segunda-feira, 27 de maio de 2019

A maioria quer a GERINGONÇA.






Pode-se dizer que todos os que constroem a maioria que decide as eleições em Portugal, querem a repetição da Geringonça. Ninguém confia suficientemente no PS para desatar-lhe as mãos da governação com uma maioria que lhe permita governar sozinho. O que isto quer dizer? Quer dizer que apesar de também não confiarem exclusivamente na esquerda à esquerda do PS, para dar a essas forças a governação do país, querem seu contrapeso, ou contraponto, seu balanceamento, e impulso que dão ao PS com suas linhas vermelhas, com suas propostas, com suas metas programáticas.

Os demais fizeram também uma razoável escolha, exceção feita aos extremistas de costumes, que agora ousaram se constituir partidos, mas que a boa lógica do povo português repudiou. E nos dois partidos da direita clássica os eleitores traçaram uma linha nítida, expurgando esse epifenómeno ulissiponense que queria se arvorar em líder da oposição, retransformando-o na Europa no  partido da motocicleta, e indicando que haverá espaços, cadeiras vagas, quando tomarem o taxi das legislativas.

Apesar da boa acolhida aos verdes desembrulhados de Portugal, que atendem por PAN, que muito provavelmente se traduzirá nas legislativas em mais deputados a essa força política, não são estes os escolhidos para geringonçar. Nem a menor votação do PCP quer apontar sua exclusão da solução governativa que emergirá pós eleições legislativas. Se António Costa fizer uma boa leitura do que quer a maioria, governará outra legislatura inteira serenamente, e poderá fazer muito bem ao país que necessita de boa gestão para ultrapassar seus problemas que são muitos, mais ainda porque está comprometido com essa enorme dívida, que leva um orçamento da saúde em juros anuais.

Se os açodados venenosos do PSD não vierem destilar sua maldade para cima do Dr. Rui Rio, esse poderá, com calma, assumir o papel que lhe destinará os eleitores, o de líder da oposição, sentado no parlamento, com sua voz e seu bom temperamento, gerindo os argumentos que chamarão o PS a um caminho que também satisfaça a outra parte dos votantes, e, ainda, se tiver força, poderá vir a negociar e estabelecer a maioria de dois terços necessária às reformas que muito tardam.

Este o cenário ideal, porém sabemos que muitos venenos se destilam em laboratórios ocultos, para corromper os equilíbrios desejados. A ação dos impulsos humanos sempre pode deitar tudo a perder, esperemos que não. O caminho está traçado, a maioria que quer a geringonça e a dos que também querem o Dr. Rio, com a gente sã do PDS lá no parlamento para dar seu contributo, é a quase totalidade dos votantes do país, é importante que suas escolhas se traduzam em realidade.

O velho comunista que se aliançou com António Costa, o Jerônimo de Sousa, lembra, e bem, que não foi o PS, que mudou, apesar de muito apreciarmos seu atual líder, mas o PS se portou bem porque estava tutelado pelo Bloco, e pela CDU. É assim que deve ser, à esquerda, não á extrema, com controle e vigilância. Que se possa repetir a fórmula.

Esperemos pelo melhor.

quarta-feira, 22 de maio de 2019

Já começou 10 . Denuncia a Anistia.






Homofóbico, sexista e racista, é como a Amnistia Internacional o classifica.  Não poderá haver dúvidas da fundamentação da acusação da Amnistia. Não faz afirmações frívolas.


Eu evitei fazer qualquer comentário. Dei o espaço merecido por quem ganhou as eleições. Sobretudo porque eu não vivo mais no Brasil, e pelos vistos, pelas escolhas desmioladas dos eleitores brasileiros, nunca mais irei lá viver, portanto não me considero no direito de falar sobre detalhes que eu não tenho vivido. No entanto tudo que eu previra se vai confirmando. Se a perdição de Lula era(m) o(s) filho(s), os pimpolhos de Bolsonaro não ficam atrás. O Brasil é mesmo um pântano.

Tudo isto mete-me um tal nojo, que é-me difícil muitas vezes conviver com o noticiário de meu país.

