sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Toda praxe é estúpida IV- a legislação.

A Assembléia da República portuguesa discute a criminalização das praxes, como discute medidas para regulá-las, entre um ponto e outro, estão todos os matízes das concordâncias e discordâncias partidárias, porém sabedores da opinião pública ser maioritariamente a favor das praxes (ver artigo anterior, o III) não têm coragem de tomar nenhuma atitude claramente contrária a elas, para não perderem votos, salvo o Bloco de esquerda, mas este já não tem votos mesmo e talvez seja por isto que não os tem, por assumir muitas posições corretas que desagradam a maioria, e sabemos que desta discussão resultará ficar tudo como está, mais que tudo por covardia dos diversos grupos parlamentares em tomar as medidas necessárias.

Curiosamente  este debate ocorre no mesmo dia em que as praxes militares foram condenadas em tribunal por causarem lesão irreparável a um aluno. Será que não vêm que as praxes são uma prática bárbara, deseducadora, de caráter deformado e deformadora de caráteres. Uma estupidez rematada, jogos de meninos vazios, que por falta de ideais maiores, de interesses, sociais, ambientais, patrióticos, históricos, emocionais, literários políticos, ideológicos de amor próprio,de amor  pelos outros e por Deus se dedicam a esta atitude vazia, disparatada, corrupta e corruptora que são as praxes acadêmicas.

Dá-me tanta pena de ver uma juventude bonita, saudável, bem educada, com bons lares, inteligente, dedicar-se à estupidez absoluta de uma prática primitiva, tribal no pior sentido, rústica, rude e descompassada com o tempo de maravilhas que vivemos, e que devia ter cada minuto voltado para fruí-lo na sua plenitude, que oferece, sexo sem pecado e sem consequências graças à química medicamentosa, o que não havia no meu tempo, oferece comunicação instantânea com  o mundo todo e com todo mundo, também não era possível no meu tempo, viagens baratas e à todo momento para qualquer destino, e o planeta tem destinos maravilhosos, e baratos hoje, também não haviam em meu tempo de jovem, livros maravilhosos, museus idem, milhares de modalidades de lazer e esportes, formas fantásticas de se empregar o tempo.... Porque empregá-lo nesta coisa perversa e estúpida de subjulgar o próximo e de humilhar os outros?

As praxes não devem ser criminalizadas, porque crime não são, resultam delas, às vezes, muitos crimes de diversas naturezas, portanto pela só capacidade de gerar tais consequências deviam ser proibidas. Regulá-las não é ofício jurídico, nem tão pouco solução, pois quem as iria verificar, ver se os regulamentos estariam sendo cumpridos? As praxes devem ser simplesmente proibidas, não por si, pois que haverão modelos dentre elas passíveis de serem aceitos, mas pelas suas consequências e sobretudo pela sua prática humilhante.

Lamento, mais que tudo, é que haja muito pouca gente que queira ver esta verdade tão óbvia, sobretudo os que têm responsabilidade por terem sido eleitos para tal :  TODA A PRAXE É ESTÚPIDA!


terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Joana Made in Portugal Vasconcelos.

Desde que escrevi E la nave va contando a história do Cacilheiro que foi até Veneza, passou-se o tempo de uma gestação, e a prolífica, a incansável Joana Vasconcelos já fez não sei quantas exposições que eu não comentei. Não que elas não merecessem reparo, merecem e mereceram o reparo, a atenção e o êxito do Mundo inteiro. Dir-se-ia mesmo que teve vários partos no tempo de uma gestação, provando, com prova provada, que quando se quer tudo é possível, que quando ao talento une-se a vontade e a determinação, tudo acontece, revelando no signo da possibilidade, que seu oposto, o triste signo da impossibilidade, reconhece limites vãos, vê-se paralisado por imposições mais de ordem imaterial, do que de ordem material, ou seja reside no espírito os impedimentos e as impossibilidades habitam a teoria, e as barreiras, invisíveis para quem tem a coragem de ignorá-las e confrontar o futuro com o signo do possível, não existem. E aí onde tudo é possível não há limites nem barreiras, há uma vontade, há uma pré e uma disposição que tudo vencem. Há o sonho a tornar-se realidade.

