segunda-feira, 2 de julho de 2018

Só mesmo em Sernancelhe.




"Portugal precisa de mais crianças." E daí? Vai ser ele quem as fará? Populista como sempre, oportunista como é, ridículo como se apresenta, Cavaco Silva, o homem de Boliqueime foi homenageado em Sernancelhe. Lembra-me a canção de Chico Buarque que afirma que "mamãe contou que eu faço muito sucesso em Quixeramobim" que rima com "o chato de um querubim" e com "eu vou até o fim." Já Sernancelhe rima com outra coisa, mas Dr. Cavaco vai até o fim na mesma. Deram-lhe palco.

Dêem-lhe palco e lá está ele, concreto, repleto, indiscreto, abjeto; mas nada disso rima com Sernancelhe, não é verdade? Cavaco representa essa parte de Portugal de gente que se acha coisa e tal, que se porta um pouco mal, e que faz seu carnaval, fazendo parecer bem o que é mal. Tudo isso, apesar de não rimar, já é mais próximo de Sernancelhe, essa pequena vila no distrito de Viseu, onde você nunca foi, nem eu. Só mesmo o Dr. Cavaco, em Sernancelhe, e só mesmo em Sernancelhe, o Dr. Cavaco, a quem se lhe deu o taco, e que já encheu o saco de todo mundo, desse e daquele, exceto em Sernancelhe. Aí já rimou qualquer coisa.

Mas muito pra lá de Quixeramobim, nesse universo fantástico das pretensões, está Sernancelhe, que passa pela quelha, que rima com trolha, mas se fosse 'quelhe' que não há, rimava com Sernancelhe, que não é. Não é assim, nem mesmo como Quixeramobim.

Pois foi lá em Sernancelhe que se escolheu homenagear o grande Cavaco, que não é naco, é mais um caco, que é macaco, e fez assim, arranjou homenagem, tão espontânea, em Quixeramobim, aliás, devo dizer-lhe, em Sernancelhe.

Sem comentários:

Enviar um comentário