sábado, 31 de março de 2018

A nota social, a cidadania e a liberdade.





Dependendo da nota social, você pode, ou não pode fazer certas coisas, agora é assim na China. Mas o que é a nota social? É uma classificação que o posiciona na sociedade chinesa, se você contribui ou não para a sociedade, e dependendo disso, você tem direitos ou não. Coisas como poder viajar, andar de avião ou trem, estarão sujeitas a sua nota social, na China, por enquanto.

Essa ideia que começa a ser testada no país com maior população do planeta, logo uma ideia muito abrangente, que irá afetar muita gente, e é como foi despirem as roupas iguais do auge do comunismo chinês, para vestirem diversificados uniformes. Faço esta comparação porque lembrando que para a economia crescer, a China atravessou um período onde todos se vestiam com o mesmo tecido, da mesma qualidade, da mesma cor, desde o presidente Mao, até o mais pobre agricultor do mais  remoto e interior lugarejo do país. Ecologicamente a ideia é maravilhosa, porque elimina os custos ecológicos, para além dos econômicos, porque estes últimos, afinal, acabam por se re-financiarem, mas os ecológicos, o impacto de diferentes tecidos, diversas tintagens, múltiplas estampagens, que criam enorme custo ecológico, poluindo, usando múltiplos recursos, esses estiveram eliminados por muitos anos na China por razões de ordem econômicas e sociais, numa China comunista, como todos eram iguais, todos se vestiam igual, é essa ideia que ficou incutida, e entesourada em valores que o partido comunista que hoje dirige um país capitalista terá preservado, e penso mesmo que acarinhou ao longo de todo esse tempo, para agora relançá-la, mas com as distorções de uma economia que não é peixe, nem carne, e com a despótica intenção de escalonar as pessoas numa pirâmide equívoca. Ou seja, numa China capitalista e comunista ao mesmo tempo, todos deixam de ser iguais, mas todos têm um valor determinável que em desigualdade deve ser medido, e é isso a nota social, uma aferição de seu valor como cidadão, diferenciando o igual e igualando o não diferenciável, gerando almas submersas, afogadas, em que este valor lhes conferirá direitos, ou não.

Essa absoluta distorção da verdade comunista, com a perfeita instituição da luta de classes, onde aí, numa vertente capitalista, você, pelo seu "valor" (o que lhes atribui) e este estará associado ao dinheiro evidentemente, pois seu "valor" determinará suas possibilidades, e isto será etiquetar todo mundo, é com isso criar cidadãos de 1ª, de, 2ª, de 3ª de 4ª e assim por diante numa eliminação da ideia de justiça, sobretudo justiça social, onde todos são iguais perante a lei, e também da ideia de comunismo onde todos são iguais mesmo, para o bem ou para o mal, socialmente falando, partindo dessas ideias chegaram ao absurdo da inversão total de "valores" porque todos são iguais na diferença, e seus valores, esses sem aspas, estão associados a essa multiplicidade social que dá características de uma tonalidade a uns para dar de outra a outros, não os tornando melhores nem piores por isso, nem mais valorosos nem menos, nem com mais direitos, pois perante a Lei há igualdade, este o grande contributo grego para a civilização que nos foi legado, e que vemos no cilindro de Ciro, o rei persa, que em 538 a. C já o consagrava, seguindo a tradição babilônica de Urukagina, de Lagash, de vinte século antes, e que Hamurabi e seu código no século XVIII a. C também já o fizera, e que mais para nossos dias a Revolução Francesa também consagrou em agosto de 1789, e as Nações Unidas em dezembro de 1948 tornou esses princípios num Direito Universal em nossos dias. Aristoteles, Arquimedes, Demócrito de Abdera, ou Sócrates, nunca teriam existido numa China com nota social, pois seriam considerados uns vadios, não seriam pesquisadores nem filósofos do Estado, nem professores numa Universidade, vagueariam sem maior objetivo que pensar nas coisas, seu imenso legado de saber que nos deixaram, sem nota social Demócrito nunca teria chegado a Abdera, Arquimedes não poderia ter viajado ao Oriente, e Aristoteles e Sócrates seriam presos como inimigos do Estado. Se algum idiota destrambelhado em tempos idos tivesse entendido que cada um vale o que tem, ou vale por seu contributo social em trabalho visível, que é uma forma igualitária de dizer o mesmo, estabelecendo outros valores filosóficos, jurídicos e políticos para nosso mundo, talvez nossa civilização se já tivesse acabado à conta da injustiça generalizada que se teria instalado. Nada mais estúpido e injusto pode haver. Abaixo a nota social! E a China não poderá mais permanecer na ONU porque desrespeita os Direitos do Homem que a ONU e nós todos defendemos.

