quinta-feira, 12 de agosto de 2021

JURAM POR SUA HONRA, MAS NÃO SÃO SÓ OS QUE A TÊM QUE JURAM.

Jurar, juram todos, mas que seja válida a jura, que a pretendam cumprir, já não é bem assim. Porque jurar é fácil,ter a dignidade que forma este sentimento, já não.
Todos aqueles que assumem cargos públicos fazem juramento, e juram por sua honra num compromisso de bem servir, bem desempenhar o cargo que assumem. Será a jura uma barreira psicológica, todos que incumprem um compromisso, um juramento, têm memória daquilo com que se comprometeram, e, se não o cumprem, é porque não tiveram a dignidade mister, perderam a honra, logo são pusilânimes, pois não tiveram a força para manter o compromisso,e se desonrraram. E do que é, ou serve, saberem-se assim maculados? Nada, o foro íntimo lá fica em seu interior apenas, só o próprio saberá que se desonrrou, mas a ambição, principal 'motu'de todas as desonrras, a tentação lhes foi irresistível, por faltar honor. Então de que adianta jurar? Na prática pouco, no espírito muito, uma vez que o indigno sabe de sua indignidade, e mesmo que não lhe corroa a alma, arrase seu espírito, e o faça pedir perdão, certamente o incomoda seu malfeito. Agora que vemos por toda parte políticos indiciados por seus crimes, e até alguns condenados (Imaginem!), fica-se a saber que Honra não têm, que perderam a dignidade, se alguma vez a tiveram, mas que, desmascarados, perdem para sempre a face, mergulhados na vergonha de uma condenação, vale dizer, que tiveram comprovada sua infração e exposto seu delito, ficando-se a saber que é um criminoso, aquilo que ele já sabia (cada um sabe o que fez e o que faz), e que o juramento quebrado é a nota mais dissonante, no âmbito ético, de sua torpeza. Para o que é público, o acento da consciência que fica marcado, denota máxima indignidade, não só a do feito, por si indigno, mas por violar o que jurou, por isto juram todos, e muitos cumprem o juramento, portal de entrada, antes da aceitação das funções, no compromisso, neste caso público, de as cumprir com lealdade, essas funções que lhe foram confiadas, e que ao não cumpri-las foram desleais, e se desonrraram. Porque ninguém pode alegar que desconhece seu malfeito, e, uma vez que este se torne conhecido, todos temos consciência do que fazemos (e quase todos buscam esconder o malfeito), desse modo sua falta de dignidade estará exposta para além de qualquer tentativa de justificação. Por isso este ato aparentemnete fútil de jurar, posto que, para os que não cumprem o juramento, esse de nada vale, mas sabem, sabemos todos, que a quebra do compromisso é seu ponto de desonra, e, para que este fique bem claro, é por isso que juram, para que ninguém possa alegar que não tinha o dever de lealdade. Aqui chegados refletirão alguns que essa história de honra, dignidade, lealdade, ante tanta corrupção e fraude que se vai conhecendo, é uma questão menor, porém é maior, é o dito pormenor, essa circunstância particular de ter jurado, porque, por jurar, o vincula, e assim se compromete, e que ao cometer qualquer ilegalidade, menos que conspurcar as funções e o cargo, que muitos desempenham bem e legitimamente, faltaram à Honra, ato de suprema imundície, passando o autor a ser lixo na dimensão ética e moral, o que lhe retira toda e qualquer conformidade com a razão, que não lhe assiste mais, sobretudo pela quebra do juramento.

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