domingo, 7 de janeiro de 2018

Quem nos legou esse mundo foram os demônios do Bosque.




Foi nos anos noventa, quando a ganância atingia seu auge, e dos homens instalados no poder, entre os mais gananciosos, estava o presidente dos EUA que começou uma guerra pelo petróleo no golfo pérsico em mil e novecentos e noventa e um, abrindo espaço a Al-Quaeda, e depois ao Estado Islâmico, esse presidente que tem sua segunda edição com o filho, pelos mesmos motivos, pouco mais de uma década depois, a fazer outra guerra pelo petróleo, mas que tudo, como disse, começa com o pai,  cabeça de uma dinastia maldita, bem mais que familiar, a que chamo os demônios do bosque.

Bush de seu nome de família, cujo único interesse na política foi deter o poder para atender ao grupo no qual desde cedo participaram, primeiro o pai, depois o filho, os dois Georges Walters, um com H, outro sem (H de Herbert.) ambos emergentes dos interesses texanos, ambos de Yale, ambos membros da Deke, a mais antiga fraternidade secreta das universidades americanas, contando com cinco ex-presidentes entre seus membros, com muitos homens do gabinete e dezenas de expoentes em diversos setores da vida americana, a famosa ΔΚΕ, delta-kapa-epsilon, que alguns além de lerem Deke querem ler Ake para lembrar axis, eixo de poder por gerações, ambos a serviço das grandes petroleiras.

O poder da nação mais poderosa do mundo, por força dos lobbies, a partir daí cai exclusivamente na mão desses interesses, para desavergonhadamente revelar que governa a partir de princípios econômicos, vale dizer, consoante os interesses econômicos, o que evolui em duas décadas e meia para essa aberração chamada Trump: "America first." You will may know what America means to Mr. Trump. . .

Vivemos o fim de uma era, e eu que não sou americano do Norte, mas sim do Sul, este que eles sempre consideraram seu quintal, não deveria me preocupar, mas me preocupa o desequilíbrio de forças e o vácuo do poder, duas ocorrências muito perigosas na conjuntura mundial que abre espaços a manifestações das mais perigosas, como as da Coréia do Norte ou da Somália, cada uma em espaços que se lhes permitiram ocorrer e atuar por falta de liderança. Um enorme perigo! Tudo que se manifesta passa a existir e tem um peso ponderável na conjugação de forças, permitindo outras e diversas manifestações, numa reação em cadeia.

Vejamos o que é isso: Desde os demônios dos bosques que o mundo percebeu que a motivação central dos EUA pouco tinha a ver com sua gênese democrática, e o mestrado dos founding fathers, porque se havia deturpado nessa coisa a que chamamos interesses manifestos, lobbies, jogos de poder, perdera sua preeminência, para atender às forças que detêm o verdadeiro poder do mundo, e que com essa  enorme estrepolia abrira caminho vertiginoso rumo a um valor que não tem, mas que cada vez mais se lhe atribuem e aparenta: O Dinheiro!

Ascendeu, ascendeu até que se tornou no objeto central das motivações existenciais das pessoas, e também nas governativas, deixando claro que o que movia os governos não eram, como dantes, as relações políticas que a democracia estabelece, não, agora só o dinheiro movia o mundo, e o pacto democrático ficara quebrado irremediavelmente. A antiga ideia de que o poder emana do povo, evaporara-se!  Era, para estabelecer uma comparação, como se a democracia fosse uma religião em que houvessem substituído o deus Populus pelo deus Moneta, e com essa substituição sobreveio a ditadura invisível dos régulos desse novo deus: Os mercados!

Mergulhado na maior de todas as imbecilidades, o mundo não soube reagir, e deixou-se enredar nessa mentira, a força política se curvou e ajoelhou-se ante as imposições da pretensamente absoluta realidade financeira, escudada em imposição econômica para sua efetiva maior maldição, e fazendo aos sucessivos fracos detentores do poder, vergarem-se a essa suposta verdade que se apresentava como absoluta, fazendo com que todos esqueçam os verdadeiros valores (Seguindo ao modelo Bush, pai e filho, de absoluta sujeição às imponderáveis econômicas como magister dixit, como supra sumo da verdade conhecida, sua nova religião) para viverem guiados por essa ilusão (Agora que o deus é outro e vendem-se as almas para se ligarem a ele, o novo deus entronizado, Moneta, o dinheiro, o supremo dinheiro.) e esquecerem os valores pelos quais os antigos se haviam batido, e os campos se haviam enchido de sangue por séculos, até que os que seriam os novos cadáveres não tombaram, tombou a res que se fez pública, mas não para o público, como logo se verá, mas tudo isso se deu durante muito breve tempo histórico, posto que o poder oculto que movia reis e nobreza, e que gerava a opressão, liberado, assumia já, sem rosto, o trono mais alto, pois agora não mais matava, mas consumia as gentes. O dinheiro imperava por fim!

Se nada lhe fizer frente, estaremos condenados aos demônios do Bosque em suas múltiplas versões, sejam ex-coroméis da KGB, sejam astutos homens de negócio, parasitas que subiram à conta de valores destorcidos da realidade econômica pela aplicação do financeiro com seu deus à cabeça. Se a política - πολιτικός - o politikos - que os gregos viram ser a forma única de haver administração da 'polis', um sistema onde o todo prevalecesse sobre o indivíduo, para que havendo alguma ordem social possa haver soluções de justiça que se generalizem como manifestações de pelo menos uma das quatro virtudes cardeais, talvez da primordial para que as outras também se manifestem, não reassumir sua primazia, o mundo, como o conhecemos, deixará de existir. E a  condenação por inação dos que, fugindo como o diabo da cruz ao enfrentamento com esse poder cada dia mais forte, e que cada vez mais assume o governo do mundo, vêm pondo-se em posição de servilismo ante esse poder, ou mesmo vêm sendo parte ativa de sua manifestação, esses novos políticos que vêm todos os dias dando prova de como os demônios dos Bosque fizeram escola, e de que hoje vivemos só em consonância com o poder praticamente absoluto do dinheiro.  



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