segunda-feira, 10 de junho de 2019

Já começou 11. Mete nojo, e mete medo.





Fui, a convite do presidente da Câmara de Cascais, às Conferências do Estoril, excelente evento. Lá, no painel da Justiça, era convidado, como Ministro da Justiça do Brasil, o dr. Sérgio Moro. Entre a Ministra da Justiça de Portugal, a ex-Procuradora Geral de Portugal, recebidas com entusiástico apreço pelo público presente, aquando da entrada do dr. Moro o acompanhava uma claque, bem ensaiada, que aplaudia, e gritava, de forma a enfatizar sua presença. Entraram ao mesmo tempo que ele, e saíram ao mesmo tempo que ele, o que evidencia que não vieram para a conferência, vieram para aplaudi-lo.

Por coincidência, um grupo de quatro desses aplaudidores, sentou-se junto de onde eu me encontrava, e pude observá-los bem. Eram três mulheres, e um homem, todos com mais de 45 anos, outros grupos  de aplaudidores havia em outros pontos da sala, espalhados estrategicamente para criar a impressão de grande ovação à entrada e à saída do dr. Moro. Causou-me particular espécie quando uma das senhoras levantou-se para ir filmar o dr. Moro quando este ia falar. Não filmaram nada mais, só a fala do dr. Moro, que foi acompanhada na sua abertura e encerramento por grande ovação desses grupos, criando grande reboliço na sala.

O dr. Moro, a quem eu jamais havia visto em carne e osso,e espero nunca mais ver, é uma figura apagada, seca, de maus bofes, como se dizia antigamente, sem nenhum humor, houve alguns momentos da fala dos outros convidados, em que fez-se ambiente para sorrisos, todos riram, excepto o dr. Moro. É o que eu chamo nas minhas considerações poético-filosóficas de um ser sem alma. Até aí nada de mais. Entretanto fiquei a pensar quanto custaria contratar duas dezenas de pessoas de bom aspecto, classe média, para me ir aplaudir numa próxima palestra. Cheguei a conclusão que não tenho dinheiro para isso, além de não ter o mister desvio de caráter. Guardei para mim essas impressões.

Mesmo a pergunta que pretendia fazer neste dia ao dr. Moro, sobre sua declaração desrespeitando o Direito à presunção de inocência, pedra basilar do processo judicial, foi obstaculizada pelo Ricardo Costa, que moderava o debate, a quem eu pude dizer  posteriormente que ele havia barrado a melhor pergunta da tarde, que era perguntar se o dr. Moro na lava a jato, tinha o mesmo descaso pela presunção de inocência que demonstrara aqui em Portugal? Até essa data eu não acreditava muito nas imputações de Lula de que havia um conluio político-juridico armado contra ele. A resposta veio mais rápida do que eu imaginava.

Também nunca pensei que as minhas impressões viriam ao decima tão depressa, às vezes há coisas que observei que demoram décadas para que eu me lembre delas, e faça a conexão dos diversos ingredientes. Entretanto, quando fui surpreendido pela reportagem/pesquisa da The Intercept, de um advogado e jornalista norte americano, muito credível, Glenn Greenwald que prova, para além de qualquer dúvida razoável, o conluio a que Lula se referia, com gravações telefônicas, asqueroso conluio, jogo de cartas marcadas, como ficou visto, mais o que não se sabe por ter sido dito pessoalmente. Fiquei abismado. Nunca poderia supor que o abismo fosse tão profundo.

Agora que sabemos que o dr. Moro é um criminoso. Que se mancumunou com o Ministério Público, outro criminoso, para incriminar o Presidente Lula. E que o Conselho Federal da OAB recomenda seu afastamento, por procedimento delituoso. Para os crentes pode-se dizer que a Justiça divina tarda, mas não falha, bendito racker que expos a trama, e, agora que começa a cheirar que Lula foi posto na cadeia só para o impedir de ter sido candidato, quando e onde, sem sombra de dúvida, teria sido reeleito. (Todas as pesquisas o indicavam, é voz corrente, e todo mundo sabe disto.) Vai ficando cada vez mais clara uma suspeita funda que sempre tive, que é, ademais, o pano de fundo desta série Já começou. E como sei que as coisas acabam por se revelar, cedo ou tarde, aí está. Mais se diz que discutiu com Bolsonaro suas ambições em ser Ministro da Justiça, ou Juiz do Supremo com a lava a jato em curso, isso traduzido quer dizer " Eu prendo o Lula e com isso você se elege, mas me faz Ministro". (Sputinick - Brasil)

Há um grande movimento clandestino no Brasil para trazer a direita novamente ao de cima. Porque sabiam, e sabem, que com Lula vivo e livre iria demorar muito para que eles pudessem voltar. Além disso, o Presidente Lula, assim como a presidente Dilma, estavam acima do infeliz movimento clandestino, este à esquerda, que assaltou a Petrobrás, etc... etc.. para manter o PT no poder, além de encherem os bolsos. Isso era uma grande dificuldade para a ambição da direita, e, não se esqueçam, largaram o poder há menos de três décadas, pouco tempo para aceitarem o jogo democrático, e muito tempo para não desfrutarem as benesses a que se acostumaram. Como não encontraram outro FHC, já estavam desesperados.

Por fim com um criminoso, o dr. Moro, com um sistema fraudulento que tem funcionado em várias candidaturas pelo mundo fora (Trump, Le Pen, Salvini etc...) com a abjuração da classe média brasileira de seus centrais interesses, horrorizados com a violência e a corrupção, dois temas fortes, juntaram os ingredientes para eleger um capitão, posto que obedece ordens das patentes superiores, um obcecado religioso, que atende, destarte, às mais desvirtuadas forças que se implantaram na política brasileira, a bancada evangélica, que tem uma posição de charneira na já difícil prática política brasileira, corrompendo ainda mais todo o sistema. 

Nesta conjunção de fatores destituíram a Presidente por Impeachment, puseram o grande líder na cadeia, criaram um clima de mentiras, enganos, e expectativas, que levaram o povo estúpido a votar no capitão. Uma pantomima! Intrujice! Mantive-me e me manteria calado se tudo tivesse sido feito dentro da legalidade, é o jogo político, e temos que o engolir, por mais nojo que nos meta, é como um mal remédio a democracia, mas cura.

Porém quando sabe-se que utilizaram procedimentos criminoso,s com o Juiz Moro à cabeça, subvertendo a ordem, e implantando uma justiça facciosa, como soubemos hoje, não mais me calarei, e levarei a termo uma pesquisa de que sou capaz, para mostrar todo o conluio, e revelar a distorção política-institucional que vigora no Brasil. Se provada a conexão, poderemos anular as eleições. Vamos a isto.



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