Desde que escrevi naqueles dias de Bienal na cidade da laguna, também ela prova que com uma vontade tudo se torna possível, como aquele sonho inacreditável que é a própria Veneza, ocorreram muitos fatos de revelação, onde o que se revelou com força de evidência é que cada dia mais só os ousados terão lugar neste Mundo competitivamente globalizado e mediatizado, para além de qualquer suspeita. Quando recordo-me que no Waldorf  Astória em Nova York, Salvador Dali, com seu gênio carismático veio ter ao salão de velocípede para a conferência de Imprensa, conquistando no dia seguinte todas as primeiras páginas dos noticiários, creio que esta era uma antevisão do que, e no que, o mundo se transformaria. Só deixando lugar aos mais atrevidos. O talento, a grande qualidade da obra, a força do trabalho apresentado é claro que são imprescindíveis, mas uma dose de ousadia é indispensável, cada vez mais.

A ousadia Daliniana era a do fazer um tipo, de criar um gênero e uma circunstância condizentes para chocar. A ousadia Joaniana, ou Vasconcelosiana é mais sútil, e traz uma componente bem portuguesa: o imprevisto!No seu imprevisto a grandiloquência e a complicação. A grandiloquência de um fabuloso discurso eletrizante, e a complicação de um magnífico relógio suisso. Esta combinação é fatal e fatídica, de envolvimento e fascínio; fatal como a vida e fatídica como uma pitonisa, sacerdotisa de Apolo, deus das Artes, e na realização dadaista, descontextualizando, contextualizando às vezes, e recontextualizando de novo, mas sem redy mades, e por isto com um outro sabor, que quero adjetivar de português.

Sim Joana mais que tudo é portuguesa, e se eu o fosse, diria é nossa, mas sei que Joana mais que tudo é universal, em Paris. em Veneza, em Londres, em Manchester como agora, ou mesmo em Lisboa, porque a simpatia é de todos, logo universal, transversal no diálogo, geral na empatia, total na relação. Mais universal, impossível.

Mas neste diálogos de Babel, da torre de todas as línguas, uma Babel unificadora não dispersa, e, como não dispensa um tom fidedigno, onde a confiança e a fé estão depositadas ali mesmo a vista de todos, porque a fidelidade não dispensa moradas, mas requer intenção. E a intenção deve ser precisa, exata, perfeita, justa, porque se for apenas boa, condição indispensável, poderá ir habitar o Hades, ou outro mundo que dela apenas boa, bem sabemos, está cheio! E nesta precisão, nesta justeza, nesta perfeição e exatidão vive algo transcendente e ainda maior: o universo da sensibillidade, que ultrapassa o da cultura seu antecessor imprescindível. Quero com isto dizer que só o é quem já foi, e neste passado suas raizes, que revelam uma autenticidade, porque só aí reside a verdade em se ser o que se é. Por isto Joana é hoje a maior embaixatriz de Portugal, não pode haver maior, por isto o título que dei a este artigo! Para quem sabe o quanto o ingleses são exigentes e pouco dispostos a fazer concessões, podem bem ver o quanto Joana é grande para atingir este reconhecimento.Se os governos soubessem disto tudo e o quanto isto é valioso, a música seria tão outra.








Toda praxe é estúpida III, a votação.

Está ocorrendo na net uma votação à pergunta: " Acha que as praxes acadêmicas deviam acabar?"  e que aparece, por exemplo a quem vá ao facebook,  numa caixa ao lado que, quem tiver vontade de votar acessa, e lá pode consignar seu voto ao sim ou não como resposta desta pergunta que lá está formulada.

No momento em que escrevo este já votaram 3.740 pessoas ( três vezes o número necessário a uma pesquisa de opinião em Portugal) onde a sua esmagadora maioria é à favor das praxes, estando o sim com 23,12% dos votos, evidentemente tendo o não 76,88%, o que mostra bem que a estupidez é defendida e propalada por uma maioria superior a 3/4 partes da população. Fato que para mim não traz nenhuma estranheza pois desde os meus oito anos que concluí que faço parte de uma minoria que vê e pensa as coisas de modo muito diferente que os comuns dos mortais. Lastimo que assim seja, pois gostaria de ser 'normal', estar na norma, o que bem sei, desde sempre, que não é lugar para mim, excluído pelo simples fato de pensar, e o meu passado também se me demonstrou quão perigoso pode ser esta simples ocorrência: PENSAR, e como você pode ser visto com maus olhos por esta simples condição.

