sexta-feira, 31 de julho de 2015

E por falar-se em emprego em Portugal.







O Diário Econômico rematou a situação com um estudo claro que mostra que há hoje um milhão e meio de desempregados, se somarmos a isso os quinhentos mil que emigraram, temos uma carência de dois milhões de postos de trabalho, num país de dez milhões de habitantes. Isso hoje! Temos que somar outros números que são aterradores da eliminação de postos de trabalho tudo considerado, o que mostra a destruição de um país, porque se endividou, só porque se endividou, e recebeu muito dinheiro da Europa para queimar com a ideia (orientação do BCE) de evitar a quebra da banca, esses números que faltam é mais de um milhão de estrangeiros que voltaram para seus países, ou procuraram outros, o que, com grande folga, soma tudo 3.000.000 (Três milhões) de postos de trabalho que foram destruídos, ou não criados, num conjunto de soluções erradas que foram implementadas, gerando uma situação de pós guerra, de terra queimada, de miséria, em troca de nada, melhor dizendo: em troca de mais dívida, de uma situação impagável do débito, que mantém uma hipocrisia que satifaz o mercado, e, como o mercado é o deus do momento, tudo é justificável. O mínimo que se pode dizer é: Ridículo!

Esquecendo Portugal, que é apenas mais uma vítima das não soluções propostas e implementadas, com o beneplácito e o gosto do governo daquele país, por uma conjunção de entidades e organismos, com a ideia dominante, para não dizer a estupidez dominante, da teoria econômica que se tem como norma, tomemos, então,  em atenção exatamente essa teoria explicitada em modelo, e em políticas que criam concentração de riqueza. O que há de mal em concentração de riqueza, questionar-se-ão alguns?

A resposta a esta questão é o pano de fundo de tudo de mal que se tem e se vai passar, porque enfecha as questões que são as causas da miséria e baixo desenvolvimento que estão instalados. Vejamos: Uma pessoa tenha dez mil ou dez milhões para gastar, só pode comer uma refeiçao por dia, vestir uma roupa de cada vez, andar por caminhos e estar em lugares um por vez, e assim por diante, logo tendo dez milhões vai consumir como se tivesse 'apenas' dez mil, o que significa que seu impacto econômico de consumo é o mesmo de quem tem dez mil para gastar, logo, nesta situação, temos uma e apenas uma pessoa a gastar no potencial de dez mil euros, mesmo tendo dez milhões, porque ninguém pode comer, vestir, andar etc... por mais de um em sendo apenas um. Se estes dez milhões estivessem distribuídos entre mil pessoas, o que dava dez mil a cada um, teríamos mil consumidores, usando mil roupas, consumindo mil refeições, ocupando mil espaços com os custos que isto representa. Este consumo de mil, em vez de um, é o que permite que, digamos, cento e cinquenta empregos se mantenham em vez de quatro ou cinco, se fosse o consumo de uma só pessoa. Esta diferença prática, independente mesmo da justiça social que isto possa representar, que mostra à evidência que é muito melhor ter-se mil remediados que um rico. Nada contra os ricos, mas eles desgraçadamente só podem consumir como um, o que são, sendo cada um apenas um, independentemente da fortuna que tenham.  

O modelo que a Europa adotou distorce a distribuição de rendas, aniquila as classes intermediárias, gera miséria, compromete o futuro e não resolve nada no presente, salvo aplacar a fúria do todo poderoso mercado de capitais. Penso ser um preço muito alto que já destruiu dois países, e que em breve vai se mostrar causa de destruição de outros mais, se não se tomarem medidas de fundo, verdadeiras, não maquiagem e hipocrisia, que permitam haver criação e distribuição de riqueza, único caminho que permite haver futuro, posto que ninguém pode dividir uma riqueza que não há, nem criar emprego sem um consumo que o justifique.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Três tigres tristes.




Zoo de Belogorsk 20 de Julho 2015, mostraram os três tigrinhos que nasceram de uma espécie rara, de que só há 500 espécimes in natura, são da Sibéria os tigres e o Zoológico da Rússia, da Criméia mais exatamente. Evento raro, pois as fêmeas de tigre siberiano dão a luz uma ou duas crias, e só uma sobrevive geralmente, o que nos faz congratular as boas condições que trouxeram esses trigêmeos à luz. Já visitadíssimos por turistas sedentos de verem o raro acontecimento, mas também crias de tigres siberianos que já por si são bastantes incomuns, e aí nossa tristeza, da dos tigres, que também será nossa, já falaremos.

O homem desde sempre retirou da natureza os animais, que nela conhecia, para diversas finalidades, desde sua alimentação, até para sua companhia, ou por admirar a beleza do animal querendo contemplá-la. Perdida na memória dos tempos está a relação do homem com os animais, relação de que ficou registro por vários meios nas cavernas onde morava o homem, bem como nos mitos primordiais, e mesmo no Gênesis onde ao homem era dado o poder de nomear a criação, poder que se traduziu na possibilidade de dispor dela, inicialmente justificável como recurso alimentar, mas que do hábito da matança levou o homem a matar até o último exemplar de muitas espécies, extinguindo-as.