As restrições a liberdade, a perda de cidadania, ou sua gradação, coisa que o maldito dinheiro faz a todo momento em nossa sociedade, mas de forma dissimulada, e que a justiça como corpo de estruturação social combate como âncora firme da igualdade na diferença, e não da diferença na igualdade, onde as pessoas possam ser classificadas por um ideia etérea de justiça social, onde todos devam contribuir, e de forma desigual, com o que todos nós concordamos, e que é mesmo a base do nosso sistema de contribuições, o IRS, mas que  não retira nem dá direitos a ninguém, retira-lhes o dinheiro, que são possibilidades, não são direitos, se você não tem dinheiro para comprar uma casa com piscina para se refrescar no calor, é uma impossibilidade sua, mas não um direito que lhe seja atribuído ou negado, negar ou permitir a alguém o que quer que seja, é outra coisa, noutra esfera, a da justiça, e a classificação social gera injustiça apenas.

Entender tudo isso como o mesmo, estabelecendo gradações sociais à conta de notação, ou seja atribuir valores a cada um, é uma injustiça que nem nos tempos mais sombrios se perpetrou. Nem na dita idade média, época que quando havia convulsões todos estavam obrigados a seus senhores, e punham suas vidas a serviço dos interesses desses senhores, pois quando nessa época se lançava algum projeto, a construção de um edifício público por exemplo, todos contribuíam com o que podia cada um, e em alguns prédios está mesmo escrito que a obra foi feita com dinheiro dos fieis (esmolas e ofertas) e a ajuda (trabalho) dos pobres, ou seja os que não tinham 'valores meteriais' a ofertar, ofereciam seu trabalho, sua mão d'obra, ou seja, eram todos válidos, com a nota social da sua possibilidade inclusiva, mas se algum destes quisesse ir embora, quisesse não trabalhar, ou algo assim, nada lhe acontecia, pois a impossibilidade exclusiva sempre foi direito inalienável, e os que não queriam, por apenas não querer participar, se excluíam e pronto.

A nota social exclusiva é que é a maior ignomínia, a maior mancha social, a maior pecha, a degradação final da condição humana, ao restringir essa condição alegadamente por não contribuir para o todo, retirando direitos ao indivíduo em função disto, essa notação de dar nota é diminuí-lo, é apodá-lo, é escravizá-lo, restringindo sua liberdade, e na de cada um a de todos, retirando direitos inalienáveis e sagrados inerentes à pessoa, estabelecendo a mesquinhez suprema, a suprema miséria, a maior que pode envolver a condição humana.      

quarta-feira, 21 de março de 2018

DIA INTERNACIONAL DA FELICIDADE.





O que será isso?

Será porque é meu aniversário? Será a conta do início da primavera e seu equinócio? A primavera está associada ao renascimento, à fecundidade, e à esperança, mas nada disso é felicidade. Será por terminar o ano astrológico? Será em virtude do dia da poesia? Faço essas perguntas disparatadas porque nada justifica um dia da felicidade, já que não se justifica todos os dias se não ser feliz, ou dizendo ao revés, ser infeliz não tem justificativa, logo ser feliz é o expectável, então como, porque, para que, se comemorar um dia da felicidade se ela deve estar constantemente entre nós?