Entretanto a maioria não pensante, emocional, a grande cordeirada, o rebanho, segue esta abominação que se convencionou chamar de praxes acadêmicas, como algo de valor, e julga-as algo de bom. O que elas representam e quão distorcidas são e o quanto elas são perigosas sobretudo ao caráter de quem participa nelas, ficou dito nos I e II artigos com o mesmo título que este. Entretanto consciente de que o clima que é vivido mas praxes é, em geral, a norma, a média do que é vivido na vida laboral e/ou social, e que as praxes podem ser desde logo um dissuasor de ilusões para com um futuro decente, reto, digno, fraterno, não tenho dúvidas. O que me causa espécie é que já não bastando que a vida como ela é em sociedade assim se apresente, mas que quando se dão os últimos passos antes de se ingressar nela, ao se obter a formação que nos irá distinguir de como vamos participar nesta vida em sociedade, ainda, ou melhor desde logo deva-se ser confrontado com esta má cêpa, com esta distorção e se tenha um ritual de iniciação que mais que tudo distorce, ou torce, entorta o caráter de quem nele participa. 

A minha outra grande tristeza é constatar o percentual. Logo quando os políticos não se manifestaram contra as praxes, apercebi-me que havia algo de podre no Reino da Dinamarca. Posto que eles até por instinto se colocam sempre em acordo com a maioria, sempre numa posição normal, para satisfazer aos números que são sua regra e sua condição. Porém que a maioria dos destituídos de bom senso fosse tão fragorosa (quase 77%) doi-me, e me causa grande tristeza. Não tenho ilusões, tenho dor de que a estupidez que grassa, grasse tão abundantemente.



N.B. Há mais 5 artigos sobre este assunto no blog: O Olho do Ogre, 4 com este nome, numerados I, II, III e IV e ainda Do crime preterintencional e O CDS e as praxes, é só acessar o blog, é o primeiro que vai aparecer, e entã, por o nome no espaço de busca em cima à direita, onde está escrito pesquisar. 

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Fernando Tordo entre Brasís e Portugais.

Pernambuco solta fogos,
Portugal fica a chorar
Por não saber com seus rogos
Um grande artista preservar
O deixou partir sem um pleito
Perdeu seu rumo, seu tino
E agora que fica sem jeito
E quer mudar seu destino
Não pensa mais como d'antes
Enredado em seus ardís
Donde fogem mentes brilhantes
Em busca de outros Brasís
Gostava de ver seus valores
Todos em seu território
Sem busca de outros amores
Sem feitos de outro casório
Que faz soltar tantos ais
E que faz perder Portugais.








sábado, 22 de fevereiro de 2014

Marcelo Rebelo de Sousa, a dimensão humana.

Marcelo repôs-se como candidato à Presidência da República com o apoio do PSD.

Tendo pensado bem que a sua candidatura, por todo seu passado, só fazia sentido com o apoio explícito do PSD, apoio este que lhe tinha sido retirado pelas declarações do presidente do seu Partido, Pedro Passos Coelho, em Janeiro próximo passado, o Professor resolveu ir dar a volta, e deu-a.

Sabedor de que o confronto ao qual também não se podia ter furtado, e, como deixei aqui comentado no artigo intitulado: O Presidente Marcelo II - não se catuca onça com vara curta, era-lhe inevitável, fê-lo destemidamente, sobretudo consciente do poder com que se defrontava (o de Presidente de seu Partido e Primeiro Ministro) não temendo o confronto, entretanto, por outro lado,  consciente de que a conciliação era o melhor caminho, e que necessita de seu Partido para ser candidato, coisa que deixou patente ao dizer que não era candidato, que o só poderia ser, nessas condições (sem o apoio do partido) por masoquismo ou por uma razão impensada, quando da análise feita no seu comentário dominical na sucessão dos fatos que o haviam excluído, deixando-o sem as condições misteres; ficando claro que teria de reconquistá-las.