O desnecessário convívio da humanidade com as espécies naturais que devem estar e pertencer a Natureza, posto que o homem animal caçador já não existe, enm disso necessita, mesmo as mais remotas tribos já são pastoras, com pouquíssimas exceções. Tudo o mais é a estupidez humana a se intrometer primitivamente em área de onde se devia manter afastada para que o legado natural permanecesse. Entretanto não é assim, e essa intromissão leva à extinção todos os anos muitas espécies, algumas mesmo sem terem chegado a ser conhecidas, eliminadas pela ação desmedida de ocupação e domínio perpetrada pelo homem.

Hoje no sentido contrário muitas entidades preservam a vida natural, mas ainda outras que detêm muitas espécies em cativeiro lançam a ilusão de que sua ação será salvífica, quando é mera interferência. Esses três tigres, retirados de seu ambiente natural representam antes de tudo uma agressão à sua espécie, à Natureza, ao planeta e à própria humanidade que tem obrigação de zelar pelos patrimônios que lhe foram legados. Que agora vão reintroduzir os tigrinhos em seu habitat, para aumentar o númro de espécimes exisentes dessa espécie in natura, será uma medida acertada, mas o comportamento do mamífero é aprendido, e aprendido no terreno onde habita, para que as circunstâncias e ocasionalidades decorrentes sejam suas características, permitindo-lhes as habilidades necessárias à sua sobrevivência. Agora pergunto: Quem lhes vai ensinar a caçar com a mãe em cativeiro? Quem vai lhes ensinar como defenderem-se no terreno? Quem lhes indicará o melhor território de caça? Quem lhes indicará o melhor local de refúgio? A mãe prisioneira no zoo de Belogorsk, certamente não será! Por isto esta ideia que é vendida como uma boa ideia de reintroduzir os três tigres poderá ser uma ideia fatal. A alegria de se recuperarem para a vida, e a vida animal só é valida em seu habitat, vem se juntar a enorme tristeza do mal feito, mais a da possibilidade bem forte de resultar em nada essa reintrodução, mais a tristeza da estupidez de tudo isso, porque lugar de bicho é na natureza. Eis porque, como no quebra língua,  esses são três tigres tristes!

domingo, 26 de julho de 2015

Receita negocial.








Dividir para governar ensinavam já os antigos.

Inteligentemente diversas posturas assumidas pelos governantes gregos evidenciam esse e outros princípios de quem entra em confronto aberto e necessita de uma estratégia bem definida para esse confronto, estabelecendo uma tática que permita  dar chance a uma solução diferente da receita que todo mundo conhece ser aquela, igual e única que não admite outras opções e restringe,  se não
vejamos:
               1.  Não aceitar o termo troika.
               2.  Estabelecer conversações em separado.
               3.  Anunciar as medidas que adota ou propõe.
               4.  Entregar no último minuto as propostas.
               5.  Ir informando suas cedências.
               6.  Mostrar uma decidida posição de não ultrapassar certas marcas.
               7.  Manter acesa a opinião popular dentro do seu país.
               8.  Mostrar os perigos da sua derrota.
               9.  Manter sempre uma postura humilde.
              10. Evidenciar as fraquezas dos adversários.
              11. Manter a contenda firme e visível.
              12. Não se envergonhar das suas  misérias e deficiências.
              13. Aguentar a sua posição até o último minuto.
              14. Argumentar com a razão as questões, sem parcialidades.
              15. Pedir muito inicialmente, para ter larga margem para poder ceder.
              16. Manter.se sempre bem disposto e muito disposto a  negociar
              17. Ir angariando simpatias em todos os quadrantes enquanto isto.
              18. Criar sempre um imprevisto.
              19. Nunca blefar.
                 
                    Se for você que tiver a chave do cofre, poderá se manter irredutível.

1. Esta ideia, que todo mundo respeitou, nunca mais  se disse troika, tem uma importância central, apesar de parecer que é algo com pouca, ou nenhuma importância, não é. Quando se negocia com um, tudo depende deste um, quando se negocia com três, há bem mais hipóteses. Esta diferença é crucial poque muda as perspectivas, evitando impasses muitas vezes e abrindo o leque das negociações. Esta mudança formal foi a primeira postura que o novo governo grego assumiu.

2. Uma vez tendo separado formalmente os contendores procurar separá-los de fato estabelecendo negociações em separado

3. Durante as negociações manter todo mundo informado de todos os esforços que tenha feito, escondendo ao máximo suas intransigências e pondo uma lente de aumento nas suas cedências.

4. Este ponto é importante porque por um lado mostra suas dificuldades, que levaram muito tempo a ultrapassar, e sua sempre empenhada intenção em negociar, por outro lado pega todos os negociadores de surpresa, obrigando-os a respostas rápidas, em que muitas são favoráveis, roubando-lhes tempo a análises muito detalhadas que lhes podem ser adversas.

5. Ir informando as cedências compromete todo mundo, porque uma vez públicas, a opinião mundial fica com posição tomada, comprometendo toda a gente.

6. Estabelecer linhas vermelhas bem claras para que todo mundo saiba desde logo onde você pode, ou está disposto a negociar, levando para mais tarde, o mais tarde possível, os pontos considerados vermelhos, dando grande margem negocial a princípio e mostrando que você não é intransigente.


7. Para essa finalidade um plebiscito é boa ideia.



11. Como os que verdadeiramente têm poder decisório não são os técnicos e sim os políticos, quanto mais beligerante publicamente for o processo será melhor para a parte mais fraca, porque sendo assim ou evidência a incapacidade negocial dos políticos, coisa que nenhum deles aceitará, ou a sua intransigência, o que tambem não lhes fica bem, criando-lhes assim os maiores constrangimentos.


