terça-feira, 6 de agosto de 2013

Agora é....

Maria Luiz Albuquereque, Joaquim Pais Jorge, Carlos Lopes Pereira e Gonçalo  Ayala Barata.
São os quatro membros do setor das finanças governamental, por enquanto, apontados como implicados de uma forma ou outra com os SWAPs, linda quadrilha.

Eu esperei nunca escrever este artigo, por razões várias. Primeiro: Porque nunca pensei que o senhor secretário de Estado do tesouro pudesse ser tão ingênuo, para dizer o mínimo. Segundo: Porque jamais poderia esperar a sua súbita lembrança de tudo o que se havia esquecido horas antes, e com riqueza de detalhes. Terceiro: Porque nunca imaginei surgir um quarto implicado, este também abrigado numa  outra  importante empresa do Estado, as Águas de Portugal.Quarto: Porque não quereria acreditar que esta troca de lados pudesse ocorrer assim tão desabrida e desassombradamente.Quinto: Porque tendo confessado meu desinteresse em escrever sobre coisas corriqueiras e triviais, penitenciava-me por ter trivializado o 'O Olho do Ogre', e não queria, evidentemente, repetir a façanha. Sexto: Porque tudo isto era, como é, no dizer do senhor ministro da defesa, José Pedro Aguiar Branco, um tema esgotado.Sétimo: Porque tendo falado da amnésia política quando comecei, no primeiro artigo, a abordar esta temática, a súbita lembrança e absoluta lucidez do senhor secretário de Estado do tesouro, resolvia tudo, aliás o que já havia sido resolvido, por isso usei então a expressão pá de cal, pelo jornalista Crespo na sua questão conexa, quando disparou a pergunta lógica com que abria eu aquele primeiro artigo,e, à qual, não me furto  repetir : «" Se o IGP é um cliente, se o senhor é o responsável pela área de clientes. Como é que o senhor não é responsável?"» Oitavo: Porque sempre pensei que uma evidência era fácil de perceber, e que lutar contra ela era tolice.Nono: Porque nunca imaginei haver tantos tolos.

Entretanto no pleno interesse de esclarecer toda a verdade, sabendo agora que houve uma adulteração do relatório que a Visão publicou, que envolve o senhor secretário Pais Jorge, antes mais conhecido como Joaquim Jorge, dando praça ao que afirmei que repetiremos todos nós: Como é que o senhor não é responsável ? Provando em seu artigo  «As datas e as horas das três reuniões que Pais Jorge negou.»,revelando assim que as inconsistências problemáticas realmente existiam, e como logo à seguir soubemos que o govêrno as iria esclarecer, após averiguação, é muito importante este detalhe: após averiguação, e que o esclarecimento é que mesmo confirmando o encontro, o senhor secretário do tesouro nada sabia do teor das propostas que apresentou, pois estas eram elaboradas em Londres. Lógico! Porém mais lógica é a pergunta do jornalista Crespo que permanece incontornável :  " Como é que o senhor não é responsável?" Entre idas e vindas, ficam alguns pontos notórios. Primeiro: É desconhecer o Dr. Francisco Balsemão e o que é o seu Grupo que se chama Impresa, e o tipo de jornalismo que praticam, assim como na SIC. <<Se ele ia deixar publicar uma notícia dessas sem ter cem sobre cem a certeza do envolvimento do senhor secretário do tesouro, com ou sem página adulterada.>> Segundo: Porque nem a mais ingênua das criaturas acredita na pureza de propósitos e desinformação destes grupos de interesses que atuam alternando os lados de  sua atuação. Terceiro: Porque só mesmo quem desconhece o que é responsabilidade dirigente, é que comeria a história de se estar na direção de um grupo e não ter responsábilidade no que os seus subordinados fazem ou apresentam. Com tudo isto, foi-me impossível evitar o tema.

Contudo abordo o tema com o asco de quem detesta trivialidades, e com a cabeça confusa de quem  está no interesse de esclarecer toda a verdade. Outrossim profusamente preocupado com o que tudo isto pode acarretar. Porque que cairá o secretário do tesouro,penso ser inevitável, só seria evitável se ele conseguisse provar que o Joaquim Jorge de então, não é  Pais Jorge de hoje. Quem arrastará com ele? É uma questão que se coloca tão mais oportunamente ( e inoportunamente, já veremos) quanto o tempo de sua saida se posterga. E, que com os outros nomes envolvidos, formando os quatro até agora conhecidos, possam haver, como deveria, mais exonerações. Ou que apareçam mais nomes, o que é mais inquietante, sobretudo porque nos últimos dias sempre surgiram novos nomes de envolvidos. Ademais quando sabemos que o govêrno até promove de secretário de Estado à ministro os envolvidos, tudo pode acontecer. Como sabemos também que a teimosia inconciliável do primeiro ministro é notória. Como sabemos do caráter da irrevogabilidade existente e transeunte no govêrno. Como sabemos ainda que esta situação toda se dá quando enquanto isto  se desenrolam mais cortes nas pensões, e outros cortes de milhares de milhões que vão afetar ainda mais a situação já muito débil de funcionários e pensionistas e vão criar mais rombos no Estado social. Quando sabemos também que as forças populares fartas de tudo isto confrontarão uma concertação necessária. Como sabemos, ainda mais, que muitos outros govêrnos caíram por muito menos que isto. E como, apesar de ser um govêrno indesejado, este govêrno deve permanecer em funções porque o momento de sua queda passou, e que só  voltará para o começo da primavera, por um lado, e que por outro lado não tem opção credível que se apresente, conforme evidenciam as sondagens. Todo este risco é causado por este agente, tóxico como as SWAPs que patrocinava : Pais Jorge, Joaquim Jorge ou Joaquim Pais Jorge, como queiram, é de grande nocividade para Portugal pela sua inoportunidade como espero ter esclarecido. Para o govêrno que, remodelado ou remendado, tinha o consenso de mostrar qualquer coisa do que vale e que, quando irá começar após às férias que transcorrem, corre o risco de ter caido antes que isto possa ocorrer. Se este senhor secretário do tesouro soubesse o mal, o equívoco, o dano, o desgaste, a ruptura que provoca com a sua permanência, baseado sabe-se lá em que interesse que o motiva, por um mínimo de compaixão, não há outro sentimento que lhe possa invocar, por este mínimo de compaixão desapareceria do cargo que ocupa sem mais delongas. Talvez não desacompanhado. ( Entretanto como a verdade é mui difícil de encontrar, e consequantemente esclarecer...) Vejam a situação à qual chegamos!

E, destarte, outra vez banal e comezinho, este escrevente aborda o tema que não queria, e ao qual nunca esperou retornar, impingido pelas circuntâncias e contornos criados por uma situação que nunca deveria existir, e que da falência da proeminência dos partidos e pela supremacia dos grupos de interesses que os querem substituir, permite-se atingir proporções melindrosas, que prenunciam ainda mais obscuras neblinas em momento já tão tortuoso. Nisto tudo resta aina por saber com que cara e com quais palavras irá o secretário de Estado adjunto Pedro Lomba, digo assim <com que cara>, devido ao fato deste secretário buscar uma boa ação, convindo com a verdade. Resta agora saber que posição tomará após ter-se descoberto a verdade e prestados "todos os esclarecimentos".  Por fim pensei afirmar que, mesmo que surgissem o quinto, o sexto, o sétimo ou o oitavo implicados, ou que outra nova e diversa situação surgisse, eu não mais voltaria ao tema banal. Entretanto, recomenda a prudência ,não o afirmar, sobretudo, ora que sabemos deve ou pode ser o irrevogável relativo. 


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