E esta série Já começou, também tem se restringido a não falar de nada que já não esteja confirmado, ou que provenha das altas estâncias, apesar de nesse segundo ponto, sabemos bem como as jurisdicionais brasileiras funcionaram em relação a Lula. O grande problema está que todos os que no Brasil, podem influenciar de alguma maneira, o fazem motivados por interesses subalternos. E o povo, tolo, sem tomar seu destino em suas mãos, acredita em Salvadores da Pátria. Esses mesmos que revelam suas mais torpes e contorcidas formas de entendimento. Só quem não viu, nem soube da votação do Impeachment de Dilma, poderia ter qualquer ilusão do caráter do Capitão Jair.



segunda-feira, 20 de maio de 2019

CONVITE






A todos os amigos e leitores, convido para estarem presentes, e discutirmos sobre a linguagem, a literatura, a língua, e a escrita, na próxima sexta-feira às 15:30 horas, na Malaposta em Odivelas, onde estarão presentes Dulce Rodrigues, Margarida Pereira-Muller, Glória de Sousa, e António Palhinha, na sétima Bienal de Culturas Lusófonas. 












sexta-feira, 17 de maio de 2019

Um cão danado, todos a ele.






A danação, a maldição, a perversão, e a condenação, que é hidrofobia no cão, nos humanos são o que são, danação pura, corrompimento, corrupção, a raiva manifesta, a perversão em ação. Há muitos danados por aí, mas sabem manter a farsa, têm forte amnésia, nunca estiveram envolvidos em coisa alguma, nunca estiveram lá, nunca fizeram nada, ou, no mínimo, NÃO SE LEMBRAM.

A libertação da emoção, a catarse que provocou nos últimos dias em crescendo, a prestação de José Manuel Rodrigues Berardo, um português do Funchal que esse ano comemora Bodas de Ouro, que fez dinheiro no Sul da África, e voltou a seu país para uma vida de negócios, escolheu bem o dos vinhos, já seria o maior produtor de vinhos do mundo hoje se não se tivesse metido com a banca, mas a vontade do lucro fácil, custou-lhe uma desqualificação que cobra um preço alto, e mais alto cobrará, mais o desqualificando, e o jogando para uma marginalidade social, que tanto lutou para superar.

Já lá vão quase dez dias que o homem pôs o Rei nu. Não foi hipócrita, e isso a sociedade nunca o perdoará. Sobretudos todos os que ainda podem mexer os cordéis para jogarem nele todas as culpas que, se muito esmiuçadas, irão revelar interesses inconfessáveis que montaram toda a trama. Antes, esses e os demais, todos, perdoaram-lhe tudo, agora, a matilha quer ver sangue, e o estraçalhar mordendo e rasgando, e puxando bocados, mesmo que este seja uma fatia pequena do homem, mesmo que seja só uma sua comenda, representação imaterial de algum mérito que talvez tenha tido. E que é apenas simbólica, para que não o chamem Seu Berardo, mas Comendador Berardo, que, em breve, sem ela, será novamente apenas seu.

Quem esteve cinco minutos com o homem e não se deu conta de suas limitações, sua mediocridade, de sua falta de chá, só pode ser cego. Eu, certa feita, fui a Metalgest, que fica a dois passos do Banco Espírito Santo, na Liberdade, lá fui vender um Picasso, e quando me apercebi do esquema, pus-me na trilha, dei sola, até um guarda-chuvas que havia comprado em Londres por duzentas e cinquenta libras, deixei lá, e nunca mais voltei para apanha-lo, porque sabia que era perda de tempo. O Sr. Berardo, era, e é, uma distorção da realidade, não no sentido que o Tribble da Apple, empregou sobre Steve Jobs, que supostamente criaria esse campo, mas como seu efeito em caráter permanente, o de uma simulação surreal, e não por mal, visto que se transformou nisso. A pessoa mais parecida que conheço com o Sr. Berardo, é o Sr.Trump, outra distorção da realidade em que lançou-se, e tornou-se nisso, na própria distorção.

Não pensem que não vejo valor no Sr. ex-comendador (adianto o que será em breve) não lhe falta  valor, começou do nada, parece, subiu a pulso, parece, e, se assim é, tem muito valor, mas na ascensão carreou uma característica muito sua, de torto, e, como tal, com sua tortura, distorceu sua realidade envolvente, talvez, quem sabe, pensando que a destorcia. (Essa última frase ele certamente não a entenderia, por mais que lhe explicassem.)