13. Como as negociações se desenvolvem em separado, e a parte técnica raramente ou nunca sai para o grande público, concentrar-se na parte política permite um confronto sem ser confronto, porque ao continuar negociando e discutindo as questões técnicas a sua boa vontade está evidente, criando toda a sorte de constrangimentos políticos, sobetudo que para juntar todos os dirigentes políticos fica criada uma enorme dificuldade, fazendo que aceitem muitas coisas secundárias nas discussões , permitindo inúmeras pequeninas vitórias, as centrais vão requer enorme paciencia negocial, o que vai acabar por envolver todos.

CONTINUA NO PRÓXIMO ARTIGO.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Ignorando limites.







O Estado Islâmico desconhece e ultrapassa fronteiras, unindo a Síria e o Iraque, criando o território de seu Califado nesta área, fixando-se no  território apesar de toda a ação dos meios aéreos, como que dizendo: Podem bombardear a vontade que nós aqui estamos continuando com as nossas conquistas, e alargando nosso território. Eis o que se passou em Palmira!


Numa ação que já deslocou quinze milhões de pessoas na Síria e no Iraque, retirando-lhes suas casas, suas condições de existência, seu trabalho e meios de subsistência, quando não suas próprias vidas, mas, neste caso, figuram em outra contabilidade que também já vai extensa, o Estado Islâmico vem implantando seu Califado, e a conntinuar assim, não restará nada será reconhecido como nação muito em breve por alguns dos países que tem interesse na sua existência, sendo muitos daqueles que o subsidiam, ou o fizeram inicialmente, tendo eventualmente mudado de critério, mas tendo oferecido as condições iniciais para a existência deste cancro corrosivo que se vem alastrando inexoravelmente.


O Estado Islâmico não respeita nada, e mostra bem seu atraso no entendimento do mundo quando destrói preciosidades arqueológicas, realidades de outros tempos quando a humanidade era outra e pensava de outro modo, não respeitando nada disso o Estado Islâmico faz tábua rasa de tudo impondo a única coisa que compreende, sua motivação religiosa que na verdade é apenas uma fachada, porque tendo procurado bem, excetuados aqueles artefatos e estatuária destruídos frente as câmaras para criar impacto e escândalo, tudo o mais se encontra em vendano mercado negro, para obter recursos para continuar sua guerra de construção de seu califado.

Dá-me vontade de defender uma ação forte por parte dos países mais civilizados, no sentido de os parar, mas aquela gente, com aquela mentalidade retrógrada, estúpida, tacanha, vai continuar a existir. Não irei evidentemente defender a sua eliminação pura e simples, não sou nazi, no entanto o Estado Islâmico é um problema que a humanidade terá por muito tempo e que seguirá sua sanha, ignorando todos os limites.








quarta-feira, 22 de julho de 2015

Romança da cidade do Porto.







Já não há mais ‘Boa Nova’,
Já não há mais tradição
Foram-se no tempo por prova
De uma diferente lição
Não mais se diz: Chega barco!
Neste porto de mil bocas.

Ai minha Nossa Senhora do Cais
Tenha piedade dos ais
Que nós choravamos a Vós,
O que hoje traz os ‘Ós’
A cada nascimento
À beira deste cais de tantas histórias
Que vem do tempo das memórias
Em nós no justo momento
A dizer: NÃO ESTAIS SÓS !

Mareantes do Senhor dos Matosinhos:
Orem com muito amor
Nesta Ribeira de tantas, de imensas naus,
Vejam lá, sejam bonzinhos,
Que Ele veio de longe para nos livrar dos maus
E dos males e das misérias e da dor.

Há muita pedra nos quebrantos
Que não se abalam deste Pilar
E não espantam estas superstições
Das quais não nos podemos livrar,
Sejam concordes, sejam bons
Sempre assim estes povos do mar.

Foram orar ao Senhor da Boa Passagem
A fugirem dos sopros desta pena ventosa
Desta poesia ou desta prosa
Para não se esquecerem do local de abrigo
Que o seu nome justifica,
Nem mesmo quando oram devotos ao Morto
Que naquela Penha fica
Pois que ficam cá presos a este Porto.




terça-feira, 21 de julho de 2015

E se vai deixar passar...












O mundo passou a viver um momento singular de decadência, China incluída, oferecendo aos países em ascensão oportunidade para se lançarem, permitindo ao Brasil e a Índia aproveitarem esse momento, todos os outros países não dispõem de condições das condições exepcionais de que dispõem esses dois, a Rússia que seria o outro no BRIC, mas perde o momento devido a sua condição beligerante e de cerco em que se encontra pelas condições de relações internacionais criadas pelo ex-KGB, Coronel Putin.


