sábado, 9 de julho de 2022

Porque há que se humilhar a Rússia.

Humilhar, antes de mais quer dizer tornar humilde, o que é absolutamente impossível com os russos por outra via que não seja a da força. É também rebaixar e vexar, o que, como sabemos, depende do que o outro venha a sentir evidentemente, mas humilhar também é abater, submeter, e é isso que é imprescindível fazer aos russos, não é só a Putin, posto que a grande maioria dos russos também pensa serem suas as áreas de expressão russófona, é como se a Inglaterra quisesse hoje incorporar os EEUU, o Canadá, a África do Sul, só por falarem Inglês, ou Portugal ao Brasil, a Angola, Moçambique. Dentro dessa maioría de russos que assim pensa, vive um soviético.
Lá, no norte da Eurásia, eles têm mau perder, pois os fazedores de ruinas não reconhecem se não a derrota ou a vitória, a força e o aniquilamento, preto e branco, desconhecem o cinza, preferem a destruição e matarem inocentes, para intimidar, como a violação e a tortura que são seu modus operandi. Também desconhecem acordos. E como também não os respeitam, não os merecem. A tão propalada via diplomática como solução para a guerra da Ucrânia não existe, essa ideia do Sr. Macron de não humilhar Putin, não mostra nem infunde respeito, mostra medo. Quem conhece História, sabe como são os franceses quando as guerras se apresentam. Tenham por adquirido que com os russos, o acordo de hoje é mais guerra, a continuidade da guerra amanhã. Como já escrevi anteriormente o Coronel do KGB Putin tem a visão da URSS, a União Soviética, o que quer dizer das antigas Repúblicas Socialistas que eles crêem ainda lhes pertencerem, crêem-nas "parte da patria-mãe" segundo sua visão, e isso só acabará, como soí ocorrer com toda presunção colonialista, com a cabal derrota do colonizador. No caso russo é ainda mais grave porque como suas ambicionadas colônias ficam junto às suas fronteiras, as conduz à simples anexação. Portanto fica evidente que qualquer concessão seja entendida como uma situação precária no caminho da futura anexação, e como uma etapa no processo de (re)conquista, logo só uma derrota absoluta pode pôr cobro às suas intenções belicistas pondo fim ao conflito, e só a pujança econômica e militar das ex-Repúblicas Soviéticas bloqueará quaisquer futuras intenções de voltar a possuí-las por parte da Rússia. Os invasores devem sempre ser derrotados pelos invadidos, para que estes saibam que não devem promover a guerra, e para que se faça Justiça, posto que a vítima, tendo o Direito a se defender, deve sair vitoriosa, recolocando em seu justo lugar suas fronteiras, e reassumindo o 'status quo ante'. Hã por aí muitos pretensos defensores da Paz, e penso que todos a desejamos, porém os que alegam que para obtê-la devemos fazer concessões, enganam-se, visto que é muito fácil dar o chapéu alheio, em todo caso antes de tudo é preciso compreender que para tudo que se queira ter nesse mundo, há um preço a pagar, e nesse caso o preço é o da guerra sem quartel, pois como anteviu Churchill em relação à Alemanha Nazi,uma vez que só a rendição incondicional a pararía, estamos no mesmo dilema hoje com os russos, só a derrota os parará. E para todos os que querendo mostrarem-se 'pacifistas', os ditos 'apaziguadores' que defendem outras vias como solução às agressões russas temos o exemplar 'sound-bite' que, com sua graça muito peculiar, nos deixou o percuciente Churchill: "Um apaziguador é alguém que alimenta um crocodilo esperando ser o último a ser devorado". No entanto a precariedade da situação quando tratamos com obstinados, ademais com a gigantesca diferença na correlação de forças, uma vez que tratamos com a maior potência nuclear, com o maior país em extensão do mundo, ocupando um nono das terras do planeta, e sendo um dos dez mais populosos, o antigo grande império que se converteu em superpotência à conta da estupidez Hitlerista que levou à terrível querra que a Rússia veio a ganhar, derrotando a Alemanha. Não sozinha, é verdade, mas foi essa vitória que a pôs numa posição de poder muito alta, muito para além da que detinha no tempo do império, despoletando um outro tipo de guerra, uma vez que os lados beligerantes dispunham igualmente da bomba atômica e, com poder semelhante não era bom que a guerra fosse quente, tivemos portanto a guerra dita fria, que a Rússia veio a perder, e juntamente com esta derrota perderia todas as "Repúblicas" que constituiam seu bloco, a dita União -URSS. Consequência que não engoliram, e não engolem, por falta do calor das armas no processo, esse calor no qual acreditam residir sua supremacia. AGORA SÓ A DERROTA À QUENTE OS DETERÁ. E onde devem ser derrotados? O mais próximo possível de suas atuais fronteiras, é a resposta. Porque ao incorporarem o parque industrial e bélico do Dombass (Carvão, aço, maquinaria, componentes, etcetera) a conssecução desse objetivo