quarta-feira, 31 de julho de 2013

Verdade incontornável: Perdemos o respeito por nós mesmos.

Eu gosto muito de países que não aparecem no noticiario. Tinha uma especial predileção pelo Canadá, pois que este país raramente aparece nas notícias porque, pelo nível de educação e desenvolvimento de seu povo, tem os problemas básicos todos praticamente resolvidos. Bom nível de vida, enorme classe média, bom nível  cultural, gente educada, temente  à  Deus, ordeira, pacífica, cuidando de sua vida, com  trabalho ( bom nível de emprego) boa distribuição de renda e muito poucos excluidos, tudo aquilo que um país deve ser. Por isto aparece muito pouco na mídia. Já que só há notícia quando o homem morde o cão e não o contrário, ou seja as coisas normais não são notícias, e o Canadá é um país normal, em quase tudo.

Tinha 18 anos,  chamava-se Sammy e tinha toda a vida pela frente. Levou 9 balas mortais de um policial por que tinha uma faca na mão. Sammy era franzino. Que pode fazer um garoto franzino de 18 anos com uma faca contra dezenas de policiais altamente treinados, equipados, armados que cercavam o ônibus onde o rapaz estava sozinho? Nada. Absolutamente nada.  Porém isto não evitou que um policial o abatesse impiedosamente com nove disparos em doze segundos, na frente do mundo inteiro. Porque?

Só, com a faca na mão, não atendeu às intimações dos policiais, é verdade. Não atendeu porque podia estar aturdido. Não atendeu porque podia ser lento. Não atendeu porque podia estar confuso, drogado, triste, desesperado. Podia ter brigado com a namorada. Podia ter se desentendido com a família. Podia ter sofrido uma enorme desilusão. Mas na sociedade de hoje não há tempo, nem espaço para estas situações de incompreenção e desnorteamentos. Não respondeu prontamente, leva bala, seja numa favela do Rio, seja no centro de Londres. O centro de Londres nos lembra alguma coisa, não é?

Hoje em dia como se vive com medo de que o terrorismo possa promover uma ação, atira-se primeiro, e pergunta-se depois. Porém nada disto é impune. O treinamento ao qual o aparelho policial está sujeito, leva-o a atitudes de pronta reação sem questionarem a posição do ' infrator ', que pode ser a de um mero perturbado, e esta perturbação pode ser momentânea causada por uma situaçao pessoal da qual nenhum de nós está livre,. Se reagir mal ...BALA NELE !

E a palavra chave de tudo isto é treinamento. São treinados para reagir e reagem! Este é o grande dilema da sociedade moderna: Razoavelmente perderam o senso de oportunidade, o senso de avaliação. Perderam o respeito pela vida o que é o mais grave!

Vejam o nosso Sammy, seu nome de família era Yatim. O que diz tudo. Uma agravante! Seu aspecto médio- oriental aumenta a vontade de reação contra ele. Sua atitude lenta exponenciona esta vontade. E as balas são muitas. Não uma bala no ombro ou na perna do menino para ele largar a faca. Não! O treinamento.... Nove balas certeiras e fatais. Quem explica isto? Se é que isto tem alguma explicação razoável.

sábado, 27 de julho de 2013

Fechar


                         
                                                     À Carlos Drummond de Andrade.


"Abre em nome de abrir…."


Sou por força de ser !
Existindo é que sou….
mas não tenho a certeza.

      Por isto muita vez
      não sou e fecho-me,
      e  vejo e revejo,
      e revejo-me
      nesta suposição de existir.


E qual ostra defendida,
defensora e defensiva
indevassável, fecho-me.

      E neste fehar sem propósito
      outra vez revejo-me.
      Regozijo o despropósito de existir,
      e perpasso  calmamente a existência.

      E, abertamente, pelo simples propósito de perpassar
      atendendo ao declarar
      de quem, por não ter mais argumentos,
      ordena à ostra:
       Abre!

E há tanto porque se abrir,
há tantas razões para o fato da abertura,
mas sem mais que se lhe diga…
Abre em nome de abrir!
( Em nome de abrir não!)
Há mais razões para isto.
Podia ter dito:
Abre em nome da lei…
Abre por favor…
Abre por piedade…
Abre pelo amor de Deus….

     Abre a meu chamado,
     à minha solicitação….
     Mas não….
     Sem mais: Abre!…
     Dizendo: Abre, em nome de abrir !
     Não , não..........
     …………………. A  existência sempre procura justificação.


domingo, 21 de julho de 2013

De boas intenções o inferno anda cheio III - A arquitetura da crise.

Este remédio ainda vai te matar, mas toma lá outra dose!

