sábado, 23 de julho de 2016

O nosso admirável novo mundo.






Agora que quase todos nascem com uma central telefônica, uma de rádio, um posto dos correios, seus, próprios, particulares, e sem custos adicionais, uma vasta biblioteca com bibliotecário privado à disposição, com infinitas coleções a seu dispor( imagens, músicas, poemas, documentos, postais) com arquivistas, disk-jóqueis, e pesquisadores gratuitos, e ainda com espaços de amizade, de expressão, de namoro, de sexo;  leiloeiros, serviços de todos os tipos e maneiras, lojas, comércio, shoppings privados, etc..etc.. tudo ao toque das teclas, um verdadeiro bravo mundo novo, que o Huxley não previu nem em sua melhor alucinação, o que fazemos com tudo isto?

No tempo dos palácios, dos reis, a alta nobreza tinha um grupo de serviçais só para entregar correspondência. E criaram muitos objetos para o efeito. Haviam envelopes especiais (Timbrados, com tarja preta para o luto, com cores diversas para diferentes ocasiões.) havia o lacre, e sinetes com as marcas dos nobres para garantir que o que fora lacrado pelo remetente, chegarasse sem violações, deram-se a requintes muitos especiais com a criação de contendores muito especiais para a sua correspondência, como o 'ballet-doux' um tubo em material nobre (ouro ou prata) ricamente ornado com esmaltes, pedras preciosas, e partes cinzeladas, verdadeiras jóias, para transportar cartas de amor, bilhetes apaixonados que dirigiam à suas eleitas. Eram os correios de então à disposição de alguns privilegiados, hoje temos o e-mail.

Os livros, caras possessões de uns poucos, passaram, com a impressão de maiores tiragens, a se tornar cada vez mais baratos, mas ainda não o suficiente, também passou a estar disponível à todos com as bibliotecas públicas, e hoje andam aí na nuvem digital em forma de e-books, imensas bibliotecas dando instantaneidade às escolhas dos leitores, pronto acesso, e imensa comodidade, além de muita gratuidade.

A informação se difundiu, quem souber fazer bom uso dela, e usar as fontes de acesso certas, será facilmente alguém com cultura superior, o que antes só era acessível a poucos, tanto menos quanto mais para trás se caminhe na história, e com custos sempre elevados, além de ser restrita a meios acadêmicos ou ilustrados excluindo os grandes contingentes populacionais que hoje ao toque das teclas têm acesso a quase tudo. E informação é tudo aquilo a que se pode aceder, ou colecionar como se fazia antigamente, manifestando-se em inúmeros aspectos, desde mapas a partituras, desde fotos a endereços.

Os clubes, as academias, as sociedades, secretas ou não, as confrarias, as irmandade, os grupos de estudo e pesquisa, etc..., hoje estão à disposição de todos em infinitos 'sites' que todos podem frequentar.

O comércio específico, que só sociedades robustas e cidades poderosas podem manter, como por exemplo o Porto, que tem comércio de tudo, de rolhas a apetrechos de tubulação, de frascos à mais fina joalheira ou prataria, o que custava o deslocamento a essas cidades, a procura das lojas, muito andar para encontrar o preço mais competitivo, etc... Hoje é tudo possível em alguns minutos, em sua própria casa, porque tudo e todos estão na net, com os preços e ofertas das mais improváveis coisas que se busque.

Este mundo de que Huxley não nos falou, lhe tendo visto dele algumas janela, como a das drogas, triste janela, está aí à nossa frente e à nossa disposição. Facilidades caras agora a preço de nada, imensa economia de tempo e recursos, possibilidades infinitas a quem as saiba utilizar. Tudo a nossa disposição! Resta responder à pergunta: O que fazer com tudo isso? Chegou tudo tão depressa neste incrível século XX.

E da resposta a essa pergunta depende a adjetivação desse mundo novo, se será admirável, ou não.

terça-feira, 19 de julho de 2016

De como rifar um banco.





Juntem uma ministra da finanças neófita e incompetente,  apadrinhada por um primeiro ministro idem, um governador do banco central do país complacente, agora pegue o(s) banco(s) que apresentar(em) distorções graves, pela ganância desmedida de seu(s) administrador(es) e seus cúmplices, deixe-o de rastros até precisar de enorme inversão de capital, que só o Estado será capaz de fazer, faça-a, e depois retire tudo de supostamente imparitário, do que sobrar faça Novo(s) Banco(s), mexa bem até que esse(s) se torne(m) numa massa de aparente pouco interesse. Assim obterá uma massa flácida, suspeitosa, inconsistente, propícia a ser rifada. Rife-a aos bocadinhos.


