quarta-feira, 9 de maio de 2018

"Um mundo de corrupção moral..." A circunstância dos ódios e das retratações.





                                                                                                      A lição de Inês Pedrosa.


O nome PachecoPereira não foi mencionado em momento algum, mas não poderia estar mais presente, ou mais evidente, posto que criou-se um contraste muito forte, muito vincado entre a Dra. Inês e o Dr. Pacheco.

Ao comentador cabe comentar.

Quem escolheu essa função, que serve à sociedade para elucida-la, para aclarar pontos subjetivos, que, como tais, necessitam de análise porque se encontram na correspondência, havendo ou não simetria, daqueles atores que estejam envolvidos no assunto em questão, que tendo suas razões, essas devem ser avaliadas em confronto com a dos outros atores também envolvidos na referida questão, com o intuito de mostrar os diferentes interesses em jogo, as diversas razões, as múltiplas intenções que o caso envolva, devendo portanto limitar-se a essa específica atuação, podendo tirar conclusões na avaliação dos interesses que observou, ou das razões que cada parte terá tido para ter agido como agiu, das verdadeiras intenções que motivaram aqueles agentes a agirem ou reagirem como se observou, como agiram. Nada mais.  Ao comentador não lhe é dado ter opiniões na matéria, não lhe é permitido tomar partido, não é lícito demonstrar sentimentos, porque em qualquer dessas situações deixará de ser comentador ou para ser agente no caso que comenta, ou para criar corrente de opinião, o que, em ambas as situações, destrói a credibilidade do comentador, e, com seu status alterado, sendo portanto de alguma forma parte da notícia, da matéria que para além de a comentar agregou sua opinião, mostrou seu sentimento. Os sentimentos do comentador, que os terá certamente, nunca podem vir à tona, porque nessa emersão destroem a função mais nobre do comentador que é elucidar a quem o ouve, a quem o vê, ou a quem o lê. Das diversas componentes do quadro avaliado, para que seu ouvinte, seu leitor, seu tele, ou próximo, espectador, possa, munido de sua análise, tirar sua conclusão final, fazendo também a sua análise ao caso. As conclusões que terão sido enunciadas pelo comentador deverão apenas ser de ordem avaliativa dos fatos e dos valores nesse envolvidos, ou das razões que não eram evidentes, conforme já o disse, e nunca daquilo que acha, sente, presume, pressupõe, ou mesmo sabe ocultamente o comentador, mesmo se tiver uma informação desconhecida que traga à colação, deixa, nesse momento, de ser comentador, passando a participar da trama como denunciante. A maioria dos comentadores, infelizmente, faz isso.

Tirar a conclusão.

Essa ação de concluir, não é julgar, porque quem recebe a informação, mais o comentário que a enquadra e elucida, NÃO É JUIZ, tomara sua nota, entenderá o que passou, poderá ter algum sentimento, mas NUNCA arvorar-se em juiz, e resolver concluir o caso com um julgamento do que se terá passado, o que será apenas opinativo. Todo julgamento é subjetivo, e não cabe aos sem toga fazê-lo. Triste a função dos juízes a quem compete julgar, que recebendo a 'toga sórdida' dos réus, passaram a ser eles os dignos de pena, e essa toga negra, dos juízes e advogados, são o símbolo da investidura, de que não são eles que julgam, mas a lei acima deles. Logo não compete a ninguém julgar, podendo tirar conclusões sem pretender assumir as funções magistrais, ou mesmo as do 'uestiplicae' pois a ninguém se deve impor a toga. Julgamentos, muito menos em praça pública, não são tirar conclusões, nem definitivamente comentários.

Dos sentimentos.

Em toda a ação humana há sentimentos, há cores opinativas, há inclinações emocionais. Quem as não souber controlar NÃO PODE SER COMENTADOR. O valor intrínseco, a qualidade, a substância do comentador reside em sua isenção. O comentador a demonstrar sentimento perde a isenção, deixando de ser comentador. Entre os diversos sentimentos a que estão sujeitos os seres humanos, há os mais intensos, como os há mais ligeiros, dentre os de virulência maior, que demonstram maior acrimônia e violência, está o ódio por oposição ao amor, que sendo paixão desenfreada, rouba o critério, empana a isenção. Por tanto todo o sentimento é anti-comentário, e o ódio em especial, é perturbador, e, sabemos, que do comentador é esperada serenidade.

Responsabilidade.

A Dra. Inês Pedrosa no programa intitulado "O último a sair apaga a luz." de quatro passado, deu uma lição do que é ser comentador, aliás no programa só a Dra. Inês e o jornalista Joaquim Vieira têm a contenção necessária para o feito de comentar, sendo sua ação a de sempre questionar, estranhar, promover a atenção, chamando-a, e não postulando-a, ou se envolvendo. Pois a lição foi afirmar sua postura como comentadora, após achar positivo o aumento das ações judiciais,  dizendo verbis: "Ninguém me ouvirá dizer o que que eu posso pensar, porque aqui enquanto eu estou num espaço público eu estou a comprometer essa presunção de inocência..." Nem mais, e usou sempre o tempo presente, o que mais demonstra a consciência perfeita de sua responsabilidade.

As retratações.

Portanto a responsabilidade do comentador está em não ter de se retratar, ou seja, expressar-se de forma tal que não dê margem nem ao equívoco, nem ao juízo injustificado, logo arbitrário, e arbitrar é julgar, voltamos a vaca fria, logo nesse espaço de corrupção moral, e a expressão no título está entre aspas porque foi referência da Dra. Inês Pedrosa também, posto que é na corda bamba que ao comentar e não avaliar, só referir apenas, é que andam sempre os comentadores, portanto é invocado tantas vezes o direito de resposta, o desmentido, e há tantas retratações, aqui devemos chamar à cena também os políticos, que tantas vezes têm de voltar e mudar o que haviam dito. Fica-nos de tudo isso uma certeza: quem seja apenas COMENTADOR É COISA RARA!

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