domingo, 11 de janeiro de 2015

Je suis Syriza.







A reação de solidariedade e o sentimento de forte pertença, integrando gente tão diferente, com pensamentos tão contrários, numa afirmação de certezas que são maiores, e que nos tornam um só, quando todos afirmamos: " Je suis Charllie", "Je suis juif", onde todos fomos mais do que nós mesmos por que acreditamos em valores que estão além de nós, e nesta crença nossa pertença, e somos os outros, somos um ideal, nos transcendemos na busca de bens imateriais que prezamos mais que tudo, valores pelos quais estamos dispostos a sacrificar muito do que nos é precioso porque cremos estes valores como superiores, e não aceitamos prescindir deles, mesmo que o preço a pagar seja alto, muitas vezes o maior preço de todos.

Vê-se que milhares de milhões sempre estiveram dispostos a abrir mão do bem mais precioso para não condescenderem com a perda do segundo mais precioso - ou seja estavam, e estão, dispostos a abrir mão da vida pela liberdade - Vê-se que outros tantos estarão também sempre dispostos em prescindirem de muitas de suas conquistas materiais a vários níveis, para que haja mais justiça, o bem seguinte em importância, e assim vimos a irredutibilidade em posturas generalizadas, líderes mundiais incluídos, no intuito de demonstrarem a sua firme convicção na defesa dos valores fundamentais para os seres humanos.

Então, eu que me convidei para participar deste projeto de Europa, generoso e aberto, que esteve na origem deste sonho de união de tantas expressões tão diferentes e difíceis de conciliar, mas com boa vontade e abertura, verifica-se que tudo é possível, pergunto: Então este plano, que com um olhar histórico verificamos que mais que tudo é um projeto de paz, de uma Europa unida, não nos concita a fazermos cedências de várias ordens para o alcançarmos?

Sinto que o belíssimo projeto da Europa unida estancou no pano de fundo dos interesses econômicos, que uma vez satisfeitos já não havendo barreiras alfandegárias e sendo livre o comércio neste espaço da Europa, que era o seu primeiro objetivo, os outros sucessivos objetivos, sendo o mais importante o de igualar economias tão diferentes e suas gentes com condições de vida tão diferentes, vão enfraquecendo. E foi aí que tudo empacou! Na falta da solidariedade mister para que o processo se concluísse, e que duas crises inesperadas fizeram por revelar fraturas inesperadas, que, quando expostas, careceram de suporte e presença forte para vencê-la, o que não sucedeu, optando por introduzir inclusive força exógena com solução estranha e inadequada (o FMI) num ambiente que devera e podia encontrar suas soluções de per si.

Falhando neste aspecto, logo se tornou evidente que deveriam buscar outros caminhos que possibilitassem integrar os excluídos por uma crise que lhes ultrapassava e com um endividamento a que foram estimulados a contrair. Agora é necessária uma confrontação, faz-se imprescindível que uma outra força que se anteponha a esta situação de impasse e da total falta de conscientização, necessariamente generalizada, ocorra, pois está claro de que só com um sentido de fraternidade e de nação única, se pode construir verdadeiramente a Europa.

O Syriza, como opção grega de expressão política, quer contrariar esta situação de impasse, quer discutir uma alteração neste 'modus operandi', promovendo outro que gere esta nova consciência e mentalidade necessárias a promover uma verdadeira Europa como nação. 

Por isto: JE SUIS SYRIZA!


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