Uma descriminação negativa, crendo-se positiva, e até encontrando reconhecimento, ambiente, e receptividade, pode, como será expectável, gerar uma distorção da realidade, nesse caso já no sentido psicológico, o qual, por pavor, são alterações cognitivas, e para o melhor, como para o pior, esse senhor colecionador, as tem muito alteradas. O foco, certamente nunca o conseguiu calibrar, a inibição, desconhece, o que é bom, usando pouco a hipocrisia, o que, de toda sorte, não o impedirá de mentir, evidentemente, a divisão da atenção e a memória são muito prejudicadas, pela dislexia grave, talvez o planejamento, o reconhecimento, e a percepção auditiva, as tenha, como compensação ao handicap, muito desenvolvidas, algo terá, pois ninguém atinge as alturas em que se alçou, sem ter alguma coisa de positivo. (São essas os sete ângulos a serem considerados em psicologia, no caso da distorção da realidade, numa combinação alternada entre o humano e o apenas animal, tendo o senhor Berardo instinto apurado como confessava há muito numa publicidade que protagonizou, à Trump, lhe valem, mais certamente, as animais.)   No entanto qualquer uma pessoa um pouco mais desenvolvida intelectualmente, certamente não aguentaria mais que uns poucos minutos em convívio com a criatura. Nunca pude entender como o Sr. Francisco Capelo, o verdadeiro autor da coleção, pode aguentar tanto tempo. Há de ter cobrado bom preço.

Eu sou pobre, e vou morrer pobre, porque não aprendi a me alimentar de batráquios, o que é um defeito gravíssimo que tenho, evidenciado sobretudo no mundo dos negócios, porque, como sabemos, o dinheiro está sempre nas mão erradas, e, portanto... Entretanto, como também sabemos, quando há interesses em jogo, e possibilidades de ganhos, seja de que ordem for, as pessoas costumam engolir tudo. Não há de ser um sapinho aqui e outro acolá que as impedirá de porem dinheiro ao bolso, mas eu sou estúpido, que hei de fazer.

Porém quando o jogo vira, e esse interesse perde-se, a personagem logo dana-se, deixando de representar qualquer coisa de interessante, e, acredito, ainda por mais, que há um certo frenesi de vingança, ou de maldade, para desforrarem-se de terem tido de conviver com o homem, de o terem aturado, porque não largaram para lá o guarda-chuva. O Senhor Berardo se perdeu pela ganância. Serviu a interesses os mais tóxicos e podres, e o fez só por ganância, é verdade, mas foi apenas um fantoche nesse palco do teatro de marionetes, sobretudo o que tem as coxias na banca, esperando a deixa da entrada para servir-lhes como..., não posso dizer inocente útil, porque não é inocente, nem idiota útil, porque não é idiota, foi fantoche, sim, foi um ator ligado aos cordelinhos, manipulado para servir aos interesses dos senhores do jogo do dinheiro, e por isso danou-se, e um cão danado, todos a ele.

quarta-feira, 15 de maio de 2019

O GRANDE PROFESSOR: A versatilidade de Marcelo.




                       Incansável, participativo, desassombrado, fraterno, são muitos os adjetivos possíveis...


Muitos comentadores diziam que o Professor não era capaz de estar quieto, e por isso era perigoso para o cargo de Presidente da República, porque para exercer a magistratura em toda a sua extensão é necessário dispor de espaço, de poder respirar com largueza, para poder condenar, se opor, criticar, e, se necessário, intervir no processo, ou crise que se apresente, posto que estando afastado, pode com mãos livres, e sem nenhum envolvimento com o ocorrido, atuar, empregando os muitos meios a seu dispor. Se tiver opinião manifesta, fica inibido em sua liberdade e potencialidade de decisão. Enganaram-se, e muito. O Professor Marcelo está pronto a fazer tudo que é necessário para o perfeito desempenho do cargo para o qual está eleito, sabendo, quando necessário, estar calado.


Fez escola, Macron, Trudeau, vão sendo, ao estilo de Marcelo, próximos da população. Mais difícil é ser infatigável como o Professor, talvez mais ainda omnipresente, um homem de causas, dá todos os dias uma aula do que é ser presidente, e, à sua maneira, também governa e evita o desgoverno, os desvios, empenhado em todos os momentos, mostra algo que nunca se viu, um presidente a tempo inteiro, muito longe do marasmo e ausências a que nos acostumaram muitos de seus antecessores, inválidos e distantes, bem postados no cargo, mas pouco presentes na vida do país, cuidando de outros assuntos que não o povo português.


