quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

PACTO DE BELAVEJA : O FIM DA URSS há 30 anos, mas ninguém sabia.

Moscou, dia de N. Sª da Conceição há 30 anos, a Rússia (Federação russa se preferirem) a Bielorússia e a Ucrânia, essa última confirmava ser um Estado-Nação (como votara, desde o 24 de agosto anterior, seu parlamento), as três, assinam o pacto de Bialowieski ou Bialowieza (Belaveja, nome dos bosques onde foi assinado). Era Ieltsin trabalhando na sombra. Aquela nação cossaca, sempre dividida, que só pelo poder da URSS, leia-se Stalin, que a 18, dez dias depois desse dia, comemorariam seu nascimento, 113 anos antes deste 1991, hoje há 141 anos, nascia esta alma torta que nunca devera ter nascido, e que impôs a única forma de comunismo possível, o da força, uma vez que o ideal comunista é contra a gananciosa natureza humana. Pois a Ucrânia, "a fronteira" em eslavo, mãe de toda as nações desta origem, e celeiro da Europa, votaria o referendo da independência (Lukyanenko) em 1º de Dezembro com imensa participação e aprovação dos ucranianos, era a outra metade do sim que todo mundo esperava.
Seis anos antes em 85, havia assumido o poder na URSS, Gorbachev, como presidente do Presidium, um social-democrata no Soviete Supremo não podia dar certo, com seu sorriso em contraste com a carranca de Breznev, e sua Glasnost que impunha uma Prestroika, e os líderes ficavam expostos (Sempre a corrupção!) em suas dachas de sonho, não se pode querer transparência num clube de ladrões. E foi em 86 que explodiu tudo, como Chernobil nesse mesmo ano, espalhando sua radiação mortífera, o regime comunista não durara três quartos de século, mas o que ocupou o seu lugar consegue ser ainda mais desastroso para o povo russo, porque é a institucionalização da corrupção, num modelo capitalista. E Ieltsin continuava na sombra, mas trabalhava, não pelo bem de ninguém mais que o seu, ladrão que precisava de alguém que o encobrisse, e a Rússia caiu no colo de um coronel da KGB disposto a desempenhar esse papel. O pacto de Belaveja, que era confidencial, o segredo mais mal guardado da História, vai ser declarado reconhecido pelo Soviete Supremo na noite de Natal de 91 (declaração 142-H), e é o fim da história, o segredo durou pouco, não chegou a três semanas, e não haverá mais União Soviética, URSS, os líderes comunistas reconhecem o fim de uma era, sabemos que todo fim também é um começo, e a globalização fará o resto, e o dinheiro ganhará uma nova e poderosa região para expandir seus mercados com uma malignidade peculiar nesse caso. Este segundo semestre de 1991 foi um período de golpes (tentativas destes melhor dizendo, e foram muitas, a mais notável, a do Comitê Central para restaurar seu controle sobre a URSS, liderada por Pavlov que prendeu Gorbachev), sucessivas tentativas de manter a criação stalinista, a grande união soviética, que caía de podre.
Agora, como a oferta de Krushov numa noite de bebedeira (em 1954) à Ucrânia foi desfeita por Putin, sessenta anos depois (2014), nas barbas de todo Mundo (Mundo com eme maiúsculo com todos nós lá dentro), voltando a Criméia para as mãos do poder russo (leia-se Putin) [Alguém ouviu falar aí de NATO?]. A Ucrânia vai também ser a primeira nação a ser reintegrada em sua tentativa de refazer a URSS, sua única ideologia, se assim podemos designar sua vontade de reconstruir a URSS, e que só não foi verdadeiramente ainda posta em movimento (poder para isso tem) porque essa reconstrução travaria, ou exporia, a imensa acumulação de riqueza do coronel Putin, e ele gosta mais do dinheiro que da União Soviética, seu sonho de URSS, como é óbvio.

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