sábado, 30 de dezembro de 2017

A espontaneidade de Marcelo.





                                                                                  Para desejar pronto restabelecimento ao professor.



Quase onipresente, Marcelo Rebelo de Souza é o presidente de todos os portugueses, e de alguns estrangeiros, como eu. Sua absoluta espontaneidade põem-no absolutamente à vontade em todas as situações, desde quando invade a casa de uma senhora e a ajuda a pendurar roupa, ou quando abraça os que perderam os seus em Pedrógão, até quando brinca com crianças, dança, ou toma banho de mar. É sempre o mesmo Marcelo, sem máscaras, já as teve outrora, sabemos, mas o tempo nos ensina a todos, e o professor aprendeu, e foi corrigindo esse seu defeito antigo. Agora temos Marcelo no seu melhor.

Bom de boca, prova tudo, come de tudo, come com toda gente e com toda gente come. Deixa todos a vontade, deixa todos bem, conforta, aconchega, aproxima, traz paz. Não pode ver uns bolinhos que não os ponha na boca, não pode ver um grupinho de gente que não vá os apertar as mãos. Beija toda gente, a todos beija, e tira selfies, e os aproxima, arruma a foto, coordena a bagunça. É Marcelo no seu melhor. (Mas nem todos pensam assim.)

Tudo entende, a todos entende, e se faz entender, dá e recebe a moeda mais importante para os seres humanos: o respeito, que também pode se chamar dignidade, que é seu reflexo, e vice-verse, numa relação absoluta de dar e receber, e o faz com proximidade, como a dizer estou contigo meu irmão. Com a alta dignidade de seu cargo somada a seu proceder, promove absoluta presença, que pelo só efeito desta, se manifesta o regozijo e o bem estar dos presentes. Estão com o presidente, autoridade máxima do país.

Experto em humanidade, doutor em empatia, mestre da proximidade, absoluto em suscitar afetos, único em sua espontaneidade, o professor presidente está presente com sua gente, está com eles em  corpo e alma literalmente, como nunca houve antes ninguém, como nunca se viu. Indomável, o adjetivou o primeiro ministro António Costa, incansável, inabalável, infatigável, mais que tudo presente, e essa presença reconforta, concilia, repõe a normalidade muitas vezes perdida, consola, evoca, valoriza, respeita e traduz tudo isso com seu olhar de verdade porque o professor é assim, e como é, se revela.

Como em tudo há os detratores, os analistas do risco de perder a autoridade, os indicadores de uma postura inadequada, os que lhe apontam uma postura não condizente com o alto cargo que ocupa, e associam-no com uma atividade que menoriza sua posição cimeira, e que quando precisar do respeito e da força para impor uma serenidade ou um divisor de águas aos conflitos tão intensos na política, não encontrará os meios, pois os terá gasto em sua superexposição, em sua constante presença, amesquinhando seu estatuto e sua respeitabilidade. Só mesmo quem não conhece o Professor pode pensar assim. Lembro de meu avô todo sujo a participar com seus empregados numas tarefas difíceis, mas sempre brincando e animando a toda gente no seu desempenho, muito igual, muito brincalhão, quando de repente surge um desaguisado entre dois ou mais dos que ali estavam. Bastou um olhar de meu avô, não pronunciou palavra, sabia o poder de sua autoridade, tudo cessou. Assim é Marcelo, que nós tratamos pelo nome, mas todos sabemos ser o Senhor Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, e, ademais agora, o Presidente da República.

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