Apresentada a fórmula acima que resultará em milhares de milhões em prejuízo para as vítimas de sempre, os contribuintes, se tiver suficiente desfaçatez quando deixar o governo acuse o seu sucessor da autoria de toda a sua receita, mais ainda, se puder, deixar tudo como bombas de efeito retardado,  para explodir durante o período do governo seguinte, e com essas acusações poder-se-á se ilibar e descredibilizar seu oponente, e relançar, desse modo, sua campanha e seu projeto para voltar a ser governo. Desta forma confundindo o eleitorado, com o que irá conseguir imensos votos. Destruirá a economia de seu país, mas não há receitas que não produzam efeitos secundários, são contingências colaterais necessárias a seu bom êxito.


Há, como possa imaginar, muitos e variados proveitos nessa receita, além de que, certamente, irá criar muitos milionários, esforce-se para ser um deles, ponha os amigos na parada, envolva gente de confiança, criando uma rede de atuação da(s) rifa(s) que possa ajudá-lo na preparação da receita, de modo a obter bom resultado com tudo isso.  


N.B. Recomenda-se deixar marinar antes de servir.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Bush feriu o elefante, Trump o vai enterrar.







O partido republicano, contraponto do democrático no sistema partidário Norte Americano, que apesar de ter outros, vários partidos, só esses dois efetivamente disputam o poder e a ele chegam, vem decaindo no mais fundo do poço de sua história por sucessivas lideranças desorientadas, que  levaram o partido ao menosprezo lógico de quem entenda que um partido de poder tem que ter uma liderança que ao se eleger, ao chegar ao poder, realmente crie uma realidade salutar para o país, e que não leve aos leitores a verem suas esperanças defraudadas.

Os Bush, pai e filho, em suas três presidências, tinham uma agenda muito clara de interesses, os mais subalternos, que, tendo chegados à Casa Branca, pode-se dizer que despoletaram as mais obscuras forças da América, que soltas e apoiadas pelo mais alto cargo da nação estabeleceram seu projeto de poder e ação, que do pai Bush, com o interregno de dois governos Clinton, todos companheiros do kapa-kapa, numa sanha que levaria o Bush filho ao poder por dois mandatos, instalando-se a loucura no centro de poder do país.

Para os que não sabem, informo que o exercício do poder Bush filho era confessional, com ritos e aparatos de devoção, numa prática doentia que o manteve maniqueisticamente no supremo comando de forças perigosas que Obama enfrentou com uma lufada e ar fresco, mas cujo bafio pestilento ainda se esconde, e mantém,  e tem ambições mais determinadas, que com um psicopata declarado as representando, são o maior perigo na esfera mundial no presente momento.

O partido republicano que tem maioria no Senado,  54%, o grupo dos cem têm ainda dois independentes atribuindo quarenta e quatro cadeiras aos democratas. na Câmara a margem ainda é maior, têm mais dois por cento dos 435,  atingindo 245, restando 188 aos democratas, pois há também dois independentes, o que impediu aos democratas implantar seu modelo de Estado Social, frustrando muitas das iniciativas de Obama. Esse processo solapa o poder presidencial, abrindo perspectivas ao partido republicano na esfera dos interesses que nele se vêm representados,.mas que efetivamente se materializam com a conquista do cargo da presidência, e essa se vem afastando do partido republicano com a clareza de candidatos sem o perfil psicológico que sucessivamente tem apresentado o partido republicano, ferindo fortemente as sua pretensões presidenciais.

A esperança institucional partidária de que um homem do 'establishment' surgisse para repor a linha de candidaturas sensatas, que sempre foi o apanágio republicano, que mesmo se não elegesse o presidente oferecia alternativa quase sempre reputada e estimada, com a atuação comprovada, tendo ocupado os cargos de deputado, senador e governador, e atuando, como presidentes quando foram o caso, com atitudes salutares para a população, com um governo amplo e voltado para todos os americanos, situação que se rompeu nesse último quarto de século com os Bush, que governaram para interesses muito subalternos e nebulosos, que cada vez mais ganham expressão no cenário presidencial norte americano; e que agora se agrava com esta anomalia que se chama Trump, a candidatura excrescente de fora do sistema.