A oportunidade em reconciliar-se ofereceu-se no momento emocional de um Congresso do Partido, em que se comemoram seus quarenta anos e recordam esta sua história, e, ninguém melhor que o Professor, história viva, fundador e ainda ativo, para a reviver, mais que a recordar como os demais, pelas condições exepcionais que reúne na sua pessoa. E assim o fez.

Para uma plateia prisioneira de seu charme e carisma, num momento de que o que mais precisava o Partido e seu Presidente era unidade, esmagados pela política irracional que implementam, que, como tudo, tem muito de impraticável como de necessário, repito no momento em que Passos Coelho e PSD precisavam de uma imagem de unidade, sonegada pelos grandes Senadores do Partido por não aceitarem a atual política do governo, da qual quase todo mundo, inclusive o Professor Marcelo Rebelo de Sousa, discorda, e também quando o secretário geral do PS aproveitando desta fragilidade atacava firmemente o Primeiro Ministro para livrar-se de qualquer acordo com a maioria; porém, repito uma vez mais, neste momento em que necessitavam, como do pão para a boca, desta imagem de coesão, o Professor  foi lá oferecê-la, e para mais ofereceu o pescoço de Antônio José Seguro numa bandeja, para com isto reconquistar o Partido, seu Presidente incluído, e desta forma relançar-se de forma inquestionável como candidato a Presidente da República Portuguesa, com o apoio do PSD, apoio que após este discurso ninguém terá a coragem de negá-lo. Brilhante, simplesmente brilhante!

Entretanto este era o conteúdo. Incontornável é verdade, mas não podia falhar na forma para não dar ideia errada, para não turbar ou comprometer sua intenção, sobretudo sem revelá-la e ao mesmo tempo sem mascará-la. Era, certamente, uma situação que requeria exatidão milimétrica, exigia precisão vernacular, impunha verve com o tempero de desarmar desde logo qualquer ânimo adverso, sobretudo o do Presidente do Partido, sem mostrar-se subserviente. Difícil tarefa, sobretudo sem desdizer nada do que já havia dito contra as políticas do governo, recolocar-se no horizonte das candidaturas, sem fazer-se candidato, posto que é demasiado prematuro, porém sem deixar lugar a outra candidatura, com ou sem Passos Coelho como Presidente do partido na oportunidade em que as eleições presidenciais vierem-se a verificar.

E assim fez. Com a medida exata, com a graça necessária, com os contornos adequados, com a capacidade de improviso, regendo a sua própria locução bem como a platéia, dizendo-lhes quando ou não aplaudí-lo (quase insólito, mas assim foi) assumindo uma portuguesidade profunda para compor o 'tom e o como' necessários à uma identificação total, gerando com tudo isto a sintonia desejável, e trazendo a matéria mais em falta neste Partido e neste Governo, para que uma sintonia mais geral soe credível ao eleitorado, para que esta outra sintonia (do partido e do governo) como sinfonia, possa alcançar e seduzir esse eleitorado que é sempre mais sensível a esta matéria, a esta condição, tão em falta nesta governação: a da dimensão humana, na qual o Professor Marcelo é mestre.











sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

QUE SE LIXE A UE.

Com uma palavra forte que quer dizer se lixar, se danar, se f... uma alta funcionária americana revela o que sempre afirmei, os EUA têm seus interesses bem definidos, e tudo o mais é: Que se lixe!!!

Curiosamente esta revelação vem no rastro das tramas para a candidatura à presidência da comissão europeia, e quando comentei à eleição instrumentalizada pelo W. Busch, que deu ao homem que lhe tinha cedido o direito de passagem nas Lajes com seus prisioneiros para Guantânamo, disse o que se passava, que era o rebaixamento do cargo com mais poder na União, assim o que, provavelmente então, como agora, soou a muitos ouvidos como absurdo. Foi na oportunidade, e o é agora, um jogo de cartas marcadas, e triste figura faz a Europa por permitir esta intromissão. Os EUA querem sempre ver um amigo na presidência da Comissão, para não ver, a longo prazo, seus interesses esquecidos e postergados pelos interesses europeus, aliás os interesses que deveriam ter a supremacia na comissão, como é óbvio.