Quem não sabe que tudo isto é uma nefanda pantomima, não sabe o que se passa no mundo. É tudo uma questão de tempo até quando os EUA começarem a afundar, porque a solução que deram de injetar mais dinheiro na economia não vai resultar, vai só adiar o inevitável, retardando o grande estrondo. Detroit já explodiu. Tudo isto que vivemos tem um nome: deslocalização da industria somada com desregulação dos capitais financeiros . Não tem remédio !Pelo lado da  deslocalização, esta só volta quando os emergentes (China, Índia etc...) elevarem seus níveis de consumo dos atuais 35% de seus PIBs para mais de 70% como nos EUA, o que, pela lógica oriental, poderá nunca vir a se dar. Então: Adeus Ocidente! Pelo lado da desregulamentação, foi o caso de enfiarem a raposa dentro do galinheiro.  Botaram o lobo para apascentar as ovelinhas e ele mentiu, enganou, defraudou, falseou, fingiu, iludiu, deu informações erradas, fez tudo que está no manual dos mal caráteres e devorou as ovelinhas, com o seu consentimento ainda por cima. Agradeçam ao Reaganomic e a era Tatcher. É  isso que dá porem um ator medíocre e uma dama de ferro a governar o  mundo. As finanças(o lobo) viu a sua oportunidade e as ovelinhas(a economia e o trabalho) foram devoradas. O mercado de capitais não pode existir sem extritas e severas regras!

Creio até que ninguém se lembra mais disso. Ainda sabem o que foi o Reaganomic?  Pois é, tudo tem uma razão de ser. Agora por aqui, no Portugalzinho, entre cagarras e outras farras, temos nos braços uma coisa interessante: A convergência das taxas  nas diversas maturações. E o que é isto? É que para os diferentes prazos da dívida as taxas de juro estão se tornando iguais. E o que quer dizer isto? Quer dizer que a dívida portuguesa além de todos os seu problemas, está se tornando desinteressante, dando prejuizo aos investidores, porque muitos já não querem pegar nela. E isto é o princípio do fim.

Enquanto isto, desperdiçando o que de mais pecioso se pode dispender: tempo, o presidente Anibal vai decidir que tudo fica como dantes no quartel de Abrantes. Voltaremos aos princípios do mês, estando no final, o que não voltarão, serão as taxas de juros, quando abrirem-se os mercados amanhã segunda-feira 22.

 Como sabem os que me lêm, tenho acertado em todas as previsões que faço. Dia a dia vou antevendo o que se vai passar. Perguntarão se sou bruxo ou adivinho. É tudo tão evidente que admiro-me que os agentes políticos e financeiros gastem o precioso tempo, bem como a esperança e paciência dos portugueses com estas diatribes. Será que já se esqueceram que ainda'ontem' (pelos  meiados  de 2011) foi que a dívida ultrapassou os cem por cento do PIB, e já vai hoje em mais de 120%? Será que não sabem que qualquer dívida acima dos 50% do PIB é perigosa, dos 60% desastrosa, dos 75% impagável? Estão negociando o que? A data da explosão? O que não tem solução, solucionado está!

Agora o presidente Aníbal vai dar posse ao governo remodelado, teremos então o dr.Portas no seu melhor como já tinha previsto, e tudo isto vai dar uma sobrevida ao governo até o fim do período de intervenção. Depois se vai verificar que os mercados não querem nada com a dívida portuguesa, a não ser à níveis que sua ganância não consegue resistir arriscar. E então? Então novo resgate, até que se torna claro que a dívida é impagável, e que não há solução para Portugal. Resta saber se  isto se dará antes ou depois de saberem e divulgarem que não há solução para esta crise à nível global. Resta saber quando a quebradeira vai ser geral. Resta saber o quanto os alemães vão querer perder para manter unida esta desunida União Européia, e se isto lhes convém. Resta saber se o universo financeiro vai ou não ter uma regulamentação à nível  mundial, abrandando sua voracidade e coibindo sua sanha destrutiva. Resta saber se os enormes prejuizos aos obrigacionistas ficam com estes, ou se serão partilhados. Resta saber se o dinheiro sai do trono altíssimo em que se colocou, quase ao lado de Deus, ou se se mantém lá com mais ou menos regras. Estas são as incertezas que se apresentam para um futuro que certamente vai ser desgraçado, porque o casino deixará de pagar as apostas.



sábado, 20 de julho de 2013

De boas intenções o inferno anda cheio II, a revanche.

Diz-nos um grande poeta português: " Há que dizer-se das coisas o somenos que elas são. Se é um prato  é um prato, se é um cão é um cão. Mas quando o prato se parte, e quando o cão faz ão ão. Então o prato é um caco e o cão não passa de um cão."

A acreditar-se na boa fé e boa vontade, e boas intenções do Sr. Presidente da República ( E eu acredito!) devemos ter em conta uma inocência política não concorde com um passado político de tão longa atividade neste 'metiér. Poderia alguém acreditar num entendimento, mesmo sob o imperativo da mais alta função que alguém possa desempenhar: O da salvação nacional, entre forças tão discordantes e em tal situação tão dissonante? Só mesmo o dr. Cavaco.Tudo deu-se, como era previsível, e como eu disse no artigo anterior, que seria o I, para este ser o II.

O problema é o resto! É o que se irá decidir, e é mais perda de tempo. É o que se irá passar,e são problemas adicionais a uma situação já por si insustentável. É o que irá custar, e é o aumento de uma dívida já por si impagável.

Neste contesto teremos que os mercados, que transitam entre a ganância e  o medo, reagirão! Mais medo, mais ganância, maiores juros,e o inverso também se dá. Como é previsível vamos ter reações logo que a semana começar, o final de semana fica para as espectativas, sendo o sábado reservado para passar as culpas,sendo que culpas não há. Houve foi boas intenções.