Tudo isso compromete muito o partido republicano, candidaturas como a de Bob Dole, (Kansas) e de John McCain (Arizona) foram fiascos marcantes e nada ajudara, outras figuras como Sarah Palin (Alaska) e o grupo do 'tea party' (talvez o verdadeiro GOP) que ainda guarda a bandeira da cobra com o aviso de que não a pisem, porque, claro, sofrerão as consequências os que o fizerem, e que  é muito ativo e nocivo, maioria entre os republicanos, e com  um terço do eleitorado americano, esse mesmo que, disforme, apoia Trump, que é o seu verdadeiro candidato, e que tem nomes como Rand Paul, Ted Cruz, Mitt Romney, Susana Martinez (Novo México) ou Brian Sandoval (Nevada).

Temos portanto com tudo isso um partido republicano ferido, não sei de de morte, e que nesta condição abriu as portas ao candidato esdrúxulo no tom 'teapartyano' Trump, que enterrará o partido, ganhe ou perca, se o enterrará vivo ou morto ainda temos que esperar para ver.




terça-feira, 12 de julho de 2016

Canta Francisco: SOY LATINO-AMERICANO...








É a música de Francisco, Zé Rodrix a compôs com quarenta anos de antecedência, essa música onde indica que há outro ritmo para as coisas, um compositor brasileiro lembrava-se de que era latino-americano, coisa de que um argentino decerto não se esquecerá, e que tem que dar outro ritmo e outro rumo as cosas, Francisco não terá dúvidas, que corre perigo sempre soube que corre,  e que terá que saber como evita-lo, por isso diz como na música, e sabe como também diz a música " ... muita gente me censura e acha que eu estou errado . . ." porém sabe que deve prosseguir e dá de ombros afirmando:
Soy latino-americano y nunca me engaño, y nunca me engaño. . .
Soy latino americano y nunca me engaño, y nunca me engaño. . .

Nosso Papa Francisco não tem outra opção, há de cantar essa música sempre, e que nunca se engaña, não pode evitar com o dogma da infalibilidade papal, que é latino-americano também não,  tendo nascido argentino, logo essa é a sua música! Terminada a brincadeira musical, fica a responsabilidade, direi mesmo trágica de não poder falhar, e não pode falhar, não se pode engañar porque o nível de degradação da igreja que comanda atingiu o auge, imensa tarefa para um homem de oitenta anos, além disso tem em seu horizonte as realidades do tempo, onde a mais eloquente é a do clamor sexual. Cento e vinte mil padres deixaram a Igreja para contrair matrimônio, e sabe-se lá quantos vivem em pecado, escondendo um comportamento que é da natureza das pessoas, e quantos outros terão se perdido num desvio, na vontade de sublimar? Como é o caso dos pedófilos, e ainda há os que preferiram um igual sexo para se relacionar homossexualmente, são só problemas para Francisco que tem de dar solução a tudo isso, e aí surge a parte pior da música, que é a ação subliminar de criticar, maldizer, malbaratar a ação de Francisco, " . . . muita gente me censura e acha que eu estou errado . . ." que é por não quererem mudar, mas ficar como está é a destruição lenta da Igreja, essa mesma que Francisco tem de preservar, manter, e elevar, deixar como está é manter sua destruição, sua sucumbência. E ele luta contra o pior dos monstros, aquele de que ele mesmo faz parte, e que numa de suas faces combate a outra, um de seu braços guerreia o outro. E Francisco tem a missão de resistir, de manter e de reedificar, quando imensa e poderosa força atua no sentido e direção opostas, numa titânica e subliminar batalha que Francisco sabe que tem de travar em todas as frentes, em cada ato, em cada gesto, em cada palavra, em cada intenção.  Para os que crêem, repito o que tenho dito, e que ademais é sua própria súplica: Oremos por Francisco!

No meio dessas dificuldades seguem-se os longos dias lateranenses, pois o ritmo do Vaticano é lento, mito lento, e Francisco sabe que é preciso ter pressa para deixar obra, sabe de sua idade, sabe de seu dever, sabe que foi escolhido, sabe que carrega nos ombros todo o peso do inferno, esse mesmo que se instalou naquela que devia ser a casa de Deus na Terra, conspurcando-a, malbaratando-a, pondo em risco um passado duplamente milenar. . . Oremos por Francisco!