Danando-se ou não a União Europeia, são intoleráveis as interferências Norte Americanas na escolha do presidente da Comissão. Se este cargo, que, como todos, pode ser tão expressivo e influente como quem o vá ocupar, tiver a felicidade de ser ocupado por alguém europeísta autêntico e convicto, alguém com nível intelectual e cultural para o cargo, alguém como Delors, que se estivesse morto, ter-se-ia voltado no túmulo e várias e muitas vezes,  pelo desgosto de o ver ocupado por semelhantes figuras. A vergonha de se ver este posto ocupado por tão dissemelhantes pessoas, é que aponta para uma tão fraca União, e permite que dela se diga o que ficou dito. Quando há dignidade e alto estatuto numa instituição, esta fica blindada a ações de baixo proceder, coloca-se ao nível das coisas ideadas, das instituições que portam uma dignidade além, porque está nas mãos de gente de alto calibre. Quando se permite ter gente rasteira em seus altos postos, expõe-se a passar pelo desgosto de se ver alvo dos mais injustificados interesses.

Pobre Comissão, pobre União!

Aos interesses Norte Americanos fica a instrumentalização costumeira e o jogo usual de enfraquecer para poder reinar, tendo gente com pouca ou nenhuma fibra em pontos chaves, para saber que se curvam se for necessário. Neste caso da Ucrânia, que põe em conflito os interesses europeus, dá-se o caso de total anulação da União como elemento político-diplomático na interação com a realidade geoestratégicas e na defesa de seus interesses neste caso.

Anulada e desprestigiada a União é inexistente como agente político, mesmo que muito de seus membros sejam expressivas potências. As vozes se ouvem isoladamente, mas juntas são como inexpressiva Babel.
  

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

O caso Miró/Parvalorem/Christie's - Hipotecar o Futuro!




Para além do jocoso, do temerário, das ilegalidades, do ridículo, da afoiteza, da precipitação, da incúria, da covardia, da falta de noção das prioridades, e das oportunidades, e, mais grave, da falta de noção do que seja interesse nacional e patrimônio, fica a total falta de respeito com o futuro.

O Futuro se constrói hoje. Sabem como certos países se tornaram referência em certos setores? Aproveitaram condições que se criaram, por exemplo a Áustria  com a música, os EUA com as pesquisas espaciais, para transformarem-se em centros de excelência nestes campos e nos correlatos. Quando surge uma oportunidade devemos aproveitá-la

E surgiu uma oportunidade quando passsou a existir em poder (posse e propriedade) do Estado Português de um Museu inteiro, à conta de uma fatalidade que só trouxe desgostos e prejuízos a Portugal, denominada caso BPN, que está por um preço de ocasião, e que afinal não pesa no presente, mesmo sendo o presente uma situação difícil para o país. Se não vejamos: Que representa o montante de 36 em 581? Em 700? Em 4.000? Em 7.000? E este último número conta duas vezes. O que são 36 num prejuízo que vai ser de 7.000 ou num universo que cobra 7.000 todo o ano em juros (sempre falando em milhões, claro)? Era como se você tivesse perdido 7.000 para ajudar um amigo e neste bloco lhe custasse mais 36 para você dar uma biblioteca aos seus filhos, você faria caso? E se no meio das suas contas contassem-se 7.000 só de juros todos os anos, você se sentiria constrangidos por uns meros 36 para a tal biblioteca para seus filhos, que ademais, abrindo as portas, traria lucros para eles? É exatamente assim!


As oportunidades surgem uma vez na vida. Foi assim quando Miró morreu em 1983, a sua viúva Pilar doou 39 guaches, notem bem o número, e com isto começou o Museu/Fundação que existe em Palma de Mallorca. O grande Museu de Barcelona da outra fundação que tem o nome do grande pintor catalão, tem em exposição pouco mais de 100 obras. Há em poder do governo português perto de 100 obras de Miró se juntarmos elas todas. Ou seja Portugal, por obra do acaso, possui uma coleção tão importante quanto o próprio legado do artista em sua cidade natal. Se disperso este patrimônio nunca mais se reunirá semelhante coleção, e, consequentemente, nunca mais haverá semelhante oportunidade. Outro fator importante desta coleção em mãos do Estado Português é sua representatividade, o conjunto cobre toda a vida do pintor, o que não se passa por exemplo ciom a coleção das Baleares.

