                                                  y son buenos. Hay otros que                                                                                                                                      .                                                                                                                 luchan un año y son mejores.
                                                                                                                   Hay quienes luchan muchos
                                                                                                                    años, y son muy buenos.  Pero
                                                                                                                    hay los que luchan toda la vida,
                                                                                                                    esos son los imprescindibles."
                                                                                                                                          Bertold Brecht.


O trabalho de um grupo de abnegados dentre os quais destaco Ruth Christie(CPDN), Marcelo de Ipanema (FAMA), Fernanda Colagrossi(APPANDE), Elmo Amador( APEDEMA), Axel Grael(MORE), Orlando Valverde, Chico Mendes, Athur Soffiati Filho, José Frejat, Cláudio Cavalcanti, entre outros, dos quais fiz parte como presidente da SPI, que tirou as notícias sobre ecologia, nos jornais diários, de ocuparem uma coluna no fundo da página 23, para duas páginas inteiras, a 5º e a 6ª, tratando da matéria.


Fizemos para isto milhares de ações em todo o Brasil, conseguimos a reserva do Mico Leão dourado   o Leontopithecus rosalia em Poço das Antas, arranjamos doações para constituirmos a reserva, foi a luta por Macaé de cima, a luta contra a VEPLAN, a da Feira de Caxias, a luta nacional em apoio dos seringueiros de Xapuri, e mais alargadamente contra o desmatamento amazônico, pelos índios Waimiri atroari, pelos Araras, os Tenharim marmelos, e tantas outras tribos, a campanha das Baleias, contra a ação dos pesqueiros baleeiros japoneses, em que trouxemos o Cousteau ao Rio, a luta pelo Parque Lage, a da Lagoa Rodrigo de  Freitas, a do Alto Leblon, de Itaipu e Piratininga, de Petrópolis, de Mangaratiba, a dos Laranjeiras em Parati, contra a poderosa Adela-Brascan, e centenas de outras,  bem, pusemos o Meio Ambiente no mapa.


Tudo isto resultou em resposta governamental porque nós (e neste nós estão inclusos milhare e mlhares de ativistas) nós não nos calávamos! Acabou por haver um Ministério do Meio Ambiente e três Fóruns Mundiais para tratar do assunto. O desmatamento da Amazônia entrou em paragem.Vencemos! Vencemos? A luta pelo M.A. é sem quartel, não termina nunca enquanto houver ganância na face da Terra. Agora recebo aqui o alerta do Greenpeace em que o desmatamento está voltando a Amazônia em força. Aqui estamos nós para denunciar este crime que retorna!
Hoje é dia mundial do Meio Ambiente, mas não é dia para comemorar nada. É dia para nós, esta facção mais consciente de que somos todos um, eu, você, a baleia azul e o mico leão, somos todos habitantes deste planetinha azul que Deus nos deu como morada, voltarmos a pressionar todos os estamentos do poder a respeitar nosso patrimônio comum. Comecei relembrando uma duzia de malucos da qual eu tenho a honra de ter feito parte, que atuou um pouco para melhorar a correlação de forças entre o poder infinito do capital e suas motivações do lucro e os bichinhos e as plantinhas indefesas. Esta luta não tem fim, bem sei, por isto não se pode esperar por amanhã, porque a mata amazônica não pode esperar, enquanto a vão queimando, a nossa voz tem de ser ouvida hoje! Mandem e-mails à todos so deputados nos congressos, à todos os ministros e departamentos que tenham responsabilidade no assunto, denunciando as queimadas amazônicas e/ou uma árvore que querem arrancar em seu bairro, os milhões de animais que irão morrer nas queimadas ou um papagaipo que tem seu vizinho (ambas as atitudes são CRIMES!). Não deixem passar em branco o seu dia do M.A. Façam a sua ação como eu faço as minhas há exatos cinquenta anos, sob didatura, sob democracia, contra responsáveis, contra irresponsáveis, contra anônimos, contra o governo, contra particulares, contra tudo e contra todos, porque o que defendemos é, afinal, o futuro da nossa existência neste palneta tão maltratado.

segunda-feira, 2 de julho de 2018

Só mesmo em Sernancelhe.




"Portugal precisa de mais crianças." E daí? Vai ser ele quem as fará? Populista como sempre, oportunista como é, ridículo como se apresenta, Cavaco Silva, o homem de Boliqueime foi homenageado em Sernancelhe. Lembra-me a canção de Chico Buarque que afirma que "mamãe contou que eu faço muito sucesso em Quixeramobim" que rima com "o chato de um querubim" e com "eu vou até o fim." Já Sernancelhe rima com outra coisa, mas Dr. Cavaco vai até o fim na mesma. Deram-lhe palco.

Dêem-lhe palco e lá está ele, concreto, repleto, indiscreto, abjeto; mas nada disso rima com Sernancelhe, não é verdade? Cavaco representa essa parte de Portugal de gente que se acha coisa e tal, que se porta um pouco mal, e que faz seu carnaval, fazendo parecer bem o que é mal. Tudo isso, apesar de não rimar, já é mais próximo de Sernancelhe, essa pequena vila no distrito de Viseu, onde você nunca foi, nem eu. Só mesmo o Dr. Cavaco, em Sernancelhe, e só mesmo em Sernancelhe, o Dr. Cavaco, a quem se lhe deu o taco, e que já encheu o saco de todo mundo, desse e daquele, exceto em Sernancelhe. Aí já rimou qualquer coisa.

Mas muito pra lá de Quixeramobim, nesse universo fantástico das pretensões, está Sernancelhe, que passa pela quelha, que rima com trolha, mas se fosse 'quelhe' que não há, rimava com Sernancelhe, que não é. Não é assim, nem mesmo como Quixeramobim.

Pois foi lá em Sernancelhe que se escolheu homenagear o grande Cavaco, que não é naco, é mais um caco, que é macaco, e fez assim, arranjou homenagem, tão espontânea, em Quixeramobim, aliás, devo dizer-lhe, em Sernancelhe.