Estas, diferentemente do que muitos afirmaram, custaram centenas de milhões. Alguns disseram milhões, uns quantos milhões. Esta gente esquece que além destas perdas diretas há as indiretas. O atraso gerado à solução  de uma dívida que custa mais que um milhão por hora em seu serviço, ou seja mesmo que ela não aumentasse com o déficit, mesmo que ela não aumentasse com taxas de juros mais altas, mesmo que a ela não se viessem somar outras parcelas que se virão somar de desvios colossais que estão no horizonte próximo, ela custaria sem pagamentos, sem abatimentos, mais de uma milhão por hora só em juros para manter a dívida como está. Acreditam que esta dívida é pagável com o nível de riqueza português?  Saibam que só para rolar esta dívida à niveís de amortização mais possíveis de serem geridos, estimam-se 30 anos. O tempo de uma geração! Ou seja uma criança que nasceu, por exemplo no dia da demissão do Dr.Gaspar, quando fizer trinta anos, e estiver produzindo, começará a pagar uma dívida que foi mantida durante toda a sua vida, e foi se renovando até lhe cair como uma herança novinha em folha para que ele a comece a pagar. Isto quer dizer se durante esses trinta anos não acontecer nada de novo. Por exemplo nenhum dos governos que se sucederem no período criar nova dívida, nenhum dos governos estourar os orçamentos( terão que todos os orçamentos serem de resultado zero) se nenhum pretender fazer investimentos com recurso a empréstimos, etc...etc... Se tudo isto acontecer durante as próximas três décadas, este menino que nasceu no dia da demissão do Dr. Gaspar, herda a dívida rolada para começar a paga-la. Pois que as previsões, com a capacidade de crescimento prevista de Portugal, são de que nos próximos trinta anos só  dê para rolar a dívida  face do nível de individamento atual, não dará para abater(pagar, amortizar) nada. Não se esqueçam que ainda foi agora que se terminou de pagar a primeira dívida contraída por D.. João VI, dois séculos pagando juros. Pobre gerações espoliadas. Agora o que vem por aí é muito pior.

Tudo isto junto temos que o incumprimento é uma espectativa bem paupável. A ganância que venceu o medo deve perder. Isto já aconteceu muitas vezes.O exemplo clássico é o da Argentina que era a sexta economia do mundo quando entrou em incumprimento(default, como se diz no jargão econômico) havia sido corroída pela inflação em sucessivas levas,por acreditar-se suficientemente forte e rica, foi seu fim. Com uma classe operária urbana imensa que os governos pretendiam politicamente atender e cooptar (os descamisado de Evita) levaram o país ao incumprimento. A dívida externa era de 60% do PIB em 1984 na Argentina, explodiu em 89 e voltou a explodir em 2001 na casa dos 64% do PIB, o que pode esperar Portugal com níveis da ordem dos 122 e 127% de seu PIB?

O que aconteceu a Argentina depois do incumprimento? Olha foi o crescimento econômico que subiu fantasticamente e a economia recuperou. É quase para se perguntar porque os devedores pagam? Agora tudo isto passa-se assim, antes do incumprimento há sempre alguns resgates, intervenções externas, situações de extremado risco, depois ...nada...A vida continua!

O fato é que todo mundo sempre quer resolver a situação. Há um desespero natural em se ter um problema insolúvel em mãos. diz-se coisas, acreditam-se em situações improváveis, espera-se pelo pior. Veja por exemplo o Jornalista, que admiro com restrições, José Gomes Ferreira, que escreveu  O seu Programa de Governo em livro apreciável, com muita preocupação e honestidade, vem dizendo que vamos pagar caro pelo não entendimento, com uma preocupação sincera faz os vaticínios daquilo, que conhece muito bem, que vão ser as reações do mercado. Com sua honestidade e bom carácter esquece-se do depois. E depois... passa, como tudo. 

O fato de todo mundo sempre querer resolver a situação é a boa intenção, mas lembro ainda mais uma vez: De boas intenções o inferno anda cheíssimo. 







domingo, 14 de julho de 2013

De boas intenções o inferno anda cheio....

Estão escolhidos os negociadores dos três partidos!

O Presidente Aníbal fez outra vez o que sabe  fazer  melhor : Complicar situações que já por si são demasiado complicadas.

Que as suas intenções  possam  ser as melhores possíveis, já se depreende do próprio título que atribuí a este artigo de opinião. Até aí nada demais. O que é de mais, é que isto já custou mais uma semana e, certamente, irá custar ainda mais outra e talvez mais outras à seguir a esta.  Agora que vivemos todos com o medo das reações dos ditos 'mercados'. Se os juros sobem ou não sobem, ao  Sr. Presidente isto parece  não importar nada.

Exigido o entendimento entre os partidos do arco da governação, descolou-se por fim o Sr. Presidente da República deste governo que vinha mantendo além do possível, assim quer parecer. Deixando enevoada a solução que daria em caso de não entendimento, e tendo colocado na mesa a questão da antecipação das eleições, inteligentemente deixa apreensiva as forças em representação, criando expectativas quanto às conveniências esperadas, acenando e não, para ambos os lados, aos seus legítimos anseios. Inteligência que não tiveram Os Verdes com a sua moção de censura ! Para se poder dizer e acusar a alguém de uma imprevista situação, é mister que esta não fique clarificada. Assim sendo...