Tudo isto avaliado, os critérios técnicos reunidos, foi, e É, recomendada a manutenção da coleção em território português, assim têm postulado todas as autoridades no assunto, e assim determinou a Direção Geral do Patrimônio Cultural. O resto é política e bom senso! A Coleção vale mais de cem milhões de Euros, e a Parvalorem a vende por trinta e seis, logo é também uma boa oportunidade de aquisição. Que o momento não é para isto, não é, remeto-vos de novo ao terceiro parágrafo para terem ideia de grandeza do que representa, apesar de tudo, para o Estado Português, este número 36 milhões.

Agora o central da questão porque já sabemos o que pensa o decisôr máximo do caso: o Primeiro Ministro Pedro Passos Coelho, que já insistiu na venda, alegando impossibilidades econômicas do Estado, não avaliando que, com qualquer uma pequeníssima flutuação das taxas de juros muitos 36 milhões serão gastos, da mesma forma em que há dois mil e duzentos milhões para subvenções de todas as ordens no auge da crise e dos cortes e aumento de impostos nos gastos orçamentais do Estado, certamente há esta mísera quantia para dotar o futuro de Portugal de esperança, não é nada! Sim até o Sr. José Berardo que é uma pessoa simples, teve a perfeita compreenção da importância do que é o patrimônio exposto e o que ele proporciona à alma, à mente e às esperanças das pessoas, dando inclusive seu testemunho pessoal, quando se misturava a grupos de visitantes, porque não dispunha de dois escudos, para ir ao museu sacro de seu arquipélago natal. Poderá se encontrar entre os visitantes de um futuro Museu Miró que se fizesse com a coleção, que bem poderia ser no Portugal insular para dispersar, como se deu em Espanha , seu patrimônio, alguém, algum menino, como o Sr. Berardo, que no futuro poderá dar muitos museus a seu país, se não houver exposições nunca ninguém será motivado.

E ao dizer seu Patrimônio, o faço porque esta coleção neste momento é pertença do Estado português, e como tal deve ter um destino digno. Se me perguntassem que ao ir a leilão uma coleção como esta era oportuno que o Estado português adquirisse para fazer um Museu, é claro que não, não é o momento. Aliás os políticos quase nunca se dedicam a este tipo de aquisições. Mas em a possuindo, devem mantê-las! Se assim não o é, informo, desde logo, que sou comprador para os Bosch do Janelas verdes. 

Não se pode hipotecar o futuro!

Temo muito por quantas outras parcelas do futuro se andam a hipotecar.




P.S. Hoje 10/04/2015 o MP deu razão a estas minhas idéias incriminando todo mundo: O Secretário de Estado da cultura, a Parvalorem, a Christies, que por duas vezes tentou fazer o leilão para criar o fato consumado,

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Manifestação contra o casamento homossexual em França.

É primeiramente um retrocesso! A extrema direita animada com sua posição nas pesquisas de opinião põe as unhinhas de fora e mostra sua cara. Até com o intuito de serrar fileiras e de manter aceso o fogo da atual contradição eleitoral, um vento que percorre toda Europa insuflado pela crise, mais um engano do eleitorado, que cansado da instrumentalização dos partidos em toda parte que, para manter seus aparelhos, promove o empreguismo e a profissionalização política que consomem os recursos dos países e mantém uma má versão da democracia. Cansado de tudo isto o eleitorado busca soluções extremas para depois se arrepender, representa é uma legislatura perdida e é um monte de recursos que tomam outro rumo, com um sentido didático aos partidos que se instrumentalizaram e perderam o verdadeiro rumo da manifestação democrática, se transformando neste antro de ambições que soem ser. E com este tema de atraso institucional voltando à baila em França, agregam uma parcela da população retrógrada e sem participação política que, então, se compraz neste  rito de pseudo-participação política, legitimando de alguma maneira os partidos que as convocam, já que todos têm o Direito, em democracia, de pensar como quiserem e, consequentemente se manifestarem no sentido deste pensamento. Assim criam-se balões de ensaio da força dos partidos que as promovem, preparando campo às eleições futuras. É assim com todos os partidos, que se aprazem em controlar sindicatos e possuir substância da, e na ,atividade social, interferem no tecido social com esta ou aquela finalidade.