O Brasil está perdendo uma oportunidade única, que demorará muito a se repetir, que lhe permitiria assumir uma posição de liderança e passar a ser o quarto PIB indisputável no cenário das nações, porém por conta de uma cambada de ladrões que pôs o país em desgoverno, ou em falta de capacidade governamental de longo prazo, que cria uma barreira para o governo estabelecer uma estratégia de médio e longo prazo que permita ao Brasil alçar-se no cenáro econômico mundial. Vamos perder o trem da história, e ele não passa tantas vezes em condições tão favoráveis, mas o Brasil com 32 partidos na Câmara, tendo os governos que atender a 32 interesses, trinta e duas moedas de troca, 32 lideranças, trinta e duas negociações, quando pensa em propor nova estratégia e começa outra rodada de negociações, que já sabe passará por 32 novos diálogos, 32 novas objeções, 32 novas ideias, até poder harmonizar tudo isso, já passou a hora, já não tem mais forças, e o seu tempo de atuar já está acabando, é por isso que o Brasil vai ficando para trás, nos Estados Unidos, maior potêmcia econômica do mundo, e é por isso que eles são, são dois partidos a discutirem, e no que for do interesse americano estão sempre de acordo, o interesse é devorar os outros, e tudo funciona. No Brasil querem-se devorar mutuamente, e quando se dão conta, tudo bem, melhor será dizer tudo mal, fizeram-se umas quantas fortunas, deram não sei quantos tiros na Petrobrás, mas atrasaram o Brasil muito, e num mercado mundial competitivo como se transformou o mundo de hoje, qualquer segundo perdido conta para não mais atingir a posição que atingiria se não tivesse perdido aquele segundo. O povo agora reclama, e com toda a razão.

Pobre Brasil, políticos tão ruins para povo tão bom!

sábado, 18 de julho de 2015

Mandela's day.







Hoje 18/7/2015,outro dia Mandela, reedito o que escrevi no dia que morreu meu ídolo Nelson Mandela, e um dos poemas que lhe dediquei. Mandela vive!




 



Nesta quinta-feira cinco de Dezembro de 2013, por fim, após ter propiciado com a sua custosa morte, este longo estertor, tempo para o pós-Mandela, crucial tempo para as diferentes facções de poder refletirem, tempo para os muitos excluídos acalmarem, tempo para as insatisfações compreenderem, tempo para todos aceitarem que a África do Sul vai ter de continuar sem Mandela, definitivamente Mandela não está mais fisicamente entre nós. Mas continuará com a sua presença imaterial a guiar os destinos de entendimento daquela nação que tanto amou e à qual tanto deu, transformando-a de capital mundial do ódio e da exclusão num centro de entendimento e tolerância, pela sua magia pessoal que a soube transformar.

Esperançoso que a sua obra possa permanecer pela luz de sua presença, que brilha em seu legado, relembro o poema que dediquei a esta expectativa e ao seu Direito em descansar após ter dado tanto.Que aquele sorriso de paz consiga seguir iluminando os destinos da África do Sul!

                         Elegia para libertar uma alma pura que salvou seu povo à sorrir.



Nem morrer te deixam.

Porque tu não podes faltar?
É verdade que tua orfandade será grande.
Mas saberão que caminho trilhar.

Madiba, quando haverá outro como tu?

Com esta extrema capacidade do perdão.
Quem saberá como tu esquecer?
Sabendo que há uma verdade mais além...
Amar a todos, sem olhar a quem.
Provastes o poder de perdoar.
Revertestes em sim o não.
É muito difícil poder imaginar
Que haverá outro com tua disposição.

Repousa com a tua obra feita.
Ficamos aqui rezando para que não possam reacender os fogos que apagastes.
Não te farão esta desfeita,
Ficará a Sul d'África que realizastes.

Deixas a paz que conquistastes,
Com o teu sorriso de doce alegria,
Deixas o socego que plantastes
Ensinado a viver em cada dia.

Madiba vá pra luz que é teu lugar.
Descansa do teu trabalho completado
Tua aura há de ensombrar
Qualquer fogo mal apagado.

Não és eterno na matéria.
És eterno na tua presença.
Teu legado é coisa séria
Permanecerá tua sentença
Não conseguirão voltar à miséria
De quando não tinha tua existência.

Descansa, tua obra fica feita.
Descansa, já sofrestes o bastante.
Descansa, não rezarão por outra seita.
Descansa, teu sorriso permanece, contagiante.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Europa: uma não solução.








A Europa avacalhada. Decide um organismo que não existe. As instituições, com as quais a União queria simbolizar a ordem e a perfeição, não são nadas, são fantoches que decidem depois de estar tudo decidido. Uma pantomima! Na Alemanha quem fala grosso é o ministro das finanças, no resto da Europa ninguém. De chicana em chicana vão matando um sonho de paz e harmonia. Querem uma terceira mundial? Com figurantes não se faz um filme, não se conta uma história: Quando é que virão os atores? Gente com alma. Emergirão das próximas eleições? Ou quando chegarem será já muito tarde, demasiado tarde para que essa ideia de união prevaleça. Muita gente, principalmente os que deveriam ter, não tem noção de que tudo esteve por um fio no episódio grego. Agora gregos, nos veremos todos nós imersos nessa hipocrisia deformante. Até quando e onde irá isso? O acesso de loucura grego que custou-lhes a humilhação, o menoscabo, medidas improváveis, odiosas e improfícuas, e um vazio pela frente, fazendo-os ver claramente quem manda, e que sua má criação era inútil, fez por revelar qua a união das maravilhas, mais que a ficção construida por Lewis Carroll, pode ser um ambiente de fantasias, desproporções, imposições e maldades. «Cortem-lhes as cabeças! Cortem-lhes as cabeças! E afinal não havia a Rainha de Copas. . .