Pois agora vão se sentar, consoante a vontade presidencial, os do arco da governação , porém já a escolha dos representantes tudo esclarece, para negociar. Quem pode negociar tão importantes problemas, em tão delicada situação, que não seus atores máximos? Porém houve escolhas, e resultou que o lobo vai discutir com os cordeiros. Pareceria tudo uma comédia se não fosse a real tragédia do povo português, sem tempo, sem dinheiro, sem expectativas e sem mais paciência pra toda esta farsa.

As intensões do presidente Aníbal vão cada vez mais se  esboroando naquela mesma névoa que deixou como ameaçadora situação caso não se entendam, e o não se entender, é a situação esclarecedora da enevoada situação  de constrangimento. É como uma tenebrosa desgarrada ilógica, o que no Brasil chama-se também desfolhada, que é a canção de contradizer. Opondo-se situações de contestação à situações de contestação. E pela escolha do PS já se viu onde tudo isto irá parar.  

Limitando-me em crer que da intensão do presidente Aníbal poderia  advir um pacto, mais que necessário, indispensável  tanto para o imediato, como para o pós-troika.Para o imediato pelo confessado e evidente falhanço das medidas implementadas ao longo destes dois anos em Portugal, bem como a ingente necessidade de se aplicar medidas diversas das de pura austeridade, sem descontentar ou assustar os financiadores desta gravíssima dívida. Para o pós-troika, já que uma vez retirados do estado de 'banca rota', não termina aí nossa ingência e sua necessidade, pois que continuaremos em delicada situação, onde será necessário algum tipo de assistência para não haver nova bancarrota, pois face ao volume da dívida e dos pagamentos contratados e obrigações astonômicas que surgirão neste período logo à seguir o fim do resgate em que nos encontramos,e, posto que sem esta mesma assistência ou possibilidade de recurso, para rolar ou fazer rolar a dívida que permanece, cresce, se agiganta e recebe novas parcelas,corremos o risco de entrarmos em incumprimento, necessitando um segundo resgate e, sabe-se lá quais, medidas de maior austeridade.  

Resulta que consciente disto tudo, o presidente Aníbal faz sua tentativa para prevenir, porém  parece que o acolhimento às sua boas intenções é, relembrando a segunda das cartas, já que já me refri à primeira das quais  originou toda esta situação,de pura dissimulação. Pôr os interesses do país acima de quaisquer outros, parece de que ninguém se irá lembrar. Sendo assim, tudo  se irá ficar pelas boas intenções. E de boas intenções, já sabemos, estar o inferno cheio.

Francisco, Papa II.



Ele vai precisar de muitas orações.

Era uma podridão antiga.... Nunca ninguém tinha tido coragem de meter a mão no assunto, menos ainda quem tinha obrigação de fazê-lo : Seus antecessores. Ele começou a  faxina, limpeza em regra para essa podridão imensa que, de certa forma, atinge ao nosso Deus, já que tudo é feito em Seu Santo Nome.

Oremos por Francisco !

Todos os interesses instalados criam raízes profundas. Por isto é da essência da democracia a mudança. Por isto há eleições periódicas, e, mesmo assim, às vezes, não são suficientes para lutar contra esta terrível desgraça que são os interesses instalados. Porém a Igreja Católica Apostólica Romana não é uma democracia, é um Império, e , como tal, permite oligarquias de difícil renovação. O poder, esta faculdade substantiva atraente e sedutora, costuma fazer o possível, e, às vezes, também o impossível para se perpetuar ativo. É da natureza humana, portanto de sua natureza, já que o poder só existe com um ser humano o exercendo,e, a manutenção do 'status quo', nem que seja por inércia, é sua vertente mais comum. O 'status quo' é, como é óbvio, a soma dos interesses instalados, logo é muito difícil lutar contra isto, mesmo se tendo um poder superior, já que a luta põe em choque, e, às vezes, em cheque, este poder superior, confrontando-o, ou eliminado-o ,como já se viu inúmeras vezes. Até hoje na Igreja Católica todos os que confrontaram os interesses instaladíssimos da Cúria, ou terminaram mortos, ou desistiram, levando a outros a nem começar por temor do fim conhecido, e certo.

Oremos por Francisco !

Será o futuro de Francisco,o Papa, o que tem sido usual e costumeiro? Ou terá Ele, este homem peculiar, capacidades inesperadas e suficientes para vencer a batalha que começou? Sim porque ao começar as investigações do Banco do Vaticano e suas conexões, Francisco deflagrou uma guerra de muitas batalhas, que absolutamente não sabe se vai ganhar. Seu poder é superior? É ! Suas possibilidades são boas? São! Mas quem pode contra um veneno? Quem pode contra um terrorista contratado? Quem pode contra um fanático levado à crer que faz boa obra em matar? Francisco corre sérios riscos, infinitos riscos, mas, como ele mesmo diz, é sempre melhor morrer na estrada. É ! Porém não será solução para a batalha que deve ser vencida,  nem que seja para que haja menos podridão no mundo. Francisco necessita vencer! Nós não podemos fazer mais que orar, lembremo-nos que orar; muitas  vezes  é tudo o que é possível, mas também é tudo o que é necessário !

Oremos por Francisco !