Porém é claro nesta situação de movimentação social sindical há, quase sempre, uma causa social bem concreta, impulsionadora e motivadora da movimentação. No caso da manifestação contra o casamento homossexual em França é um balão de ensaio centrado num problema que já estava resolvido, como se quisessem dizer ao eleitorado :  - « Resolveram muitas coisas contra as vossas opiniões, agora que nós estamos aqui e iremos representá-los, as coisas irão ser diferentes. » É uma estratégia política, há que respeitá-la, mas é apenas uma manobra, e é vazia em si mesma. 

Vejamos: Ao chamarem estes rebeldes sem causa, à causa, que por causa de seus preconceitos, parece-lhes uma coisa oportuna e efetiva esta manifestação para acabar com esta" indecência", ou qualquer coisa parecida, em que acreditam, satisfazem sua estratégia política, até conhecendo o ânimo de seu eleitorado e seus preconceitos, tudo bem,  MAS  É A SUPREMA TOLICE !

Tolice porque o casamento é em última análise um contrato. As coisas que duas pessoas queiram contratar, seja o absurdo que for, se for feito de livre vontade por ambas as partes NÃO NOS DIZ RESPEITO! Nós não temos nada, absolutamente nada a ver com o que duas pessoas maiores fazem, ou deixam de fazer entre elas, desde que o que fazem não seja contra a lei, é só problema delas!   A idéia de casamento contra a qual se insurgem é o religioso, este é matéria religiosa, cada  religião dirá se aceita ou não a união entre pessoas do mesmo sexo no seu devido tempo. E isto é um problema de cada religião e também não nos diz respeito, dirá a quem fizer parte desta ou daquela religião que não se posicione conforme a convicção que tenha aquele membro dela, mas isto se resolve nos templos e igrejas e sem participação de partidos políticos. Esta tolice de querer regular o que as pessoas vão contratar entre si é que é mesmo grande. Porque a realidade que se irá contratar, esta ninguém pode mudar, ninguém pode impedir. E, como, preconceituosamente, não aceitam a realidade que não podem impedir, querem impedir o Direito que os que a vivem têm de formalizá-la socialmente a contratando, posto que nada mais é o casamento. Triste preconceito!  Lamentável oportunismo eleitoral!

domingo, 2 de fevereiro de 2014

O Presidente Marcelo II - Não se catuca onça com vara curta!






O Prof Marcelo pensou, pensou.... Deixe-me ver lá onde é que lhe doi mais.... Pois é, é aí... E deu um tiro na mosca. A Judite de Sousa que é uma mulher inteligente fez logo uma cara porque percebeu tudo... Agora Dr. Passos aguenta....Aguenta.... Foi catucar onça com vara curta....Agora aguenta.....

Saindo do meu estilo habitual, porque quero tratar de coisas de alta importância e tenho me recusado a tratar de coisas mais mundanas, bem mais da natureza humana, que até, acredito, aumentariam o número de leitores deste meu bloguito. Porém tenho a cabeça nas altas problemáticas da humanidade, nasci assim que posso fazer? Mas, desta vez, por um conjunto de razões, que se juntaram, não pude resistir a fazer uma coisa que sei que faço bem, o comentário mundano das coisas e as suas causas. Das várias razões que se juntaram apresento duas: 1ª- Gosto imensamente do Prof. Marcelo e não acho bem vê-lo torpediado  por uma figura menor e passageira da cena política portuguesa, que só chegou onde está pela instrumentalização partidária, lamentável e recorrente nos ditos do Arco da Governação, onde em um, até, graças a ela, passou a ter dono. 2ª- É sempre interessante ver uma inteligência em ação, e sei que muita gente, talvez toda gente, não terá coragem de comentar o que se passou.

Meninos foi como eu lhes contei no primeiro curto parágrafo, porém eu o troco em miúdos porque nem todo mundo vai chegar lá, entretanto também aqui o indicador da Google do Português de  Portugal informa-me que os portugueses não sabem o que é catucar. Por isto vou trocar em miúdos, irei destrinçar o meu primeiro parágrafo para vocês saberem como eu vejo que as coisas se passaram.

