quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Num dez de Julho qualquer...

Tudo tem seu dia... Tudo sempre passa...O que é admirável nisto tudo, é que isto já aconteceu muitas vezes, e muitas vezes mesmo. Para os que conhecem a História, sabem que isto foi assim mesmo, as coisas voltaram sempre, porém deixaram marcas, roubaram tempo, defraudaram gerações. Quando se pagam milhares de milhões em juros, estamos retirando milhares de empregos, estamos roubando milhares de oportunidades. É como se mandássemos embora do país centenas e centenas de escolas que nunca irão existir, muitas centenas de hospitais, muitas fábricas, centenas de milhares de empregos, que não voltarão mais... Roubam-se gerações....São muitas vidas lesadas, muitos projetos arruinados, muitas pessoas sem perspectiva...E para que? Para nada... Isto tudo devia ter um responsável...que fosse preso, que pagasse por todo este mau que causa, mas não é assim, em democracia, deve-se esquecer...Porque???

Esquecidos ou não,  feridos no mais fundo de suas dignidades, admoestados pela falsidade da situação que cobra muito por muito pouco, que tira mais que dá, que aniquila esperanças, e amesquinha o futuro de gerações num porvir incerto e defraudado, seguem, já que não podem parar ou modificar a tempestade que lhes assola, já que não podem sacudir a tormenta que lhes desola, já que não podem livrar-se da demência que lhes convoca, seguem...

Sem desespero, com a calma da certeza de que tudo passa, tudo quebra, tudo acaba, seguem,  mas clamam pela justiça, face a injustiça de toda esta situação. Sabem que suas vontades acabarão por prevalecer, o que não impedirá que os danos fiquem, que as feridas purguem, que os olhos chorem, que as chagas sangrem, que as ruínas façam-se, que as almas sofram. Onde os gloriosos nomes de sua História, repleta deles, insatisfeitos e intolerantes com o destino dado ao país que construíram, virão clamar pela sua Justiça, como clamam na voz dos que lhes sucederam no tempo, neste espaço que é o seu país.

Ouvindo as vozes maiores que na verdade da revolução dos tempos demonstraram que apesar de muitos se terem ficado pelo caminho, pela falta da força necessária para soerguerem-se após estes cataclismos que destroçam ânimos e destroem nações, para esta pequena nação a sua condição não lhe limitaria as possibilidades, não lhe toldaria o brilho herdado de um passado glorioso impossível de ser desprezado. Portanto lembrando o parágrafo final do epílogo com o qual Júlio Dantas rematou o seu Pátria Portuguesa, termino este lembrete de que maior que as circunstâncias dos tempos tem se demonstrado a Pátria Portuguesa. 

   " A mesma vibração, o mesmo grito de Pátria sai das entranhas da terra, levanta em cachões de espuma as ondas do mar, soluça com o vento das  florestas, humedece de lágrimas os olhos das próprias feras. Em cada pedra de muralha, em cada crista de freguedo, em cada laje de túmulo, há uma voz que brada, há um coração que sangra, há uma memória que ruge! Farrapos luminosos do passado tremem em cada arco de ogiva, em cada padrão de armas, em cada baluarte de  fortaleza, em cada botaréu de catedral. E  desses gritos da Pátria, desses farrapos de grandeza, dessas memórias de séculos, dessa poeira para sempre morta - quanta bravura, quanta energia, quanta fé reflorirá, eternamente viva! No retorno Universal dos tempos e das almas, os mortos ressurgirão dentro de nós; a alma da Raça, purificada e liberta, renascerá, estuará em torrentes de poder e de força, - e Portugal, que ainda ontem suplicava uma cruz para morrer, gritará por asas - para voar! "

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