segunda-feira, 24 de maio de 2021

O SEMESTRE VACINAL.

 


Os estudos científicos confirmam para além de qualquer dúvida: Ao quarto mês a imunidade alcançada (ou com a vacina ou na pós-infecção) começa a decair. A atenção que despertou as afirmações de que mesmo os que contraíram a doença (Covid 19) há mais de seis meses deveriam ser vacinados, o que foi noticiado pela imprensa, levaram-me a procurar entender como funciona a reação de nosso organismo ao vírus, colectando dados que me permitisse estabelecer a etologia do vírus e a etiologia mais profunda da doença em nós, seres humanos, e esta ideia de prazo de validade curto.

Há quase um ano havia lido o artigo de James Somers no The New Yorker, onde divulga e analisa o estudo laboratorial que nos dá conta do comportamento do vírus, enfatizando que ele usa nossas defesas contra nós, juntando mais informação entendemos todo processo.

=>Como é isso?

O SARS-Cov 2 inibe só os fatores interferons, evitando destarte as defesas a nível celular local, liberando as outras citoquinas para a defesa ao longo do sistema circulatório e para a proteção epitelial, parando o processo de replicação e começando só a emitir citoquinas, parando os interferons, pois deste modo engana o sistema, fazendo-o acreditar estar fazendo seu trabalho, permitindo por esta via a desastrosa ação local do vírus sem a ação dos interferons.

O sistema imunitário, este que nos defende dos ataques constantes de organismos estranhos que nos querem habitar, fazendo de nós seus hospedeiros, usando nossas estruturas, nossos diversos órgãos, tecidos e células, em seu benefício, encontrando aí máquinas já prontas que passam a usar em suas próprias fábricas (quase sempre fábricas para criarem mais organismos como eles) ou fábricas que usam para se alimentar, com isto passam a ser tantos que ocupam todas as funções disponíveis para seu benefício, eventualmente chegando a matar o hospedeiro. Mas o processo de resposta do sistema imunitário (formação de anticorpos e tudo o mais) que demora cerca de uma semana a estar completo, costuma dar respostas aos invasores, algumas respostas, às vezes, difíceis e outras ainda, imprevistas, e quando o sistema reage mais lentamente (por senescência mor das vezes) está mais sujeito a ser derrotado [o que explica porque a vacinação segue ordem etária, começando pelos mais velhos, os mais lentos em respostas imunitárias] . O vírus sabe de tudo isso e se vale dessas características para atacar seletivamente os organismos em que se hospeda.

A ação do SARS-Cov 2, não tem similar, nunca tendo havido, ou sido visto, vírus com seu comportamento, comportamento que é desequilibrado em sua ação de manifestação, o que desestabiliza o sistema imunitário com sua etologia, este seu comportamento único e diferenciado, revelando que a resposta imunitária obtida irá variar consoante vários fatores, a começar pela idade do paciente (infectado ou vacinado) gerando diferentes níveis de imunidade, e uma mais rápida perda da mesma em diferentes grupos e situações.   


Ampliando a 'tempestade de citoquina' inflama todo o corpo, obtendo como resposta diferentes níveis de inflamação que têm a ver com diferenciação celular e com sua idade biológica, não com sua idade cronológica, sendo que esta, a biológica, depende de muitos outros fatores para além da passagem do tempo. 

Podemos com isso concluir que irão existir várias e continuadas campanhas de vacinação, que só poderão ser efectivas se realizadas a nível global, sem excluir ninguém, feitas sistematicamente, até não existir mais campo para o vírus, ou, na pior hipótese, para sempre preventivamente como é o caso da tuberculose, da hepatite b, do rotavírus, da poliomielite, da difteria, do tétano, da coqueluche, da meningite, da febre amarela, do sarampo, da rubéola e da caxumba. Voltaremos todos a ser crianças por longo tempo, posto que o semestre vacinal indica esse limite de tempo, seis meses, para nossa perda de imunidade perante um inimigo que continua a espreita.


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