O Professor Marcelo não gostou nada, mas nada mesmo, de se ver excluído da possibilidade de contar com o apoio do PSD, seu partido, à sua candidatura Presidencial, que avançará inexoravelmente; mas não podia dar o braço a torcer, como não podia deixar de comentar que entendeu que aquilo do catavento era com ele, ele não é estúpido, e não pode fazer parte de tal, mesmo quando lhe convenha, porque se pôs numa posição, que é sua, e ninguém a tira, de homem que conhece e percebe tudo que se passa na política, e assim é, e portanto não se pode fazer de desentendido. Por outro lado isto revelava que o fato de ele ser uma pessoa ativa, presente, preocupada e interveniente, incomoda muito, e que isto não é minimamente justo! Que culpa tem o homem de ser assim? Nasceu assim que pode fazer?

O  Professor Marcelo não podia logo no domingo seguinte dar uma forte, ' uma resposta' que mostrasse bem o quão incômodo ele pode, mesmo, ser. Fez-se de morto, até de triste....já não podia ser candidato, Dr. Passos Coelho não quer....Porém no próximo, que é hoje.....

Depois de pensar chegou à conclusão: A questão era a seguinte: O que se está a passar naquelas cabecinhas? E porque é que não me querem?  O que será que estão tramando? Como é que vai ser isto? O que mais lhes aflige?
E a resposta surgiu clara: O pessoal do atual governo acredita que se mostrar ao país que todas as barbaridades que fizeram tiveram um excelente resultado, o país reelege-os para os cargos que ocupam, tavez sem a maioria absoluta, mas vão lá outra vez! E o maior trunfo para poderem convencer o país que tiveram bom resultado, é o que se convencionou chamar uma saída à Irlandesa. Isto anunciado há poucos dias das eleições faz uma cortina de fumaça que dá para os eleitores acreditarem, e votam...depois de estar votado, já está! E assim tendo boa votação nas europeias, ficam bem situados para as legislativas, começam um trabalho e já, então, podem saber se lhes é possível ou  não, apesar da subida do PS nas sondagens. 

Depois desta conclusão seu ataque foi fatal neste programa de domingo. Ao comentar sobre a saída de Portugal do programa de ajustamento,  o que aliás é matéria de preocupação geral, tema muito oportuno, e da semana, até porque motivou comentários da ministra das finanças, e porque a posição do PS, tem de ser tomada. E, é claro, se querem entendimento em alguns pontos porque irão excluir outros, mais importantes e mais susceptíveis de gerar maior estabilidade e um entendimento mais profundo que tranquilize os mercados? Querem entendimento sobre uns assuntos e não querem sobre outros? Ainda mais sendo pontos fundamentais sobre o déficit e a dívida pública?

Então como quem não quer nada, como quem está comentando, que é o que está a fazer afinal, sem despertar nenhuma suspeita, é apenas mais um comentário.... dispara que seria escandaloso (e repete a palavra três vezes) puserem-se a esticar a decisão para ela coincidir com as eleições e poderem triunfalmente arvorarem-se em Salvadores da Pátria. Como o Professor Marcelo sabe que é exatamente isto mesmo que pretendem, deu uma estocada fatal na trama do governo, prevenindo e classificando de escandaloso para lhes roubar a possibilidade de assim procederem. Brilhante Marcelo!

É por isto que eu disse que foram catucar, que quer dizer fustigar, onça com vara curta, Agora levam! Não se fustiga um animal perigoso ( como a onça, como o Professor Marcelo) com uma vara tão curta, Prevenir-lhe o apoio do PSD, talvez aumente-lhe o apoio das bases do PSD, porque é desejo de muita gente, creio uma larga maioria do PSD, e não só, ver o Dr. Marcelo Presidente da República. Mais ainda fez o Professor durante seus comentário, revejam o programa, que eu não irei anotar aqui, fatal como a morte, porque é de um poder bombástico contra o governo, sobretudo na boca do Professor Marcelo Rebelo de Sousa. Má escolha fez o primeiro ministro em fustigar uma fera como o Professor, quem viver verá!