O problema disso tudo é que se vai desconstruindo uma estrutura que poderia dar certo, um projeto em que acreditei e me fez mudar de hemisfério, tornando-me comunitário, tendo feito conscientemente uma escolha na qual muitos de seus membros, a esmagadora maioria, entrou sem refletir, e sem que houvesse consciência ou escolha mesmo, e toda a conjuntura onde apesar de tudo vê-se revelada uma vontade dos povos, porque a experiência ia dando certo, que uma vez superados os retrocessos anteriores, o malbaratamento das convenções e a postergação do convencionado, ia caminhando, ou isso de agora é uma febre passageira, que com a troca dos agentes cessa, ou se se repete a dose de gente tão despreparada para a posição de estadista de visão de futuro, quanto preparada para as minúcias, mesquinhezas, e misérias de visão do ontem e do hoje, perdendo o rumo e o trajeto da meta, objetivo final, para conquistar o patamar passageiro de etapas que se esboroam no momentâneo, fumaça que se dissipa logo.

Estamos todos em risco, em condições diversas, e níveis diferentes, e com consequências várias, tão somente pelo despreparo desses descuidados sem visão que nos governam, bando de inconsequentes que desconhecem as reações misteres, portanto as que deveriam ter, como respostas aos diversos que a crise conjurou, acarretando imprevistos desiguais, que clamaram por soluções novas e que sufocados aparentam terem sido superados, mas que estão reprimidos protos a eclodir e rebentar a qualquer momento. Eu não consigo entender a opção por uma realidade instável quando seria mais normal ir-se construindo uma nova realidade que levasse a estabilidade. Pior cego é aquele que não quer ver, mas se pode dizer também que é igualmente desgraçado o cego que mesmo vendo não enxerga

Desassimiladas como questiúnculas as gigantescas dificuldades permanecem, como um elefante por detrás de grande biombo, ao primeiro barrido sabemos de sua gigantesca presença, ao primeiro movimento de tromba vemos tombar o biombo, e ao seguinte movimento iremos perceber toda a carga de seu peso, esmagando o que se lhe atravessar o caminho.  

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Dr. Cavaco descumpre a Constituição!







 Publicado por mim agora mesmo em outras redes sociais: O Dr. Cavaco já entrou em incumprimento, porque não tendo convocado as eleições legislativas hoje - 16 de Julho - já não cumpre mais a constitição plenamente. E ao revelar candidamente há dois dias que irá convocar os líderes de partidos com assento parlamentar para consulta semana próxima, ainda mais desrespeita a Constituição Portuguesa que deve defender: Senão vejamos: O Artigo 11º letra b da Constituição da República Portuguesa determina ao Presidente da República marcar as eleições em "harmonia coma lei eleitoral" e diz a Lei eleitoral em seu artigo 19º -1, que essa deverá ser marcada com "antecedência mínima de 60 dias." e no segundo dá as datas entre "14 de Setembro e 14 de Outubro." Se fizerem as contas verão que esse prazo de 60 dias termina hoje a meia noite na melhor das hipóteses, ou mais corretamente terminou a meia noite de ontem. De uma forma ou de outra está em incumprimento. E pergunto: Quem quer ele enganar fazendo qualquer tipo de consulta na semana que vem? Se os líderes partidários decidirem por 15, 16, 18 de Setembro, o Dr. Cavaco não pode cumprir a Lei dos 60 dias de antecedência. E se incluirmos o artigo 20º que obriga-o a marcar em domingo ou em feriado, aí é que não cumpre mesmo. Ele já tem o dia escolhido para cumprir os 60 dias obviamente.É tudo hipocrisia? E ninguém diz nada? Quer dar quantos mais dias puder a este governo? E a Assembleia da República que compete " vigiar o cumprimento da Constituição."? Muda e queda nada diz! Em inglês se diz: Shame on you:



PEÇO QUE DIVULGUEM ISTO DE TODAS AS MANEIRAS QUE POSSAM!


quarta-feira, 8 de julho de 2015

Talvez a China resgate a Grécia.






As ocorrências financeiras na China, onde já passam dos vinte por cento, em média, de perdas nos diferentes mercados, o bulsátil, o dos futuros, o dos títulos, o dos investimentos de todas as ordens, que se desorientaram, como se naquele suposto jogo de monopólio que joga a China a longo, muito longo, prazo, tivesse caído agora numa casa de penitência, como é bem o retrato do capitalismo, uma senoide, onde sobe para logo a seguir descer, numa sucessão de vantagens e penitências, ganhos e perdas, característica do sistema. (*)

A afirmação inconsequente do Sr Junker que declara ou revela uma situação de preparação geral para a saída da Grécia  evolui de inadequada para  despropositada, porque a situação mundial está agora bloqueada pela realidade chinesa, ou seja é impensável uma saída grega neste momento, com a situação mundial como está, ninguém sabe hoje como vão evoluir as coisas mesmo se não houver muitas turbulências, inimaginável é somar-se a isso tudo uma outra crise de imprevisíel consequêsncia nesse momento.