A felicidade não é um estado de espírito, é uma condição, é o estado de quem é feliz, e só é feliz quem quer. Ou seja as pré-condições para a felicidade estão em nós e só em nós, NÃO SÃO EXTERNAS, logo não pode haver dia da felicidade.  O grande João de Barros em seu Diálogo de preceitos morais, Lisboa 1540, compõe o que ele chama de uma 'árvore', um esquema, um diagrama sobre a felicidade humana, que partindo do homem e nele se centrando, ou sendo ele seu propósito, ou ao revés sendo a felicidade o propósito humano, e esta tem três troncos, sendo apenas o central o condizente com o que deve ser felicidade, pois dos outros dois, um é o dos excessos, e o outro o dos defeitos, assim entende João de Barros, por exemplo que para se ter felicidade plena é necessária a caridade, sendo a fé, excesso, e a esperança, defeito. Sendo a prudência a desejável condição, tendo essa a malícia como excesso e a simplicidade por defeito, assim como escolhe a fortaleza como o desejável, a fraqueza como defeito, e a ousadia como excesso. Segue João de Barros por uma dúzia de diferentes condições cada qual com os seus defeitos e excessos correspondentes, sendo a mais notável de todas a da verdade, que ele entende ter a dissimulação por defeito e a arrogância por excesso.

Como a felicidade é um concurso de circunstâncias, às quais nós devemos aceitar ou rejeitar, é óbvio que elas não ocorrem em dia determinado, nem determinar um dia as fará ocorrer. Lembremos mais avisadamente Vinicius, pois ele sabia como ninguém perceber as coisas, e nos dizia o seguinte, ao nos lembrar que a "tristeza não tem fim, felicidade sim":

"A felicidade é como a gota De orvalho numa pétala de flor Brilha tranquila Depois de leve oscila E cai como uma lágrima de amor
A felicidade do pobre parece A grande ilusão do carnaval A gente trabalha o ano inteiro Por um momento de sonho Pra fazer a fantasia De rei ou de pirata ou jardineira Pra tudo se acabar na quarta feira
Tristeza não tem fim Felicidade sim
A felicidade é como a pluma Que o vento vai levando pelo ar Voa tão leve Mas tem a vida breve Precisa que haja vento sem parar
A minha felicidade está sonhando Nos olhos da minha namorada É como esta noite Passando, passando Em busca da madrugada Falem baixo, por favor Prá que ela acorde alegre como o dia Oferecendo beijos de amor. . .
Tristeza não tem fim
Felicidade sim"

E como se faz para "que haja vento sem parar?

Porque se esse impulsionador faltar, a pluma tomará outro rumo,irá por terra, cairá na lama, se perderá para nunca mais, portanto, lembrando outro grande poeta, nos convenceremos que, para que haja vento, só depende de termos "engenho e arte". Logo não há dia para ser feliz, ainda que todo dia sirva para sê-lo. O que leva-nos, ou traz-nos de novo a nós mesmos, os únicos responsáveis, os únicos que podemos realiza-la, ou não, e, destarte, não pode haver um dia da felicidade.




segunda-feira, 19 de março de 2018

DE COMO FRAUDAR UMAS ELEIÇÕES.





Como o último eleito foi Putin, poderão pensar que irei reportar-me às eleições russas, mas não. Esse Coronel da KGB fez melhor, arranjou 7 fantoches para serem seus anti-canditados, o único que realmente poderia ser seu opositor, meteu na cadeia e depois o tornou inelegível, mas essa é outra história.

Vou reportar-me a um país onde não se pode fazer destas coisas, ou pelo menos não se podia, mas o que se passou é mais grave que encarcerar oponentes, é destruí-los com métodos inaceitáveis e ocultos, como os que foram utilizados contra Hilary Clinton, pois é das eleições americanas que falamos.

Como isso tudo é muito ignominioso e longo para explicarmos, e como os meus leitores são inteligentes e sagazes para que, com a simples enunciação, entendam tudo que se passou, faço uma lista das ações do Sr. Trump, que agora ficam evidentes de tudo que já se sabe do que foi feito para que ele ganhasse as eleições para a presidência norte-americana. Imaginem os senhores um bilionário que não gosta de perder em nada, nem jogando aos feijões, sem nenhuma experiência, sem cotação nas pesquisas eleitorais, com apenas a informação de que há uma possibilidade para um anti-candidato se eleger, face ao desgaste dos políticos em todos os lugares do planeta. Pois imaginem ele se preparando, separando dinheiro para os custos da campanha, conversando com seus íntimos, decidindo quais são as prioridades, quais decisões tomar, e vem a ideia de que as eleições podem ser 'favas contadas' se se praticarem certas medidas que o levarão a ganhar as eleições, serão essa medidas em 7 pontos:

1. Traçar um perfil ideal de eleitor que encontrasse alguém que dissesse o que ele quer ouvir, que desta maneira teria infalivelmente seu voto, e dizer, evidentemente, essas esperadas afirmações. (Não muito grave, apesar de ser falsidade.)

