sexta-feira, 13 de abril de 2018

Nakba.





                                                                                           Nakba / Akba
                                                                             A desgraça lembra louvação e
                                                                             A louvação lembra desgraça.




A desgraça lembra louvação - Nakba/akba - nessa palavra fatal, dias de resolução, de revolução é que são. A Marcha pelo Direito ao Retorno, coisa mais doída, relembrar 15/5/1948, quando os palestinianos foram expulsos para dar lugar aos israelitas de ocuparem seu país. E nesse seu, toda a desgraça, pois é seu dos palestinianos, e é seu dos israelitas. E com isso todos os ódios, todos os horrores, todas as misérias, e todas as atrocidades são praticadas por ambos os lados, como se isso fosse bom, como se isso fosse justo, como se isso fosse solução, como se isso fosse decente, indecente que é.

Nakba quer dizer catástrofe, e é bem escolhido o termo, não no contexto histórico a que se sujeita, e de onde quer retirar seu sentido, mas naquilo que promove hoje, e promoverá sempre que isso, essa marcha, se manifestar, em ambos os lados, pois atirar contra civis desarmados produz "grande corrupção moral", como marchar para evocar um direito que sabem não ter, ainda que tenham, é estupidez inócua que só gera desgraça, assim como lançar mísseis sobre populações civis para defender essa ideia.

Alguns dos que me lêem terão em mente a questão: De que lado estará a razão? Ou se eles não têm direito? Onde nesse eles, em qual deles estará a razão, onde não há razão. Com qual deles estará o direito, onde não há Direito? Há errados, sim, e muitos, desde os que retiraram os palestinianos de suas terras, até os que levantam uma arma, seja esta arma uma Uzi ou uma pedra, para defender ou atacar o pretenso direito de estarem ali. Quando ambos os lados perderam a razão só resta um caminho, darem-se as mãos.

Sim o Direito de estar ali é de todos, dos dois lados, e só a aceitação dessa ideia lhes permitirá ter paz, esse pássaro assustadiço que voa ao menor sinal de intransigência, a paz, essa flor sensível que murcha a qualquer imprudência que se cometa, e a maior delas é a de falar em direitos. Na Palestina e em Israel, não há mais direitos, nessa terra ninguém tem razão, para que todos a tenham. E só quando se compenetrarem disso, quando estiverem aptos a abdicarem de supostas posições, baseadas em supostos valores, atribuídos por supostas pretensões, é que poderão, livrando-se de tanta suposição, cultivar a paz, esse bem precioso e perecível que requer a absoluta rejeição em possuí-lo para que se manifeste, que requer, absolutamente, que se renegue sua imposição por que meio for, para que exista, porque a catástrofe dele se perder e destruir, nakba portanto, estará sempre presente, esse bem chamado paz existe para os que não lutam por ele, logo só no não impo-la, no não pretende-la, no não confronta-la, está alcança-la. Só há este caminho para a paz! E, como também a louvação lembra desgraça, temos de nos livrar de toda a crença, de toda a 'verdade', de toda a 'razão', para aceitar o outro, como próximo que seja, e conviver com ele.

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