"Ele comenta tudo, na hora..." já foi dito, entretanto quando é sobre ele mesmo, sobre a posição do Presidente da República, veste outra pele, e fala como o analista que é, com alguma distância e explicando o cenário. Uma senhora mais distraída perguntará: 'Ele está falando de quem?' e outra questionará: 'Mas ele não é o Presidente da República?' Ao que responderemos enfaticamente: É, é! Querendo por fim à conversa para ouvirmos o final de sua análise que enquadra bem, para todos compreenderem, o como e o porque dessa ou daquela posição, desse ou daquele rumo que tomou. 
Esclarece a população, explica tudo com simplicidade e clareza, é admirável a expressividade do Professor.

É deveras admirável a capacidade seccional do Professor Marcelo, jamais mistura as coisas, pondo cada qual no seu lugar, bem como sua capacidade seletiva, e a sua lista de prioridades, até parece que se preparou a vida inteira para ser Presidente da República, sabendo o peso, o valor, a importância de cada coisa, em cada situação, e em cada momento. E não tenham dúvidas que essa é uma capacidade muito peculiar, porque a presidência foi sempre cheia de imprevistos, e o Professor não negou fogo em nenhum dos casos, desde o que requereu entrar na boleia de um caminhão, até o em que foi necessário desaparecer por uma semana, no mais temos o nosso Professor-presidente, todos os dias onde é necessária sua presença.

Como D. João VI.


D. João VI tinha muito esse hábito de falar dele como se de outra pessoa se tratasse, assim faz muitas vezes Dr. Marcelo, na sua peroração instrutiva, explicando bem à população tudo que se está a passar, com sua calma aflita, sua prontidão bem antevista, sua análise ponderada e sua ponderação analítica, seccional como disse. E não se esqueçam que o Professor Marcelo, apesar dos maledicentes acusarem-no do contrário, tem, como D. JoãoVI, um enorme e bondoso coração, mas, como o antigo rei, não é estúpido! A Aquietar os espíritos, como fez nos fogos, desempenha seu papel mais louvável, que bem poucos saberiam desempenhar. Quantos na cadeira de presidente sairiam de Belém, para irem às casa incendiadas abraçar fraternalmente os atingidos pelo fogo?

De como usar a guilhotina.

Como todos sabemos houve uma instabilidade no processo de administração e controle do problema dos fogos para esse 2018. Nos tempos que correm não há possibilidade de se decapitar ninguém, pelo menos fisicamente, mas o professor para mostrar que poria na guilhotina o chefe de governo se a tragédia dos incêndios se repetisse, pôs-se a si mesmo no aparato de cortar pescoços, dizendo numa entrevista que não será candidato a um segundo mandato se a tragédia se repetir, o que é válido para 2019, destarte traçando uma linha vermelha bem vincada, demarcada para um governo que não continuará se falhar na defesa das populações face ao fogo. São essas pequeninas 'Vichyssoises' que serve frias, 'comme il faut', e que para quem não lhe reconhece a superioridade intelectual que tem, revertem-se em ódios e dissensões, não é, como se vê, o caso do Dr. António Costa, que apesar de uma certa interpretação surrealista, não retirou os méritos da preferência do Presidente por esta escola das artes, e foi quem afinal inaugurou o Centro Português de Surrealismo em Vila Nova de Famalicão, que homenageou Cruzeiro Seixas, e que é um apreciador das Artes plásticas em geral. Logo o aparato do Dr. Guilhotin não será utilizado, e teremos o professor num segundo mandato, como sou eu quem canta as suas futuras vitórias com ampla antecipação, como fiz no caso da presidência, 15 anos antes numa reunião em Algés, agora faço quanto ao percentual com o qual se reelegerá: SERÁ SUPERIOR A 75% DOS VOTOS VÁLIDOS.

Por fim seu trânsito.

A marcha de Marcelo, me permito essa familiaridade afetiva, sua trajetória, que vai ainda a meio, é algo muito bem pensado, é como se ele tivesse se preparado a vida toda para ser presidente, repito, e ainda bem, porque os desavisados que ocuparam o cargo só serviram para criar dificuldades ao país, e aos portugueses. Dr. Marcelo tem intencionalidade em tudo que faz, e bem sabe o que está fazendo, porque está fazendo, como está fazendo, e como deve fazer para obter o resultado pretendido, desde sua convivência com os mendigos moradores nas ruas, pois que sempre fez, porque sempre foi voluntário, onde eu o conheci em ação, até as relações bi ou multi-laterais que mantém com todos os países do planeta, sabendo como tratar cada um, e o que deve dizer em cada circunstância.