2.  Se apropriar de perfis em rede social (facebook) de 50 milhões de eleitores que confessam suas  repulsas, suas esperanças, suas fragilidades, e suas características para os manipular. (Grave, mas de difícil comprovação.) Da mesma forma foi feito no BREXIT, e pela mesma empresa.

3. Obter uma equipe de suporte localizada em outras partes do mundo para manter uma guerrilha permanente nas redes sociais -todas- para destruir a imagem de sua adversária.

4. Para conseguir isso, que pode ser denunciado ou bloqueado pelos aparelhos de controle do Estado onde isso se processe, então, para evitar: "vender" ou oferecer algum tipo de vantagem, sobretudo depois de eleito, ao país que alinhar com esse crime. (Muito grave, e já suficientemente comprovado.)

5. Escolher esse país entre os inimigos do seu para não levantar suspeitas, de preferência seu maior inimigo. (Gravíssimo, e já bem demonstrado.)

6. Estabelecer uma guerra cibernética com 'fake-news' e ir controlando seus resultados com as pesquisas de opinião, até que seu adversário perca a credibilidade, e possa dentro dos prazos eleitorais, não ter mais condições de recuperar a imagem, o que lhe dará a vitória. (Muito grave.)

7. Valer-se de todos esses dados manipulados em conjunto para dar respostas às ansiedades criadas no eleitorado até que esse não veja outra alternativa se não votar em si. ( Soma das classificações = Muito Grave.)

Esse é o retrato a 3X4, ou a preto e branco, do Sr.Trump.

Só falta saber pra quando o 'impeachment' (?).

Penso que mais correto que o 'impeachment' seria a anulação das eleições por fraude, o mesmo que será mister fazer com as eleições do BREXIT.

Que mundo o que vivemos!

Com o sangue derramado



Que o país clame por justiça,
Que o povo se imponha. . .
 




Que o sangue da justiçada
Injustiçada que é
Clame por justiça azada
E ponha o país de pé

Meu Brasil tão oprimido
Meu Brasil tão opressor
Respire ar despoluído
E que volte a falar de amor

De novos dias de esperança
De confiança, de criação
Se convertendo em mudança
Realizando a renovação

Tiremos todos os podres
Curemos todas as chagas
Lavemos a imensa sujeira
Volvamos a outras plagas

E que Nosso sonho de justiça
Nossa marca de emoção
Com esse sangue derramado

Traga nossa salvação.

quinta-feira, 15 de março de 2018

Socialismo e liberdade são signos de sonho: Viva Marielle!






Forças perigosas se movimentam no Brasil.