Estou em crer, mais que desejar, que desta vez o Papa vai levar a melhor. Nem que seja aparentemente, para dar ao mundo uma aparência de modificação. É sempre necessário se modificar tudo, para tudo continuar como sempre foi. E é aí que mais temo por Francisco. Isto não o satisfará ! Pelo seu perfil, vai querer saber toda a verdade, vai querer se certificar se realmente o expurgo se realizou. Um Bento XVI, satisfar-se-ia com a aparência de solução, Francisco não! E se a guerra que abriu  é pra valer, só com ajuda do homem lá de cima é que a poderá vencer. Estamos falando da máfia, do tráfico de drogas, do tráfico de armas, do tráfico de pessoas e órgão humanos. Lavagem de dinheiro, milhões e milhões desta orígem imunda. Estamos falando das coisas mais sujas que existem, todas sob a sombra do melhor de todos os guarda-sóis: O Vaticano! É quase inacreditável, mas é assim!

Oremos por Francisco !


Para que possa realizar sua obra, para que possa recompor algo de verdadeiro e caritativo que a Igreja ainda possa realizar, para que neste mundo de misérias e injustiças, as religiões possam ser  vias de misericórdia, é necessário que o supremo corruptor, o dinheiro, seja posto debaixo de ordem, e que possa servir à verdade e aos necessitados de forma positiva, sem desvios ou outras utilizações viciadas e viciosas. Francisco,o Papa, terá de ter forças que não sabemos onde as irá buscar, obliterado pelo o que o rodeia.Sem ajuda divina não alcançará êxito. Nossas orações são necessárias neste momento de confronto.

Oremos por Francisco !

























quinta-feira, 11 de julho de 2013

Alô Brasil... Eis aí: As Empreguetes !

E a irreverência conquistou a circunspecção.

« Levo vida de empreguete, eu pego às sete.»


As melhores de todas as exportações são as imateriais. Por isto as pautas econômicas apreciam tanto o turismo, Espanha que o diga. Entretanto a melhor de todas é a das histórias e idiosincrasias de um povo. Exportam suas histórias,impoem-se culturalmente, afirmam sua nacionalidade e ainda por cima são pagos por isto. Hollywood é o exemplo rematado disto. E o auge de sua carreira foi atingido com o western-macarroni ou far west espaguetti, que transformou a cinecittá numa imensa Alabama, clonando os mausões do oeste americano, suas histórias, seus bandidos e mocinhos e até seus índios. Quando uma cultura tem a força e o sucesso para ser imitada, nada mais lhe falta.

«Todo dia acordo cedo, moro longe do emprego.»

" O povo não é bobo, abaixo a rede Globo." Gritavam na rua em manifestações e reuniões partidárias,em muitas das quais participei, porque sendo de esquerda comungava com seu ideário, porém quando chegava este 'slogan', contra a rede Globo, parecia-me mal. Eu, a expressão rematada do patriota, achava que o que a rede Globo fazia, mesmo com Dr. Roberto Marinho dando suporte à ditadura, era algo bom, muito bom, para o Brasil em todos os sentidos. Não podia concordar, não gritava a frase, mas era-me impossível convencer quem quer que fosse, de meu grupo, destas minhas idéias. Passou-se o tempo, tive ainda de chorar em plena Pequim ao ver a Lucélia Santos idolatrada como Escrava Isaura, e olha que fazer negócios da China é muito difícil.

«Queria ver a madame aqui no meu lugar, eu ia rir de me acabar.»

São muitos os sucessos mundias que o folhetim brasileiro conquistou, como os dos romances de Jorge Amado folhetinizados, cujo maior sucesso foi Gabriela, a que cheirava à cravo e tinha a cor da canela, passando por inúmeros outros e seguidos por outras redes de televisão brasileiras que, como a Globo, lançaram-se pro mundo. Atualmente, entre outros sucessos, conta-se esta idealização, multiplicada por três, da história da Gata borralheira, para quem preferir a versão italiana, ou a de Cinderela, Cendrillon, para quem preferir a versão francesa, recuperada por Charles Perault em 1697.

«Fim de semana é salto alto,e ver o que vai dar.»

Passam-se os anos, o cinema brasileiro conquista mundo, passamos a ser uma opção neste universo hollywoodiano, muito difícil conquista. E a rede Globo continua sua tragetória de exportação do folhetim brasileiro por excelência, como empresa na busca do lucro, mas como embaixatriz difundindo a cultura de meu país, o que deve a nós todos orgulhar. Até que em nove de Julho de 2013,na Nazaré,vila pescatória da Estremadura portuguesa,onde ocorem umas ondas gigantescas que um dos melhores surfistas do mundo, Garret McNamara,escolheu como as mais fantásticas para surfar e onde agora vem dando aulas de surf, nesta praia,quando, ao retornar a esta típica vila portuguesa, onde as suas mulheres,muito conhecidas pela faina do mar, ainda se vestem à antiga, com as roupas escuras e os toucados característicos, guardando tradições mouras medievais,uma equipe de reportagem vai documentar o conhecido surfista, e pergunta às senhoras da vila se o conhecem. Elas reconhecem-no, e festejam-no merecidamente, pois tem divulgado, e muito, sua vila, dançando para ele.

«Um dia compro apartamento e viro socialaite...»