Esse é o homem que é nosso chefe de Estado, um homem muito acima da média, talhado para a função, prevenido para o cargo, com seu enorme a vontade, ciente do que é e do que faz, com quem não resiste comparação nenhum dos atuais presidentes pelo mundo fora, e apenas muitos poucos que ocuparam cargo equivalente em qualquer lugar que seja.

Muitos gostariam de ser como Marcelo. A uns faltam os bofes, têm-nos maus. A outros falta tão somente a predisposição, e falta-lhes em absoluto. Ainda a outros mais  falta o 'joy de vivre', indispensável condição de espontaneidade. Posto que todo aquele que tentar agir assim com esta naturalidade, sem que ela lhes venha das entranhas, soara tão falso que quem o vir por-se-á a correr de susto e horror.

O que o professor tem e que ninguém mais consegue ter, é alma de artista, toca sua rabeca com a expressão da verdade, porque é isso que ama fazer, e é assim que é, e se sente confortável.





sexta-feira, 10 de maio de 2019

PS de charneira.







Duas partes no mesmo eixo, solução quase mágica que permite todo o movimento, de cá para lá tanto como de lá para cá. Dobradiça. Articulação. Gínglimo. Cilha.

Esta ideia que o Dr. Mário Soares defendia, e que tanto desagradou à direita portuguesa, porque roubava-lhe protagonismo (e votos) uma vez que atirava para o centro os socialistas, como garantes de uma estabilidade tão desejada, não foi uma só vez mencionada nessa recente crise da votação da contagem total do tempo de serviço dos professores, NEM UMA VEZ, por nenhum dos agentes políticos, nem por jornalistas, ou comentadores. E, no entanto, ela se realizou!

No parágrafo anterior comentamos uma ideia antiga, que o partido socialista vinha perseguindo desde há muito, lembrando-se dela esporadicamente, lutando por ela também muitas vezes nas sombras, mas para a qual faltou talento a muitos de seus secretários gerais em fazê-la na prática, em realizá-la, e, com isso, contrariar, evidentemente, as vontades, os desígnios, e as possibilidades de todos os outros partidos, que, para não concretizá-la, para não darem essa posição ao PS, bastava-lhes se oporem, como vieram fazendo ao longo do tempo.

Outro aspecto importante que emerge da análise aqui feita também nesse segundo parágrafo, é de que  a maioria esmagadora do eleitorado português está ao centro, uns com tendências esquerdistas, outros com direitistas, muitos com posição oportunista e cambiante segundo as circunstâncias, é só fazer a análise das sucessivas eleições em democracia, e confirmarão essa minha ideia; e, assim sendo, é sempre ao centro que tudo se decide, sendo muitos e variáveis os fatores que influenciam sua (do centro) votação a cada eleição. [Por isso não há, felizmente, espaço ao extremismo, viram os do Bloco de Esquerda excretar esses grupos, na conquista dos votos, o que o fez crescer, viram outros partidos desaparecerem, e viram a luta transitar sempre para o centro democrático, flutuando para um lado ou para outro (e é incontornável dizermos) um pouco mais para a esquerda ou para a direita, mas sempre dentro do espectro do centro. Quem não pensa jogar assim, estará fora do poder, como tem acontecido ao PCP em seu século de existência. Serve para os protestos, para a defesa das balizas, mas não para exercer o poder. É muito importante, é verdade, porque sem pretensões de poder, pode colocar-se na linha da ideologia, da justiça, e justeza de propósitos, tão importante em política, e tão pouco acarinhada ao mesmo tempo, porque visam o curto e médio termo. Esta a glória do PCP, mas não lhe produz resultados efetivos, pois não vêm reconhecido esse mérito. E, cada vez mais, vivemos tempos de produtividade, e menos de ideologia e valor. 