Aquela gente sem cultura, mal informada, que sobrenada num espaço de alguma ascensão social, classes médias, c, d, e, e f, que com uma visão destorcida da realidade acreditam num governo forte, isso que pode traduzir-se por regimes não plenamente democráticos, de excessão, até ditaduras, mais ou menos virulentas, permeadas de diversas gradações que fogem a democracia, esse legado grego tão antigo, que é o único que podemos compreender como justo e decente, pois é o único onde há espaço para a manifestação de todos, inclusive desses desinformados, desses marginalizados culturais que acreditam desde a ideia que se possa jurisdicionar o executivo até em um endurecimento do regime através de variados caminhos, melhor será dizer descaminhos, que poderão levar a um futuro brilhante o Brasil. Como a ignorância é o pior dos desastres, irão como que chocar contra o muro da estupidez ao cavalga-la, e a história é tão recente, tão fácil de ser apurada, lembrada, e revisitada, 64 foi ali ao virar da esquina, e redundou em uma dívida monstruosa, um atraso de décadas, e na exclusão de dezenas de milhões de brasileiros, e algum proveito medíocre para essas turvas classes médias que só por ignorância histórica querem reimplantar o dito regime forte. Por outro lado o governo lula/Dilma pagou a dívida externa, incluiu dezenas de milhões destes excluídos, gerou progresso e trouxe esperança, e, é claro, como tudo isso tem um custo, na medida que se deu a uns, negou-se a outros. O grande problema foi o final da história, onde o PT, com gente gananciosa pôs fim ao sonho de um Brasil democrático, progressista, com ascensão social para todos, ou seja, um Brasil não excludente. E os corruptos, os de alma vendida, estas dezenas que formaram diferentes partidos para poder jogar o jogo corruptor dos interesses que se joga todos os dias nas duas casas do legislativo e nos corredores dos ministérios, essas duas câmaras, a alta e a baixa, que ao tempo do Juscelino eram alcunhadas de 'já comi, e estou com fome' pelos dois potes da cúpula que conformam o edifício que as abriga, voltados alternadamente para cima e para baixo. Essa gente maldita, mestres da corrupção, que inviabilizou o trabalho de gerações, inclusive dos militares que detiveram o poder por longo período, pois com o advento da democracia estava realizado o sonho, esse mesmo que esses corruptos de hoje, essa escória que transita pelos corredores do poder, com ou sem cargos eletivos, destruiu, e que fizeram os desvios e as falcatruas que levaram o país ao caos, e que permitem a uns quantos justificar a possibilidade, ou necessidade, como queiram, de retornarmos a ditadura, onde há uns quantos que já esfregam as mãos na expectativa ávida de tomar o poder, e uns quantos que de momento o detém, não vêm nada para além da satisfação de seus interesses pessoais ou de grupos, permitindo que o país decaia no poço sem fundo do retrocesso.

A execução de Marielle Franco, a moça da Maré, que lutava por dois sonhos que atendem por nomes muito bonitos: Socialismo e Liberdade, emblemas de seu partido, é um: 'Calem-se!' É uma intoxicação prévia do panorama político, um aviso, um signo da extrema direita, de grupos que atuam no jogo pelo poder para muito além das fronteiras políticas, sociais, econômicas e partidárias, jogando um outro jogo fatal, mortal, sanguinário, o jogo do extermínio, esse que também o sabem jogar os marginais, os traficantes, os bandidos, esses mesmos que alguns sabem dizer que bons são mortos, mas que existem, exatamente como tais, no seio dos partidos de interesses, no seio das nações que se querem imperialistas, e que se afirmam como regimes duros, sejam de que cor forem à direita e à esquerda, à direita e à esquerda de que? A resposta é só uma: dos interesses dos povos, das gentes, das populações, atendendo aos interesses de uns poucos que só querem usar o poder em benefício próprio. Vi tantas vezes isso por todas as repúblicas Sul-americanas, em África à exaustão, nos Orientes, próximos e mais distantes, mesmo na Europa, em tantas formações, estas mesmas que ainda perduram em certos grupos partidários que pelejam pelo poder, mas que o império da democracia e a liberdade de informação, as discussões constantes dos analistas políticos, a força do jornalismo livre,  evitam que povo cegue.

Marielle era tudo que se pode dizer excluído, era negra, era mulher, era combativa, era ativista, era participante, denunciava, incomodava, e calaram Marielle, como certa feita há muitos anos, quando eu fui á Maré, antes da visita de um coronel que era ministro, chamava-se Andreazza, e queria, na época da ponte Rio-Niterói, expulsar do mangue os desgraçados que lá viviam, posto que a Maré é um mangue, que nunca devera ter sido ocupado pelo efeito de despoluição que tinha esse mangue na baía de Guanabara, e eu, então, defensor do meio ambiente, fui a Maré para falar-lhes do mangue, da importância desse ecossistema, mas, como sempre, comecei meu trabalho de conscientização com uma conversa, acabei, com essa conversa, a ser eu o conscientizado por eles, os da Maré, onde a fome e o desespero imperavam, gente sem uma mesa, sem uma cama, sem uma escola, sem um prato de comida, e eu acabei incitando-os a que pressionassem o Andreazza, que o rasgassem se fosse necessário, pois eles não tinham mais nada a perder, o que realmente acabou por acontecer, e eu fui naquele dia o maior agitador do Brasil, eu que só queria defender o mangue. Marielle é um cadáver nesse momento, mas serve de pouco, sua luta fica por fazer, corajosos como ela, cada vez há menos, sua condição de excluída-incluída fica perdida por umas quantas balas que lhe enfiaram no corpo, bem na cabeça, comprazem-se nas execuções, como aviso, como remoque, como alerta, como barreira que põem, como fronteira que demarcam. Essa gente que faz isso também é paga, não tem ideologia, quem os manda o faz para manter seus interesses, também não têm ideologia, os estúpidos ignorantes que apoiam os partidos que reclamam milhares de Marielles mártires, que não sabem que o verdadeiro poder se conquista com o sangue derramado do povo, e, como inocentes úteis aos interesses mais inconfessáveis, esses que sem consciência, coitados, por pura ignorância, por pura desinformação, acham bem os regimes duros, desejam e votam em opções ditas 'fortes'.

