terça-feira, 24 de julho de 2018

AVISO: A polícia ao reter, está a deter. (João 8:32)






Wouldn't e não would. Foi uma semana de brincar com as palavras... (16/21 de Julho)

Porém para além de qualquer brincadeira, ou hipocrisia, ou falta de vergonha na cara, ficam os fatos. E os fatos deixam claro tudo que se passou. E o que se passou foi que Trump é o amiguinho de Putin, e que aceitará, por alguma razão desconhecida, os pleitos do coronel da KGB; e tivemos também o fato lamentável da polícia portuguesa deter menores, querendo fazer-nos acreditar que os retém, sofismando uma realidade insofismável.

Esta triste situação de dizer uma coisa e fazer outra, e depois querer dar aparência de verdade com o que diz, em total contradição com o que fez, rotulando-nos (a todos) de imbecis, como se a mentira que se diga possa encobrir a evidência da realidade que se vê. E desse choque entre a verdade evidente e a mentira equívoca, resulta o logro, a intenção consciente de enganar, pois que sabe ser falso o que afirma, e só o faz porque admitir a verdade é de tal sorte incriminatório, abjeto, e desprezível, que só a fantasia os pode valer na situação de exposição em que se encontram, posto que no embate entre duas ideias absolutamente opostas, ou ainda que apenas medianamente em contradição, sempre nasce alguma dúvida, e essa encobre o horror da crueza do que fizeram.

A mistificação tem essa capacidade surpreendente de iludir e encobrir em parte a verdade, a tornando menos brutal. Por isso mentem com quantos dentes têm na boca, porque da articulação do sofisma resulta menor impacto comprometedor de seus erros, pretendendo, destarte, os esconder.

O grande Eça de Queirós na "Relíquia" formula uma imagem que revela essa situação quando diz: "Sobre a nudez crua da verdade, o manto diáfano da fantasia."  onde ao mesmo tempo demonstra seu ofício de escritor, posto que sem falsear a verdade psicológica, esse deve ser sutil ao revela-la, por outro lado evoca a temática central de seu romance, paradigma dos intrincados conflitos humanos em face de sentimentos e vontades contrariadas pela realidade.

Aí verifica-se a situação de encobrimento, que na situação dos que a querem dissimular promove o sofisma, pois que encobrem com um véu a verdade, e ao fazê-lo mentem, mistificam, falseiam, e recorrem ao duplo pecado da hipocrisia, que ao mesmo tempo que engana, o fazem para se protegerem, ocultando o pecado cometido com o outro da ocultação consciente, querendo fazer parecer que a realidade pecaminosa lhes é favorável.

Inconsciente é que se tornam, porque a confrontação da realidade reclama sua proclamação, tudo o mais é erro, é sujeição, é miséria, é prisão, por isso que o Cristo afirmando o poder libertador da verdade, nos conclama a conhece-la sempre.

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