Quem tem noção das forças malignas que enfrenta esse Papa, quem tem noção da máscara que põem todos ao lidar com o poder, sobretudo um poder que traz mudanças incômodas para aqueles que se locupletam dele noutra modalidade, essa se traduzindo em dinheiro, gozos, e prazeres, numa situação estável e quereriam imutável no gáudio e na fruição de privilégios que uma poderosíssima instituição faculta. Por isto Francisco mudou tudo, precaveu-se, come  e dorme em Santa Marta, evitando o controle cerrado a que se permitem os aposentos papais. Limpou o banco vaticano de cima abaixo, retirando a principal fonte de poder do maligno 'intramurale', e cortando suas múltiplas conexões com o que há de mais baixo, e mais imundo nesse âmbito em todo o mundo. Criando imenso buraco com a limpeza, porque estabeleceu-se um vazio para estas forças poderosas do Mal pelo mundo fora que utilizavam o Vaticano como elemento de sua rede, o utilizavam como sua lavanderia, e como sua distribuidora com seus contactos em todas as partes do mundo. Mudou toda a Cúria, estabeleceu grupos de confiança, confiança que será sempre relativa, pois não sabe quando um de suas hostes irá ser cooptado. A Hercúlea tarefa que Francisco assumiu, e que desde o primeiro momento soube como a conduzir com seu sorriso franco apoiado numa transparência inaudita, e numa força que foi buscar fora do Vaticano na opinião pública, sabedor que dentro daqueles muros se encontravam seus verdadeiros oponentes, e que se se deixasse ficar, como outros tentaram, acabaria como os demais, ou dominado ou morto. Com as forças que soube atrair e recolher muito para além do perímetro da cidade-Estado vem travando sua batalha titânica e invisível num ritmo alucinado, em inúmeras e diversas frentes para pôr cobro à imundície que se alastrava tanto que escorria para o Tibre logo em frente, seria uma boa imagem essa, mas na verdade escorria para as almas de milhares de fiéis espalhados pelo mundo fora, destruindo um bem, o principal bem que Francisco deve preservar: a fé!

Oremos por Francisco!



  





segunda-feira, 4 de julho de 2016

190 years without Jefferson, and 240 of Independence.



At this very day, when the Declaration of Independence was completing half a century the great man died. Today we are remembering 190 years of this day.


“Eternal vigilance is the price of liberty.”
                                                           Thomas Jefferson.
    
And the message:

Good night
Good knight
Your turn
To be happy

And be happy
Is to get the streams
And do not be sloppy

Evem in your best dreams...

domingo, 3 de julho de 2016

NÃO VAI TER GOLPE !











O Brasil esfrangalhado, rasgado em farrapos, como se uma garra de um ser gigantesco o tivesse golpeado duramente, meu pobre país de sonho, que com a distância do não envolvimento, eu que tantas vezes fui para a rua, eu que tantas vezes levantei a rua, e levantei povo levando multidões a se manifestarem, mas naquele tempo o propósito de derrubar a ditadura tudo justificava, agora o que justifica isto? Quando Brasil não deve perder um só minuto de sua caminhada para que as suas gentes não padeçam do que mais lhes é inadiável: ACESSO ÀS SUA RIQUEZAS! -BENEFÍCIOS DE ALGUNS, QUIMERAS DE MUITOS, DIREITO DE TODOS!


Já houve o golpe de misericórdia, e este foi dado pelo PMDB que ambicionando o poder, viu essa via direta  para ele. É tudo um jogo pelo poder. Mas ter poder é algo desejável para aqueles que o almejam para servir, gente que o passado recomende, gente que sonhe um Brasil melhor, uma minoria idealista, a maioria como sabemos quer as benesses do poder, e alguns mais precisamente a chave do cofre.

O Brasil tem de mudar tudo, trocar todos os interlocutores políticos, dar a vez a gente sã, dar espaço ao novo, mas o modelo eleitoral, onde o dinheiro manda, tem de mudar, porque está aí a origem de todos os males, há muitas fórmulas para a representatividade, há que emprega-las para mudar essa imundície que cobre a política no Brasil. Por outro lado temos de pensar na governabilidade, num método onde haja uma maioria parlamentar que permita governar o país, e que essa maioria seja alcançada com a composição de dois, três partidos,  num universo de 8 ou 10, essa loucura de trinta e dois, com a pulverização do voto e a manipulação parlamentar da representatividade, é um embuste.

A maturidade democrática das instituições felizmente permitiram que houvesse um inpeachment, o do Color de Melo, e que tudo continuasse a funcionar, hoje vivemos um outro processo, e é necessário que o sistema funcione, mesmo com esse bando de malfeitores que está no sistema hoje, e que por via do voto tudo se altere. Não vai ter golpe! Grita o povo na rua, e é esse o caminho, ainda que hajam golpadas, aproveitamentos, oportunismo, inevitáveis no jogo político. O que não pode haver é a perda do horizonte democrático, e que a vontade popular, bem sabida de todos, prevaleça, e que se vá de encontro a ela, que se restabeleça a governabilidade, que se afastem os corruptos, que se prenda, que se puna, que se ponha ordem na casa, sempre dentro deste pior de todos os regimes, excluídos os outros todos, a que chamamos democracia.