Agora que pensam que calaram Marielle, necessitaremos de milhares e milhares de Marielles, onde suas vozes clamem e conclamem multidões, não para morrerem como ela, mas para que por serem muitas possam por cobro a essa desgraça para a qual escorregou o Brasil como lama em lodaçal se confundindo com a miséria envolvente escorrendo para um fosso, mas que como lama também é terra, muito molhada e enredada, é fato, mas é terra, e como terra, terra brasilis, é essência de sonhos, de lutas, de possibilidades, de anseios e esperanças, como os sonhos e as esperanças de Marielle
                                                       ---==oo0O0oo==---

24 horas depois o mundo respondeu com manifestações de repúdio, a imprensa discute, e as nossas Marielles se vão multiplicando e dando voz a esperança. É muito importante que esse movimento continue!
Aqui temos as manifestações no Rio, enfrente a ALERJ, a assembléia dos Deputados estaduais, na rua 7 de Setembro, em frente ao Teatro Municipal na Cinelândia, já somos muitos milhares. Seremos milhões!
Essas as fotos recebidas do Rio de Janeiro.


                                                                                     Lisboa ontem a noite, foto de André Espeleta.

Mas houve manifestações por todo Portugale haverão muitas, Braga está muito concorrido segundo dizem, pela América do Sul fora, Buenos Aires teve grande manifestação. As respostas à estupidez e ao risco do Brasil descair pro fundo do poço se vão fazendo. Felizmente há muita consciência ativa.

Vão chegando todos os tipos de manifestações, desde as individuais, como as coletivas, e Marielle vai revivendo:


Logo depois se soube que as balas que a mataram eram da Polícia Federal, por isso repito: Forças perigosas se movimentam no Brasil. A sublevação da ordem com quem a deve manter assumindo um poder discricionário, é o fim da ordem e da justiça.


terça-feira, 13 de março de 2018

Barreiras Mentais Duarte.







O Sr. Barreiras Duarte é retardado ou faz-se de. Então se ele recebeu em casa uma certificação de um graduação que não fez, a vai incluir em seu currículo, sem nenhuma cerimônia, e vem declarar que não sabe como o documento foi parar a sua casa. Ele pensa que nós somos estúpidos, ou o que?

Estou muito mais em crer no o que!

Se as barreiras do nome se transformaram em mentais, e degeneraram em demência, que o seja, talvez seja sua única saída para driblar o crime de FALSIDADE IDEOLÓGICA, que é alegar-se algo que não se é.

Agora querer que sejamos dementes com ele, aceitando calmamente suas declarações, ISSO NÃO !

E isso sai assim na televisão sem um comentário lógico sequer?

Serão recorrentes...







Há cadáveres boiando, de crianças, mulheres grávidas, trabalhadores, gente que buscava uma vida nova. Há também heróis que pelejam por salvar vidas e evitar essas mortes, conseguem algumas. Há miseráveis famintos, há aproveitadores, há traficantes de vidas, há riscos, mortes, miséria, tudo que não devia haver por falta de decisão, por covardia, por acomodação. Tudo deve-se à falta de coragem dos dirigentes europeus que não arranjaram uma solução para o caso. E é das coisas mais simples.