Todas vestidas à caráter como costumam estar, três senhoras começam a cantar e a dançar em homenagem ao surfista, nada mais, nada menos que a música das empreguetes, Maria brasileira. E lá vão as Senhoras da Nazaré cheias de charme: "Somos as Marias que sonhamos": Marias sem vergonhas, Marias sensuais, três estrelas da Nazaré,recolhendo na força da língua, da criatividade, da universalidade do sentimento, esta canção. Marias verdadeiras da Nazaré(Tudo que você quizer elas fazem mais.) no Oeste de Portugal, clamando uma verdade maior : Que quando se tem força criativa nada nos pode deter.

P.S. Sempre haverá o tolo que registrará a ocorrência como uma aculturação das valorosas senhoras da Nazaré, guardiãs das tradições portuguesas. O único possível comentário é que é sempre melhor sermos aculturados no nosso idioma, que passar o dia a ouvir música em inglês em 'todas' as rádios de Portugal. Se ao menos fosse música brasileira...era em português.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Irrevogável 'upgrade' II,


Foi Paulo Portas no seu melhor.


Os que pensam que eu admiro ou concordo com as idéias do dr.Paulo Portas, enganam-se. Apenas tenho perfeita noção de suas capacidades e por isto tenho de reconhecê-las com a sua mister competência, aliás magnificada por flutuar num mar de incompetências.

Isto posto, tivemos a ocasião de vê-lo, como já referi, no seu melhor. Vejamos: Foi à Assembléia da República e com o ar mais cândido e descontraído do mundo, foi entrando.
Quando chegou à sala da comissão em que devia pronunciar-se sobre a autorização que negou (Como ministro dos negócios estrangeiros demissionário, que ainda o é.)ao avião do presidente da Bolívia para aterrar em Lisboa, ao entrar dirigi-se diretamente ao líder parlamentar do PCP, dr. Bernardino Soares, e o cumprimenta com sorriso largo.O homem fica tão embasbacado que até se levanta para o cumprimentar melhor. Ato contínuo cai em si e volta atrás sentando-se. Depois são as séries de respostas onde brinca com os interlocutores (Interrogadores)que ante sua pose de ministro de Estado, de estadista, ou sei lá de mais o que, rendem-se completamente à situação, só muito mais tarde uma deputada do PCP vindo a lhe fazer a incontornável pergunta sob a sua demissão, à qual também não responde com grande à vontade. Mas ninguém teve a coragem de lhe chamar demissinário( Já todos o viam como vice-primeiro -ministro.) Com as oposições a como que aceitarem o que ainda irá ser sancionado pelo presidente. É incrível. Em terra de cegos quem tem um olho é rei! E o dr. Paulo Portas tem dois e bem abertos.

Depois analisemos o episódio da ida à Presidência da República ao apresentar-se como presidente do CDS-PP, onde ao sair os líderes partidários fazem declarações querendo, todos, sem excessão, deixar uma mensagem a influênciar o presidente neste ou naquele sentido, ele foi o mais neutro e respeitável à figura do presidente Anibal. Sabendo bem o velho brocado que afirma não se dever cutucar onça com vara curta.

Assim tivemos um dia à Paulo Portas. Sugiro que se vão acostumando : Vão haver muitos dias assim. Quero também comentar a atitude do dr. Passo Coelho desde o princípio da coligação, há dois anos, que, sabedor do que passaram outros líderes do PSD em coligação com o CDS, quiz, desde o princípio, por uma linha que demarcasse bem o espaço do dr. Paulo Portas, como à querer dizer: « Você não vai fazer comigo o que fez com os outros.» Pois não! Fez muito pior!

Com aquela pseudo-calma-alegre que sabe expressar como ninguém, pôs-se a dizer as coisas que lhe convinha, sem fugir às responsabilidades do cargo, expondo nas entrelinhas ou nas omissões de resposta e comentários paralelos, tudo o que e como queria dizer. Não há quem lhe faça frente na Assembléia da República. É assim uma força política que conhece como ninguém o uso do vernáculo, não deixando-se encurralar. Por estas boas razões e pela capacidade de torcer e destorcer as situações a seu bel prazer, vai cada dia mais se tornando verdade, muitas vezes, as afirmações que fazem sobre ele e o seu contrário, sem que nada lhe fuja no sentido das possibilidades. O que lhe dá o título de mais hábil político português da atualidade.

Tenho pena que assim seja.

sábado, 6 de julho de 2013

Portugal e o futuro, e não é título de livro...




O Irrevogável 'upgrade'.

Começo por parabenizar o dr. Portas por ter conseguido tudo o que queria - e queria desde criancinha.


Desenganem-se aqueles que acreditam que o dr.Portas faz alguma coisa contra a sua vontade e imaginam que aquela cara feia que demonstrou na comunicação em que esteve ao lado do primeiro-ministro, enquanto este comunicava o acordo a que tinham chegado o PSD e o CDS, representava alguma coisa além de cansaço e/ou fastio, a encobrir o fastígio.

