quinta-feira, 19 de março de 2015

PARA QUE NINGUÉM SE ESQUEÇA.





Escrevo estas crônicas para que ninguém se esqueça, para que ninguém duvide do período de exceção e desesperançado que atravessamos. Um tempo excepcional exige pessoas excepcionais, e, infelizmente os líderes mundiais que calharam nesta época estão muito aquém das funções para as quais foram escolhidos. Não estarem a altura é dizer pouco. Não gosto de nenhum deles, exceção feita ao Papa, que tenho a esperança, em sendo essa a última a morrer, que seja o começo de uma nova safra muito mais franciscana à Francisco, fazendo-nos esquecer esta conjuntura de líderes das últimas duas décadas, porque são mesmo para esquecer. Penso que de Mandela para cá foi, como gostaria Stanislaw Ponte Preta, o admirável Sérgio Porto do Festival de Besteira que Assola o País, mais modesto o festival, de âmbito nacional brasileiro, agora um FEBEAPAM : Festival de Besteiras que Assola Paradigmaticamente o Mundo. O FEBEAPA agora é mundial e instituiconalizado, no máximo da sua sofisticação Nunca vi tantas bestas juntas à cabeça das nações, e na política, onde não há espaços para as grandes cabeças pensantes, que as afasta, e que se transformou nesta coisa mesquinha que é hoje por toda a parte, afastando-se da sua verdadeira condição de ser a mais nobre das funções do ser humano, tendo em seu lugar só gente do dinheiro ou ao serviço dele, tudo isto deu nisto! Neste festival de nulidades!

Temos gente ruim para tempos ruins, o que é uma soma má; entretanto nestes tempos difíceis, temos gente péssima para péssimo tempo. Porém esta realidade se conjuga numa razão de causa e efeito. A coisa se foi degradando e nada foi feito para se alterar a realidade, absolutamente nada de inequívoco se planejou para que houvesse respostas a tanta miséria que de hora para outra se juntou oferecendo uma perspectiva sombria para a Humanidade. Os problemas climáticos que não estão sendo considerados na sua necessária perspectiva de futuro, os falsos mercados que se estabeleceram em bases absolutamente irreais e que podem ruir de momento para outro, e as distorções políticas e sociais que permitem que o terror de pessoas, de grupos, de sociedades, e de nações se espalhem. Como se estes fatores não bastassem, é a falta de visão de tudo isto entre os políticos e pensadores o que mais me assusta.

Temos este conjunto de problemas graves que resultaram numa enorme mancha de terror espalhada pelo mundo fora, temos uma degradação ambiental crescente contra a qual não se faz nada, temos meios de investimentos desregulados que já provocaram década e meia de sofrimento e podem a qualquer momento voltarem à baila, temos uma ONU que se não existisse talvez fosse a mesma coisa, exceção talvez feita ao alto comissariado para os refugiados, que no mediterrâneo é como se não existisse também, aliás dentro das perspectivas da ONU, só sabe remendar, trabalhar à cabeça dos problemas não é com ela, porque não tem força alguma, e não tem força alguma porque não tem líderes, mais aí está em sintonia com o mundo que também não os tem.

Se somarmos tudo isto temos várias bombas relógio a exigir que sejam desarmadas antes que explodam, para que ninguém se esqueça.

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