Há exatos 20 anos eu escrevi para o diário espanhol El País um alerta para termos atenção com África, e o fazia dentro das preocupações deste noticioso na época, sempre atento ao mundo, mais particularmente com os países africanos, visto Espanha ainda possuir partes de África, o que lhes leva a ter atenção alargada nesse ponto, mas eu escrevia por solidariedade, sem visões geo-estratégicas, sem maiores considerações que ajudar um sexto da humanidade excluída dos avanços do progresso, excluída das condições sanitárias, excluída dos apoios sociais, excluída, enfim, do que é nossa civilização, melhor, podemos dizer, do que foi nossa civilização no século XVIII, estando num tempo de exclusão que lhes faz retrogradar três séculos, é muito injusto. E na minha inocência era o que me animava a pegar da pena então.

Logo a seguir o senhor Clinton fez longo périplo por diversos países africanos para, num gesto, tentar incluí-los no mundo civilizado, certamente os 'bureaus' das muitas inteligências que assessoram os presidentes dos EEUU, haviam recomendado uma aproximação por razões geo-estratégicas e outras. Meus escritos, muito mais modestos, e com outras motivações, queriam apenas trazer esse contingente humano para a civilização, mas, lembro-me bem, afirmava que comercialmente era um grande negócio, pois iria resgatar um bilhão e meio de consumidores, e acrescentava, ávidos, pois não possuíam nada, desde os electro-domésticos que eram publicitados para nós, os básicos, nos anos trinta e no pós guerra, até aos computadores que naqueles vinte anos atrás eram o novo 'hit' de consumo.

A verdade é que os americanos não conseguiram muitos êxitos em África, é claro que estão lá com participações desde os diamantes na Guiné Konacri, com a venda de armas obsoletas para os diversos países se guerrearem, até as maravilhas da medicina para quem pode pagar, só atuam em atividades pontuais sem um projeto integrado que é o que os africanos precisam. A China, inteligentemente, vem se instalando com vistas mais largas de futuro, hoje com raízes profundas encravadas no continente africano. Mas a verdade é que não há um projeto concertado de atuação visando a evolução e o progresso das enormes populações excluídas. A ONU devia servir para isso. O Guterres sabe disso.

Entretanto África veio bater às nossas portas. E isso que eu não previra é a mais forte resposta a uma necessária ajuda desenvolvimentista, não motivada altruisticamente como eu há 20 anos em minhas ideias aventava, mas bem egoisticamente com vontade de resolver o grande problema que aumenta a cada dia, e que se chama África como um todo, por este vir repercutir nas nossas vidas na forma de refugiados, emigrantes, necessárias ajudas econômicas, etc... e até nas pungentes  imagens que nos chegam da fome, da morte  e da guerra.

Necessário é ter em atenção que África é um continente rico, muito rico, que ainda não deu de forma salutar seu contributo para o progresso do planeta, e a forma salutar de dar é recebendo também, deram matérias primas, produtos básicos, e força escrava para fazer a riqueza de quem os explorava, mas ainda não estabeleceu um desenvolvimento suficiente para contar nas listas dos PIBs e produtos do desenvolvimento, mas como demonstra a África do Sul, e mais recentemente Angola, apesar de toda exploração, jogos de interesses e corrupção em que vivem, o progresso e o desenvolvimento são possíveis e até fáceis de alcançar, e depressa, na geração.

O que temos hoje são enormes contingentes populacionais de excluídos que têm de ser chamados ao convívio do progresso mundial do século XXI, nada menos que isso, e mesmo por razões egoístas, por que se não as hordas de migrantes e refugiados, com a situação de guerra e mortandade, e a ameaça terrorista, as doenças e os desequilíbrios econômicos que o continente proporciona  e exporta, serão cada vez mais recorrentes.




terça-feira, 6 de março de 2018

Garcia Márquez faria 91 anos.




                                                                                             Vem um doodle nos lembrar.


Gabriel, Gabriel
Das histórias, da mística , do sonho, da fantasia
Gabriel, Gabriel
Trazes sempre a tristeza embrulhada na alegria

Magia de dizer, encanto em contar
Do delírio absoluto e da pureza infantil
Todo sos dias são dias de te lembrar
Mais que o 6/3 comove-me o 17 de Abril.

domingo, 4 de março de 2018

Les extrêmes se touchent, ou non?