Como havia previsto no texto anterior,o dr.Portas havia de voltar como Salvador da Pátria e, nesta condição, conseguiria atingir as metas que tem traçadas para seu futuro político. Porque Salvador da Pátria? Porque como todos irão ver, vai haver uma mudança diametral nas políticas do governo,a negociação com a troika vai se dar, as metas vão ser relaxadas e vai começar uma ação de retomada do desenvolvimento econômico com medidas inusitadas nesta área, com iniciativas múltiplas da ação governativa e com um surpreendente novo horizonte, inclusive no otimismo. Tudo sob batuta do dr.Portas. Ou eu muito me engano, ou se irá viver uma reviravolta 'inesperada' para aqueles que desconhecem as capacidades econômicas de Portugal e dos Portugueses. (Como ainda para aqueles que desconhecem a inteligência como única fonte de mudança em tudo que existe-E não subestimem a inteligência do dr. Portas.- Eu por não apreciar o homem e seu estilo, não lhe deixo de reconhecer as qualidades intelectuais.) Veremos muita gente boa engolir um lago inteiro de batráquios por má avaliação política, à começar pelo primeiro-ministro.

O esforço que veremos ser feito, a ação imensa que se dará, o arsenal de medidas que vão ser desplotadas, vai levar a uma revolução na economia portuguesa, que só não serão exitosas, se a inveja não der espaço e roer a corda,aliás rota corda, que sustem tudo isto que esta únido, quando na verdade está separado.

O que se passa, e da meneira como disse, parece primeiro que o presidente da república não tem nada à dizer. Tem. De fato tem. É como os maridos em muitas casas com mulheres decididas. Têm sempre a última palavra : «Sim Senhora.» É como agirá Cavaco. E parece também que isto será um êxito. Não será. Não pode ser após dois anos de destruição sistemática da economia. Mas vai ser um alento. E qualquer um que der um alento a este povo moído e espezinhado: Será o Salvador da Pátria.

Sabendo de muitas outras coisas que não são do domínio público, temo um pouco pelo futuro de Portugal.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Por enquanto .....

mais uma semana perdida!


De dois a nove de julho, vai uma semana entre estas duas terças-feiras que demarcam os extremos da indesição presidencial portuguesa. Após a demissão do dr. Paulo Portas de ministro de Estado e da expectável saída de seu partido'unipessoal', o CDS-PP, junto com ele, alterando o quadro da governabiidade do país. Minimamente esperávamos todos soluções rápidas para repor um quadro de estabilidade política, ou a ante-visão deste. Nada disto. Vão se reconciliar, sem o dr.PP, com o dr.P.Portas. Não vão se reconciliar. Vai-se formar um novo governo, com novas figuras. Não se vai formar um novo governo, vai-se remendar este. Vai-se para eleições antecipadas. Não se vai para eleições antecipadas. Vai-se formar um governo de iniciativa presidencial. Não se vai para este governo. Tudo é possível! O que não é possível, nem desejável, é esta perda de tempo com prazos a correr e juros de milhões de euros a pagarem-se todos os dias. Isto somado à instabilidade dos mercados e aos prejuizos que esta proporciona, o prejuizo total já é de vários milhares de milhões( bilhões) com esta brincadeira.

A estúpidez que tudo isto revela é abissal. Tendo-se em conta que vai resultar em nada, demorando um pouco mais ou um pouco menos, tanto faz. O que não faz indiferença é o valor da fatura que esta brincadeira ocasiona e que será de milhares de milhões de euros,ou seja dígitos percentuais inteiros do PIB português, para somarem-se à dívida já de per sí impagável como está negociada, e que, hipotecando o futuro do país, compromete por muito tempo as esperanças de progresso, emprego, desenvolvimento, estas coisinhas que fazem toda a diferença entre miséria e riqueza para as nações e para as pessoas.Ou seja uma desgraça completa pela birra de dois homens sem postura de Estado.

O primeiro que a passos largos caminha para estar na história como o mais tenebroso primeiro-ministro de Portugal, o segundo que como disse( Leiam no blog:Conclusão do fim do governo português.) pretendeu começar seu período de nojo político, e que com a mágica situação de pertencer a um governo ao qual não mais pertence, se livrar do ônus político advindo desta participação. Pois sendo a face visível de seu partido, tendo se retirado, não importava mais como as coisas iriam ficar. Se saiu-lhe o tiro pela culatra, coisa em que não acredito, não retornando mais à participação governamental, ou retornando,então, como 'Salvador da Pátria'. Posição que o seu companheiro de coligação, e principal adversário político, não lhe quererá ceder certamente, e que, não cedendo, não terá mais a naioria que lhe permite fazer os descalabros governativos que fez, e triturar os trabalhadores e seus minguados orçamentos pessoais. Como fica então?

Fica que não fica. Quando o dr.Paulo Portas pôs tudo em cheque, até aparentemente o sentido de Estado de seu partido, teoricamente se colocando em cheque ante este, sabia muito bem o que estava fazendo: Ou volta como 'Savador da Pátria' desdizendo o caráter 'irrevogável' de sua demissão, para voltar para evitar o caos, que sabia provocar, e com um acordo de mudança de política econômica e financeira e com os nomes eficazes para implementá-la, ou não volta coisa nenhuma, e já está. Terá tentado o que lhe dará maior evidência e notoriedade, com a história que contará apos 'ter tentado'.(Inclusive ante seu partido.)