O baque do motor chinês vai pôr o mundo numa recessão, que esperamos seja branda, mas pode não ser, entretanto tudo o que o mundo não precisa agora é de uma recessão, branda ou não, a única coisa boa que advirá daí é uma baixa nos preços do petróleo acentuando a tendência atual que tem outras razões, que já abordei no artigo ainda de Janeiro, intitulado «A OPEP vai pôr o mundo em deflação e a seguir em recessão. », aí está! A deflação foi atenuada com o emissão e circulação de uma quantidade de dinheiro como jamais existiu na história da humanidade, somados a não haver justificação econômica para isso, além de querer parar a crise que grassava como fogo em mato seco, por outro lado terá impedido, ou impedirá o que aí vem, melhor dizendo, impedirá  que a recessão seja forte? Entretanto é um ciclo que se fecha, conectado nos seus efeitos, uma coisa levando a outra, e a outra retornado a uma, como um fecho do círculo. SABEREMOS MUITO EM BREVE!

O que será inevitável vai ser um ajustamento de baque, aquele que acontece com qualquer carga quando o veículo que a transporta sofre um baque de qualquer ordem, aquilo a que no Brasil chamamos de freada de arrumação. A China não se perturba nada com isso, porque apesar dela agir como capitalista, a China ainda é socialista (comunista). Quem se perturba muito com isso tudo é o resto do mundo rico, que apesar de proceder como socialista, com o Estado social etcetera, é  contudo capitalista.

E isso nos leva a questão da Grécia, que é mais da Europa que da Grécia, a Grécia tem pouco mais a perder atualmente, a Europa como União tem tudo a perder, e os países membros, em diferente graus e com diversas consequências, têm muito a perder. A má qualidade dos líderes dos membros da União europeia permitiu se tangenciar a catástrofe sem muita antevisão disso, levando a uma situação de perigo que pode pôr tudo a perder. 

Porque eu digo isso? Porque tendo se mantido por tempo demais à beira do abismo grego, esse se alargou, com a enorme instabilidade econômico-financeira que se patenteou com a situação chinesa. Por isso pode-se dizer que a China, apesar de ser pelas piores razões, poderá resgatar a Grécia.


(*) O problema chinês evoluiu para os trinta por cento em perdas, atigindo um número que só não é maior que o que produz apenas quatro países ao longo de um ano, sendo um deles evidentemente a própria China, as perdas rondaram os três trilhões de euro (#), maior que o PIB do Brasil, da França, da Inglaterra, da Itália, da Rússia, da Índia. è incrível um número desse em menos de um mês, e é mais que tudo assustador.

(#) Três milhões de milhões de euros, mais de 2,75 trilhões contabilizados até agora.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Não sei se é conversa, não sei se é carta. É pra D. Maria Barroso.

                                                                                                                                                 7/7/15.


Acordei hoje com a notícia de sua morte. Maldito tombo! Que buraco você me abre no peito, quando não mais vou ter seu jeito incisivo a me empurrar ou sua imensa doçura a me estimular, coisas tão opostas para um mesmo fim, pensando agora tenho a ideia perfeita do que estava por detrás de tudo isso, sua imensa generosidade que queria ver todo mundo bem, inclusive esse seu humilde amigo.

Estive vendo as declarações de toda gente, gente que não podia ver o seu homem nem pintado, já em relação a si foram todos unânimes, só viam a sua grandeza, viam a sua capacidade estrema de esquecer a desavença política em detrimento da relação pessoal, e você se relacionou com todo mundo com enorme fraternidade, aliás, fraternidade é seu segundo nome, diz-se isso como figura de linguagem, no seu caso é literal, pois foi esse de fato seu segundo nome, travestido no nome da essência da fraternidade que alguma vez pisou nesse planeta.


Com isso lembro-me da cruz, não a d'Ele, a vermelha, que entre tantas que você carregou com a força indomável de que sempre foi dotada, o fez com a ação de conciliação humana que era seu privilégio mais que característica, porque a si atendiam, mais que tudo pelo estatuto emocional que sua presença imediatamente gerava. Quando ouvi a Senhora dizer que não gostava do seu título de Primeira Dama, fiquei a pensar porque, sei você era o que era por si mesma, mas por mais que eu busque um título que lhe assente melhor, não encontro, a Senhora é mesmo e será eternamente a Primeira Dama de Portugal, porque a Senhora, com seu jeitinho, para além de sempre ter feito o país à sua dimensão, fez um Portugal com uma dimensão maior para todos, porque essa era sua verdadeira dimensão, que é mesmo grande.

Lembro ainda do dia que nos conhecemos, a Manela Felipe nos apresentou e a Senhora logo meteu uma pergunta, primeiro pensei que era por educação e pelo seu traquejo social para deixar as pessoas confortáveis, depois pensei que era generosidade, tal a intensidade da conversação, hoje sei que era por real interesse, seu interesse genuíno nas coisas e nas pessoas, sobretudo nessas últimas, como faz falta isso no mundo, num mundo cada vez mais superficial, onde são cada vez mais raras as Donas Maria Barroso! Sabe, nunca dei fé da sua idade, lembrei-me que poucos anos depois de tê-la conhecido comemoramos seus oitenta anos, mas para mim a Senhora era uma menina de 25. Mesmo quando teve aquele período ruim, que lhe abateu um bocado, sua jovialidade, sua pureza estavam lá, intactas. Depois quando lhe mostrei alguma da minha poesia seus olhos diziam que gostava dela sinceramente, o que sua boca também dizia, e que era mesmo de dentro, do fundo, mas as pessoas dizem coisas por conveniências... Sabe D. Maria, acredito que a Senhora tenha dito algumas coisas por inconveniência, ao contrário não, nunca, contornava, seguia em frente e perdoava, ou esquecia, ou sepultava debaixo da pedra enorme da sua generosidade e do seu bem querer.