Signification : Expression française qui signifie que les termes opposés ont des caractères communs et on passe facilement de l'un à l'autre. On peut dire au meilleur que les termes opposés, sur les situations, sur les sentiments, etc... elles sont complémentaires, est  le même que dire qui se touchent. 

Origine : Une démonstration mathématique de ce dicton semble impossible. De ce fait, "les extrêmes se touchent" se définit comme  une incitation  à éviter les excès. Cette expression française on peut s'appliquer au domaine du réel, parce que elle reste valable dans le domaine du sentiment comme la haine qui n'est pas éloignée de l'amour, comme la colère de la soumission, aussi bien la douleur de le plaisir, l'ordre de le chaos . Ou non?

Expression française synonyme : choisir le juste milieu" qui reste l'apanage des prudents! 'Medium virtutis' ('medium rationis') La vertu est au milieu, dissent les ancients, qui c'est pas la même chose, pourquoi au milieu? Si le rationnel n'est pas toujours au milieu? Plus au contraire, les opposés sont pleinement conformes, ils ont fait une logique de continuité qui dépend l'un de l'autre, par cette raison le rationnel peut être aussi dans les extrêmes, et quand on dit la rationalité c'est a dire la vertu.  Il y aura des conflits, naturellement. N'aie pas peur.

Si ont avons aussi que les opposés sont complémentaires, est pourquoi ils fait une logique de continuité, et ça est bien manifeste. Si nous avons l'été très chaud, nous irons avoir l'hiver très rigoureux. La Nature nous parle côme est la vie en essence. Et nous devons connaitre la vie avec ses oppositions, même en conditions extrêmes, si elles se produisent, pour la comprendre et pour rationaliser, juste parce que ils sont là, ils se touchent!

quinta-feira, 1 de março de 2018

Impeachment NOW! Trump is dirty.





No more doubts about, keeping an adviser in order to not knowing to do what,  and with the declarations on the resignation of Miss Hope Hicks is absolutely clear that the White House is trying to cover-up the Russian interference in presidential elections, that makes Trump illegitimate. Now we have 17 American intelligence agencies telling this. What we need to know more about, for to accuse this man and get him impeded at the exercise of presidency?
 >>>> HE BETRAYED AMERICA!

David Leonard, from The New  York Times, says very clear the same idea:
David Leonhardt

David Leonhardt

Op-Ed Columnist
Let’s make this simple:
1. Russia attacked the United States in 2016 by disrupting the presidential election.
2. The origin of the attack is a matter of consensus among American intelligence agencies.
3. The current president of the United States refuses to acknowledge the attack, refuses to respond to it and refuses to help protect the country against a likely follow-up attack.
4. In the wake of the mass murder of 17 Americans in Florida, the president falsely claimed that the F.B.I. failed to prevent the massacre because it was too occupied with the Russia investigation. In doing so, he repeated his frequent lie that the Russian operation did not exist.
There is no longer any doubt that President Trump is failing to preserve, protect and defend the Constitution of the United States, as he solemnly swore to do.
“At every turn, Trump has failed to do what a patriotic president would do — failed to put the national interest first,” writes David Frum in The Atlantic.
My colleague Tom Friedman writes: “This is code red. The biggest threat to the integrity of our democracy today is in the Oval Office.”



A perda da respeitabilidade de um país. O Sr. Trump está destruindo o que seja a administração norte-americana com a expressão que mais lhe agrada: You're fired. Esse psicopata de plantão, vem desequilibrando o que representava os EEUU, e tem lançando o país num vazio.
Esta é a última crônica sobre o Sr. Trump, está tudo dito, só não vê quem não quer, já pedi seu inpeachment tanto no meu idioma, como no do povo que ele governa. A única hipótese de eu voltar a escrever sobre esse senhor é quando ele for retirado, ou quando ele desestruturar a América definitivamente, ou se, entretanto, começar a terceira guerra mundial.
Longe de mim defender o Sr.Tillerson, mas não pode haver esse nível de instabilidade na Casa Branca, até que alguém retome os dossiês são meses de vazio.

http://hdocoutto.blogspot.pt/2017/07/a-destruicao-do-prestigio-e-da.html