O fato é que tudo isto, por enquanto, faz perder mais uma semana preciosa, e, é claro após a capacidade viperina que demonstrarem(Refiro-me a capacidade que as cobras têm de engolir sapos.)farão perder mais tempo, alargado ou não, tudo dependerá desta mesma capacidade, para, segundo creio,ao final não resultar em nada. E porque? Porque não pode se conciliar o inconciliável. E é inconciliável uma coligação com estes dois líderes como já se viu, ou não viu quem não quiz ver, ou não quer ver, ou não tem olhos de ver, para ficarmos com esta última fórmula, a bíblica, que só admite a visão à quem tem olhos de ver(O que nos confirma implicitamente haver olhos de outra coisa.).

Pra que dizer mais?

terça-feira, 2 de julho de 2013

Conclusão do fim do governo português.

Eu vejo, mas vou demorar uns dias a acreditar em tudo que vejo.

D. Pedro, o quarto deste nome que reinou em Portugal, que é o mesmo Primeiro Imperador do Brasil,fundador da nação brasileira, começou a sua ação de Estado contrariando as Côrtes de Lisboa, que queriam seu retorno a Portugal,afirmando que ficava no Brasil. Este dia passou a ser conhecido como o dia do Fico, era o 9 de Janeiro de 1822. Este dois de Julho de 2013 foi o dia do fico de Pedro Passos Coelho, o ainda primeiro ministro português, que contra a própria realidade manteve-se no cargo. Entre os dois 'ficos' vai a única realidade que faz toda a diferença(ou a unica diferença que faz toda a realidade, como queiram...): a vontade popular! O Fico de D. Pedro era a vontade do povo brasileiro naquelas circnustâncias. O fico de Passos Coelho é uma negação da vontade popular nestas.

É verdade que a sua saída neste momento é a pior coisa para Portugal(Pois deixaria o país sem govermo numa hora má.),no momento em que começa a oitava avaliação da troika, em que se irá preparar o orçamento de Estado,e em que há uma série de gravosas medidas a implementar(O que fará parar o processo de resgate em que o país se encontra.). Entretanto no outro prato da balança está a morte lenta do país através das medidas econômicas de austeridade implantadas. Quem, ademais, escolheu o 'timing' foram os próprios gestores da crise, que não deveriam ter saído neste momento (mas à muito tempo) ou tinham de escolher momento mais oportuno, e agora, jogaram o governo todo nesta situação de impossibilidade. Sim porque o que se passa é impossível, e vai levar Portugal a um novo resgate econômico, que significa mais dinheiro emprestado, mais dívidas para pagar, ou seja hipotecar o futuro ainda mais.( Sempre que há déficite, este é coberto com empréstimos que hipotecam o futuro, e roubam a riqueza do país, transferindo-as para os países que emprestaram o dinheiro - penso que deviam ser presos os governantes que permitem haver déficite.Leiam no blog o texto: Mais ou menos festa.) Como é triste a um país não ter líderes com os quais possa contar.

A razão deste fico, em oposição às razões da saída: Demissão do ministro que há dois anos vinha implementando as medidas de austeridade que, isoladamente, revelaram-se no imenso falhanço que todos reconhecem, agora até mesmo este ministro a quem escrevi uma carta aberta( vejam no blog o texto: Carta aberta ao dr. Vitor Gaspar.) onde disse bem da triste condição do Dr. Vitor Gaspar, e a subsequente demissão do ministro Paulo Portas, que com seu pequeno partido formavam a maioria que sustentava o governo,não sei se numa homenagem a Kafka, por hoje comemorar-se seu centésimo trigésimo aniversário de nascimento, ou por algum'outra razão surrealista,a razão deste fico é, segundo o primeiro ministro,dar continuidade ao governo com a coligação( Inacreditável!) revelando pouco conhecimento do caráter de seu parceiro de coligação, o dr. Paulo Portas. E entre este Paulo e este Portas está um sobrenome ilustre da história de Portugal: Sacadura Cabral, sim, o nome de família do aviador que em 1922 foi ao Brasil na primeira travessia do Atlântico Sul, de quem é bisneto, filho de uma mulher admirável, Helena de seu nome, irmão de meu saudoso Miguel, de quem tive muitas vezes o prazer de disfrutar sua adorável companhia,um tímido de grandes princípios e sonhos. Pois o dr. Paulo é um animal político, mais que tudo, brilhante pelo sangue que carrega, mas só. Seu objetivo primordial é a sobrevivência política. E,bem sabe que deste governo ainda em funções poucos sobreviverão e, assim mesmo, só depois de uma longa regeneração: Ele já começou a sua, abandonando o barco. Pois bem, se o Dr. Passos Coelho ainda pensa que tem condições de governar e manter a coligação sem Paulo Portas, desconhece tudo de tudo. E, mais ainda, não quer entender que o problema está na política e discrédito de seu governo,o que, aliás, neste caso, ambas as coisas, são uma só.

O primeiro ministro impreparado para o cargo que ainda exerce, fez Portugal perder dois anos preciosos. Sem muita noção do trato com os homens, desconhecendo tudo que passava e se passa à sua volta, consentiu que a realidade política atingisse, num crescendo, a situação de ingovernabilidade e desastre social, político, econômico e financeiro em que se encontra. Isto nos leva à outra opção que se apresenta: Um outro menino das jotas( Jotas são as juventudes partidárias em Portugal.)do partido que alterna o poder com o atual. Não sei se será pior a emenda que o soneto. Quem viver verá.