A última análise que merece as afirmações que deixei no segundo parágrafo, é quanto ao silêncio, quase ensurdecedor, da media relativo a esse feito alcançado pelo PS do Dr. António Costa, e de que este se deve ao fato de, estando-se em tempos de campanha política, não quererem aumentar a cotação do PS, que, com o reconhecimento geral dessa sua posição, enche a boca com ela, sem mencioná-la (não lhes cabe) para conquistar, como é evidente, ainda mais votos. No entanto sempre haveria de alguém, para além desse que vos escreve, reconhecer esse mérito ao Dr. António Costa. Não apareceu.  E porque não apareceu? Porque existe um pavor, como se fora um perfume inebriante, flutuando no ar, impregnando todas as consciências. NINGUÉM QUER MAIORIA ABSOLUTA! Todo mundo entende que deve ser o PS que volte a governar, mas sobre estrita vigilância. Não só a do parlamento, que não basta, mas uma efetiva que os possa bloquear. Talvez lembrem-se de 1987 e seus funestos resultados, e, com essa mesma lembrança, tomada por outra vertente, que trouxe à memória do primeiro ministro, que com 26 anos então se casava, a fórmula de se conquistar uma maioria absoluta, como à época foi encontrada, por via de radicalizar o discurso e as intenções, e praticando, como ensinava Bossuet para os que desejam ser seguidos, que devem "...sacrificar o interesse particular e até a vida ao interesse geral."

A inegável sagacidade política do Dr. António Costa, mais sua inequívoca propensão para não perder nenhuma oportunidade, seja qual seja ela, o alavancou a essa tão desejada posição: O PS ASSUME A CHARNEIRA! A linha que une dois pontos de máxima curvatura, indispensável à prática política, o que lhe garante uma posição confortável (Isso não se traduz em maioria absoluta, porque essa, aliás, transformaria a charneira em eixo decisor.) entretanto bem confortável, pois torna-se indispensável ao processo político português, diferentemente, por exemplo, do que se passou com os socialistas em França, porque lá tiveram um idiota como seu líder, que, eleito presidente, nada soube fazer, e acabou por trair toda sua tradição, nomeadamente a miterrandista.

Alcançada essa posição confortável, António Costa assume a posição de garante, de charneira, para a qual se veio preparando desde os 14 anos, com a de líder incontestável de seu partido, capaz de o levar a grandes vitórias, como a das últimas autárquicas, ainda que essas não se traduzam em maioria absoluta, maioria que é signo de unanimidade, e toda a unanimidade é burra, como sabemos.

sexta-feira, 3 de maio de 2019

Já começou 9. Nem ela própria aguentou sua estupidez.






A sra. Pastora Damares Alves, feita ministra, não dos evangelhos, mas do governo Bolsonaro, não aguentou, e acaba de  deixar o governo.

Entre as brincadeiras de mau gosto do, também evangélico, presidente do Brasil, esta era uma das mais gritantes. A sra. Damares, a única coisa de que deu provas, foi de ser um poço de preconceitos, e ignorância. A dita senhora, de nada tem culpa, não foi ela que se fez ministra.


Porém dessa experiência ministerial, ficam as questões:
                                                                                           1. Que pretendia Bolsonaro com essa nomeação?
                                                                                           2. O que revelou Bolsonaro em ter nomeado a sra. Damares?
                                                                                           3. Que ideias têm essa gente, que hoje (des)governa o Brasil, do que seja uma nação moderna, ativa, produtiva, gerando riqueza para ser distribuída equitativamente? Qual suas prioridades?
E por fim, mas não menos importante:                               4.  O que se pode dizer de uma evangélica que participa num governo que defende que se mate, que se arme, e que se ande armado?

O Brasil vai jogar fora quatro anos, para aprender o que? Que gente despreparada não tem condições para governar? Isso não é tão óbvio? Será que o eleitor brasileiro, não tem noção de que o Brasil é uma potência econômica, que exige profundos conhecimentos para que alguém o possa governar?

Isso vai atrasar o Brasil muito. Quem viver verá!



       

quarta-feira, 1 de maio de 2019

Ricardo Ribeiro






Canta as canções que foram sucesso noutras vozes além da sua, e são mais que as canções, às quais dá alma. Como não haveria de canta-las? São eternas, incontornáveis. Sucessos nas vozes de Amália, Marceneiro, Carlos do Carmo. Mas não brinca de nenhum deles, não brinca de Carlos do Carmo, brinca de Ricardo Ribeiro, com a alma por inteiro no registo seu.


Ricardo Ribeiro é o herdeiro!

Herdeiro das mais nobres tradições, e sabe que tem a tarefa dupla de guardá-las e transmiti-las na expressão de sua sensibilidade. Difícil encargo, do qual se desincumbe com galhardia e magia únicas.

Não há muito para falar. Há que ouvi-lo. Carlos do Carmo está tranquilo, agora que abandona o trono de seu vasto império, porque sabe, que em sua busca rija, em seu projeto grandioso, cumpriu seu destino desmesuradamente, passou o testemunho.