os torna ainda mais poderosos, e perigosos consequentemente. QUALQUER CONCESSÃO AGORA É PORTA ABERTA A AÇÕES FUTURAS, OU SEJA: MAIS GUERRA! Não entender isso hoje é comprometer o futuro. É preparar uma bomba-relógio que virá a deflagrar. Compreendemos perfeitamente que ninguém queira começar a terceira guerra mundial, nós também não queremos, mas se não a pode evitar a qualquer custo. Perdoem-me a pretensão, mas este artigo deveria ser entregue aos do G7 e aos 30 da NATO, devidamente traduzido, para leitura antes de começarem suas reuniões, e aos do G20 também, logo depois. Será que não viram que a guerra já escalou? E que não há outra saída para a guerra, que a guerra. Por enquanto esta pode estar a ser travada em solo ucraniano, mas com a demora e hesitações em fornecer as condições que permitam que a Rússia possa ser contida com uma derrota vexaminosa ante a Ucrânia, esta poderá terminar mal em duas vertentes. Primeiro levando a um acordo de cessão territorial ucraniana, com tacitamente aconteceu na Criméia, permitindo com essa vitória a derrota da NATO e de todos que se empenharam pela vitória ucraniana. Segundo consolidando o processo expancionista russo que se vem fazendo há décadas, com sucessivas anexações, afastando cada vez mais qualquer conceito de respeito pelas outras nações, pelo Direito, bem como por regras de convivência que não sejam convenientes aos intúitos russos, em sua arrogância de sucessivos enfrentamentos. A loucura nuclear. Sem sequer pensarmos que se possa ir por este caminho sem retorno, que, como meio de intimidação, a toda hora é posto em cima da mesa, sendo que a só existência dessa possibilidade é a insanidade materializada, e, não duvidemos, há loucos para tudo nesse mundo, logo certamente não faltarão os capazes dessa loucura. Esta ameaça presente é o molde e modelo de intimidação que quer levar a que os demais desistam da luta, boa maneira de criar vitória numa etapa, abrindo a possibilidade para a etapa seguinte, e, pouco a pouco irão atingir metas avantajadas e significativamente relevantes, que num confronto único seria muito mais difícil alcançar, e criariam muito mais resistência, podendo mesmo inviabilizar suas pretensões, por isso vão progressivamente. Por quem lutam os Ucranianos? Diretamente por sua existência como aquilo que são, ucranianos, um povo e uma nação. Indiretamente pelo futuro da Europa, porque se os russos não forem contidos agora, irão sempre continuar na sua pretensão de novas conquistas. INFELIZMENTE MUITOS AINDA NÃO SE APERCEBERAM DA IMPORTÂNCIA DO QUE ESTÁ EM JOGO HOJE NA UCRÂNIA, NÃO SABEM QUE ESTES COMBATES SÃO PELO FUTURO DA EUROPA, E BRINCAM ÀS AJUDINHAS. Os ucranianos continuam quase sem meios aéreos, sem radares, sem mísseis de longo alcance, etc..., etc. A China. Que, retomando seu paradigma histórico, reconquistou seu lugar de superpotência, posição que gradualmente (r)estabeleceu nos diversos campos, começando pelo econômico evidentemente, e que, com sua calma visão de bem longo prazo, vai consolidando nos outros campos, ultimamente vem sendo sua frota, que pretende que seja maior que as duas abaixo combinadas, seguindo a premissa inglesa que se estabeleceu no século XIX e deu ao Reino Unido seu Império. Disputa com os EEUU a posição cimeira de superpotência a vários níveis, configurando-se essa disputa primeiramente no Indo-Pacífico, deixando claro à Rússia que os tempos de sua posição a par com os americanos acabou, e que no jogo estratégico dos interesses, única realidade que governa o mundo, cabe-lhe agir em outras plagas, e, como sabemos que sempre se impõe a determinante geográfica, sendo que é para os lados europeus que caberá se movimentar a Rússia, pois não será certamente nem para a China, nem para os EEUU, os lados para os quais quererá, ou conseguirá se mover. PLANO DE LONGA PREPARAÇÃO. A Rússia de Putin fez-se simpática,"confiável", parceira econômica, establecendo, destarte, muitos negócios que ao mesmo tempo que a enrriqueciam, enfraqueciam a Europa, que na sua ilusão 'merkelista' deixou-se ficar a depender das commodities russas, desde o ouro, o gás, o petróleo, aos fertilizantes e alimentos, numa relação cada vez mais próxima com um parceiro que não é confiável, também escrevi muito sobre isso, mas quem sou eu contra as opiniões dos Bush e das Ângelas deste mundo, afinal, lamentavelmente, eu tinha razão. Estamos pagando o preço, e para o qual agora volto a avisar, há que paga-lo todo. NÃO TENTEM EVITAR A GUERRA. Hoje é possível ganhá-la, amanhã não sabemos. Não busquem a Paz de Chamberlain. A verdade é só uma, e a entendeu bem, há milênio e meio, Flávio Vegélio na sua De l'arte militare: "Si vis pacem para bellum". P. S. Já tem preço a 'paz'da Ucrânia, 20% de seu território. O que isso significa encontra razão e resposta neste artigo.

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