No Brasil o poeta Manuel Bandeira fez um primor de poesia para uma empregada sua chamada Irene, em que destacava a bondade e o bom humor desta, que quando chegava no céu e pedia licença para entrar a resposta pronta de Deus era: "Entra Irene, você não precisa pedir licença." Imagino você agora, Deus nem vai dizer nada, vai fazer o mesmo que você fazia com a gente: Vai lhe pegar pelo braço e abrindo de par em par as portas do céu vai levá-la para dentro.

E como um poeta puxa outro, lembrei também uma coisa de Vinicius, ele dizia que "a vida é a arte do encontro, malgrado haja tanto desencontro nessa vida", acho que sua maior arte foi essa, a do encontro, e com isso, pensando melhor, entendi tudo, sua maior arte foi a vida! Foi a vida foi!



domingo, 5 de julho de 2015

Cinco de Julho de 2015.






Praça Syntagma.



Meia noite. Está errado, esse dia não tem meia noite. Meia noite é o fim de um dia, e este dia não tem fim. Poderá ser zero hora de dia seis, dia de um novo começo, quando um povo, pisado, humilhado, ultrajado, ameaçado, esmagado, soube resistir. Essa é e sempre foi a lição grega, saber resistir para além de todas as probabilidades, para além de todas as possibilidades, criando outros horizontes inesperados, como fez com a Pérsia, nas Termópilas, nas guerras Médicas, e com a Macedônia, e com a própria Atenas imperialista, etc...

Essa a Grécia que deu lições ao mundo, que deu cultura ao mundo, que deu filosofia ao mundo, e que deu seus deuses como modelos de erros e acertos, para que o mundo aprendesse com esses erros e com esses acertos, não precisando os repetir. Agora que uma deusa sua anda meio baralhada, cometendo erros, blasfêmias e lançando misérias e desorientações, cumpre a velha Hélade, repor-lhe no caminho, tarefa ingrata, hercúlea, que só um semi-deus seria capaz de realizar. 

Ao ouvir a voz de um povo inteiro, sinto a força de mil deuses, esses que sabem derrubar barreiras e criar possibilidades, mesmo sabendo que o peso de sua derrota é seu pescoço, é seu futuro, é sua própria possibilidade de existir. Só que hoje os deuses são outros, tendo no altar-mor um deus pagão, um pagão deus idólatra, que se adora, a nós pletora e a si os frutos da cornucópia só voltada para seu bem estar. Tendo assumido a plenitude do poder, esse deus cifrado, equivocado, pensa que pode tudo subtrair, omnívoro, e vive das inconsistências de seu multiplicar autogerador, pensando tudo abarcar. Irá morrer de si mesmo, de sua desumanidade, de sua potencialidade, de seu multiplicar, valendo tudo, não vale nada.

Entre seu servos e seus sacerdotes o senhores do mundo, todos engolfados na miséria dos números que o deus lhes deu, pensando não soluções em suas maquinações numéricas, em suas projeções financeiras, perdendo-se nelas, porque elas não são nada, não são gente, não são bicho, não são coisas, não são matéria, não são presente, não são passado, não são futuro sequer. São medidas de promessas que só se concretizam se os povos disserem sim.

Hoje os gregos disseram não! O futuro é amanhã! 

sábado, 4 de julho de 2015

SIM OU NÃO?







Esta dúvida em si já é uma derrota
Associada a uma triste confissão,
Ambas a correr na mesma rota
Seja a resposta indiferente sim ou não.

Foge-lhe o sangue de correr em suas veias
Escapa-se-lhe a vontade em contrição
Indiferente o povo que as semeia
Duvida em dizer se sim ou não.

Carrega todo o fardo de um passado
Promessas e eterna corrupção
Arroja-se com seu credo já de lado
Importa dizer sim e também não.

Luta, festeja e imagina
Qual resposta possa resultar
Insiste e segue e não se inclina
Acreditando que poderá singrar.

Põe-se a opção: Oliveira ou cavalo?
Que a oferta da deusa sempre encerra
Marcante decisão e forte abalo
Escolher de pronto: paz ou guerra.

Prisioneiro de uma verdade que é mentira
Como livrar-se acaso da prisão?
Será portanto destino daquele que se atira
Gritando ser o sim em vez do não?

Falseia uma alegria, uma justiça e liberdade
Para expressar sua intensa e premente afirmação
Qual será ela: signo, sonho ou realidade ?
Crença perefeita e simples escolha: sim ou não.

Dessa conta helena falsa e vil
Segue certeza que não pede explicação
Nada mais há que seja varonil
Amesquinhou-se em limitar-se a sim ou não.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Conversas no Panteão.




Que conversas terão Eusêbio, D. Sofia e o Sr. General? Conversas de toda a vida, de todo o tempo agora que reunidos estão na mesma sala do panteão. Obtidas as graças de Santa Engrácia, o que é obra, obra que nunca acaba, assim como a santidade na visão de Agostinho de Hipona há que ser renovada todos os dias, porque Eusébio terá de continuar fazendo seus gols exímios, D.Sofia a falar-nos a alma com sua forma poderosa, e o General a enfrentar as circunstancias do seu momento, momento que não pode passar, passa, e certamente passa é a glória do mundo, esse estranho fenômeno fruto de vontades incongruentes.

Não estarão cristalizados no Panteão, não, porque o tempo que passa modificará sempre a perspectiva de cada um e de todos sobre a verdade de cada um, três verdades tão diversas que dará para as conversas da eternidade e sobram, mas que para a realidade encontrarão diversas dificuldades entre aqueles que o apreciarão. Aqueles que deverão deslindar a riqueza da escrita de D. Sofia, tarefa mais leve, porque a verve continua pujante com o fogo das palavras escolhidas e na matéria ígnea da interação destas, assim como do infalível rastilho.  

Os dribles e passes e gols do jogador já serão, com o passar do tempo, mais distantes, mais reclusos, com menos lembranças, quando morrerem odos que presenciaram sua magia em campo, e depois aqueles que receberam o testemunho na primeira pessoa, mais longínquo ficará o acesso porque não será um abrir de livro seu que o restituirá, ou o ver um vídeo cuja emoção do momento estará subtraída pelo conhecimento antecipado do resultado, pela realidade perdida do contexto do momento.

As ações do general, que impôs sua presença num tempo de medo por não tê-lo, por desdenhá-lo, seus discursos, seus feitos, sua presença forte, registro de uma época, terá ficado nela recluso, necessitando evocação histórica, lembrança e conhecimento de tudo o que implicava ter feito o que fez, quando o fez, como o fez, apara revelar sua bravura, sua importância.

Esperando que conversem muito com esse encontro que agora se propiciou, que se renovem as palavras, as forças, as glórias e as vontades, e que quando o tempo, esse corruptor das vontades, destruidor das glórias, ladrão de forças, e mestre em empanar as palavras, tudo grisar definitivamente, haja quem do eterno baú das maravilhas que existiram retire de cada um seus feitos gloriosos e os rememorem às gerações futuras, para que esses lembrem-se do que foram aqueles, e porque lá estão à mercê de uma obra que nunca acaba, Engrácia viva no coração de Lisboa.


O complexo de imaturidade da presidente do FMI.







Todo aquele que insiste numa determinada temática é porque esta lhe é cara pela positiva ou pela negativa, o que equivale a dizer que este tema no qual insiste ou é uma referência existencial de qualquer sorte, como uma música que sempre ouve, ou é um handicap que traz consigo.

A Sra. Cristine Lagarde, esta dama cheia de esqueletos em seus armários, que são tantos que de quando em vez um sai de lá para assombrá-la, e percorre lépido a praça pública, cavalgando uma série de suspeitas aflitivas para a senhora, volta a insistir na imaturidade, e pelo seu contrário na necessidade de maturidade, dos negociadores da gravíssima crise que atravessa a União Europeia na resolução da questão grega que, despreparados, os negociadores deixaram ultrapassar todos os limites da razoabilidade, conforme já afirmei, mais que tudo por conhecerem da impossibilidade negocial de uma dívida impagável.

Que o criminoso organismo que representa, o FMI, criminoso no dizer do Sr. Tsipras, tenha aplicado receitas iguais para países diferentes, e evidentemente imposto soluções abstrusas para uns, que podem até ser certas para outros, aplicando sempre o mesmo receituário como panaceia mundial, é um fato incontornável, e que agora venha pousar de bonzinho sendo o mais complacente dos membros da troika, expressão banida pela circunstância negocial grega, na atual situação a que chegaram as negociações e evidentemente volvidos seis meses, com a situação tendo desandado por toda parte e entre todas as partes, e particularmente a situação do paciente em tratamento, tendo-se perdido a perspectiva do receituário, e qualquer efeito que esse tratamento pudesse ter de positivo, quer por se ter demorado demasiado a continuidade do tratamento, quer por inadequado,  quer por tardio, quer por dosagem inespecífica, lançaram o paciente num vórtice que lhe é destrutivo, a tal ponto que, após tanta confrontação, será indiferente um resultado de um referendo? 

Que mesmo que seja com a melhor das intenções a Europa quer manter uma farsa é outro fato inconteste, farsa negocial que adia, como no caso português, uma explosão  certa, sendo este uma armadilha no tempo, no caso grego, sobretudo por insistência dos gregos para que se retirem as bandagens que encobrem a terrível chaga supurada que necessita de purga completa, porque sente que com a manutenção das bandagens a situação só piora, e que é necessário trazer-se à luz a infecção para saneá-la e desinfetá-la eficientemente, preferindo os médicos de plantão bandagens novas e muita sulfa, deixando a ferida como está para posterior tratamento, seguindo uma agenda muito particular, mantêm-se a indefinição insuportável.

A senhora Lagarde por ser europeia a frente de um organismo internacional deveria ter uma agenda europeia, e alternadamente, inconstantemente, ora tem ora não tem uma visão de conjunto dos males que afligem a União, e a própria União, na sua vertente monetária, cega-se face da dimensão do problema que exige um estatuto negocial complicado que passa pelas assembleias e câmaras de diversos países para aprovação, e que vai requerer um tempo, um esforço e uma lucidez que exige uma dimensão dos negociadores que as atuais lideranças não têm e que, com a tônica da premunição e do equívoco, a senhora Lagarde insiste em ver imaturidades, não sabemos se por todos os lados na sua visão, mas sabemos que sim na realidade do prcesso, realidade tão absurda que, se fora ficção, não poderia ser mais inverossímil.    



# Menos de uma semana depois em obediência aos patrões franceses e americanos, já reformulou seu comportamento, livrando-se do complexo rapidamente.